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Paper - OS IMPACTOS DA DIETA NO COMPORTAMENTO ALIMENTAR

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A DIETA E SEUS EFEITOS NO COMPORTAMENTO ALIMENTAR: UMA
REVISÃO DE LITERATURA
Aline Conte Volpatto¹
Amanda Müller Pessoa¹
Débora Luzia dos Anjos¹
Sheila Beckhauser Thiesen¹
Karine Gaspar Martins Hamad²
RESUMO
A restrição alimentar através de dietas da moda está cada vez mais frequente no Brasil, isso
se dá pelo padrão estético estabelecido pela mídia e a sociedade. Nesse sentido, a comida está
associada a sentimentos de culpa e tentativas de mudança de comportamento, sem o
acompanhamento adequado do profissional nutricionista. Esta revisão aborda os efeitos que
tal prática tem sobre o indivíduo e tem como objetivo analisar os impactos da dieta no
comportamento alimentar e a relação das dietas com o aparecimento de transtornos
alimentares. Consiste em uma revisão da literatura estruturada por meio de livros e periódicos
científicos localizados nas bases de dados: Google Acadêmico, SciELO, PubMed, Portal
Periódico CAPES e Biblioteca Virtual em Saúde, publicados entre os anos de 2004 e 2022.
Muitos prejuízos podem ser causados pela autorestrição alimentar. A análise dos resultados
destaca uma significativa relação das práticas de dietas restritivas no surgimento de
Transtornos Alimentares, bem como, as dietas e o ‘efeito sanfona’ provocado por elas
relacionado ao aparecimento de doenças cardiovasculares. O descontrole alimentar também
está relacionado com mudanças de humor, ansiedade e depressão.
Palavras-chave: comportamento alimentar, dieta restritiva , alimentação, nutrição.
1. INTRODUÇÃO
No início da história da humanidade, a busca por comida tinha como objetivo somente
a sobrevivência. Entretanto, atualmente, com a industrialização, o mundo dispõe de uma
variedade de alimentos e o comer se tornou algo prazeroso. O comportamento alimentar de
cada indivíduo é guiado por determinantes relacionados à pessoa (crenças, emoções,
expectativas, renda, fatores patológicos), ao ambiente (conforto, higiene, família, cultura) e
ao próprio alimento (sabor, aparência, cheiro) .
Nesse sentido, a mídia corrobora com um papel ambíguo na conduta alimentar, de um
lado estimula o consumo de alimentos ultraprocessados e com alto teor de gordura, do outro,
impõe um alto padrão de beleza, pautado na magreza e gera uma pressão para que a
população se encaixe nesse molde. Consequentemente, a insatisfação pessoal e a busca pelo
‘corpo perfeito’ é cercada de práticas não saudáveis, como, dietas da moda, geralmente
1 Aline Conte Volpatto
1 Amanda Müller Pessoa
1 Débora Luzia dos Anjos
1 Sheila Beckhauser Thiesen
2 Karine Gaspar Martins Hamad
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (Código da Turma) – Prática do Módulo V - 21/11/2022
restritivas, medicamentos e longos períodos de jejum. Dessa forma, cria-se um conceito de
que um estilo de vida saudável não pode ser prazeroso.
Kuijer e Boyce (2014) destacam que a comida é associada a sentimentos
ambivalentes: prazer e culpa. A culpa pode fazer alguém mudar o comportamento na
tentativa de fazer diferente para não ter mais esse sentimento “ruim”, mas também pode levar
a sentimentos de impotência e perda de controle, causando prejuízo na qualidade de vida,
afetando a autoestima, a saúde e o controle do peso corporal.
Nessa perspectiva, pesquisas indicam alta adesão de brasileiros por dietas restritivas.
As tentativas de mudanças de comportamento que ocorrem através da alimentação, ou novos
hábitos que as pessoas julgam serem mais saudáveis, sem o acompanhamento de
profissionais da área, são fatores preocupantes e alarmantes que devem ter uma atenção
contínua, pois podem acarretar em consequências físicas e/ou psicológicas.
Diante do exposto, o objetivo deste trabalho é analisar os impactos da dieta no
comportamento alimentar e a relação das dietas com o aparecimento de transtornos
alimentares, atentando para fatores que podem resultar nesses quadros clínicos, para que
assim, o profissional nutricionista possa implementar medidas de prevenção, controle e
tratamento de pacientes com essa clínica.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A alimentação é uma das necessidades vitais do ser humano e se faz presente por toda
a vida. A construção dos hábitos alimentares se dá mais especificamente, nos primeiros anos
após o nascimento e é influenciada por fatores internos e externos, os quais são chamados de
determinantes.
