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Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) 
 
 
 
 
 
 
 
Ana Claudia de Assis Calasso 
Beatriz Lucas do Nascimento 
Victória Christine Santos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atividades Práticas Supervisionadas 
Direito das Relações do Trabalho 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo- SP 
2020 
 
 
 
 
As Atividades Práticas Supervisionadas - APS têm deu detalhamento publicado no 
ambiente virtual de aprendizagem (Blackboard) da disciplina. São publicadas na 
primeira quinzena de aulas e devem ser realizadas pelos estudantes até o limite do 
prazo da N1, em conformidade com o calendário acadêmico. 
As APS devem ser realizadas pelos estudantes no próprio ambiente virtual de 
aprendizagem (Blackboard) ou ter seu upload realizado lá, onde também serão 
corrigidas pelo docente, ficando registradas em sua integralidade. 
 
1- A partir da leitura do texto “Combate ao Trabalho Forçado. Manual para 
Empregadores e Empresas” ( link abaixo), o aluno deverá efetivar trabalho escrito 
na forma de resenha, onde deverão ser analisados os dispositivos constitucionais, 
infraconstitucionais que se referem a exploração do trabalho, bem como efetivar 
levantamento jurisprudencial sobre a temática junto aos setores de busca 
eletrônica do Tribunal Regional do Trabalho e do Tribunal Superior do Trabalho. 
 
MATERIAL DE APOIO 
 
http://www.ilo.org/brasilia/publicacoes/WCMS_227292/lang--pt/index.htm 
(Jurisprudência Trabalhista) http://www.tst.jus.br/web/guest/consulta-unificada 
 
 
 
 
O Manual para Empregadores e Empresas, tem como o seu assunto principal voltado 
para o público empregador, propondo ao longo do seu decorrer iniciativas que procuram 
combater o tráfico de pessoas e o trabalho forçado dentro do ambiente Empresarial, 
esclarecendo desde o princípio que algumas atividades aqui apresentadas podem colocar 
as empresas em sério risco, sendo elas de grande ou pequeno porte, pelo fato de estarem 
descumprindo a norma de Tratado Internacional da Organização Internacional do 
Trabalho (OIT) e da Organização Internacional de Empregadores. 
Tem como princípios orientadores os preceitos da OIT e da Jurisprudência, princípios 
esses que buscam orientar o empresário, no combate tanto do tráfico de pessoas quanto 
do trabalho forçado, apresentando medidas concretas no auxílio de empregadores, de 
todos os níveis empresariais ilustrando várias situações e como lidar com elas. 
Podemos encontrar a definição de trabalho forçado na convenção nº 29 artigo 2º 
parágrafo 1º da OIT, (Em consequência da presente Convenção, a expressão “ trabalho 
forçado ou obrigatório” designa todo trabalho ou serviço exigido a um indivíduo, sob a 
ameaça de uma pena qualquer, e para o qual esse indivíduo não se oferece 
http://www.ilo.org/brasilia/publicacoes/WCMS_227292/lang--pt/index.htm
http://www.tst.jus.br/web/guest/consulta-unificada
voluntariamente), deixando expresso também todos os tipos de trabalho e serviços e 
quais as punibilidades que possa sofrer já que é concedido o direito a pessoa de aceitar o 
emprego podendo deixá-lo a qualquer momento. Também está tipificado no Código 
Penal no seu artigo 149º a condição análoga à de escravo, (reduzir alguém a condição 
análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, 
quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer 
meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregado ou preposto). São 
orientações que constam na lei, para auxiliar diversos empregadores a identificarem 
situações de trabalho forçado, tendo em vista vários exemplos como: falsas promessas, 
confinamento físico no local de trabalho, o sequestro transferindo a sua posse como 
pessoa para outrem, ameaças de penalidade como violência física contra a própria 
pessoa ou familiares, privação de comida, dentre outras possibilidades. 
Já o conceito de tráfico de pessoas Pode ser observado no protocolo de Palermo de 
2000, (tráfico de pessoas” significa o recrutamento, o transporte, a transferência, o 
alojamento ou o acolhimento de pessoas, recorrendo à ameaça ou uso da força ou a 
outras formas de coação, ao rapto, à fraude, ao engano, ao abuso de autoridade ou à 
situação de vulnerabilidade ou à entrega ou aceitação de pagamentos ou benefícios para 
obter o consentimento de uma pessoa que tenha autoridade sobre outra para fins de 
exploração. A exploração incluirá, no mínimo, a exploração da prostituição de outrem 
ou outras formas de exploração sexual, o trabalho ou serviços forçados, escravatura ou 
práticas similares à escravatura, a servidão ou a remoção de órgãos). 
A OIT defende o uso da responsabilidade social corporativa pois, fazendo o uso de seus 
princípios e valores internos no combate ao trabalho forçado e tráfico de pessoas, de 
uma maneira voluntária, onde cada empresa adote essas condutas, sendo elas integradas 
na gestão sistemática de cada empresa, com o objetivo de disseminar esse padrão já que 
aproximadamente 12 milhões de pessoas no mundo ainda são vítimas de trabalho 
forçado e tais situações análogas à escravidão. Esses índices são maiores na agricultura, 
na construção, no vestiário e têxteis, na mineração e corte de árvores, entre outros 
serviços até mesmo na indústria do sexo e prostituição. Trabalhadores que são mais 
vulneráveis a essas situações fazem parte de um padrão criminatorio, já listado ao longo 
do tempo, como por exemplo, os povos indígenas na América Latina, as castas 
inferiores no sul da Ásia, os trabalhadores imigrantes, principalmente aqueles que se 
encontram em situação irregular, analfabetos que são mais fáceis de persuadir já que 
não conhecem os próprios direitos. 
A OIT tem como objetivo, elaborar táticas e medidas, e também repreender Estados-
Membros que não comprem suas regras básicas, incorporando-as no ordenamento 
jurídico com a função de defender a parte mais vulnerável, ou seja, o trabalhador, 
assegurando assim o princípio da dignidade humana, que deve ser preservada acima de 
qualquer outra matéria. 
 
