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– CARBOIDRATOS: São as moléculas orgânicas mais abundantes da natureza e possuem uma variedade de funções que incluem tanto o fornecimento de uma fração significativa de energia na dieta, como também a atuação como forma de armazenamento de energia no corpo e como componentes da membrana celular, mediando algumas formas de comunicação intercelular. A formula empírica de muitos carboidratos é (CH20)n dai o nome de “hidratos de carbono”. ➢ CLASSIFICAÇÃO E ESTRUTURA DOS CARBOIDRATOS: Os monossacarídeos (açúcar simples) podem ser classificados de acordo com o número de átomos de carbono que contêm. Os carboidratos com um aldeído comum como seu grupo funcional mais oxidado são chamados de aldoses, enquanto os que possuem um grupo cetona como grupo funcional mais oxidado são chamados de cetoses. Os dissacarídeos possuem duas unidades de monossacarídeos, os oligossacarídeos contêm de 3 até cerca de 10 unidades de monossacarídeos e os polissacarídeos contêm mais de 10 unidades podendo alcançar centenas de unidades de açucares em sua estrutura. A) ISÔMEROS E EPÍMEROS: Isômeros são compostos que tem a mesma formula química, mas estruturas diferentes. Ex: glicose, frutose, manose e galactose com fórmula C6H1206. Carboidratos isômeros que diferem na sua configuração ao redor de apenas determinado átomo de carbono (com exceção da carbonila) são chamados de epímeros um do outro. Ex: a glicose e galactose são epímeros em C-4 (suas estruturas diferem apenas na posição do grupo -OH no átomo de carbono 4). – B) ENANTIÔMEROS: Imagens especulares em que pares de estruturas são imagens uma da outra no espelho. Os dois membros são designados como D- e L- açucares. C) CICLIZAÇÃO DE MONOSSACARÍDEOS: Menos de 1% dos monossacarídeos com cinco ou mais átomos de carbono ocorre na forma de cadeia aberta (acíclica) sendo encontrados predominantemente na forma de anel (cíclica). Esse processo ocorre pela reação do grupo aldeído com o grupo álcool do mesmo açúcar tornando assimétrico o carbono carbonilico. 1. Carbono anômero: carbono que anteriormente fazia parte da carbonila e que, por conta da ciclização, adquire outra configuração. 2. Glicídios redutores: se o grupo hidroxila ligado ao carbono anômero de um glicídio na forma cíclica não estiver ligado a qualquer composto por uma reação glicosídica, o anel poderá ser aberto. Assim, esse glicídio poderá atuar como agente redutor, sendo denominado glicídio redutor. D) UNIÃO DE MONOSSACARIDEOS: Os monossacarídeos podem ser ligados para formar dissacarídeos, oligossacarídeos ou polissacarídeos. Dissacarídeos importantes são a: • Lactose= galactose + glicose • Sacarose= glicose + frutose • Maltose= glicose + glicose Polissacarídeo importantes incluem: • Glicogênio ramificado= proveniente de fontes animais • Amido= fontes vegetais • Celulose não ramificada= fonte vegetal Cada um desses polissacarídeos são polímeros de glicose. As ligações que os unem são chamadas de ligações glicosídicas e são formadas por enzimas conhecidas como glicosiltransferases, que utilizam como substrato um nucleotídeo-açúcar, com a UDP-glicose. As ligações glicosídicas entre açucares são denominadas conforme o número de carbonos que estabelecem conexão e também conforme a posição do grupo hidroxila no carbono anômero do glicídio envolvido na ligação. Se um grupo de hidroxila estiver na configuração α então a ligação é α. E) CARBOIDRATOS COMPLEXOS: Os carboidratos podem unir-se por ligações glicosídicas a estruturas que não são carboidratos, como bases púricas e pirimídicas, anéis aromáticos, proteínas e lipídeos. ➢ DIGESTÃO DOS CARBOIDRATOS: Os principais sítios de digestão dos carboidratos da dieta são a boca e o lúmen intestinal. Essa digestão é rápida e é catalisada por enzimas chamadas de glicosídeo-hidrolases (glicosidases) que hidrolisam as ligações glicolíticas. As enzimas necessárias para a degradação da maioria dos carboidratos da dieta são principalmente as endoglicosidases, que Enzimas chamadas racemases são capazes de interconverter isômeros D e L. – hidrolisam oligossacarídeos e polissacarídeos, as dissacaridases que hidrolisam tri e dissacarídeos. Glicosidases são em geral especificas para estrutura e configuração do