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Cursos EAD CONTABILIDADE NA PRÁTICA Módulo II INTENSIVO DE CONTABILIDADE Palestrante: MARIA ILENE IMLAU WINTER - Contadora, Pós-Graduada em Direito Tributário/PUC-RS, Pós- Graduada em Ciências Contábeis/FGV, Especialista em Tributos Federais, Coordenadora e Consultora das Áreas de Tributos Federais, Contabilidade, Redatora de matérias do Portal LEFISC, Instrutora de Cursos e Palestrante da LEFISC. Outubro/2022 CURSOS EAD Fone: (51) 3030 9204 – E-mail: ead@lefisc.com.br 2 SUMÁRIO 01 BALANÇO DE ABERTURA 04 01.01 Regras Gerais no Balanço de Abertura 04 01.02 Normas Contábeis (NBC TG 1002 e NBC TG 1001) 04 01.03 Posicionamento da RFB 04 01.04 Exemplo de Balanço de Abertura 06 02 OPERAÇÕES E LANÇAMENTOS CONTÁBEIS 06 02.01 Estoque de Mercadorias e Insumos 06 02.01.01 Compra de Mercadoria para Revenda 07 02.01.02 Compra de Insumos 07 02.01.03 Importação de Insumos 07 02.02 ICMS no Regime de Substituição Tributária 09 02.02.01 Contabilização Estabelecimento Fabricante 09 02.02.02 Contabilização Adquirente (Atacadista) 10 02.02.03 Contabilização Adquirente (Varejista) 10 02.02.04 ICMS Sub-Apuração 11 02.03 Venda para Entrega Futura 12 02.03.01 Mercadorias em Estoque 13 02.03.02 Mercadorias não Disponíveis em Estoque 14 02.04 Industrialização Sob Encomenda 14 02.04.01 Contabilização na autora da encomenda 14 02.04.02 Contabilização na executora da encomenda 15 02.05 Descontos 15 02.06 Devolução de Vendas 17 02.07 Devolução de Compras 17 02.08 Retenção na Fonte (IR, CSLL, PIS, COFINS, INSS, ISS) 17 02.09 Folha de Pagamento 20 02.10 13º Salário e Férias (“provisão”) 21 03 PARCELAMENTO DE TRIBUTOS 24 03.01 Dedutibilidade de Multa e Juros de Mora 24 03.02 Exemplos de Contabilização 24 03.03 Tratamento Tributário das Reduções 26 04 REPETIÇÃO DE INDÉBITO TRIBUTÁRIO 26 04.01 Compensação de Tributos Federais Pagos a Maior ou Indevidamente 26 04.01.01 Quadro Resumo 26 04.01.02 Exemplo Pagamento Indevido 27 04.02 Exclusão do ICMS da Base de Cálculo do PIS/COFINS 28 04.03 Aspectos Tributários 28 05 COMPENSAÇÃO DE SALDO NEGATIVO DE IRPJ E CSLL 31 06 OPERAÇÕES FINANCEIRAS 31 06.01 Empréstimos Bancários 31 06.02 Aplicação Financeira Renda Fixa 32 06.03 Duplicatas Descontadas 34 06.04 Perda no Recebimento de Crédito 34 07 AQUISIÇÃO E VENDA DO ATIVO IMOBILIZADO 35 07.01 Importação de Bens 35 07.02 Aquisição de Bem de Pequeno Valor 36 07.03 Aquisição de Bem Através de Consórcio 37 07.04 Ganho de Capital 37 08 DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO 37 08.01 Depreciação 38 08.02 Amortização 38 08.03 Exaustão 38 09 SINISTRO DE BENS DO ATIVO IMOBILIZADO 41 09.01 Tratamento Tributário 41 09.02 Contabilização de Sinistro com Perda Total 42 10 ARRENDAMENTO MERCANTIL 43 11 TESTE DE RECUPERABILIDADE DOS ATIVOS 44 CURSOS EAD Fone: (51) 3030 9204 – E-mail: ead@lefisc.com.br 3 12 AVALIAÇÃO DE ESTOQUE E INVENTÁRIO PERIÓDICO 45 12.01 Avaliação de Estoque e Resultado Bruto com Mercadorias 45 12.02 Custo das Mercadorias Vendidas 45 12.03 Contabilização na Demonstração do Resultado do Exercício 46 12.04 Contabilização e Apuração no Ativo Circulante 47 12.05 Perda de Estoque 48 13 ATIVIDADE RURAL – SETOR PECUÁRIO 48 14 MATRIZ X FILIAL 51 15 REGIME ESPECIAL DE TRIBUTAÇÃO (RET) 52 16 TRIBUTO CORRENTE X TRIBUTO DIFERIDO 53 16.01 Normas Contábeis 53 16.02 Exemplos 54 17 TRATAMENTO CONTÁBIL NA SCP 59 18 LANÇAMENTOS DE AJUSTE DE EXERCÍCIOS ANTERIORES 60 18.01 Retificação de Erros 60 18.02 Exemplo Prático 61 18.03 Substituição ECD 61 18.04 Adoção Inicial das Novas Normas (NBC TG 1001 e NBC TG 1002) 62 19 CONCILIAÇÃO DE CONTAS 62 19.01 Conciliação Bancária 62 20 PREPARAÇÃO PARA ENCERRAMENTO E ELABORAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 63 21 BALANCETE 64 22 DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS 65 22.01 Tratamento Tributário 65 22.02 Antecipação de Lucros 65 22.03 Contabilização 66 CURSOS EAD Fone: (51) 3030 9204 – E-mail: ead@lefisc.com.br 4 01.BALANÇO DE ABERTURA 01.01 REGRAS GERAIS NO BALANÇO DE ABERTURA A legislação fiscal permite que as empresas sujeitas à apuração pelo lucro presumido ou simples nacional adotem o Livro Caixa, em substituição à escrituração contábil. a) Lucro Presumido: parágrafo único do art. 45 da Lei nº 8.981/1955; b) Simples Nacional: inciso I, art. 63, da Resolução CGSN nº 140/2018. Perante o aspecto societário, o Código Civil (Lei nº 10.406/2002, art. 1.179) dispõe que o empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, dispensando unicamente o MEI (Microempreendedor Individual). Na hipótese da pessoa jurídica, estar adotando o Livro Caixa, e passar a adotar escrituração contábil, ficará obrigada a realizar, no dia 1º de janeiro do ano-calendário seguinte um levantamento patrimonial, a fim de elaborar balanço de abertura e inicial a escrituração contábil. No balanço de abertura, deve ser utilizada uma conta transitória denominada ‘Balanço de Abertura’, a fim de registrar as contrapartidas do ativo, passivo e patrimônio líquido. Ao final dessa apuração, o saldo da conta deve ser transferido para a conta ‘Lucros ou Prejuízos Acumulados.’ 01.02 NORMA CONTÁBEIS Inexistência de demonstrações contábeis (NBC TG 1002/NBC TG 1001) Na hipótese de a microentidade não possuir escrituração mercantil devidamente formalizada e, por conseguinte, não dispor de demonstrações contábeis na adoção inicial, deverá elaborar balanço especial de abertura com base em inventário geral (fresh start financial statements) a ser feito com rigor, com prudência e com o máximo de fundamento possível em documentos externos, de preferência com base em laudos de especialistas nessas avaliações. Para a mensuração de ativos desse balanço especial, deverão ser utilizados os valores constantes de documentos da época de sua aquisição ou formação, devidamente ajustados pelas depreciações e outros ajustes que teriam sido feitos caso a escrituração tivesse sido efetuada. Depois desse passo, e para ativos cuja documentação não esteja completamente disponível, poderá a empresa se valer dos valores de mercado na data do balanço, obtidos com rigor e prudência e com base no máximo possível em informações externas e à microentidade para aplicar o custo atribuído, de preferência com base em laudos de terceiros especialistas nessas avaliações. Os ativos para os quais não haja informação confiável de valor de mercado não poderão ser escriturados, devendo esse fato ser divulgado ao final do balanço. Como expediente prático para a mensuração de ativos financeiros, a microentidade poderá considerar os valores informados às autoridades tributárias por meio de declarações ou escriturações fiscais. 01.03 POSICIONAMENTO DA RFB A seguir transcrevemos a pergunta e respectiva resposta da RFB sobre Balanço de Abertura (compõe o arquivo de perguntas e respostas da pessoa jurídica 2021). Fonte: https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/assuntos/orientacao-tributaria/declaracoes-e- demonstrativos/ecf/perguntas-e-respostas-pessoa-juridica-2021-arquivos/perguntao-pj-2021- arquivo-unico.pdf) https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/assuntos/orientacao-tributaria/declaracoes-e-demonstrativos/ecf/perguntas-e-respostas-pessoa-juridica-2021-arquivos/perguntao-pj-2021-arquivo-unico.pdf https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/assuntos/orientacao-tributaria/declaracoes-e-demonstrativos/ecf/perguntas-e-respostas-pessoa-juridica-2021-arquivos/perguntao-pj-2021-arquivo-unico.pdf https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/assuntos/orientacao-tributaria/declaracoes-e-demonstrativos/ecf/perguntas-e-respostas-pessoa-juridica-2021-arquivos/perguntao-pj-2021-arquivo-unico.pdfCURSOS EAD Fone: (51) 3030 9204 – E-mail: ead@lefisc.com.br 5 031 Como proceder no que se refere aos valores a se consignar no balanço de abertura, caso a pessoa jurídica que vinha optando pelo lucro presumido pretenda retornar à forma de apuração do imposto pelo lucro real? No balanço de abertura a ser procedido na data do início do período de apuração (trimestral ou anual com recolhimentos mensais com base na estimativa), cujos resultados serão submetidos à tributação com base no lucro real, a pessoa jurídica deverá adotar o seguinte tratamento com relação às situações a seguir descritas: 1) A pessoa jurídica que nunca manteve escrituração contábil para fins de imposto de renda deverá tomar como base, para determinar o valor a ser registrado, o custo de aquisição dos bens do ativo imobilizado e dos investimentos, bem como o valor do capital social, corrigidos monetariamente até 31/12/1995, quando se tratar de valores já existentes até essa data, e para os bens e direitos adquiridos posteriormente, ou no caso da pessoa jurídica que iniciou suas atividades após essa data, deverá ser considerado o custo de aquisição sem qualquer correção monetária, nos termos da legislação aplicável; 2) A pessoa jurídica que abandonou a escrituração ao optar pelo lucro presumido, se possuir a escrituração anterior, deverá considerar no balanço de abertura: a) para os bens já existentes em 31/12/1995, que foram objeto de correção monetária anteriormente, o valor corrigido monetariamente desde o último período em que foi objeto de correção monetária até a data de 31/12/1995; b) para os bens da pessoa jurídica que nunca foram objeto de correção, se adquiridos até 31/12/1995, deverão ser corrigidos até essa data; e para os adquiridos posteriormente, ou para as pessoas jurídicas que iniciaram suas atividades após tal data, considerar o custo de aquisição sem qualquer correção monetária; c) em quaisquer das situações dos itens “a” ou “b” anteriores, a diferença entre o Ativo e o Passivo será classificada como lucros ou prejuízos acumulados, sendo não compensável na apuração do lucro real o prejuízo assim obtido, tendo em vista tratar-se de prejuízo meramente contábil. 