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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE – FURG
INSTITUTO DE MATEMÁTICA, ESTATÍSTICA E FÍSICA – IMEF
01352 - CÁLCULO II – TURMA: U
DIFERENCIAL
ACRÉSCIMOS: Seja xfy uma função. Podemos sempre considerar uma variação
da variável independente x. Se x varia de 1x a 2x , definimos o acréscimo de x, denotado
por x , como: 12 xxx . A variação de x origina uma correspondente variação de y,
denotada por y , dada por:
12 xfxfy ou 11 xfxxfy , pois xxx 12 . (Figura 1)
Figura 1
DEFINIÇÃO: Sejam xfy uma função derivável e x um acréscimo de x.
Definimos a diferencial da variável independente x, denotada por dx , como xdx .
DEFINIÇÃO: Sejam xfy uma função derivável e x um acréscimo de x.
Definimos a diferencial da variável independente y, denotada por dy , como
xxfdy .
*OBS.: De acordo com as definições anteriores, podemos escrever:
dxxfdy ou xf
dx
dy
.
Assim, a notação
dx
dy
, já utilizada para xf , pode ser considerada como o quociente
entre duas diferenciais.
INTERPRETAÇÃO GEOMÉTRICA: Na Figura 2 está representado o gráfico de uma
função xfy derivável. O acréscimo x , que define a diferencial dx , está
representado geometricamente pela medida do segmento de reta PM , onde 11, xfxP
e 12 , xfxM . O acréscimo 12 xfxfy , está representado geometricamente
pela medida do segmento MQ , onde 22 , xfxQ .
Figura 2
A reta t é tangente à curva no ponto P e intercepta a reta 2xx no ponto R,
formando um triângulo retângulo PMR . A inclinação da reta tangente t é determinada
pelo ângulo e observando o triângulo PMR na Figura 2, podemos escrever o
coeficiente angular desta reta como:
PM
MR
tgxf 1 ,
onde MR e PM são respectivamente as medidas dos segmentos MR e PM . Como
dx
dy
xf 1 , podemos concluir que MRdy , já que dxPM .
*OBS.: Quando x torna-se muito pequeno, o mesmo ocorre com a diferença
dyy , ou seja, dyy ( y aproximadamente igual a dy ), desde que o x
considerado seja um valor muito pequeno.
Em outras palavras, para valores pequenos de ∆x temos:
xxfxfxxfxxfxyydyy )(')()()(''
A este processo chama-se linearização de f, em torno de x.
Exemplo 1: Se y = 2x2 – 6x +5 calcule o acréscimo ∆y para x = 3 e ∆x = 0,01.
Solução:
Usando a definição de ∆y, escrevemos
∆y = f (x1 + ∆x) – f (x1) = f (3 + 0,01) – f (3) =
= [2. (3,01)2 – 6. 3,01 +5] – [2 . 32 – 6. 3 + 5] = 5,0602 - 5 = 0,0602
Exemplo 2: Se y = 6x2 – 4 calcule o acréscimo ∆y e dy para x = 2 e ∆x = 0,001.
Solução:
Usando a definição de ∆y, temos
∆y = f (x1 + ∆x) – f (x1) = f (2 + 0,001) – f (3) =
= [6. (2,001)2 – 4] – [6 . 22 – 4] = 20,024006 – 20 = 0,024006
Usando a definição de dy, temos
dy = f ’(x)dx = 12x . ∆x = 12 . 2 . 0,001 = 0,024
Observamos que a diferença ∆y – dy = 0,000006 seria menor caso usássemos um valor
menor que 0,001 para ∆x.
Exemplo 3: Calcule um valor aproximado para √65,5
3
usando diferenciais.
Solução:
Seja y = f (x) a função definida por f (x) =√𝑥
3
. Escrevemos,
y + ∆y = √𝑥 + ∆𝑥
3
e 𝑑𝑦 =
1
3𝑥
2
3
𝑑𝑥.
Fazemos x = 64 e ∆x = 1,5, isto porque 64 é o cubo perfeito mais próximo de 65,5.
Portanto,
x + ∆x = 65,5, dx = ∆x = 1,5 e 𝑑𝑦 =
1
3 (64)
2
3
∙ 1,5 =
1,5
3∙16
= 0, 03125.
Então, √65,5
3
= √64 + 1,5
3
= √𝑥 + ∆𝑥
3
= 𝑦 + ∆𝑦.
Fazendo ∆y ≈ dy, obtemos finalmente que √65,5
3
= 𝑦 + ∆𝑦 = 4 + 0,03125 = 4,03125.
Exemplo 4: Obtenha um valor aproximado para o volume de uma fina coroa cilíndrica
de altura 12 m, raio interior 7m e espessura 0,05m. Qual o erro decorrente se resolvermos
usando diferenciais?
Solução:
r = 7m
∆r = 0,05m
h = 12m
A figura acima representa o sólido de altura h, raio interior r e espessura ∆r. O
volume do cilindro interior é dado por
𝑉 = 𝜋𝑟2 ∙ ℎ = 𝜋 ∙ 72 ∙ 12 = 588𝜋𝑚3
Dando um acréscimo ∆r o volume da coroa será igual à variação ∆V em V. Usando
diferenciais, temos
∆𝑉 ≅ 𝑑𝑉 = 2𝜋𝑟 ∙ ℎ ∙ ∆𝑟 = 2𝜋 ∙ 7 ∙ 12 ∙ 0,05 = 8,4𝜋𝑚3
O volume exato será
∆𝑉 = 𝜋(𝑟 + ∆𝑟)2 ∙ ℎ − 𝜋𝑟2 ∙ ℎ = 𝜋(7,05)2 ∙ 12 − 𝜋 ∙ 72 ∙ 12
= 596,43𝜋 − 588𝜋 = 8,43𝜋𝑚3
Portanto, o erro cometido na aproximação usada foi ∆𝑉 − 𝑑𝑉 = 0,03𝜋𝑚3.
CÁLCULO DE ERROS
A seguir vamos considerar alguns exemplos que consideram uma estimativa do
valor do erro propagado, ou seja, o erro que se comete quando usamos uma estimativa
para o argumento da função xfy .
dxxfdy erro máximo, erro propagado, erro aproximado ou valor
aproximado (tem unidade)
y
dy
erro relativo (não tem unidade)
y
dy
100 erro percentual
Exemplo 5: Mediu-se o diâmetro de um círculo e achou-se 5,2 polegadas, com um erro
máximo de 0,05 polegadas. Achar o máximo erro aproximado da área quando calculada
pela forma:
4
2D
A
.
Achar os erros relativo e percentual.
Solução:
241,0005,0.2,5.
2
.2.
4
poldDDdA
%93,1:0193,0
23,21
41,0
:
2
2
percentualerro
pol
pol
A
dA
relativoerro
Exemplo 6: A medida do raio de uma esfera é 0,7 centímetros. Se esta medida tiver uma
margem de erro de 0,01 centímetros, estime o erro propagado ao volume V da esfera.
Calcule o erro relativo.
Solução:
3
3
4
RV
Estimativa do raio da esfera: R = 0,7
Erro máximo da estimativa: 0,01
01,001,0 R
3222 06158,0)01,0()7,0(444 cmdRRdVVR
dR
dV
Erro relativo:
0429,0)01,0(
7,0
33
3
4
4
3
2
R
dR
R
dRR
V
dV
Erro percentual:
%29,4