resíduo glicosila a ser removido, bem como ao tipo de ligação a ser hidrolisada. A digestão dos carboidratos inicia na boca. Os principais polissacarídeos da dieta são de origem vegetal e animal. Durante a mastigação, a alfa amilase salivar atua brevemente sobre o amido e o glicogênio da dieta de forma aleatória, hidrolisando algumas ligações α (1→ 4). Os produtos de digestão resultantes dessa ação contem uma mistura de oligossacarídeos não ramificados e ramificados, conhecidas como dextrinas. A digestão de carboidratos cessa temporariamente no estomago, porque a elevada acidez inativa a α-amilase salivar. A digestão subsequente dos carboidratos pelas enzimas pancreáticas ocorre no intestino delgado. Quando o conteúdo ácido do estomago atinge o intestino delgado, ele é neutralizado pelo bicarbonato secretado pelo pâncreas, e a α- amilase pancreática continua o processo de digestão do amido. A digestão final dos carboidratos é feita pelas enzimas sintetizadas pela células mucosas intestinais. Esse processo final da digestão ocorre no epitélio mucoso do jejuno superior, e inclui a ação de várias dissacaridases. Essas enzimas são secretadas pelo lado luminal da membrana em forma de escova das células da mucosa intestinal e permanecem associadas a essa membrana. A absorção dos monossacarídeos se dá pelas células mucosas do intestino. O duodeno e o jejuno superior absorvem a maior parte dos glicídios da dieta que são absorvidos por diferentes mecanismos. - A galactose e a glicose são transportadas para o interior das célula mucosas por um processo ativo, que requer energia e uma captação concomitante de íons sódio; a proteína transportadora é o cotransportador de glicose 1 dependentes de sódio (SGLT-1). A absorção de frutose requer um transportador de monossacarídeo independente de sódio (GLUT-5). Todos os monossacarídeos são transportados das células mucosas intestinais para a circulação porta por outro transportador, o GLUT-2. Apenas os monossacarídeos são absorvidos logo qualquer defeito na atividade de determinada dissacaridase da mucosa intestinal causa a passagem de carboidrato não digerido para o intestino grosso. Presença desse material osmoticamente ativo → água flui da mucosa para o intestino grosso → causa diarreia osmótica. A glicose não pode se difundir facilmente pelos poros da membrana por conta do seu alto peso molecular. Assim, em alguns casos, ela chega nas células por difusão facilitada por meio de proteínas carreadoras que se ligam a glicose e atravessam-na para o outro lado da membrana. Além disso, ela pode também ser transportada pelo mecanismo de cotransporte ativo de sódio e glicose em que o transporte ativo de sódio oferece a energia para absorver a glicose contra a diferença de concentração. – METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS : Metabolismo é o termo usado para descrever a interconversão dos compostos químicos presentes no organismo, as vias percorridas pelas moléculas individualmente, suas inter-relações e os mecanismos que regulam o fluxo de metabolitos através dessas vias. As vias metabólicas são classificadas em três categorias: • Vias anabólicas: estão envolvidas na síntese de compostos maiores e mais complexos a partir de precursores menores como a síntese de proteínas a partir de aminoácidos; são endotérmicas; • Vias catabólicas: envolvidas na quebra de moléculas grandes, comumente envolvendo reações oxidativas; são exotérmicas e produtoras de equivalentes redutores e ATP; • Vias anfibólicas: ocorrem no cruzamento do metabolismo, atuando como pontos deunião entre as vias anabólicas e catabólicas como exemplo o ciclo de ácido cítrico; A. VIAS CATABÓLICAS: As reações catabólicas têm o propósito de capturar a energia química obtida da degradação de moléculas combustíveis ricas em energia, formando o ATP. O catabolismo também permite que moléculas da dieta sejam convertidas em blocos constitutivos necessários para a síntese de moléculas complexas. Essa energia é gerada em três estágios: 1) Hidrólise de moléculas complexas → moléculas complexas são quebradas em blocos constitutivos; ex: proteínas degradadas em aminoácidos. 