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TÉCNICAS DE ANESTESIA MANDIBULAR 1. BLOQUEIO DO NERVO ALVEOLAR INFERIOR Nervos anestesiados • Alveolar inferior, um ramo da divisão posterior da divisão mandibular do nervo trigêmeo (V3) • Incisivo • Mentual • Lingual Áreas anestesiadas • Dentes mandibulares até a linha média • Corpo da mandíbula, parte inferior do ramo da mandíbula • Mucoperiósteo bucal, membrana mucosa anteriormente ao forame mentual (nervo mentual) • Dois terços anteriores da língua e assoalho da cavidade oral (nervo lingual) • Periósteo e tecidos moles linguais (nervo lingual) Indicações • Procedimentos em múltiplos dentes mandibulares num quadrante • Casos em que é necessária a anestesia dos tecidos moles bucais • Casos em que é necessária a anestesia dos tecidos moles linguais Contraindicações • Infecção ou inflamação aguda na área da injeção (rara) • Pacientes que tinham maior probabilidade de morder o lábio ou a língua Vantagens: uma injeção proporciona uma ampla área anestesiada Desvantagens • Ampla área anestesiada • Marcos intraorais não consistentemente confiáveis • Anestesia da língua e do lábio inferior desagradável para muitos pacientes e possivelmente perigosa Alternativas • Bloqueio do nervo mentual • Bloqueio do nervo incisivo • Injeção supraperiosteal • Bloqueio do nervo mandibular de Gow-Gates • Injeção LPD • Injeção IO • Injeção intrasseptal Técnica 1) Recomendada agulha longa de calibre 25 2) Área de introdução: membrana mucosa do lado medial do ramo da mandíbula 3) Área alvo: nervo alveolar inferior ao descer em direção ao forame mandibular 4) Pontos de referência: incisura coronoide e rafe pterigomandibular 5) Procedimento a. Posição correta b. Solicitar ao paciente para abrir a boca c. Localizar o ponto de penetração da agulha d. Introduzir a agulha. Ao fazer contato com o osso, retrair aproximadamente 1mm para evitar a injeção subperiosteal e. Aspirar em 2 planos. Caso a aspiração seja negativa, depositar lentamente 1,5mL de anestésico num período mínimo de 60 segundos f. Retirar lentamente a seringa e aspirar novamente quando aproximadamente metade de seu comprimento permanecer nos tecidos. Caso a aspiração seja negativa depositar parte da solução restante (0,2mL) para anestesiar o nervo lingual g. Retirar a seringa lentamente e tornar a agulha segura h. Aguardar de 3 a 5 min antes de testar quanto à anestesia pulpar Sinais e Sintomas • Subjetivos: formigamento ou dormência no lábio inferior indica anestesia do nervo mentual, um ramo terminal do nervo alveolar inferior. Está é uma boa indicação de que o nervo alveolar inferior está anestesiado, embora não seja indicador confiável da profundidade da anestesia • Subjetivos: formigamento ou dormência na língua indica a anestesia do nervo lingual, um ramo da divisão posterior do V3. Ela acompanha habitualmente o BNAI, mas pode estar presente sem a anestesia do nervo alveolar inferior • Objetivos: não é sentida nenhuma dor durante a terapia dentária Aspectos de Segurança: a agulha faz contato com o osso, impedindo a inserção excessiva. Precauções • Não depositar o anestésico local se não houver contato com o osso. A ponta da agulha pode estar situada no interior da glândula parótida, próximo ao nervo facial e um bloqueio parcial do nervo facial pode ocorrer se a solução anestésica local for depositada • Evitar a dor não fazendo o contato com o osso com muita força Falhas da anestesia • Depósito de anestésico baixo demais • Deposito de anestésico demasiado anteriormente no ramo da mandíbula • Anestesia incompleta dos incisivos centrais ou laterais Complicações: hematoma, trismo, paralisia facial transitória 2. BLOQUEIO MANDIBULAR DE BOCA FECHADA DE VAZIRANI-AKINOSI Indicada em situações em que a abertura mandibular limitada impede o uso de outras técnicas de injeção mandibular