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INSUFICIÊNCIA ADRENAL

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Geovana Sanches, TXXIV 
INSUFICIÊNCIA ADRENAL 
 
FISIOLOGIA 
Glândula adrenal 
 
 A glândula adrenal ou suprarrenal está 
localizada acima de cada um dos rins. Ela é dividida 
em córtex e medula, sendo que o córtex é 
subdividido em: 
• Zona glomerulosa (mais externa): 
responsável pela produção de aldosterona 
• Zona fasciculada: responsável pela 
produção de cortisol (estimulado pelo 
ACTH) 
• Zona reticulada: responsável pela 
produção dos andrógenos 
Eixo Hipotálamo-Hipófise-Adrenal 
 O CRH, hormônio produzido no 
hipotálamo, atua sobre a hipófise estimulando a 
produção do ACTH. Este, por sua vez, atua sobre o 
córtex da adrenal estimulando a produção de 
cortisol. 
 
 A queda do cortisol na insuficiência adrenal 
primária estimula o aumento do CRH e ACTH. Já na 
insuficiência adrenal secundária, há falta do 
estímulo de CHR ou ACTH, o que impede a 
produção de cortisol. 
 
INSUFICIÊNCIA ADRENAL 
 A insuficiência adrenal é definida como a 
falência da produção dos hormônios produzidos 
no córtex da glândula adrenal. 
 
 
INSUFICIÊNCIA ADRENAL PRIMÁRIA: DOENÇA DE 
ADDISON 
Epidemiologia 
 A doença de addison incide em 0,8 casos a 
cada 100.000 pessoas, sendo que 50% delas 
apresentam outra autoimunidade. Há prevalência 
maior no sexo feminino, com pico de diagnostico 
entre a terceira e quinta décadas de vida. 
 Ocasiona a destruição de 90% ou mais do 
córtex adrenal, o que leva a produção subnormal 
de cortisol, aldosterona e androgênios. Nas 
mulheres, a falta dos androgênios é muito mais 
significativa do que nos homens, tendo em vista 
que eles apresentam elevada produção hormonal 
nos testículos. 
Patogênese 
• Defeito ou inibição de esteroidogênese 
adrenal 
• Destruição dos córtices adrenais (causa 
principal) 
• Insensibilidade dos córtices adrenais ao 
ACTH (condição extremamente rara) 
Etiologia 
• Adrenalite autoimune (“idiopática”) 
• Doenças granulomatosas: tuberculose, 
sarcoidose, hanseníase 
Geovana Sanches, TXXIV 
• Fungos: histoplasmose, criptococose, 
blastomicose, paracoccidioidomicose 
• Vírus: HIV, CMV, SARS-COV2 
o O HIV pode lesar adrenal na fase 
aguda e além disso, na fase de 
baixa imunidade, há maior 
propensão a infecções de fungos 
por exemplo. 
• Fármacos: cetoconazol, mitorano, 
ciproterona, rifampicina, fenobarbital, etc 
• Metástases: mama, pulmão, melanoma, 
rim 
• Hemorragias: anticoagulantes, traumas, 
meningococcemia 
• Adrenalectomia bilateral 
• Doenças infiltrativas: amiloidose, 
hemocromatose 
• Hiperplasia adrenal congênita 
• Adrenoleucodistrofia: doença recessiva 
ligada ao X que cursa com desmielinização 
do sistema nervoso central e IA primária 
Sintomas 
 
Déficit de glicocorticoides 
• Emagrecimento 
• Náuseas 
• Astenia 
• Anorexia 
• Mialgia 
• Mal-estar geral 
• Tontura 
• Fadiga 
Déficit de mineralocorticoide 
• Hipotensão 
• Tontura 
• Avidez por sal 
Déficit de andógenos 
• Diminuição da libido 
• Rarefação de pelos axilares e pubianos 
o Não é notado nos homens porque a 
grande parte de testosterona é 
produzida nos testículos 
Aumento de ACTH 
 A hiperpigmentação, ocasionada pelo 
aumento de ACTH, deixa o paciente com coloração 
amarronzado. É o achado mais característico da 
doença de Addison, presente em 92 a 94% dos 
pacientes. 
 É ocasionada pelo excesso de ACTH, o qual 
é secretado junto ao bMSH, componente da 
macromolécula pró-opiomelanocortina (POMC) 
que estimula o receptor cutâneo de 
melanocortiona (MCR1), gerando a pigmentação 
da pele. 
 
 
 
 O vitiligo é observado associadamente em 
10 a 20% dos pacientes com doença de Addison 
autoimune. 
 