2) Conversão dos blocos constitutivos em intermediários mais simples → esses blocos são degradados em acetil-coenzima A (CoA) e em uma pequena variedade de moléculas. Parte da energia é capturada como ATP mas essa quantidade é pequena se comparada com a produzida durante o terceiro estágio do catabolismo. 3) Oxidação da acetil-CoA → o ciclo de ácido cítrico é a via final comum da oxidação de moléculas combustíveis; a oxidação do acetil CoA gera grandes quantidades de ATP via fosforilação oxidativa a medida que os elétrons fluem do NADH e do FADH2 para o oxigênio. – B. VIAS ANABÓLICAS: Esse tipo de reação reúne moléculas pequenas, como aminoácidos para formar moléculas complexas, como proteínas. Essa reação é endergônicas e sua energia é fornecida pela quebra de ATP em ADP e Pi. O metabolismo normal é essencial para o entendimento das anormalidades que fundamentam a doença além disso, inclui a adaptação aos períodos de jejum, fome e exercício, bem como gravidez e a lactação. A ocorrência de anormalidades no metabolismo pode resultar da deficiência nutricional, enzimática e da secreção anormal de hormônios ou de ações de fármacos e toxinas. No estado alimentado, após uma refeição, existe um amplo suprimento de carboidratos, e a fonte de energia metabólica para a maioria dos tecidos é a glicose. Caso haja jejum, a glicose precisa ser preservada para o uso pelo sistema nervoso central e pelas hemácias. Já os outros tecidos podem usar fontes de energia diferentes; os músculos e o fígado oxidam ácidos graxos destinados a exportação para o musculo e outros tecidos. À medida que os estoques de glicogênio se esgotam, os aminoácidos prevenientes do turnover proteico são usados para a gliconeogênese. Gliconeogênese é o processo de síntese de glicose a partir de precursores não carboidratos, como lactato, aminoácidos e glicerol. ➢ REGULAÇÃO DO METABOLISMO: As vias metabólicas devem ser coordenadas de modo que a produção e síntese de produtos finais estejam de acordo com as necessidades da célula. A. SINAIS INTRACELULARES: A velocidade de uma vida metabólica pode responder a sinais reguladores que surgem no interior da célula. Essa velocidade pode ser influenciada pela disponibilidade de substratos, pela inibição pelos produtos ou por alterações nos níveis de ativadores ou inibidores alostéricos. Geralmente determinam uma resposta rápida. B. COMUNICAÇÃO INTERCELULAR: A comunicação entre células pode ser mediada pelo contato entre suas superfícies e, em alguns tecidos, pela formação de junções comunicantes, permitindo a comunicação direta entre os citoplasmas de células adjacentes. Para o metabolismo energético, contudo, a via mais importante é a sinalização química entre as células, mediada por hormônios ou por neurotransmissores. C. SISTEMAS DE SEGUNDOS MENSAGEIROS: Moléculas segundos mensageiros são assim designadas por atuarem entre o mensageiro original e o efeito final dentro da célula – são parte de uma cascata de eventos que traduz a ligação do hormônio ou neurotransmissor em resposta celular. Dois dos mais reconhecidos são o sistema cálcio/fosfatidilinositol e o sistema adenilato- ciclase. D. ADENILATO CICLASE: É uma enzima ligada a membrana que converte ATP em 3’,5’-monofosfato de adenosina (AMPc ou AMP cíclico). – O reconhecimento de um sinal químico por alguns receptores de membrana irá disparar um aumento ou redução na atividade da adenilato ciclase. Esses receptores caracterizam-se por apresentar uma região extracelular, onde se acoplam o ligante sete hélices transmembrana e um domínio intracelular que interage com proteínas G, os receptores acoplados a proteínas G (RAPG). 1. PROTEÍNAS REGULADORAS DEPENDENTES DE GTP: As proteínas G se ligam em nucleotídeos da guanosina (GTP e GDP) e formam um elo da cadeia de comunicação entre o receptor e a adenilato- ciclase. Na forma inativa da proteína G, a subunidade α liga-se ao GDP → união do ligante ao receptor causa uma alteração conformacional → troca o GDP para GTP → a subunidade α ligada ao GTP se dissocia e se move do receptor para a adenilato ciclase ativando-a. 2. PROTEÍNAS CINASES: É uma família de enzimas dependentes de AMPc. Essas enzimas catalisam a transferência de fosfato do ATP para resíduos específicos de serina em proteínas de substrato dessa enzima. ➢ VIAS QUE PROCESSAM OS PRINCIPAIS PRODUTOS DA DIGESTÃO: A natureza da alimentação