3) A pessoa jurídica que, embora desobrigada, tendo mantido escrituração regular deverá montar o balanço de abertura com a simples transposição dos valores expressos no último balanço patrimonial levantado, se correspondente a 31 de dezembro do ano-calendário anterior, ou no balancete de verificação que se transformará em balanço patrimonial para consolidar os resultados ali registrados (31 de dezembro). Notas: No balanço de abertura deverão ser consideradas como utilizadas as quotas de depreciação, amortização e exaustão, que seriam cabíveis nos períodos de apuração anteriores ao do referido balanço de abertura, em que se submeteram ao lucro presumido. Esse procedimento deverá ser observado por todas as pessoas jurídicas que se retirarem (ou forem excluídas) do regime de tributação com base no lucro presumido, tenham ou não mantido escrituração contábil nesse período. No caso de ter mantido escrituração e não ter lançado os encargos, o ajuste contábil será feito contra a conta de lucros ou prejuízos acumulados, não afetando o resultado do período de apuração. Ver também art. 119 da IN RFB nº 1.700, de 2017. Normativo: PN CST nº 33, de 1978; e IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 119. CURSOS EAD Fone: (51) 3030 9204 – E-mail: ead@lefisc.com.br 6 01.04 EXEMPLO DE BALANÇO DE ABERTURA Pessoa Jurídica optante pelo Simples Nacional, manteve sua escrituração através do Livro Caixa, até 31.12.2021. Em 2022, optou por manter escrituração contábil. Sua situação patrimonial em 1º de janeiro de 2022 é a seguinte: Conta Valor R$ Conta Valor R$ Caixa R$50,00 Empréstimos bancários R$45.000,00 Bancos R$10.500,00 Fornecedores R$10.000,00 Duplicatas a Receber R$30.000,00 Parcelamentos de Tributos R$25.000,00 Estoques R$25.000,00 Impostos a Pagar 17.000,00 Veículos R$60.000,00 Capital Social 80.000,00 Máquinas e Equipamentos R$80.000,00 Total Passivo e Patrimônio Líquido R$177.000,00 (-) Depreciação Veículos -R$6.000,00 (-) Depreciação Máquinas -R$15.000,00 Total Ativo R$184.550,00 Lucro ou Prejuízo Acumulado R$7.550,00 (R$184.550,00 - R$177.000,00) (Lucro) Após o levantamento patrimonial, devem ser feitos os seguintes lançamentos contábeis, utilizando-se da conta transitória de ‘Balanço de Abertura’. Os lançamentos contábeis referentes ao balanço de abertura ocorrerão no primeiro dia do ano calendário de início da escrituração contábil. Débito Caixa R$50,00 Débito Balanço de Abertura R$205.550,00 Débito Bancos R$10.500,00 Crédito Empréstimos bancários R$45.000,00 Débito Duplicatas a Receber R$30.000,00 Crédito Fornecedores R$10.000,00 Débito Estoques R$25.000,00 Crédito Parcelamentos de Tributos R$25.000,00 Débito Veículos R$60.000,00 Crédito Impostos a Pagar R$17.000,00 Débito Máquinas e Equipamentos R$80.000,00 Crédito Capital Social R$80.000,00 Crédito Balanço de Abertura R$205.550,00 Crédito Depreciação Veículos R$6.000,00 Crédito Depreciação Máquinas R$15.000,00 Crédito Lucros Acumulados R$7.550,00 02. OPERAÇÕES E LANÇAMENTOS CONTÁBEIS 02.01 ESTOQUE DE MERCADORIAS E DE INSUMOS Estoques são ativos: a) mantidos para venda no curso normal dos negócios; b) em processo de produção para venda; ou c) na forma de materiais ou suprimentos a serem consumidos ou transformados no processo de produção ou na prestação de serviços. Definição Contábil: (CPC 16 (R1), item 10; NBC TG 16 (R2), item 11 O custo de aquisição dos estoques compreende o preço de compra, os impostos de importação e outros tributos (exceto os recuperáveis junto ao fisco), bem como os custos de transporte, seguro, manuseio e outros diretamente atribuíveis à aquisição de produtos acabados, materiais e serviços. Descontos comerciais, abatimentos e outros itens semelhantes devem ser deduzidos na determinação do custo de aquisição. CURSOS EAD Fone: (51) 3030 9204 – E-mail: ead@lefisc.com.br 7 Definição Tributária: (Decreto nº 9.580/2018, art. 301, art. 302) O custo de aquisição de mercadorias destinadas à revenda compreenderá os de transporte e seguro até o estabelecimento do contribuinte e os tributos devidos na aquisição ou na importação. Os gastos com desembaraço aduaneiro integram o custo de aquisição. Os impostos recuperáveis por meio de créditos na escrita fiscal não integram o custo de aquisição. O custo de produção dos bens ou dos serviços vendidos compreenderá, obrigatoriamente: a) o custo de aquisição de matérias-primas e de outros bens ou serviços aplicados ou consumidos na produção; b) o custo do pessoal aplicado na produção, inclusive de supervisão direta, na manutenção e na guarda das instalações de produção; c) os custos de locação, manutenção e reparo e os encargos de depreciação dos bens aplicados na produção; d) os encargos de amortização diretamente relacionados com a produção; e e) os encargos de exaustão dos recursos naturais utilizados na produção. 02.01.02 Compra de Mercadoria para Revenda Exemplo: Empresa comercial adquiriu mercadoria para revenda, no valor de R$10.000,00 a prazo, sendo ICMS recuperável de 17%; PIS e COFINS de 9,25% (regime não cumulativo). D=Estoque de Mercadorias (AC)....................R$7.532,25 D=ICMS a recuperar (AC).............................R$1.700,00 D=COFINS a recuperar (AC)..........................R$630,80 (*) D=PIS a recuperar (AC)................................R$136,95 (*) C=Fornecedores (PC)....................................R$10.000,00 (*) Considerada base de cálculo do crédito de PIS/COFINS, segundo conceito de custo de aquisição previsto no Parecer NormativoCosit nº 05/2018, item 158 02.01.02 Compra de Insumos Exemplo: Uma indústria (regime não cumulativo de PIS e COFINS) adquiriu insumos para a fabricação de seus produtos, de uma outra indústria, a prazo, no valor de R$250.000,00. Considerando que, na aquisição a empresa tenha direito a crédito de ICMS R$42.500,00, IPI R$25.000,00. D=Estoque de matéria-prima (AC)..................R$165.618,75 D=ICMS a recuperar (AC)................................R$42.500,00 D=IPI a recuperar (AC)...................................R$25.000,00 D=COFINS a recuperar (AC)............................R$13.870,00(*) D=PIS a recuperar (AC)....................................R$3.011,25(*) C=Fornecedores (PC).....................................R$250.000,00 (*) Considerada base de cálculo do crédito de PIS/COFINS, segundo conceito de custo de aquisição previsto no Parecer Normativo Cosit nº 05/2018, item 158. Em relação ao IPI quando não recuperável compõe o custo de aquisição. IN RFB nº 1911/2019, art. 167, inciso II. 02.02.03 Importação de Mercadorias e Insumos Quadro Resumo: Classificação Contábil Os dispêndios incorridos até a entrada de mercadoria ou insumo no estabelecimento da empresa importadora são registrados em conta transitória, que poderá ser denominada ‘Importação em Andamento’. Essa conta deve ser classificada no subgrupo ‘Estoques’ o Ativo Circulante. Após a entrada das mercadorias no estabelecimento, o saldo da conta ‘Importação em Andamento’ será transferido para conta ‘Estoque de Mercadorias.’ Custos com Despachante Aduaneiro Os custos decorrentes da contratação de despachante aduaneiro para efetuar o desembaraço, deve compor o custo de aquisição, devendo ser debitados à conta ‘Importação em Andamento’, no grupo de Estoques. CURSOS EAD Fone: (51) 3030 9204 – E-mail: ead@lefisc.com.br 8 Impostos não recuperáveis Os impostos não recuperáveis compõe do custo do produto importado. Impostos incidentes na Importação Geralmente, incidem sobre o valor da mercadoria ou do insumo importante o Imposto de Importação (II), o IPI, o ICMS, PIS-COFINS/Importação. O II não é recuperável e integrará o custo da mercadoria ou dos insumos. Os demais tributos deverão ser analisados conforme o importador, e quando recuperáveis serão contabilizados em suas respectivas contas do subgrupo de Impostos a Recuperar, no Ativo Circulante. Variação Cambial As variações cambiais advindas da liquidação de itens monetários ou da conversão de itens monetários por taxas diferentes daquelas pelas quais foram convertidos quando da mensuração inicial, durante o período ou em demonstrações contábeis anteriores, devem ser reconhecidas na demonstração do resultado no período em que surgirem. (CPC 02 (R2) - Efeitos das mudanças nas taxas de câmbio e conversão de demonstrações contábeis) Exemplo: Uma empresa comercial importa mercadorias para revenda, e para isso contratou um despachante aduaneiro: (os valores são meramente ilustrativos, não guardam ligação com as alíquotas previstas na legislação) (considerando que a mesma pode fazer crédito de IPI, PIS, COFINS, ICMS) Importação de 2.000 unidades de luminárias US$10,000.00 Seguro marítimo R$1.600,00 Despesas acessórias, taxas portuárias e alfandegárias R$2.500,00 Imposto de Importação R$11.700,00 IPI R$5.800,00 COFINS-Importação R$5.600,00 PIS-Importação R$1.300,00 ICMS R$10.500,00 Frete rodoviário (do porto até o importador) R$2.000,00 Honorários Despachante R$3.000,00 Adiantamento efetuado para despachante (R$39.400,00) Saldo a pagar despachante R$3.000,00 Cotação do dólar inicial R$5,60 Cotação do dólar final R$5,80 1)Pelo pagamento do seguro marítimo D=Estoques – Importação em Andamento (AC) C=Bancos (AC)...............................................................R$1.600,00 2)Pelo adiantamento ao despachante aduaneiro D=Adiantamento Despachante Aduaneiro (AC) C=Bancos......................................................................R$39.400,00 3)Pelo registro da fatura do fornecedor estrangeiro D=Estoques-Importação em Andamento (AC) C=Fornecedores Estrangeiros (PC)....................................R$56.000,00 4)Pelo registro da fatura do despachante aduaneiro D=Estoques – Importação em Andamento (AC)................R$19.200,00 (*) D=IPI a recuperar (AC)..................................................R$5.800,00 D=ICMS a recuperar (AC)...............................................R$10.500,00 D=COFINS a recuperar (AC)............................................R$5.600,00 D=PIS a recuperar (AC)..................................................R$1.300,00 C=Adiantamento despachante Aduaneiro (AC)...................R$39.400,00 C=Bancos (AC)..............................................................R$3.000,00 CURSOS EAD Fone: (51) 3030 9204 – E-mail: ead@lefisc.com.br 9 (*) Tributos não recuperáveis e demais despesas. 