 
 
 
 
 
• Segue abaixo, exemplo de Jurisprudencia Trabalhista do ano de 2019, sobre 
trabalho análogo à escravidão 
 
EMENTA PARA CITAÇÃO 
I – AGRAVO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. 
ILEGITIMIDADE ATIVA DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO. 
AÇÃO CIVIL PÚBLICA. CONDIÇÃO ANÁLOGA A ESCRAVO. UM ÚNICO 
TRABALHADOR. DESCUMPRIMENTO DA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA. 
DIREITOS INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS . Constatada possível violação dos arts. 
127, caput, e 129, III, da Constituição Federal e 83, I e III, e 84, II e V, da Lei 
Complementar 75/93, é de se prover o agravo. Agravo provido. 
II – AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. 
ILEGITIMIDADE ATIVA DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO. 
AÇÃO CIVIL PÚBLICA. CONDIÇÃO ANÁLOGA A ESCRAVO. UM ÚNICO 
TRABALHADOR. DESCUMPRIMENTO DA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA. 
DIREITOS INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS . Demonstrada possível violação dos 
arts. 127, caput, e 129, III, da Constituição Federal e 83, I e III, e 84, II e V, da Lei 
Complementar 75/93, impõe-se o provimento do agravo de instrumento para determinar 
o processamento do recurso de revista. Agravo de instrumento provido. 
III – RECURSO DE REVISTA. ILEGITIMIDADE ATIVA DO MINISTÉRIO 
PÚBLICO DO TRABALHO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. CONDIÇÃO ANÁLOGA 
A ESCRAVO. UM ÚNICO TRABALHADOR. DESCUMPRIMENTO DA 
LEGISLAÇÃO TRABALHISTA. DIREITOS INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS . 
A ação civil pública tem cabimento na esfera trabalhista quando se verificar lesão ou 
ameaça a direito difuso, coletivo ou individual homogêneo decorrente da relação de 
trabalho, possibilitando, tanto a tutela reparatória, contra a remoção do ilícito já 
efetivado; quanto a inibitória, de modo a evitar a consumação do ilícito, caso em que 
prescinde do dano. O Ministério Público do Trabalho tem legitimidade para propor ação 
civil pública visando a tutelar interesses ou direitoscoletivos (art. 81, II, do CDC), 
conforme autorização do art. 129, III, da Constituição Federal. O Supremo Tribunal 
Federal já firmou entendimento no sentido de que o Ministério Público do Trabalho tem 
legitimidade para ajuizar ação civil pública, não apenas para a defesa de interesses 
difusos, mas também para tutelar direito coletivo e individual homogêneo, desde que 
demonstrada a relevância social. No caso concreto, o Ministério Público do Trabalho, 
por meio da presente ação civil pública, pretende o pagamento de indenização pelo dano 
pessoal, de indenização pelo dano social e de verbas trabalhistas (salários retroativos, 
férias vencidas, adicionais de férias, 13º salários, horas extras, FGTS e recolhimento do 
INSS) do período contratual do empregado, que, há mais de 17 anos, trabalha e reside 
em situação análoga à escravidão. Tais características revelam direitos individuais 
homogêneos coletivamente tuteláveis e de inequívoca relevância social, nos termos do 
art. 81, parágrafo único, III, da Lei nº 8.078/90, o que atrai a legitimidade ativa do 
Ministério Público do Trabalho . Precedentes. Recurso de revista conhecido e provido. 
 