estabelece um padrão básico de metabolismo que requerem um necessidade de processar os produtos da digestão dos carboidratos, proteínas e lipídeos. Todos os produtos da digestão são metabolizados a um produto comum, a acetil-CoA, que é então oxidada pelo ciclo de ácido cítrico. O metabolismo dos carboidratos concentra-se no suprimento e no destino da glicose. Glicose = principal combustível da maioria dos tecidos. ⬧ A glicose é metabolizada a piruvato pela via da glicólise. ⬧ Os tecidos aeróbios metabolizam o piruvato a acetil-CoA que pode entrar no ciclo de ácido cítrico para a oxidação completa a CO2 e H2O, ligados a formação de ATP no processo de fosforilação oxidativa. ⬧ Já na via anaeróbia, a glicólise tem como produto final o lactato. ⬧ A glicose e seus metabolitos também participam em outros processos como a síntese do polímero de armazenamento, o glicogênio, no musculo esquelético e fígado, e na via das pentoses-fosfato, uma parte alternativa da vida glicolítica. ⬧ A glicose é uma fonte de equivalentes redutores (NADPH) para a síntese de ácidos graxo e a fonte de ribose para a síntese de nucleotídeos e ácidos nucleicos. ⬧ Os intermediários trioses-fosfato na glicólise originam a porção glicerol dos triacilgliceróis. ⬧ O piruvato e os intermediários do ciclo do ácido cítrico fornecem os esqueletos de carbono para a síntese dos aminoácidos não essenciais ou dispensáveis, e a acetil- CoA e o precursor dos ácidos graxos e do colesterol e, consequentemente, de todos os hormônios esteroides sintetizados no corpo. – As vias metabólicas podem ser estudadas em diferentes níveis de organização. Os aminoácidos resultantes da digestão das proteínas da dieta e a glicose proveniente da digestão dos carboidratos são absorvidos pela veia porta do fígado. O fígado desempenha a função de regular a concentração sanguínea desses metabolitos hidrossolúveis. No caso da glicose, isso é obtido pela captação da glicose em quantidades superiores às necessidades imediatas e pelo seu uso na síntese de glicogênio (glicogênese). Entre as refeições, o fígado atua para manter o nível da glicemia a partir da degradação do glicogênio (glicogenólise) e, com o rim, converter metabolitos não carboidratos como lactato, glicerol e aminoácidos em glicose (gliconeogênese). A oxidação parcial de ácidos graxos no fígado leva a produção de corpos cetônicos (cetogênese) que são transportados para os tecidos extra-hepáticos onde fornecem energia durante o jejum prolongado e a inanição. BIOENERGÉTICA E FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA: A bioenergética descreve a transferência e a utilização de energia nos sistemas biológicos. Ela usa algumas ideias básicas da termodinâmica e preocupa-se apenas com os estados energéticos inicial e final dos componentes da reação, e não com o mecanismo de alteração química nemcom o tempo necessário para que ela ocorra. ➢ ENERGIA LIVRE: O sentido e extensão da reação química se da pelo grau em que dois fatores são alterados durante a reação. Esses dois fatores são a entalpia ΔH e a entropia ΔS. Quando combinadas são utilizadas para descrever uma terceira grandeza, a energia livre ΔG que prediz o sentido em que a reação ocorrerá espontaneamente. – O sinal de ΔG prediz o sentido da reação: ΔG negativo → perda de energia; reação exergônica; ΔG positivo → ganho de energia, reação endergônica; ΔG igual a zero ➢ ATP COMO CARREADOR DE ENERGIA: O ATP consiste em uma molécula de adenosina à qual estão ligados três grupos fosfato. Se um fosfato for removido ocorre a produção de ADP; se dois fosfatos forem removidos o produto resultante é o monofosfato de adenosina (AMP). ➢ A CADEIA TRANSPORTADORA DE ELÉTRONS: Moléculas ricas em energia, como a glicose, são metabolizadas por uma série de reações de oxidação, levando por fim a produção de CO2 e água. Os intermediários metabólicos dessas reações doam elétrons a coenzimas especificas – nicotinamida-adenina-dinucleotideo (NAD+) e flavina-adenina-dinucleotideo (FAD) – formando as coenzimas reduzidas ricas em energia, NADH e FADH2. Cada uma dessas coenzimas reduzidas podem doar um par de elétrons a um grupo especializado de carreadores de elétrons e à medida que os elétrons fluem através da cadeia transportadora eles perdem