5)Pelo registro da variação cambial das contas ‘Estoques em Andamento’ e Fornecedores Estrangeiros D=Estoques – Importação em Andamento (AC) C=Fornecedores Estrangeiros (PC).................................R$2.000,00 6)Pela transferência da mercadoria para o estoque D=Estoque de Mercadorias (AC) C=Estoques – Importação em Andamento (AC)...............................R$78.800,00 7)Pelo pagamento ao fornecedor D=Fornecedor Estrangeiro (PC) C=Bancos (AC).................................................R$58.000,00 02.02 ICMS NO REGIME DE SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA A cobrança antecipada do ICMS, mediante sujeição passiva por substituição (inciso II, art. 121, do CTN), é adotado para diversos tipos de produtos. Nesse regime, o fabricante ou o importador de mercadorias (contribuinte substituto) fica responsável também pelo recolhimento do ICMS, que será devido nas etapas seguintes da comercialização, até o consumidor final, pelos revendedores (contribuintes substituídos). 02.02.01 Contabilização no Estabelecimento Fabricante Dados para exemplo: Um determinado fabricante na venda a prazo de produto sujeito ao ICMS no regime de substituição tributária, pelo preço de R$40.000,00, no qual está embutido 17% de ICMS. Considerando que esse produto está sujeito à incidência do IPI à alíquota de 20% e que a base de cálculo do ICMS devido no regime de sujeição passiva por substituição seja de R$75.000,00. Essa venda é efetuada para um atacadista. Nesse caso, na nota fiscal do fabricante teríamos: Preço da mercadoria (com ICMS incluso) R$40.000,00 IPI (20% de R$40.000,00) R$8.000,00 ICMS ST (17% de 75.000,00-R$40.000,00) R$5.950,00 Valor total da nota fiscal R$53.950,00 ICMS próprio destacado na NF (17% de R$40.000,00) R$6.800,00 PIS s/vendas (1,65%) (Base de cálculo=R$40.000,00 (-) R$6.800,00) (*) R$547,80 COFINS s/vendas (7,60%) (Base de cálculo= R$40.000,00 (-) R$6.800,00) (*) R$2.523,20 (*) ICMS excluído da Base de Cálculo do PIS/COFINS, conforme decisão judicial, tema 69 e PARECER SEI Nº 14483/2021/ME. a) Contabilização da nota fiscal D=Clientes (AC).............................................R$53.950,00 C=Receita Bruta Venda (CR)............................R$40.000,00 C=IPI a recolher (PC)........................................R$8.000,00 C=ICMS ST a recolher (PC)................................R$5.950,00 b) Reconhecimento dos tributos incidentes sobre a receita bruta (*) D=PIS s/Vendas (CR) C=PIS a recolher (PC)......................................R$547,80 CURSOS EAD Fone: (51) 3030 9204 – E-mail: ead@lefisc.com.br 10 D=COFINS s/Vendas (CR) C=COFINS a recolher (PC)................................R$2.523,20 D=ICMS s/Vendas (CR) C=ICMS a recolher (PC)....................................R$6.800,00 (*) Não compõe a receita bruta os tributos cobrados como mero depositário (art. 12, Decreto-Leinº 1.598/1977) 02.02.02 Contabilização no Estabelecimento Adquirente (atacadista) (considerando que não recupera o IPI, e é regime cumulativo de PIS e COFINS) a) Pela aquisição D=Estoque (AC) C=Fornecedores (PC)..............................R$53.950,00 b) Considerando que tenha efetuada a venda do produto por R$70.000,00 D=Clientes (AC) C=Receita na Revenda de Produtos (CR).....................R$70.000,00 D=CMV (CR) C=Estoque (AC).......................................................R$53.950,00 c) Pelos tributos incidentes sobre a receita bruta D=PIS s/Vendas (CR) C=PIS a recolher (PC)............................R$455,00 (*) D=COFINS s/Vendas (CR) C=COFINS a recolher (PC).......................R$2.100,00 (*) (*) Não há permissão para exclusão do ICMS, no caso do substituído tributário. 02.02.03 Contabilização no Estabelecimento Adquirente (varejista) (regime cumulativo de PIS e COFINS) a) Pela aquisição D=Estoque (AC) C=Fornecedores (PC)..............................R$70.000,00 b) Considerando que tenha efetuada a venda do produto por R$100.000,00 D=Clientes (AC) C=Receita na Revenda de Produtos (CR).....................R$100.000,00 D=CMV (CR) C=Estoque (AC)................................R$70.000,00 c) Pelos tributos incidentes sobre a receita bruta D=PIS s/Vendas (CR) C=PIS a recolher (PC)............................R$650,00 (*) CURSOS EAD Fone: (51) 3030 9204 – E-mail: ead@lefisc.com.br 11 D=COFINS s/Vendas (CR) C=COFINS a recolher (PC).......................R$3.000,00 (*) (*) Não há permissão para exclusão do ICMS, no caso do substituído tributário. 02.02.04 ICMS ST SUB-APURAÇÃO A) Reconhecimento contábil do ICMS ST na aquisição de mercadorias Exemplo: Mercadoria adquirida com ST: R$ 450.000,00 Crédito de ICMS ST sobre a mercadoria sujeita à ST adquirida: R$90.000,00 (considerado que a base seja de R$500.000,00 x 18%; e o valor do ICMS ST está compondo o valor total da NF, não tem IPI) = Total NF: R$450.000,00 D=Estoque (Ativo Circulante) R$450.000,00 C=Fornecedores (Passivo Circulante) R$450.000,00 D= ICMS ST Sub-Apuração a Compensar (Ativo Circulante) 90.000,00 C= ICMS ST Sub-Apuração (Ativo Circulante) “Conta redutora de ICMS ST Sub-Apuração a Compensar do AC” 90.000,00 Obs: Os lançamentos nesta conta são efetuados de forma individualizada, e de forma transitória, até a apuração mensal B) Reconhecimento contábil da utilização na sub-apuração do ICMS ST Exemplo 1 (complementação) Mercadoria sujeita a ST vendida: R$ 510.000,00 Débito de ICMS ST (sub-apuração) sobre a mercadoria sujeita à ST vendida: R$91.800,00 (Obs: Neste caso a venda ocorreu por R$510.000,00, e portanto, deverá haver a complementação uma vez que o ICMS ST na aquisição foi considerado e pago sobre uma base de R$500.000,00) Venda D=Clientes (Ativo Circulante) = R$510.000,00 C=Receita de Vendas (Conta de Resultado) = R$510.000,00 SUB-APURAÇÃO 91.800,00 [Débito de ICMS ST do mês] (-) 90.000,00 [Utilização do Crédito de ICMS ST do mês] (=) 1.800,00 [Valor ST a complementar] Estorno do crédito em função do débito do ICMS ST D= ICMS ST Sub-Apuração (Ativo Circulante) “Conta redutora de ICMS ST Sub-Apuração a Compensar do AC” 90.000,00 C= ICMS ST Sub-Apuração a Compensar (Ativo Circulante) 90.000,00 Complementação D = ICMS s/vendas (Conta de Resultado) = R$1.800,00 C = ICMS ST Complementar a recolher (Passivo Circulante) =R$1.800,00 Exemplo 2: Resultado credor: Mercadoria sujeita a ST vendida: R$ 480.000,00 Débito de ICMS ST (sub-apuração) sobre a mercadoria sujeita à ST vendida: R$86.400,00 (Obs: Neste caso a venda ocorreu por R$480.000,00, e portanto, haverá restituição uma vez que o ICMS ST na aquisição foi considerado e pago sobre uma base de R$500.000,00) CURSOS EAD Fone: (51) 3030 9204 – E-mail: ead@lefisc.com.br 12 Venda D=Clientes (Ativo Circulante) = R$480.000,00 C=Receita de Vendas (Conta de Resultado) = R$480.000,00 SUB-APURAÇÃO 86.400,00 [Débito de ICMS ST do mês] (-) 86.400,00 [Utilização do Crédito de ICMS ST do mês] (R$90.000,00 – R$86.000,00 = R$3.600,00) (=) 3.600,00 [Sobra do ICMS ST do mês] Estorno do crédito em função do débito do ICMS ST D= ICMS ST Sub-Apuração (Ativo Circulante) “Conta redutora de ICMS ST Sub-Apuração a Compensar do AC” 86.400,00 C= ICMS ST Sub-Apuração a Compensar (Ativo Circulante) 86.400,00 Ajuste do custo dos Estoques Valor do saldo remanescente da conta de Crédito de “ICMS ST do mês” transformada em ICMS PRÓPRIO, deverá reduzir o custo dos Estoques, tendo em vista que passa a ser um Crédito Efetivo e portanto, não poderá ficar fazendo parte do Custo do Estoque no Ativo. D= ICMS ST Sub-Apuração (Ativo Circulante) “Conta redutora de ICMS ST Sub-Apuração a Compensar do AC” 3.600,00 C= Estoques (Ativo Circulante) 3.600,00 Transferência de saldo para o crédito ICMS Próprio O Valor do saldo não estornado em compensação no mês, que será transformado em Crédito Próprio no mês seguinte, após a compensação com Débitos de Responsabilidade. Face a regra do ajuste ICMS -ST Rs, no qual tem a previsão inclusive declarado EFD -ICMSIPI os lançamentos declarados nessa obrigação acessória. Se não tiver Débitos de Responsabilidade: D= ICMS a Compensar – Crédito Próprio (Ativo Circulante) = 3.600,00 C = ICMS ST Sub-Apuração a Compensar (Ativo Circulante) = 3.600,00 Depois da compensação com Débitos de Responsabilidade D=ICMS a Compensar – Crédito Próprio (Ativo Circulante) C=ICMS ST- Outros Créditos (Ativo Circulante) ....................... Ressalvamos que se tratar de uma sugestão de lançamentos, e recomendamos que o setor contábil avalie junto ao setor fiscal, as questões relativas ao momento de apuração, da transferência do saldo dos créditos. 