(TST – RR: 100617720135150047, Relator: Delaíde Miranda Arantes, Data de 
Julgamento: 24/04/2019, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT 03/05/2019). 
 
 
 
 
COMENTÁRIOS SOBRE A EMENTA 
Segue acima o recurso de revista, que é o último recurso, em caráter extraordinário, 
dentro do processo de trabalho, que está previsto na consolidação das leis do trabalho 
(CLT), nessa ação podemos observar a condição de um trabalhador, que ofereceu os 
seus serviços por mais de 17 anos, onde foi constatado que ele trabalha e reside em uma 
situação análoga à escravidão, sendo assim o recurso de revista se deu por provido com 
com a respectiva indenização e todas as verbas trabalhistas que estavam pendentes. 
 
 
 
Conclusão 
Algumas medidas cabíveis de prevenção ao combate ao trabalho forçado e ao tráfico de 
pessoas, devem ser implantados dentro das empresas, que primeiramente devem possuir 
uma política clara e transparente, dando treinamento aos seus auditores, funcionários de 
RH e deixando claro a possíveis investidores que eles desejam também clareza e 
transparência de seus acionistas, identificando juntamente as áreas em que há risco de 
trabalho forçado, podendo assim ser tomandas as devidas medidas apropriadas na 
construção de programas e projetos para auxiliarem essas vítimas, ou até mesmo 
projetos que não deixem esse tipo de situação acontecer visando sempre um bom 
ambiente de trabalho respeitando sempre a Constituição da República, que expressa 
todos os direitos dos trabalhadores, direitos esses que devem ser assegurados, cabendo 
sanções aqueles que o ferirem. Os estados devem investigar e punir os grupos que 
realizam e financiam o tráfico de pessoas, procurando erradicar de vez essa modalidade 
que fere os princípios cruciais da dignidade da pessoa humana e a liberdade de escolha 
de emprego. 
O manual o objeto de estudo “O combate ao tráfico de pessoas e trabalho forçado” é 
muito bem explicativo, sendo apresentando de forma clara e transparente, difundindo 
que esses são fatos a serem combatidos pelas empresas, sejam elas de grande ou 
pequeno porte, mas, principalmente as empresas de porte global pois, possuem um 
impacto bem maior perante a nossa sociedade servindo assim de exemplo a todos. 
 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
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For%C3%A7ado-1560634.html 
http://pfdc.pgr.mpf.mp.br/atuacao-e-conteudos-de-apoio/legislacao/trabalho-
escravo/convencao_n_29.pdf 
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10621211/artigo-149-do-decreto-lei-n-2848-de-
07-de-dezembro-de-1940 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Decreto/D5017.htm 
https://tst.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/713064478/recurso-de-revista-rr-
100617720135150047 
 
 
 
https://www.trabalhosgratuitos.com/Humanas/Direito/O-Combate-ao-Trabalho-For%C3%A7ado-1560634.html
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