muito de sua energia livre. Parte dessa energia pode ser captada e armazenada para a produção de ATP a partir de ADP e Pi (fosfato inorgânico), processo denominado de fosforilação oxidativa, e a outra parte restante é utilizada para impulsionar outras reações como o transporte de Ca2+ para dentro da mitocôndria e a produção de calor. A. MITOCÔNDRIA: a cadeia transportadora de elétrons se localiza na membrana mitocondrial interna. - Membranas da mitocôndria: os componentes da cadeia transportadora de elétrons estão localizados na membrana interna que é impermeável para a maioria dos íons pequenos como H+, Na+ e K+ e moléculas pequenas como ATP, ADP e piruvato. Para mover íons ou moléculas através dessa membrana é preciso de carreadores ou sistemas de transporte especializados. - Matriz mitocondrial: é uma solução semelhante a gel com constituição de 50% de proteína; na matriz se encontram NAD+ e FAD, ADP e Pi e também RNA e DNA mitocondriais. B. ORGANIZAÇÃO DA CADEIA TRANSPORTADORA DE ELÉTRONS: a membrana mitocondrial interna pode ser rompida produzindo cinco complexos proteicos separados denominados complexo I, II, III, IV e V. Os complexos de I a IV contêm parte da cadeia transportadora de elétrons. – Cada complexo aceita ou doa elétrons que são trocados entre esses complexos e carreadores de elétrons relativamente móveis, como a coenzima Q e o citocromo c. Os elétrons se combinam no final com oxigênio e prótons e formam a água. Essa necessidade de oxigênio dá ao processo de transporte de elétrons a denominação de cadeia respiratória responsável pela maior parte da utilização de oxigênio no organismo. O complexo V é um complexo de proteínas que contém um domínio F0 que atravessa a membrana mitocondrial interna e um domínio F1 que se projeta como uma esfera para dentro da matriz mitocondrial. O complexo V catalisa a síntese de ATP logo é denominado de ATP-síntese. ➢ FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA: A transferência de elétrons ao longo da cadeia de transporte de elétrons é energicamente favorecida pois o NADH é um forte doador de elétrons e o oxigênio molecular um ávido aceptor de elétrons. A. Hipótese quimiosmótica/ Hipótese de Mitchell: explica como a energia livre gerada pelo transporte de elétrons por meio da cadeia transportadora de elétrons é utilizada para produzir ATP a partir de ADP+Pi. O transporte de elétrons esta acoplado a fosforilação do ADP pelo transporte de prótons através da membrana mitocondrial interna. Esses prótons são bombeados da matriz para os espaços intermembranas pelos complexos I, III e IV → cria- se um gradiente elétrico e de pH → energia gerada por esse gradiente impulsiona a síntese de ATP. B. ATP-sintase: o complexo ATP-sintase sintetiza ATP utilizando energia do gradiente de prótons gerado pela cadeia de transportadores de elétrons. – GLICÓLISE: A via glicolítica é usada em todos os tecidos para a quebra da glicose com o objetivo de fornecer energia – na forma de ATP - e intermediários para outras vias metabólicas. A glicólise é o centro do metabolismo dos carboidratos e tem como produto final o piruvato em células com mitocôndrias, além do fornecimento adequado de oxigênio. A glicólise aeróbia é uma série de 10 reações e tem esse nome devido a necessidade de oxigênio para a reoxidação do NADH formado durante a oxidação do gliceraldeído-3-fosfato. A glicólise aeróbia também prepara as condições necessárias para a descarboxilação oxidativa do piruvato a acetil-CoA, o principal combustível do ciclo de ácido cítrico. Alternativamente, o piruvato é reduzido pelo NADH para formar lactato, reoxidando o NAD+; essa conversão da glicose em lactato é chamada de glicólise anaeróbica. Esse processo permite a produção de ATP em tecidos sem mitocôndrias ou em células em que o oxigênio esteja em quantidade insuficiente. ➢ TRANSPORTE DA GLICOSE PARA DENTRO DAS CÉLULAS: A glicose não é capaz de difundir diretamente para dentro das células e para isso ela utiliza um dos dois mecanismos de transporte: um sistema de transporte por difusão facilitada, independente de Na+, ou um sistema de cotransporte monossacarídeo Na+. A. TRANSPORTE POR DIFUSÃO FACILITADA, INDEPENDENTE DE Na+: Esse sistema é mediado por uma família de 14 transportadores