02.03 VENDA PARA ENTREGA FUTURA 02.03.01 Aspectos Tributários Simples Nacional - Resolução CGSN nº 140/2018 Art. 2º(...) § 8º As receitas decorrentes da venda de bens ou direitos ou da prestação de serviços devem ser reconhecidas quando do faturamento, da entrega do bem ou do direito ou à proporção em CURSOS EAD Fone: (51) 3030 9204 – E-mail: ead@lefisc.com.br 13 que os serviços forem efetivamente prestados, o que primeiro ocorrer. (Lei Complementar nº 123, de 2006, art. 2º, inciso I e § 6º e art. 18, § 3º) § 9º Aplica-se o disposto no § 8º também na hipótese de valores recebidos adiantadamente, ainda que no regime de caixa, e às vendas para entrega futura. (Lei Complementar nº 123, de 2006, art. 2º, inciso I e § 6º, e art. 18, § 3º) Solução de Consulta Cosit nº 507, de 17 de outubro de 2017 (Publicado(a) no DOU de 03/11/2017, seção 1, página 42) ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP EMENTA: NÃO CUMULATIVIDADE. AGROINDÚSTRIA. VENDA PARA ENTREGA FUTURA. RECEITAS. MOMENTO DO RECONHECIMENTO. REGIME DE COMPETÊNCIA. Considera-se como venda para entrega futura aquela resultante de contrato de compra e venda em que, no momento de concretização do negócio, o vendedor já possui em estoque as mercadorias ou produtos vendidos, os quais, por vontade dos contratantes, permanecerão com o vendedor, na condição de mero depositário, para entrega ao comprador em ocasião posterior. Na apuração da Contribuição para o PIS/Pasep pelo regime não cumulativo, as agroindústrias que vendem para entrega futura mercadorias resultantes da industrialização de sua própria produção devem reconhecer as receitas decorrentes dessas vendas no momento da celebração do contrato, quando o negócio se aperfeiçoa e o comprador torna-se proprietário dos referidos bens, e não no momento da transmissão da posse das mercadorias vendidas. Dispositivos Legais: Lei nº 10.637, de 2002, art. 1º; MP nº 2.158-35, de 2001, art. 20; Decreto-lei nº 1.598, de 1974, arts. 7º, §4º, e 67, caput, XI; Lei nº 6.404, de 1976, arts. 177 e 187, § 1º; RIPI/2010, arts. 187, I e II, 407, VII, e 410; Convenio Sinief s/nº, de 1970, art. 40; PN CST nº 58, de 1977, item 4.3; PN CST nº 40, de 1976, item 4; PN CST nº 73, de 1973, itens 5 a 8; Resolução CFC nº 750, de 1993, art. 9º. (...) 02.03.02 Mercadorias em Estoque (CPC 47) Valor das mercadorias=R$15.000,00 Valor IPI:R$750,00 Valor total da nota fiscal de ‘simples faturamento’:R$15.750,00 Mercadoria em estoque: R$10.000,00 (deverá ficar segregada das demais) Nesse caso, teríamos os seguintes lançamentos: D=Clientes (AC).....................................................R$15.750,00 C=Receita Bruta de Vendas (CR)...............................R$15.000,00 C=IPI a recolher (PC)...................................................R$750,00 2)Pela baixa no estoque das mercadorias negociadas D=Custo das Mercadorias Vendidas (CR) C=Estoque...............................................................R$10.000,00 3)Pelo registro do PIS e COFINS (regime cumulativo) D=PIS/COFINS s/Vendas (CR) C=PIS/COFINS a recolher (PC).........................................R$547,50 (os lançamentos devem ser individualizados por tributos) 4)Pelo registro do ICMS na nota fiscal de entrega da mercadoria (considerando uma alíquota de 18%)(*) D=ICMS s/Receita Bruta (CR) C=ICMS a recolher (PC)............................R$2.700,00 (*) Entendo que neste caso caberia o reconhecimento do ICMS, como tributo deferido, seria desta forma: No momento de contabilização da receita no resultado CURSOS EAD Fone: (51) 3030 9204 – E-mail: ead@lefisc.com.br 14 D=ICMS S/Vendas (CR) C=Provisão para ICMS Diferido (PC) Quando da emissão da nota fiscal com o destaque do ICMS D=Provisão para ICMS Diferido (PC) C=ICMS a recolher 02.03.02 Venda de mercadorias não disponíveis em estoque Não poderá ser reconhecido como receita, pois o custo não incorreu ainda. 1)Pelo recebimento do adiantamento D=Bancos (AC)................................................................R$15.750,00 C=IPI a recolher (PC)........................................................R$750,00 C=Adiantamento de clientes para entrega futura (PC)............R$15.000,00 2)Pelo reconhecimento da receita no momento da entrega da mercadoria D=Adiantamento de clientes para entrega futura (PC) C=Receita Bruta de Vendas (CR).....................................R$15.000,00 3)Pelo reconhecimento do custo incorrido D=CMV (CR) C=Estoque (AC)................................R$10.000,00 4)Reconhecimento da tributação de PIS/COFINS na entrega de mercadoria D=PIS/COFINS s/Vendas (CR) C=PIS/COFINS a recolher (PC).................R$547,50 5)Reconhecimento do ICMS na circulação da mercadoria D=ICMS s/Vendas (CR) C=ICMS a recolher (PC)...........................R$2.700,00 02.04 INDUSTRIALIZAÇÃO SOB ENCOMENDA Ao realizar uma operação de remessa de matérias-primas ou de produto em elaboração para industrialização em outro estabelecimento, não é necessário que a empresa autora da encomenda registre a baixa do estoque, assim como também a executora da encomenda não vai registrar a entra de materiais de terceiros para industrialização. O mais recomendado a fazer neste caso, é lançar esta operação em Contas de Compensação. 02.04.01 Contabilização pela autora da encomenda 1)Pelo registro, em contas de compensação, da remessa de produtos para industrialização: D=Materiais Remetidos para Industrialização (Conta de Compensação Ativa) C=Remessa para Industrialização (Conta de Compensação Passiva)............R$50.000,00 2)Pelo registro, em cotas de compensação, do retorno dos produtos para industrialização D=Remessa para Industrialização (Conta de Compensação Passiva) C=Materiais Remetidos para Industrialização (Conta de Compensação Ativa)....R$50.000,00 CURSOS EAD Fone: (51) 3030 9204 – E-mail: ead@lefisc.com.br 15 3)Pelo registro da cobrança da industrialização D=Insumos – Estoque em Elaboração (AC) C=Fornecedores (PC)......................................R$4.000,00 4)Pelo registro dos créditos dos tributos (PIS/COFINS regime não cumulativo ou ICMS a recuperar) D=Insumos – Estoque em elaboração (AC) C=ICMS a recuperar (AC) C=PIS/COFINS a recuperar (AC) 02.04.02 Contabilização pela empresa executora da encomenda 1)Pelo registro, em contas de compensação, da remessa de produtos para industrialização: D=Entradas para Industrialização (Conta de Compensação Ativa) C=Materiais Recebidos para Industrialização (Conta de Compensação Passiva).......R$50.000,00 2)Pelo registro, em cotas de compensação, do retorno dos produtos para industrialização D=Materiais Recebidos para Industrialização (Conta de Compensação Passiva) C=Entradas para Industrialização (Conta de Compensação Ativa)............R$50.000,00 3)Pelo registro do valor cobrado pela empresa executora da industrialização D=Clientes (AC) C=Receita Bruta de Industrialização sob encomenda (CR).......................R$4.000,00 4)Pelo registro dos tributos incidentes (dependerá da legislação, poderá haver suspensão, diferimento, ou alíquota zero ou então alíquota diferenciada de PIS e COFINS) D=Tributos s/Receita Bruta (CR) C=Tributos a Recolher (PC) (os tributos devem ser sempre individualizados) 02.05 DESCONTOS Os descontos incondicionais são aqueles que constam da nota fiscal de venda dos bens ou da fatura de serviços e não dependem de evento posterior à emissão desses documentos. Somente os descontos considerados incondicionais podem ser excluídos da base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep apurada no regime não cumulativo. Os descontos condicionais obtidos pela pessoa jurídica configuram receita sujeita à incidência da Contribuição para o PIS/Pasep apurada no regime não cumulativo, que não pode ser excluída da base de cálculo da referida contribuição. (Solução de Consulta nº 531/2017) 1)DESCONTO CONDICIONAL Exemplo: Concessão de desconto de 10%, se ocorrer o pagamento no prazo. Duplicada R$10.000,00 a) Na empresa beneficiária (Compradora) D=Fornecedores (PC)..........................................R$10.000,00 C=Bancos (AC)...................................................R$9.000,00 C=Receita Financeira (CR)....................................R$1.000,00 CURSOS EAD Fone: (51) 3030 9204 – E-mail: ead@lefisc.com.br 16 Considerando que seja regime não cumulativo haverá incidência de PIS/COFINS, alíquotas de 0,65% e 4%. b)Na empresa que concedeu o desconto (Fornecedora) D=Bancos (AC)...........................................................R$9.000,00 D=Despesas Financeiras (CR)........................................R$1.000,00 C=Clientes (AC)...........................................................R$10.000,00 02.06 DEVOLUÇÃO DE VENDAS A empresa poderá receber a devolução de mercadorias anteriormente vendidas pelas seguintes razões: má-qualidade, demora na entrega, divergência de pedido, etc. Sendo que este regime será efetuado tomando como base os valores da venda anteriormente efetuada, fazendo um estorno dos valores já registrados. Exemplo 1) A contabilização poderá ser feita da seguinte forma: D= Clientes (AC) C=Receita de Vendas (CR) Pelo registro do ICMS: D=ICMS S/Vendas (CR) C=ICMS a Recolher (PC) Pelo reconhecimento do custo da mercadoria: D=Custo da Mercadoria Vendida (CMV) (CR) C- Estoques (AC) Pela devolução da Venda: D= Devoluções de Vendas (CR) C= Clientes (AC) Pelo estorno do custo: D=Estoques (AC) C=Custo da Mercadoria Vendida (CMV) (CR) Pelo crédito do ICMS: D=ICMS a Recuperar (AC) C=ICMS S/Vendas (CR) *No caso de PIS/COFINS regime não cumulativo, será considerado como operação geradora de crédito (Lei nº 10.833/2003,art. 3). Se for regime cumulativo, será exclusão da base de cálculo. Exemplo 