Alvarenga et al (2019, p. 62) afirma que “A relação com a comida sofreu enorme
perturbação nas últimas décadas, advinda da regulação científica, dos ideais de beleza, do
crescimento da produção industrial dos alimentos, da massificação e da cultura.”
Não é novidade afirmar que se vive hoje uma supervalorização da imagem, onde
parecer é mais importante que ser. Porém, vale ressaltar a exaustiva exploração da
imagem do corpo físico pela mídia, com vistas ao esforço de padronização corporal.
Ressalte-se como exemplo o número de revistas sobre os temas alimentação e
beleza direcionadas ao público feminino. (CARVALHO, 2008, p. 58-59).
De acordo com Lira et al (2017), quanto maior o acesso a redes sociais, revistas de
moda, maior a probabilidade em ter insatisfação corporal, nesse sentido, há também uma alta
relação entre o desejo e as dificuldades no controle de peso.
É crescente a quantidade de matérias na televisão, rádio, revistas e internet com
informações e recomendações sobre alimentação e saúde. Entretanto, a utilidade da
maioria dessas matérias é questionável. Com louváveis exceções, tendem a enfatizar
alimentos específicos, propagados como “superalimentos”, e ignoram a importância
de variar e combinar alimentos. Nessa medida, induzem modismos e levam à
depreciação de alimentos e práticas alimentares tradicionais. Não raro a alimentação
saudável é confundida com dietas para emagrecer. [...].”. (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2014, p. 105).
Para Aquino, Vaz e Fidelix (2013), a nutrição tem se difundido entre a população
brasileira como um sinônimo de “dietas milagrosas” ou simplesmente para a promoção de
novos produtos.
Em nosso contexto social, aparecem as dietas de emagrecimento, com privação
parcial de alimentos (ou até total de alguns grupos, como os carboidratos ou as
gorduras). A disseminação e a valorização das dietas restritivas estão intimamente
ligadas ao atual conceito sociocultural de beleza e estética, e a velocidade da
propagação de dietas não têm relação direta com o progresso científico sobre o
tema. Há inúmeras dietas sem nenhum embasamento científico. (ALVARENGA ET
AL, 2019, p.74).
Para Witt e Schneider (2011), é diante da busca pelo “corpo ideal” que iniciam-se as
dietas restritivas, geralmente de forma indiscriminada, sem o devido acompanhamento
profissional, compondo uma das causas mais comuns para o desenvolvimento de Transtornos
Alimentares (TAs).
Segundo Alvarenga, Dahás e Morais (2021), a restrição pode incluir autoimposições
de pular refeições, jejuar, diminuir a quantidade ingerida, restringir grupos alimentares
considerados “engordativos”, contar calorias dos alimentos, consumir apenas alimentos diet
e/ou light e todas as dietas da moda para “sentir-se melhor” ou “desinchar”.
No entender de Tylka et al (2014), há uma romantização da primeira dieta feita pelos
pacientes, pois a perda de peso ocorre de forma fácil e sem esforço. Porém, trata-se do início
do ciclo de perda e ganho de peso. A cada dieta, o corpo se adapta e se torna mais difícil de
perder peso, diminuindo a eficácia da restrição, aumentando a frustração do indivíduo e
favorecendo desequilíbrios.
As dietas restritivas provocam sérios desequilíbrios nos hormônios responsáveis
pela regulação do balanço energético causando diversas desordens no organismo,
ansiedade, nervosismo, obsessão por comida, aumento da fome, diminuição da
saciedade, sentimentos de angústia e culpa, depressão, e perda de controle na
ingestão alimentar. A Bulimia, Anorexia e Compulsão Alimentar são os principais
Transtornos Alimentares que estão relacionados a práticas restritivas de alimentos
autoimposta e preocupações exageradas com o peso. (DEALMEIDA ANDRADE,
C. ET AL, 2021, p. 50920).
Conforme Blomain et al (2013), as dietas causam alterações no metabolismo
energético e na composição corporal, aumentam a eficiência calórica, são responsáveis pelo
“efeito sanfona”, distúrbios neuroendócrinos, alterações na fisiologia intestinal, além de
desencadearem episódios de descontrole alimentar.
Chaput e Tremblay (2012, p. 681) afirmam que “ perdas grandes de peso dificultam o
controle do apetite, diminuem o gasto energético de forma impactante, aumentam a tendência
à hipoglicemia, aumentam a concentração de poluentes nos tecidos e no plasma”.