Injeção administrada através da incisura sigmoide Nervos anestesiados • Alveolar inferior • Incisivo • Mentual • Lingual • Milo-hióideo Áreas anestesiadas • Dentes mandibulares até a linha média • Corpo da mandíbula, parte inferior do ramo da mandíbula • Mucoperiósteo bucal, membrana mucosa bucais anteriores ao forame mentual (nervo mentual) • Dois terços anteriores da língua e assoalho da cavidade oral (nervo lingual) • Periósteo e tecidos moles linguais (nervo lingual) Indicações • Abertura mandibular limitada • Múltiplos procedimentos em dentes mandibulares • Incapacidade de se visualizar marcos para o BNAI (ex.: devido a língua grande) Contraindicações • Infecção ou inflamação aguda na área da injeção (rara) • Pacientes que possam morder o lábio ou a língua, como crianças pequenas e adultos portadores de deficiência física ou mental • Incapacidade de visualizar ou de ter acesso ao aspecto lingual do ramo mandibular Vantagens • Relativamente atraumático • Pacientes não precisam ser capazes de abrir a boca • Menos complicações pós-operatórias (ex.: trismo) • Frequência de aspiração menor que no BNAI • Proporciona uma anestesia eficaz na presença de um nervo alveolar inferior bífido e de canais mandibulares bífidos Desvantagens • Difícil visualizar-se a trajetória da agulha e a profundidade de inserção • Nenhum contato ósseo • Potencialmente traumático se a agulha estiver demasiado próxima do periósteo Alternativas: nenhuma Técnica 1) Recomendada agulha longa de calibre 25 2) Área de introdução: tecidos moles sobrejacentes à borda medial (lingual) do ramo mandibular diretamente adjacente à tuberosidade maxilar, na parte alta da junção mucogengival circunvizinha ao 3º M maxilar 3) Área alvo: tecidos moles na borda medial (lingual) do ramo mandibular na região do nervo alveolar inferior, do nervo lingual e do nervo milo-hióideo em seu trajeto inferior do forame mandibular 4) Pontos de referência: junção mucogengival do 3º (ou 2º) molar superior, tuberosidade maxilar e incisura coronoide no ramo da mandíbula 5) Orientação do bisel: deve estar orientado em direção oposta ao osso do ramo da mandíbula (voltado para a linha média) 6) Procedimento a. Posição correta b. Colocar o dedo indicador ou polegar sobre a incisura coronoide, refletindo lateralmente os tecidos do aspecto medial do ramo, auxiliando na visualização do local de injeção c. Visualizar os marcos: junção mucogengival do 3º ou 2º MS e a tuberosidade maxilar d. Preparar os tecidos moles e. Pedir ao paciente para efetuar a oclusão suavemente, com as bochechas e os músculos da mastigação relaxados f. Refletir lateralmente os tecidos moles sobre a borda medial do ramo da mandíbula g. O corpo da seringa é mantido paralelo ao plano oclusal da maxila, com a agulha ao nível da junção mucogengival do 3º ou 2º MS h. Dirigir a agulha posteriormente e um pouco lateralmente, de modo que ela avance numa tangente ao processo alveolar maxilar posterior e paralela ao plano oclusal maxilar i. Orientar o bisel em direção oposta ao ramo mandibular j. Avançar a agulha 25mm para dentro do tecido k. Aspirar em 2 planos l. Caso a aspiração seja negativa, depositar 1,5 a 1,8mL da solução anestésica em aproximadamente 30seg m. Retirar a agulha lentamente e tornar a agulha segura n. A paralisia dos nervos motores ocorre tão ou mais rapidamente que a anestesia sensorial, logo, o paciente com trismo começa a perceber maior capacidade de abrir a mandíbula logo após o deposito do anestésico o. A anestesia do lábio e da língua é notada em média em 1 minuto p. Caso a paralisia nervosa motora esteja presente, mas a anestesia sensorial não seja adequada para permitir o início do procedimento dentário, administrar um novo bloqueio de Vazirani-Akinosi, ou como opaciente agora consegue abrir a boca, efetuar um BNAI Sinais e Sintomas • Subjetivos: formigamento ou dormência no lábio inferior indica anestesia do nervo mentual, um ramo terminal do nervo alveolar inferior. Está é uma boa indicação de que o nervo alveolar inferior está anestesiado • Subjetivos: formigamento ou dormência na língua indica a anestesia do nervo lingual, um ramo da divisão posterior do V3. • Objetivos: não é sentida nenhuma dor durante a terapia dentária Aspectos de Segurança: menor risco de aspiração positiva Precauções: Não introduzir excessivamente a agulha (>25mm). Diminuir a profundidade de penetração em pacientes menores; a profundidade de penetração varia de acordo com o tamanho anteroposterior do ramo da mandíbula Falhas da anestesia • Quase sempre devido à não apreciação da aparência afunilada para fora do ramo da mandíbula • Ponto de inserção da agulha muito baixo • Inserção insuficiente ou excessiva da agulha Complicações: hematoma, trismo, paralisia facial transitória 3. BLOQUEIO DO NERVO MENTUAL O nervo mentual é um ramo terminal do nervo alveolar inferior Saindo do forame mentual no ápice dos pré-molares mandibulares ou próximo disso, ele proporciona inervação sensorial aos tecidos moles bucais situados anteriormente ao forame e aos tecidos moles do lábio inferior e do queixo do lado da injeção Nervos anestesiados: mentual, ramo terminal do nervo alveolar inferior Áreas anestesiadas: membrana mucosa bucal, anteriormente ao forame mentual (em torno do 2º PM) até a linha média e a pele do lábio inferior Indicações: casos em que a anestesia dos tecidos moles bucais é necessária para procedimentos na mandíbula, anterior ao forame mentual (biópsias dos tecidos moles e sutura de tecidos moles) Contraindicações: Infecção ou inflamação aguda na área da injeção Vantagens • Elevada frequência de êxito • Tecnicamente fácil • Em geral totalmente atraumático Desvantagem: hematoma Alternativas • Infiltração local • Bloqueio do nervo alveolar inferior (BNAI) • Bloqueio do nervo mandibular de Gow-Gates • Bloqueio nervoso de Vazirani-Akinosi Técnica 1) Recomendada agulha curta de calibre 25 ou 27 2) Área de introdução: prega mucovestibular no forame mentual ou imediatamente anterior ao mesmo 3) Área alvo: nervo mentual à saída do forame mentual (geralmente localizado entre o ápice do 1º e 2º PM 4) Pontos de referência: pré-molares inferiores e prega mucobucal 5) Procedimento a. Posição correta b. Localizar o forame mentual, colocando o dedo indicador na prega mucobucal e fazer pressão contra o corpo da mandíbula na área do 1ºM. Mover o dedo em sentido anterior até que se sinta uma concavidade ou uma superfície de aparência irregular. Geralmente entre o ápice do 2ºPM c. Preparar o tecido d. Com o dedo indicador, puxar lateralmente o lábio inferior e os tecidos moles bucais, melhorando a visibilidade e. Orientar a seringa com o bisel dirigido ao osso f. Penetrar a membrana mucosa no local da injeção, no canino ou no 1ºPM, dirigindo a seringa ao forame mentual g. Avançar a agulha devagar até chegar ao forame. A profundidade de penetração é de 5 a 6mm, sem necessidade de entrar no forame h. Aspirar em 2 planos i. Caso a aspiração seja negativa, depositar lentamente 0,6mL em 20 seg j. Retirar a seringa k. Aguardar de 2 a 3 min antes de iniciar o procedimento Sinais e Sintomas • Subjetivos: formigamento ou dormência no lábio inferior • Objetivos: não é sentida nenhuma dor durante a terapia dentária Aspectos de Segurança: a região é anatomicamente segura Precauções: tocar no periósteo produz desconforto Falhas da anestesia: raras Complicações: hematoma, parestesia no lábio e/ou queixo Volume recomendado de solução anestésica para as técnicas mandibulares Técnica Volume (mL) Alveolar inferior 1,5 Bucal 0,3 Gow-Gates 1,8 – 3,0 Vazirani-Akinosi 1,5 – 1,8 Mentual 0,6 Incisivo 0,6 – 0,9
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