2: Contabilização de Distrato (Atividade Imobiliária) a) Com devolução integral; b) Com devolução parcial (retenção da multa) Exemplo: Receita de Venda Contratual (POC) R$300.000,00 Receita Fiscal (recebimento do cliente) R$200.000,00 Retenção Contratual do Distrato 10% Custo Imóvel Vendido (unidade distratada) R$150.000,00 CURSOS EAD Fone: (51) 3030 9204 – E-mail: ead@lefisc.com.br 17 Lançamentos anteriores ao distrato: D=Clientes a receber (AC) C=Receita de Imóveis Vendidos (CR).........................R$300.000,00 D=Custo dos Imóveis Vendidos (CR) C=Estoque (AC)......................................................R$150.000,00 D=Bancos (AC) C=Clientes a receber (AC)........................................R$200.000,00 Lançamentos contábeis do distrato: (considerando a multa como demais receitas) D= (-) Distrato (Conta Redutora de Receita de Vendas).........R$300.000,00 C= Bancos (AC)................................................................R$180.000,00 C=Receita Multa/Distrato(Demais Receitas)..........................R$ 20.000,00 C=Clientes a receber (AC)..................................................R$100.000,00 D=Estoque (AC) C=Custo dos Imóveis Vendidos (CR)...................................R$150.000,00 02.07 DEVOLUÇÃO DE COMPRAS Pela compra de mercadorias: D=Matéria Prima - Estoques - Disponibilidades (AC) D=Impostos a recuperar - Disponibilidades (AC) C=Fornecedores (PC) Pela devolução da mercadoria: D=Fornecedores (PC) C=Matéria Prima - Estoques - Disponibilidades (AC) C=Impostos a recuperar - Disponibilidades (AC) 02.08 RETENÇÃO NA FONTE (IR, CSLL, PIS, COFINS, INSS, ISS) A) RETENÇÃO IMPOSTO DE RENDA A retenção do IRRF ocorre pelo pagamento ou crédito, no que ocorrer primeiro. Crédito é o lançamento contábil na tomadora dos serviços reconhecendo o direito da contratada. (Decreto nº 9.580/2018). As informações da retenção na fonte são enviadas pela tomadora dos serviços através da DIRF. Exemplo: Uma empresa contratou serviços de consultoria tributária (de empresa não optante pelo Simples Nacional), o valor de R$2.000,00, sendo a alíquota do IRRF de 1,5%, nos termos do art. 714, do Decreto nº 9.580/2018. a) Registro contábil na empresa tomadora dos serviços (contratante) D=Serviços de Terceiros (CR).............................. R$2.000,00 C=Fornecedor a pagar (PC)................................. R$1.970,00 C=IRRF a recolher (PC)....................................... R$ 30,00 b) Registro Contábil na empresa Prestadora de Serviços (contratada) D=Clientes (AC)................................................ R$1.970,00 D=IRRF a compensar (AC).................................. R$ 30,00 C=Receita de prestação de serviços (CR).............. R$2.000,00 CURSOS EAD Fone: (51) 3030 9204 – E-mail: ead@lefisc.com.br 18 B) RETENÇÃO CSLL, PIS, COFINS Fundamentação legal: Art. 30 a 32, da Lei nº 10.833, de 2003. IN SRF nº 459, de 2004. Alíquota de 4,65%. Fato Gerador: Pagamento. Valor dos serviços= R$5.000,00 (serviços de limpeza e conservação) a) Registro contábil na empresa tomadora dos serviços (contratante) Pelo registro da nota fiscal (regime competência) D=Serviços de Terceiros (CR)............................R$5.000,00 C=Fornecedor a pagar (PC)...............................R$5.000,00 Pelo Pagamento dos Serviços Prestados (*) D=Fornecedor a pagar (PC)...............................R$5.000,00 C=CSRF a recolher (PC).....................................R$ 232,50 C=Bancos (AC)................................................R$4.767,50 (*) Obs: A contabilização das contribuições na fonte deverá ser feita somente no momento do efetivo pagamento (regime de caixa). b) Registro Contábil na empresa Prestadora de Serviços (contratada) A prestadora de serviços (aquela que sofreu o desconto na fonte das contribuições) deverá considerar o respectivo valor descontado: a) como antecipação do devido e poderá compensá-lo nas operações subsequentes. A compensação, por parte da prestadora de serviços somente poderá ser efetuada relativamente aos fatos geradores ocorridos a partir do mês da efetiva retenção (desconto na fonte no momento do pagamento); b) deverá contabilizar essas contribuições de forma individualizada no Ativo Circulante. Pelo faturamento do serviço do serviço prestado (regime de competência): D=Clientes (AC)............................................R$5.000,00 C=Receita Prestação de Serviços (CR)..............R$5.000,00 Pelo recebimento do numerário (*) D=Bancos (AC)..............................................R$ 4.767,50 D=PIS/PASEP a compensar (AC).......................R$ 32,50 D=COFINS a compensar (AC)...........................R$ 150,00 D=CSLL a compensar (AC)...............................R$ 50,00 C=Clientes (AC).............................................R$ 5.000,00 (*) Obs.: O reconhecimento contábil do valor a compensar será efetuado no momento do recebimento (regime caixa) C)RETENÇÃO CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA (INSS) A pessoa jurídica tomadora dos serviços relacionados no art. 111 (se contratados como cessão de mão-de-obra ou empreitada) e no art. 112 (se contratados como cessão de mão-de-obra), da IN RFB nº 2.110/2022, fica obrigada a reter e recolher, o valor de 11% (ou 3,5% se o prestador estiver sujeito à CPRB, conforme Lei nº 12.546/2011, art. 7º, art. 7º-A e art. 8º), sobre a nota fiscal de prestação de serviços. A informação da retenção será na EFD-Reinf (IN RFB nº 2.043/2021) pelo tomador de serviços e também pelo prestador de serviços. CURSOS EAD Fone: (51) 3030 9204 – E-mail: ead@lefisc.com.br 19 Exemplo: Uma pessoa jurídica efetuou a contratação de serviços de limpeza, através de cessão de mão-de-obra no valor de R$20.000,00, relativo ao mês de setembro de 2022. a) Registro contábil na empresa tomadora dos serviços (contratante) Retenção do INSS pelo regime de competência (emissão da nota fiscal) D=Serviços Prestados PJ (CR)......................R$20.000,00 C=INSS Retido a Recolher (PC).....................R$ 2.200,00 C=Fornecedor (PC).....................................R$17.800,00 Pelo pagamento ao fornecedor D=Fornecedor (PC) C=Bancos (AC)..................................R$17.800,00 Pelo recolhimento do INSS retido (*) D=INSS Retido a Recolher (PC) C=Bancos.........................................R$2.200,00 (*) O recolhimento será através do Darf gerado pela DCTFWeb da tomadora dos serviços, juntamente com suas demais contribuições previdenciárias. b) Registro Contábil na empresa Prestadora de Serviços (contratada) Pela retenção na fonte de INSS e receita (Regime de Competência) D=Clientes (AC)................................R$17.800,00 D=INSS Retido a Compensar (AC).......R$ 2.200,00 C=Receita de Prestação de Serviços.....R$20.000,00 Pela compensação do INSS retido D=INSS a Recolher (PC) (INSS s/folha) C=INSS Retido a Compensar (AC)..................R$2.200,00 Pelo recebimento dos serviços D=Bancos (AC) C=Clientes (AC)...........................R$17.800,00 D) RETENÇÃO ISS De competência dos municípios, a retenção do ISS, obedece como legislação nacional a LC nº 116/2003, e legislações próprias de cada município. Suas alíquotas variam de 2% a 5% conforme o tipo do serviço, e conforme legislação municipal. E diferente das demais retenções, não é antecipação, é o próprio valor do ISS devido, ele não é mais calculado como os demais tributos. Exemplo: Prestação de serviços de obras de construção civil (7.02), considerando uma alíquota de 4%. Valor R$10.000,00 a) Registro contábil na empresa tomadora dos serviços (contratante) D=ServiçosContratados PJ (CR).....................R$10.000,00 C=Fornecedor (PC).......................................R$ 9.600,00 C=ISS Retido a Recolher (PC)............................R$400,00 CURSOS EAD Fone: (51) 3030 9204 – E-mail: ead@lefisc.com.br 20 b) Registro Contábil na empresa Prestadora de Serviços (contratada) D=Clientes (AC).........................................R$9.600,00 D=ISS s/Receita Bruta (CR).........................R$400,00 C=Receita de Prestação de serviços (CR).......R$10.000,00 02.09 FOLHA DE PAGAMENTO Pagamentos de adiantamentos e aquisições de vales para distribuição. D= Adiantamento de salários (AC) C= Caixa / Banco (AC) D= Antecipação de Vale Refeição/Alimentação (AC) C= Caixa / Banco (AC) D= Antecipação de Vale Transporte (AC) C= Caixa / Banco (AC) Conforme a competência, ocorrência do fato gerador, mês da despesa incorrida. D= Despesa c/ Salários (CR) D= Gratificações, prêmios / Salários (CR) C= Salários a pagar (PC) D= Despesa c/ Vale Refeição/Alimentação (CR) C= Antecipação de Vale Refeição/Alimentação (AC) D= Despesa c/ Vale transporte (CR) C= Antecipação de Vale Transporte (AC) O nível de detalhamento das despesas da folha poderá ser definido conforme a necessidade da empresa. A contabilização poderá ser rateada por centro de custos ou grupo de despesas, administrativas, com vendas, mão de obra de fabricação e despesas gerais, conforme cada caso. Na competência a que se refere, e com este lançamento o saldo na conta “Salários a pagar” deverá ser o líquido a pagar ao funcionário. D= Salários a pagar (PC) C= Adiantamento de salários (AC) C= Despesa c/ Salários (CR) - Ajuste mensal se houver C= INSS a Recolher (PC) C= IRRF a Recolher (PC) C= Despesa c/ Vale transporte (CR) C= Despesa c/ Vale Refeição, alimentação (CR) D= INSS s/ a folha (CR) - Custo ou despesa da empresa C= INSS a Recolher (PC) D= FGTS s/ folha (CR) – Custo ou despesa da empresa C= FGTS a Recolher (PC) ............................. Vale Transporte a) pela aquisição dos VTs: CURSOS EAD Fone: (51) 3030 9204 – E-mail: ead@lefisc.com.br 21 D= Despesas Antecipadas (AC) C= Banco (AC) b) pela apropriação da despesa bruta, no mês de competência: D= Despesa com Vale-Transporte (CR) (*) D= PIS/COFINS a recuperar (AC) (lançaria no resultado já deduzido o crédito) C= Despesas Antecipadas (AC) c) pelo desconto em folha de pagamento da parcela cobrada dos empregados: D= Salários a Pagar (PC) C= Despesa com Vale-Transporte (CR) (*) Permissão de crédito de PIS e COFINS, no regime não cumulativo, para pessoas jurídicas que realizam a produção ou fabricação de bens ou a prestação de serviços. (por se tratar de imposição legal, Parecer Normativo Cosit nº 05/2018; SC nº45/2020) 02.10 13º SALÁRIO E FÉRIAS (“PROVISÃO”) ‘Provisão’ para férias e ‘Provisão’ 13º salário: Considerando o conceito de provisão, como um passivo de prazo ou valor incerto, os valores devidos por competência em relação às férias e 13º salário, não são de pagamento incerto, e sendo assim não deveriam ser enquadrados como tal. O que dizem as normas: NBC TG 25 (R2) – PROVISÕES, PASSIVOS CONTINGENTES E ATIVOS CONTINGENTES Provisão e outros passivos 11. As provisões podem ser distintas de outros passivos tais como contas a pagar e passivos derivados de apropriações por competência (accruals) porque há incerteza sobre o prazo ou o valor do desembolso futuro necessário para a sua liquidação. Por contraste: (a) as contas a pagar são passivos a pagar por conta de bens ou serviços fornecidos ou recebidos e que tenham sido faturados ou formalmente acordados com o fornecedor; e (b) os passivos derivados de apropriações por competência (accruals) são passivos a pagar por bens ou serviços fornecidos ou recebidos, mas que não tenham sido pagos, faturados ou formalmente acordados com o fornecedor, incluindo valores devidos a empregados (por exemplo, valores relacionados com pagamento de férias). Embora algumas vezes seja necessário estimar o valor ou prazo desses passivos, a incerteza é geralmente muito menor do que nas provisões. Os passivos derivados de apropriação por competência (accruals) são frequentemente divulgados como parte das contas a pagar, enquanto as provisões são divulgadas separadamente. (...) Portanto, a exemplo do que ocorre com as férias, os valores devidos a título de 13º salário e respectivos encargos sociais se enquadram no conceito de passivos derivados de apropriação por competência, e como tal, devem ser registrados, não havendo que se falar em ‘provisionar’ tais valores. Exemplo Contabilização Mensal (sugestão de lançamentos): 13º salário: D=13º salário (CR) (como despesa ou custo de produção dependendo do setor/empresa) C=13º salário a pagar (PC) (1/12) CURSOS EAD Fone: (51) 3030 9204 – E-mail: ead@lefisc.com.br 22 D=Encargos Sociais s/13º salário C=Encargos Sociais s/13º salário a pagar (INSS, FGTS) ➢ Quando ocorrer reajuste do salário, haverá o ajuste do valor também. Pelo pagamento da 1ª parcela: D=Adiantamento 13º salário (AC) C=Bancos (AC) Pela transferência do FGTS incidente sobre o adiantamento da conta de ‘Encargos Sociais sobre o 13º salário a Pagar’ para a conta ‘FGTS a Recolher’ D=Encargos Sociais s/13º salário a pagar (PC) C=FGTS a recolher Contabilização da folha de pagamento do 13º salário (na quitação em dezembro) Registro da baixa do valor estimado durante o ano: (até o limite) D=13º salário a pagar (PC) C=Salários e Ordenados a pagar (PC) Pela complementação (diferença) D=13º salário (CR) C=Salários e Ordenados a pagar (PC) Pelo registro do IRRF retido (somente em dezembro) e INSS descontado (somente em dezembro) D=Ordenados e Salários a Pagar (PC) C=IRRF a recolher (PC) D=Ordenados e Salários a Pagar (PC) C=Contribuição Previdenciária a recolher (PC) Pelo registro da baixa do adiantamento do 13º salário D=Salários e Ordenados a Pagar (PC) C=Adiantamento 13º salário (AC) Transferência dos Encargos sobre 13º a pagar: D=Encargos s/13º salário a pagar (PC) C=Contribuição Previdenciária a recolher (PC) D=Encargos s/13º salário a pagar (PC) C=FGTS a recolher (PC) (2ª parcela) Registro das diferenças dos encargos: D=Encargos sociais s/13º salário (CR) C=Contribuição Previdenciária a recolher (PC) D=Encargos sociais s/13º salário (CR) C=FGTS a recolher (PC) Pagamento líquido D=Salários e Ordenados a pagar (PC) C=Bancos (AC) CURSOS EAD Fone: (51) 3030 9204 – E-mail: ead@lefisc.com.br 23 NBC TG 1000 (R1) – CONTABILIDADE PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS No item 21.1 Diz que provisões são passivos de prazo ou valor incerto. ITG 1000 (ME e EPP) No modelo de Plano de Contas Simplificado: ➢ A ITG 1000, aplicável às ME e EPP, no modelo de contas simplificado traz a conta provisão para férias e 13º salário, sendo assim embora não recomendado, em tese não há problema se a empresa seguiu este modelo. ➢ O ideal, no entanto, caso queira manter como ‘provisão’ seria manter como uma conta analítica dentro da conta ‘Obrigações Sociais/Trabalhistas’ Passivo Passivo Circulante Obrigações Socias/Trabalhistas Férias e 13º salário a pagar Provisão férias Provisão 13º salário ➢ Na apresentação do Balanço não são demonstradas as contas analíticas. O que dizem as novas normas: ➢ A Nova Norma: NBCTG 1001, de 2021 é mais explicita: Seção 21 Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes Definição 21.1 Provisões são obrigações presentes (passivos) com prazo e/ou valor incertos. Obrigações por disputas tributárias, cíveis, trabalhistas, bem como aquelas decorrentes de garantias,entre outras, são alguns exemplos de provisões. Não se utiliza nesta Norma a palavra provisão para os ajustes por redução de valor de ativos, como a depreciação acumulada, bem como para obrigações com incertezas não relevantes quanto ao valor, como férias, 13o salário, imposto de renda, etc. ➢ A Nova Norma: NBCTF 1002, de 2021, também traz o texto de forma explicita: Seção 21 Passivos e Provisões Definição desta seção 21.1 Passivo é uma obrigação presente da microentidade, originada de eventos já ocorridos, cuja liquidação deve resultar em saída de ativos. Se a obrigação não existir na data do balanço, não há registro contábil de passivo. 21.2 As provisões são passivos com prazo e/ou valor incertos. Obrigações por disputas tributárias, cíveis, trabalhistas e decorrentes de garantias são alguns exemplos de provisões. Não se aplica o conceito de provisão para os ajustes por redução de valor de ativos, como a depreciação acumulada, bem como para obrigações com incertezas não CURSOS EAD Fone: (51) 3030 9204 – E-mail: ead@lefisc.com.br 24 relevantes quanto ao valor, como férias, 13o salário, imposto de renda etc., uma vez que não existem incertezas relevantes no tocante a prazo e valor. 03. PARCELAMENTO DE TRIBUTOS A partir do momento em que a pessoa jurídica realiza um parcelamento torna-se necessário o seu registro na contabilidade. Os parcelamentos realizados de acordo com as regras estabelecidas na legislação tributária, com a sua consolidação resulta em: a) Valor do principal; b) Multa de mora ou multa de ofício; c) Juros de mora. O valor da prestação será acrescido de juros, a partir do mês subsequente à consolidação. 03.01 DEDUTIBILIDADE DE MULTA E JUROS DE MORA A multa incidente sobre o débito parcelado é compensatória, pois visa compensar o período de atraso no pagamento do tributo devido, e considerada pelo fisco como dedutível pelo pagamento. Já, as multas de ofício são consideradas indedutíveis. (Decreto nº 9.580/2018, art. 352) Os juros de mora, calculados sobre os débitos fiscais recolhidos em atraso, são dedutíveis como despesa financeira, conforme entendimento do fisco, através do Parecer Normativo CST 174/1974, por competência. ‘Solução de Consulta nº 101/2020: (...) Conclusão 15. Face o exposto, soluciona-se a presente consulta respondendo-se à consulente que: a) Os acréscimos moratórios previstos no art. 61 da Lei nº 9.430, de 1996, e os juros à taxa Selic sobre o valor de cada prestação mensal a que se refere o art. 8º, §3º da Lei nº 13.496, de 2017, são considerados despesas financeiras e, regra geral, dedutíveis. b) Entretanto, a dedutibilidade dos juros depende da natureza da despesa sobre a qual incidem. No caso da apuração do IRPJ e da CSSL, os juros à taxa Selic, sejam aqueles previstos no art. 61 da Lei nº 9.430, de 1996, sejam os do art. 8º da Lei nº 13.496, de 2017, são indedutíveis quando incidentes sobre o próprio imposto ou contribuição, assim como quando incidentes sobre as multas de ofício a que se refere o art. 41, §5º da Lei nº 8.981, de 1995.’ A justificativa do fisco para este tratamento é que o acessório acompanha o principal, segundo item 10, da Solução de Consulta Interna nº 09/2012. 