Geovana Sanches, TXXIV 
Tratamento 
• Glicocorticoide 
• Mineralocorticoide 
 
INSUFICIÊNCIA ADRENAL SECUNDÁRIA 
Patogênese 
• Produção deficiente de ACTH 
• Uso crônico e exógeno de glicocorticoides 
em doses suprafisiológicas 
o 7,5 mg de prednisona ou 0,75mg 
dexametasona por dia, durante 
3semanas 
o Depende de cada paciente, mas em 
todo uso crônico deve-se ter 
cuidado para retirada – o desmame 
é essencial 
o É uma causa frequente 
• Deficiência da secreção de ACTH à atrofia 
do córtex adrenal 
o Acometimento das camadas 
fasciculada e reticulada 
o Camada glomerulosa (produtora de 
aldosterona) se mantém 
preservada, pois é controlada 
essencialmente pelo SRAA. 
§ Quadro clínico mais branco 
quando comparado a 1ª. 
Etiologia 
A causa mais comum de IA secundária é o 
uso crônico de glicocorticoides sem doses 
suprafisiológicas, as quais inibem a secreção de 
ACTH e CRH. Em outras etiologias (tumores, 
hipofisite, apoplexia, trauma), a deficiência de 
ACTH geralmente está associada a de outros 
hormônios hipofisários, embora possa ocorrer 
isoladamente. 
IA primária x IA secundária 
 Na IA secundária não há hiperpigmentação 
cutaneomucosa, tendo em vista quer os níveis de 
ACTH e outros peptídeos da POMC se encontram 
baixos ou normais. 
Além disso, estão geralmente ausentes a 
depleção de volume e a desidratação, assim como 
a hipercalemia (devido a preservação da secreção 
de mineralocorticoides). 
Tratamento 
• Glicocorticoide 
 
 
PRINCIPAIS ACHADOS LABORATORIAIS 
Déficit de glicocorticoides 
• Hiponatremia 
• Hipoglicemia (o cortisol é um 
contrarregulador da insulina) 
• Anemia 
• Eosinofilia 
• Linfocitose 
Déficit de mineralocorticoide 
• Hipercalemia 
 
DIAGNÓSTICO 
Cortisol sérico coletado entre 8 e 9h 
 O cortisol sérico coletado entre 8 e 9 horas 
é o primeiro exame a ser solicitado, com valor de 
referência entre 5 e 25 mg/dL. 
 Valores < 5 mg/dL indicam insuficiência 
adreal. Quando esses níveis reduzidos são 
encontrados e o valor de ACTH plasmático está 
duas vezes acima do limite superior da doença, é 
indicativo de doença de Addison (VN: < 46 pg/dL). 
Caso haja dúvida acerca desse valor, pode-se 
realizar o teste de estímulo (cortrosina). 
 
 
 
CRISE ADDISONIANA 
 A crise Addisoniana acomete cerca de 25% 
dos pacientes com DA e, caso não tratada pronta 
e adequadamente, pode levar a óbito. 
Ocorre em pacientes expostos ao estresse 
(infecções, cirurgias) por falta do diagnostico 
prévio da doença ou porque não se fez o ajuste 
adequado da dose do glicocorticoide. 
É explicada pois, quando um paciente 
saudável passa por uma situação de estresse, o 
cortisol habitualmente aumenta. Todavia, em 
pacientes com DA, isso não ocorre, sendo 
necessário orientá-los ao aumentar a dose do 
corticoide quando sabidamente passará por uma 
condição dessa. 
Sinais 
• Hipotensão e choque (> 90%) 
• Desidratação 
• Cianose ou palidez 
• Febre (66%) 
• Confusão mental 
Geovana Sanches, TXXIV 
• Torpor 
• Coma 
Sintomas 
• Dor abdominal, de flanco ou torácica (86%) 
• Náuseas, vômitos, anorexia (47%) 
• Dor abdominal, simulando abdome agudo 
(22%) 
• Fraqueza 
• Apatia 
• Confusão e desorientação 
Alterações laboratoriais 
• Hiponatremia 
• Hipercalemia 
• Hipoglicemia (rara em adultos, comum em 
crianças) 
• Uremia 
• Linfocitose 
• Eosinofilia 
Tratamento 
• Hidratação + glicose 
• Hidrocortisona 100 mg 6/6h 
o A escolha por hidrocortisona se dá 
pela avidez dessa molécula 
também pelos receptores de 
aldosterona, de forma que é um 
ótimo medicamento de escolha no 
momento da crise. 
• Procurar a causa da crise aguda 
o A crise em geral é decorrente da 
parada da medicação ou de uma 
condição de estresse intenso 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÍNDROME POLIGLANDULAR 
AUTOIMUNE 
 
DEFINIÇÃO 
 As síndromes de deficiência poliglangular 
se caracterizam pela função subnormal 
concomitante de várias glândulas endócrinas pelo 
mesmo motivo, geralmente por etiologia 
autoimune. 
SÍNDROME POLIGLANDULAR AUTOIMUNE-1 
 É uma afecção autossômica recessiva, do 
braço longo do cromossomo 21. Relaciona-se aos 
anticorpos anticórtex adrenal (ACA) e contra a 
21hidroxilase (Ac21OH). 
Componentes principais 
• Hipoparatireoidismo (79 a 89%) 
• Doença de Addison (79 a 89%) 
• Candidíase mucocutânea crônica (75 a 
100%) 
Componentes secundários• Hipogonadismo hipergonadotrófico (45 a 
61%) 
• Hipotireoidismo (4 a 12%) 
• Diabetes mellitus tipo 1 (1 a 18%) 
 
SÍNDROME POLIGLANDULAR AUTOIMUNE-2 
 Também denominada Síndrome de 
Schmidt, é uma afecção autossômica dominante. 
Componentes principais 
• Doença de Addison (100%) 
• Doença autoimune tireoidiana (75 a 83%) 
• Diabetes mellitus tipo 1 (28 a 50%) 
 
SÍNDROME POLIGLANDULAR AUTOIMUNE-3 
• DAT + outras doenças autoimunes 
o Exceto DA, hipoparatireoidismo e 
candidíase crônica 
SÍNDROME POLIGLANDULAR AUTOIMUNE-4 
• Duas ou mais doenças autoimunes órgão-
específicas 
o Exceto hipoparatireoidismo, 
candidíase mucocutânea crônica, 
DAT ou DM1

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