A “fome” é um dos principais obstáculos à adesão às dietas, e a alteração das
sensações de fome, apetite e saciedade é uma das piores consequências da prática
restritiva. Em geral, dietas obrigam seus seguidores a ignorarem os sinais da fome
[...]. Entretanto, como os sinais de fome estão vinculados aos sinais de saciedade, é
provável que uma dieta dita de “sucesso” resulte em perda dos sinais que indicam a
saciedade, bem como a própria sociedade, ignorando os sinais de fome. Surge,
então, mais um problema: se não se sabe quando começar a comer, como saber
quando parar? Tal disfunção pode gerar descontrole e compulsões. (ALVARENGA
ET AL, 2019, p. 89-90).
Durante um processo de dieta, a pessoa depende de seu autocontrole sobre o que
comer e o que não comer, para regulação de seu peso corporal. A perda de controle conforme
citado acima pode ser ilustrada na figura 1.
FIGURA 1: CICLO DE RESTRIÇÃO, COMPULSÃO E PURGAÇÃO
Fonte: ALVARENGA ET AL, 2019.
https://onlinelibrary.wiley.com/action/doSearch?ContribAuthorRaw=Tremblay%2C+A
Diante de um discurso social onde dita-se o ‘feio e o bonito’, buscam-se ideais de
beleza e propagam-se falas como ‘você é o que você come’, não é difícil deparar-se com o
ciclo vicioso de restrição, compulsão e purgação. Este se retroalimenta à medida que nos
sentimos mal por não nos encaixarmos no padrão de beleza imposto. Há dois caminhos e
ambos podem levar ao desequilíbrio.
Por um lado, há uma autocomparação com o que é visto nas redes sociais e revistas e
o conforto diante da tristeza advém do alimento, levando posteriormente a uma sensação de
culpa, perda de controle e exagero, podendo culminar na compulsão. Por outro lado,
deseja-se mudar a realidade através de dietas altamente restritivas, há a privação dos
sentimentos que a comida proporciona, como o prazer, e consequentemente o sentimento de
raiva e pensamentos de ‘tudo ou nada’, abrindo margem para uma alimentação desenfreada,
podendo levar a compulsão alimentar.
Nessa perspectiva, a partir do exposto, justifica-se a importância dos profissionais
nutricionistas identificarem os impactos da restrição no comportamento alimentar e a partir
desse conhecimento, estarem atentos aos sinais clínicos que indiquem processos de
adoecimento.
3. METODOLOGIA
O presente trabalho trata-se de uma revisão da literatura estruturada por meio de
pesquisa bibliográfica realizada em livros e periódicos científicos localizados nas bases de
dados: Google Acadêmico, SciELO, PubMed, Portal Periódico CAPES e Biblioteca Virtual
em Saúde, publicados entre os anos de 2004 e 2022. Para a busca, utilizou-se os seguintes
descritores: restrição alimentar, dieta, comportamento alimentar, transtornos alimentares e
nutrição comportamental.
Foram encontrados artigos nos idiomas português e inglês. Os critérios de inclusão
utilizados foram artigos publicados nos últimos vinte anos que abordem a temática e de
exclusão foram artigos anteriores ao ano de 2000, com o objetivo de usar os artigos mais
atuais possíveis.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Alvarenga et al 2019, evidencia o Estudo de Minnesota realizado ao final da Segunda
Guerra Mundial, que manteve 36 homens em restrição alimentar por seis meses, e constatou
que no reganho de peso, o peso adquirido foi na forma de gordura. Foi esse estudo que criou
o termo “obesidade pós-inanição”.
Os sintomas principais observados foram anemia, fadiga, apatia, irritabilidade,
agressividade, letargia, déficit neurológico e perda de interesse em sexo. Além
disso, eles se tornaram muito focados e obcecados por comida: colecionavam
receitas, passavam horas comparando preços de produtos, penduravam fotos de
comida nas paredes, roubavam comida, ingeriam lixo, e alguns mudaram planos de
carreira para atividades relacionadas a alimentos [...], sonhos angustiantes passaram
a ser referidos, bem como alucinações e delírios. (ALVARENGA ET AL, 2019, p.
101).
Um outro estudo que trata as dietas como precipitantes de transtornos alimentares é o
de Patton, com uma coorte populacional de adolescentes na Austrália, que evidenciou que
fazer uma grave dieta restritiva aumenta em 18 vezes o risco relativo de desenvolver TA, e
fazer dieta restritiva moderada aumenta o risco em cinco vezes.