03.02 EXEMPLOS DE CONTABILIZAÇÃO O total consolidado (valor do principal + multa de mora + juros de mora), dos débitos parcelados pela pessoa jurídica, deve ser contabilizado em conta específica no passivo, como circulante ou não circulante (Lei nº 6.404/1976, art. 180). a) No Passivo Circulante, quando o parcelamento for exigível até o término do exercício seguinte; ou CURSOS EAD Fone: (51) 3030 9204 – E-mail: ead@lefisc.com.br 25 b) No Passivo Não Circulante Exigível a Longo Prazo, quando o parcelamento for exigível após o término do exercício seguinte. Exemplo: Pessoa Jurídica efetuou um parcelamento especial junto à RFB, com redução de 50% da multa de mora, e antecipação mínima de R$1.000,00, e o saldo dividido em 100 parcelas mensais. Considerando que a RFB tenha disponibilizado em outubro/20x0, os seguintes débitos consolidados objeto do pedido de parcelamento: Composição do Valor Valor em R$ Valor do principal R$90.000,00 Juros de mora R$12.000,00 Multa de mora (R$18.000,00 x 50%) R$9.000,00 Valor do débito consolidado R$111.000,00 (-) Parcela mínima de antecipação R$1.000,00 Saldo do débito consolidado R$110.000,00 Valor de cada prestação restante (100 parcelas) R$1.100,00 a) Registro do pagamento da 1ª parcela (antecipação): D=Antecipação de Parcelamento (AC) C=Bancos (AC)........................................R$1.000,00 b) Pelo registro dos débitos consolidados, disponibilizado pela RFB em outubro/20x0 D=Impostos e Contribuições a Recolher (PC)..............................R$90.000,00 D=Juros Passivos – Despesas Financeira (CR).............................R$12.000.00 (*) D=Multa Despesa Operacional (CR)...........................................R$9.000,00 (**) C=Antecipação de Parcelamento (AC)........................................R$1.000,00 C=Parcelamento de Impostos e Contribuições a Pagar (PC)..........R$16.500,00 (***) C=Parcelamento de Impostos e Contribuições a Pagar (PNCLP).....R$93.500,00 (***) (*) Os juros devem ser reconhecidos por competência. Caso a empresa não tenha feito isso ao longo do período do débito, este valor será contabilizado como ajuste de exercício anterior. (**) A multa somente é dedutível pelo pagamento. Sendo assim, no caso de Lucro Real, a multa deve ser adicionada via lalur/lacs para apuração do IRPJ e CSLL, e excluída pelo pagamento da parcela. (***) Considerando que o saldo consolidado a pagar é R$110.000,00, se dividirmos em parcelas resultará em 15 parcelas no Passivo Circulante e o restante Não Circulante Exigível a Longo Prazo. c)Registro da apropriação dos juros incorridos em cada prestação mensal (considerando taxa Selic de 1,07%) (R$110.000,00 x 1,07% = R$1.177,00) D=Juros Passivos – Despesas Financeiras (CR) C=Parcelamento de Impostos de Contribuições a Pagar (PC)..............R$1.177,00 d)Registro do pagamento da parcela (principal R$1.100,00 + R$11,77 = R$1.111,77) D=Parcelamento de Impostos e Contribuições a Pagar (PC) C=Bancos (AC).....................................................................R$1.111,77. CURSOS EAD Fone: (51) 3030 9204 – E-mail: ead@lefisc.com.br 26 03.03 TRATAMENTO TRIBUTÁRIO DAS REDUÇÕES (JUROS E MULTAS) Se a legislação que concedeu o parcelamento especial, não determinar o tratamento em relação à redução dos juros e multa, aplica-se o tratamento adotado pelo fisco, expressos nas Soluções de Consulta: a) Em relação ao PIS e COFINS, no regime não cumulativo estará sujeita à tributação; b) IRPJ e CSLL: somente serão base de cálculo se houve a exclusão da base em período anterior. Ou seja, se Lucro Real e deduziu despesas de juros e multa, vai adicionar a redução. SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT Nº 65, DE 01 DE MARÇO DE 2019 (Publicado(a) no DOU de 29/03/2019, seção 1, página 70) Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica – IRPJ LUCRO REAL. PROGRAMA ESPECIAL DE REGULAMENTAÇÃO TRIBUTÁRIA - PERT. REDUÇÃO DE ENCARGOS. INCIDÊNCIA. No regime de tributação pelo Lucro Real, a reversão ou recuperação do valor dos juros de mora e das multas compensatórias que foram, a seu tempo, reconhecidas como despesa integram a base de cálculo do IRPJ no momento da adesão ao Programa Especial de Regularização Tributária (PERT) instituído pela Lei nº 13.496, de 2017. Dispositivos Legais: Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, art. 41, caput e § 5º; Decreto nº 9.580 - RIR/18, de 22 de novembro de 2018, art. 441, II; Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, art. 177. Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL RESULTADO DO EXERCÍCIOAJUSTADO. PROGRAMA ESPECIAL DE REGULAMENTAÇÃO TRIBUTÁRIA - PERT. REDUÇÃO DE ENCARGOS. INCIDÊNCIA. Na apuração do Resultado do Exercício, a reversão ou recuperação do valor dos juros de mora e das multas compensatórias que foram, a seu tempo, reconhecidas como despesa integram a base de cálculo da CSLL no momento da adesão ao Programa Especial de Regularização Tributária (PERT) instituído pela Lei nº 13.496, de 2017. Dispositivos Legais: da Lei nº 7.689, de 15 de dezembro de 1988, art. 2º; Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, art. 177. Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – Cofins NÃO CUMULATIVIDADE. PROGRAMA ESPECIAL DE REGULAMENTAÇÃO TRIBUTÁRIA - PERT. REDUÇÃO DE ENCARGOS. INCIDÊNCIA. No regime de apuração não cumulativa, compõe a base de cálculo da Cofins o valor da redução dos encargos - juros de mora e multas compensatórias - quando da adesão ao Programa Especial de Regularização Tributária (PERT), instituído pela Lei nº 13.496, de 2017. Dispositivos Legais: Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, art. 1º. Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep NÃO CUMULATIVIDADE. PROGRAMA ESPECIAL DE REGULAMENTAÇÃO TRIBUTÁRIA - PERT. REDUÇÃO DE ENCARGOS. INCIDÊNCIA. No regime de apuração não cumulativa, compõe a base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep o valor da redução dos encargos - juros de mora e multas compensatórias - quando da adesão ao Programa Especial de Regularização Tributária (PERT), instituído pela Lei nº 13.496, de 2017. Dispositivos Legais: Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002, art. 1º.SC Cosit nº 65-2019.pdf 04. REPETIÇÃO DE INDÉBITO TRIBUTÁRIO 04.01 COMPENSAÇÃO DE TRIBUTOS FEDERAIS PAGOS INDEVIDAMENTE OU A MAIOR 04.01.01 QUADRO RESUMO Fundamentação legal Lei nº 9.430/1976, art. 73 e art. 74; IN RFB nº 2.055/2021 Resolução CFC nº 1.159/2009, item 116. Compensação Cruzada Possibilidade de compensar débitos previdenciários com créditos fazendários, ou vice-versa, em relação aos débitos e créditos gerados a partir da implantação do e-social/DCTF Web Valor que tenho sido debitado ao resultado do exercício social em curso Neste caso, o registro contábil do direito à compensação deve ser efetuado debitando-se uma conta do Ativo Circulante (‘Tributos a Compensar’), com consequente crédito à conta de resultado na qual esteja registrado o respectivo valor. Valor que tenha sido Neste caso, o reconhecimento do crédito a compensar, registrado em conta do http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/anexoOutros.action?idArquivoBinario=51790 CURSOS EAD Fone: (51) 3030 9204 – E-mail: ead@lefisc.com.br 27 debitado ao resultado do exercício social encerrado Ativo Circulante: a)a conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados (no Patrimônio Líquido), como ajuste de exercícios anteriores, quando se tratar se tratar de pagamento indevido ou a maior, decorrente de erro cometido pela empresa, e que não esteja relacionado com fatos subsequentes, tais como legislação com efeito retroativo, decisão judicial ou administrativa, mudança de entendimento do fisco; b)uma conta de receita, que represente a recuperação da despesa reconhecidas anteriormente (‘Impostos Recuperados’), nos demais casos. Juros incidentes sobre o valor do crédito a compensar A compensação ou restituição será acrescida de juros equivalentes à taxa Selic para títulos federais, acumulada mensalmente, tendo como termo inicial o mês subsequente ao do pagamento até o mês anterior à compensação ou restituição e de 1% relativo ao próprio mês que está sendo efetuada. 04.01.02 Exemplo Pagamento Indevido que tenha sido debitado no resultado Uma Empresa tem um crédito referente à COFINS decorrente de um pagamento indevido ou a maior efetuado no dia 23/09/2022 (relativo à contribuição devida em agosto/2022), no valor de R$2.000,00, pois foi verificado que o valor devido era de R$6.000,00, e o R$8.000,00 como foi contabilizado e pago. Considerando que o pagamento indevido foi verificado no mês de outubro/2022 e o crédito foi compensado com o valor da contribuição para a COFINS relativa a setembro de 2022, na importância de R$7.000,00, com vencimento em 25/10/2022. Mês da compensação Outubro/2022 Valor a compensar R$2.000,00 Juros 1% R$20,00 Valor do Crédito atualizado R$2.020,00 Valor do Débito a compensar R$7.000,00 Saldo a recolher em DARF R$4.980,00 a) Apropriação da COFINS, relativa ao mês de agosto/2022 (que foi efetuada pelo valor incorreto) D=COFINS s/Vendas (CR) C=COFINS a Recolher (PC).....................................R$8.000,00 b) Pagamento da contribuição relativa ao mês de agosto/2022 (pago pelo valor incorreto) D=COFINS a recolher (PC) C=Bancos (AC)..........................................R$8.000,00 c)Reconhecimento do direito à compensação pelo pagamento indevido: D=COFINS a Compensar (AC) C=COFINS s/Vendas (CR).............................R$2.000,00 c)Apropriação dos juros sobre o valor recolhido a maior (os juros devem ser reconhecidos por competência) D=COFINS a Compensar (AC) C=Juros Ativos (CR).......................................R$20,00 (*) (*) Haverá incidência de PIS e COFINS sobre os juros no regime não cumulativo (receita financeira, alíquotas de 0,65% e 4,00%); Em relação ao IRPJ e CSLL vide decisão judicial abaixo. d)Reconhecimento da COFINS relativa ao mês de setembro/2022 D=COFINS s/Vendas (CR) C=COFINS a Recolher (PC)...........................R$7.000,00 e) Compensação da COFINS devida em relação a setembro/2022, com o crédito decorrente do pagamento indevido ou a maior: CURSOS EAD Fone: (51) 3030 9204 – E-mail: ead@lefisc.com.br 28 D=COFINS a Recolher (PC) C=COFINS a Compensar (AC).....................R$2.020,00 f) Pagamento, em 25/10/2022 do saldo remanescente da contribuição para a COFINS do mês de setembro/2022: D=COFINS a Recolher (PC) C=Bancos (AC).........................................R$4.980,00 04.02 Exclusão do ICMS da Base de Cálculo do PIS e da COFINS Após a retificação da EFD-Contribuições e DCTF, para demonstração do valor pago indevidamente ou a maior, deverá ser reconhecido na contabilidade: Considerando que uma pessoa jurídica com base no lucro real tenha obtido êxito em ação judicial transitada em julgado, garantido o direito à exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e da COFINS. Valor do Principal PIS R$825.000,00 Juros Selic R$100.000,00 Total R$ R$925.000,00 Valor do Principal COFINS R$3.800.000,00 Juros Selic R$460.560,00 Total R$ R$4.260.560,00 a) Pelo registro dos créditos de PIS e COFINS D=PIS a recuperar – Crédito decorrente da Exclusão do ICMS da Base de Cálculo (AC) C=Crédito de PIS – Ação Judicial (CR) ..........................................R$825.000,00 D=COFINS a recuperar – Crédito decorrente da Exclusão do ICMS da Base de Cálculo (AC) C=Crédito de COFINS – Ação Judicial (CR).......................................R$3.800.000,00 b) Pelo registro dos juros/Selic D=PIS a recuperar – Crédito decorrente da Exclusão do ICMS da Base de Cálculo (AC) C=Juros/Selic s/PIS a recuperar – Ação Judicial (CR) ............................$100.000,00 D=COFINS a recuperar – Crédito decorrente da Exclusão do ICMS da Base de Cálculo (AC) C=Juros/Selic s/COFINS a recuperar – Ação Judicial (CR).....................R$460.560,00 c) Pelo registro de PIS/COFINS sobre juros/Selic (*) D=Despesa Tributária c/PIS s/Receitas Financeiras (CR) C=PIS a recolher (PC).....................................................R$3.643,60 D=Despesa Tributária c/COFINS s/Receitas Financeiras (CR) C=COFINS a recolher (PC)...............................................R$22.422,40 (*) Apenas no regime não cumulativo – alíquotas sobre receitas financeiras 0,65% e 4,00%, PIS e COFINS, respectivamente. (Decreto nº 8.426/2015; IN RFBnº 1.911/2019, art. 158) ❖ Considerando que não se trata de mudança de critério contábil ou retificação de erro, não estamos contabilizando como ajuste de exercício anterior. 04.03 ASPECTOS TRIBUTÁRIOS A) RESUMO INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA CURSOS EAD Fone: (51) 3030 9204 – E-mail: ead@lefisc.com.br 29 Descrição IRPJ CSLL PIS/COFINS Lucro Real (era optante pelo lucro real no momento do pagamento indevido ou a maior) PRINCIPAL Excluiu como despesa Tributa Excluiu como despesa Tributa Não Tributa Lucro Real (é optante pelo lucro real no momento atual) JUROS Tributa Tributa Tributa (0,65% e 4,00%) Lucro Presumido (era optante pelo lucro presumido no momento do pagamento indevido ou a maior) PRINCIPAL Não impacta na apuração Não Tributa Não impacta na apuração Não Tributa Não Tributa Lucro Presumido (é optante pelo lucro presumido no momento atual) JUROS Tributa Tributa Não Tributa (Ato Declaratório Interpretativo SRF nº 25, de 24 de dezembro de 2003; Solução de Consulta Cosit nº 651, de 27 de dezembro de 2017) B) MOMENTO DO FATO GERADOR No entendimento da Receita Federal do Brasil (“RFB”), manifestado na Solução de Divergência COSIT nº 19/2003, o reconhecimento contábil e a tributação dos ganhos devem ocorrer no período em que se verifica o trânsito em julgado da decisão judicial. De acordo com aquela Solução de Divergência, “a sentença que declara o direito à compensação se constitui em título líquido e certo, uma vez que declara a existência de créditos compensáveis e já define o seu montante”, o que tornaria o crédito líquido e certo, passível, portanto, de contabilização. O PRONUNCIAMENTO TÉCNICO CPC 00 (R2), define que “um ativo deve ser reconhecido no balanço patrimonial quando for provável que benefícios econômicos futuros dele provenientes fluirão para a entidade e seu custo ou valor puder ser mensurado com confiabilidade”. De acordo com a regra contábil, são dois os requisitos para a contabilização de um ativo: 1. quando for provável que benefícios econômicos futuros dele provenientes fluirão para a entidade; e 2. o valor puder ser mensurado com confiabilidade. Divergência contribuintes (discussões judiciais) x Fisco Entendimento dos contribuintes Somente a partir da manifestação da RFB quanto à habilitação do crédito é que os contribuintes estarão obrigados a reconhecer contabilmente os créditos decorrentes de decisão judicial transitada em julgado, com a consequente contabilização da receita que integrará o lucro líquido para fins de determinação das bases de cálculo do IRPJ e da CSLL, pois é nesse momento em que o direito creditório da pessoa jurídica passa a ser líquido, certo e exigível. SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT Nº 92, DE 21 DE JUNHO DE 2021 (Publicado(a) no DOU de 24/06/2021, seção 1, página 27) Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica – IRPJ LUCRO REAL. CRÉDITO DECORRENTE DE DECISÃO JUDICIAL. INDÉBITO TRIBUTÁRIO. RECONHECIMENTO DA RECEITA. PERÍODO DE APURAÇÃO. DISPONIBILIDADE JURÍDICA. Os créditos decorrentes de decisões judiciais transitadas em julgado relativos a tributos pagos indevidamente devem ser reconhecidos na determinação do lucro real no período de apuração em que ocorrer a sua disponibilidade jurídica. Dispositivos Legais: Lei nº 5.172, de 1966 (Código Tributário Nacional - CTN), art. 43; Lei nº 4.506, de 1964, art. 44, III; Lei nº 6.404, de 1976, arts. 177, caput, 186, § 1º, e 187, § 1º; Decreto Lei nº 1.598, de 1977, arts. 6º, § 1º, 7º, caput, e 67, XI; Lei nº 8.981, de 1995, art. CURSOS EAD Fone: (51) 3030 9204 – E-mail: ead@lefisc.com.br 30 41; Lei nº 9.430, de 1996, art. 53; Regulamento do Imposto sobre a Renda (RIR/2018), aprovado pelo Decreto nº 9.580, de 2018, art. 441, II; Instrução Normativa RFB nº 1.700, de 2017, arts. 131, 215, §§ 1º e 3º, IV, e 227, §§ 1º e 3º, IV; Ato Declaratório Interpretativo (ADI) SRF nº 25, de 2003, arts. 1º e 5º. (...) C)NÃO INCIDÊNCIA DE IRPJ E CSLL SOBRE TAXA SELIC Não incidência de IRPJ e CSLL sobre a taxa Selic recebida nas ações de repetição de indébito tributário – modulação temporal Foi publicado o Parecer SEI nº 11469/2022/ME, acerca da tese em repercussão geral – Tema nº 962 – RE 1.063.187/SC: “É inconstitucional a incidência de IRPJ e CSLL sobre a taxa Selic recebida nas ações de repetição de indébito tributário.” Tese definida em sentido desfavorável à Fazenda Nacional. O referido parecer concluiu o seguinte: a) a tese firmada no julgamento do Tema nº 962 é a seguinte: “É inconstitucional a incidência do IRPJ e da CSLL sobre os valores atinentes à taxa Selic recebidos em razão de repetição de indébito tributário”; b) no julgamento recursal, a Corte esclareceu que os pedidos de repetição administrativa e de compensação, na esfera judicial e administrativa, também são regulados pelo Tema nº 962, sendo inconstitucional tributar os juros de mora equivalentes à Selic em tais pleitos pelo IRPJ e pela CSLL, desde que observados os marcos temporais de modulação; c) considerando a indivisibilidade da Selic, a tese em comento também impede a tributação da correção monetária embutida na Selic pelas mesmas exações; d) a Corte afastou a alegação de que o acórdão embargado ostenta contradição, mantendo a interpretação conforme à Constituição Federal do art. 3º, § 1º, da Lei nº 7.713, de 1988; e) como o art. 3º, § 1º, da Lei nº 7.713, de 1988, versa exclusivamente sobre IRPF, é de se concluir que o precedente também se aplica a esse tributo, impossibilitando que a Selic seja incluída em sua base de cálculo, nos pedidos de repetição de indébito tributário (inclusive a realizada por meio de compensação), na via judicial ou administrava, desde que observados os marcos temporais da modulação; f) inviabilidade de estender a ratio do Tema nº 962 às discussões envolvendo a incidência do IR e de CSLL sobre os juros de mora devidos no contexto do levantamento do depósito judicial ou extrajudicial e dos contratos privados; g) viabilidade de ampliar os fundamentos determinantes do RE nº 1.063.187/SC para alcançar os pedidos de ressarcimento de créditos escriturais acrescidos de Selic, quando configurada a mora administrava, desde que observados os marcos temporais de modulação; h) na prática, o julgado somente regulará os fatos geradores ocorridos a partir de 30/09/2021, incluindo o dia 30/09/21; i) as ações judiciais ajuizadas até 17/09/2021, incluindo o dia 17/09/2021, ainda que preventivas, foram ressalvadas da modulação temporal, sendo a elas aplicáveis o entendimento firmado no Tema nº 962, desde que atendidos os prazos prescricionais. Nesses casos, a carreira encontra-se dispensada de atuar, a teor do art. 19, VI, “a”, da Lei nº 10.522, de 2002, com base no aludido precedente, orientando-se a reconhecer a procedência do pedido, não impugnar CURSOS EAD Fone: (51) 3030 9204 – E-mail: ead@lefisc.com.br 31 o cumprimento de sentença e pugnar pela não condenação de honorários advocatícios com fulcro no art. 19, § 1º, da Lei nº 10.522, de 2002; j) por sua vez, as ações propostas a partir do dia 18/09/2021 não foram ressalvadas da modulação temporal, não tendo esses contribuintes direito à repetição do indébito dos fatos geradores ocorridos antes de 30/09/2021; k) os pedidos administrativos de restituição e/ou de compensação de indébito tributário protocolados antes de 30/09/2021, não foram ressalvados da modulação. Por este motivo, a tese fixada no Tema nº 962 não lhes é aplicável, sendo legítima a atuação da RFB no sendo de manter a tributação da Selic, para os pedidos protocolados até o dia 29/09/2021, incluindo o dia 29/09/2021; l) por fim, para os fatos geradores ocorridos antes de 30/09/2021, nos quais o contribuinte não tenha pago os tributos referentes ao IRPJ, IRPF e à CSLL sobre a Selic devida na repetição