De acordo com Vargas, Pessoa e Rosa (2018), as consequências provocadas pelas
práticas de dietas severas como estresse, ansiedade, depressão, insônia e problemas
emocionais graves são os fatores que desencadeiam atitudes compulsivas.
Segundo Bernardi, Cichelero e Vitolo (2005), estudos realizados mostram que pessoas
que não fazem dieta, acabam consumindo menos após a ingestão de um lanche altamente
energético. Essa regulação de energia é normal, isto é, a pessoa compensa o lanche comendo
menos, posteriormente. Porém, pessoas que restringem o consumo alimentar, comem mais
depois de ingerir lanche. Isso acontece por desinibição do controle cognitivo. Elas acreditam
ter excedido o consumo alimentar permitido com a ingestão do lanche. E isso pode levar a
compulsão alimentar.
Em um estudo feito por Saarni et al (2006) concluiu que o efeito sanfona parece
favorecer o ganho de peso em longo prazo até mesmo em ex-atletas. Observou-se que atletas
de modalidades esportivas que, classicamente, se envolvem em ciclos intencionais de perda e
ganho rápidos de peso, ganharam mais peso ao longo dos anos do que controles e atletas de
modalidades em que não há ciclagem de peso. Além disso, o percentual de ex-atletas obesos
era maior no grupo que vivenciou o efeito sanfona durante seus anos de competição que nos
demais atletas.
Um estudo de coorte conduzido por Rzehak et al (2007) durante 15 anos evidenciou
que apenas o efeito sanfona constituiu um fator de risco para todas as causas de mortalidade –
após ajustar riscos relativos para idade, doenças cardiovasculares, diabetes, tabagismo e
condição socioeconômica.
Montani et al (2006) sugere que o efeito sanfona contribui para aumento do risco para
doenças cardiovasculares, e os possíveis mecanismos envolvidos no aumento da mortalidade
incluem seus efeitos na hipertensão, no acúmulo de gordura visceral, nas mudanças na
composição do tecido adiposo, na resistência à insulina e na dislipidemia.
Portanto, as dietas que na maioria das vezes são promovidas pela mídia, contribuem
para a insatisfação do corpo, preocupações com a comida, desejo excessivo de consumir
certos alimentos, distração com relação a outros objetivos para a saúde pessoal, baixa
autoestima, além de estigmatização e discriminação com relação ao peso. E muitas vezes,
parecem ter efeito rebote, podendo culminar em transtornos alimentares. E para além disso,
causam consequências psicológicas que comprometem a saúde com um todo.
Nesse viés, a atuação do nutricionista é essencial para educação alimentar e
disseminação de práticas alimentares saudáveis. É preciso esclarecer aos indivíduos que as
perdas rápidas de peso se dão também pela perda de massa magra e água (e não apenas
gordura), que levam às alterações metabólicas como diminuição do gasto energético de
repouso e aumento da eficiência de armazenamento de energia quando volta a consumir um
volume energético “normal” ou aumentado, o que leva ao reganho de peso na forma de
gordura corporal.
5. CONCLUSÃO
Portanto, comer se tornou algo desconectado dos sinais internos que regulam a fome,
o prazer e a saciedade, visto que a mídiatrabalha incessantemente o padrão de beleza. Assim,
dietas da moda estão cada vez mais em alta e seus resultados “milagrosos” são gatilhos para
consequências físicas e psicológicas.
Nesse sentido, os nutricionistas e os futuros profissionais têm muitos desafios, visto
que as mídias sociais crescem exponencialmente e se faz necessário alterar esse panorama. É
necessário interromper o ciclo vicioso de restrição e compulsão e avaliar as intensas
demandas psicológicas causadas pela história de restrição alimentar e a pressão social para
ser magro. Ambos os fatores trabalham interligados: a pressão social pode levar a excessivas
dietas, as quais podem contribuir no sentimento de frustração, agravo ou desencadeamento de
distúrbios alimentares, no ganho de peso acelerado, depressão e ansiedade.
O profissional nutricionista deve alertar ao público sobre as consequências da prática
imprudente deste tipo de dieta. Para isso, é necessário investigar essa rede complexa
juntamente da equipe multidisciplinar, olhar o paciente como um ser integral, levar em
consideração os determinantes individuais do comportamento alimentar e também atuar na
promoção de saúde, por exemplo, utilizar as redes sociais como ferramenta de propagação de
conhecimentos embasados cientificamente, visando a beneficência e o bem-estar do
indivíduo.
REFERÊNCIAS
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