de glicose encontrados nas membranas celulares. Eles são designados GLUT-1 a GLUT-14 (isoformas 1 a 14 dos transportadores de glicose). Esses transportadores ocorrem na membrana em dois estados conformacionais. Glicose extracelular → se liga ao transportador → altera sua conformação → transporta a glicose através da membrana celular. Os transportadores de glicose GLUT apresentam um padrão de expressão com especificidade tecidual. Ex: GLUT-3: principal transportador de glicose nos neurônios, GLUT-1 é mais abundante nos eritrócitos e barreira hemato-encefálica; B. SISTEMA DE COTRANSPORTE MONOSSACARÍDEO Na+: Esse processo requer energia e transporta a glicose contra um gradiente de concentração, ou seja, de concentrações menores de glicose fora da célula para concentrações maiores dentro da célula. Esse sistema é um processo mediado por um carreador em que o movimento da glicose esta acoplado ao gradiente de concentração do Na+ que é transportado concomitantemente à glicose para o interior da célula. Esse carreador é um transportador de glicose dependente de sódio. Esse tipo de transporte ocorre em células epiteliais do intestino, túbulos renais e do plexo coroide. ➢ REAÇÕES DA GLICÓLISE: A conversão de glicose em piruvato acontece em dois estágios. As cinco primeiras reações de glicólise correspondem a uma fase de investimento de energia, em que as formas fosforiladas dos intermediários são sintetizadas à custa de gasto de ATP. As reações subsequentes constituem uma fase de produção de energia, em que ocorre a produção líquida de duas moléculas de ATP por moléculas de glicose metabolizadas, por fosforilação no nível do substrato. – 1. Fosforilação da glicose: as moléculas de glicídios não fosforiladas não atravessam facilmente as membranas células pois não possuem carreadores específicos na membrana para esses compostos e também são muito polares para difundir através da porção lipídica das membranas. Na maior parte dos tecidos, a fosforilação da glicose é catalisada pela hexocinase, uma das três enzimas reguladoras da glicólise com especificidade ampla quanto ao substrato. Por apresentarbaixo Km e, portanto uma alta afinidade para a glicose, essa enzima permite uma fosforilação eficiente e o metabolismo posterior da glicose mesmo quando as concentrações teciduais de glicose estiverem baixas. Além disso a glicocinase também atua nesse processo, nas células β ela funciona como sensor de glicose, determinando o limiar para a secreção de insulina e no fígado facilita a fosforilação durante uma hiperglicemia. 2. Isomerização da glicose-6-fosfato: a isomerização da glicose-6-fosfato, com produção de frutose-6-fosfato é catalisada pela fosfoglicose-isomerase. Essa reação é reversível e não é limitante ou regulado. 3. Fosforilação da frutose-6-fosfato: é uma reação irreversível da fosforilação; é catalisada pela fosfofrutocinase-1 (PFK-1); é o mais importante ponto de controle e passo limitante da velocidade da glicólise além de ser a primeira reação comprometida com a via. A PFK-1 é controlada pelas concentrações disponíveis de seus substratos, ATP e frutose-6- fosfato, e por substâncias reguladoras. A PFK-1 é inibida alostericamente por níveis elevados de ATP que atuam como sinal de riqueza energética, e também por altos níveis de citrato (intermediário do ciclo do ácido cítrico). A glicocinase funciona como um sensor de glicose no controle da homeostase da glicose plasmática. Mutações que diminuem a atividade da glicocinase são a causa de uma fora rara de diabetes, o diabetes tipo 2 com início no indivíduo jovem. – A frutose-2,6-bifosfato é o mais potente ativador de PFK-1 ativando a enzima mesmo com ATP altos; altas concentrações de AMP, que sinalizam depleção das reservas de energia, também ativam a PFK-1. As ações reciprocas de frutose-2,6-bifosfato sobre a glicólise e a gliconeogênese asseguram que essas vias não estejam completamente ativas ao mesmo tempo. 4. Clivagem da frutose-1,6-bifosfato: A aldolase cliva a frutose-1,6-bifosfato, dando di- hidroxiacetona-fosfato e gliceraldeído-3-fosfato; a reação é reversível e não regulada; 5. Isomerização da di-hidroxiacetona-fosfato: a triose-fosfato-isomerase interconverte essas duas trioses, a di-hidroxiacetona-fosfato e o gliceraldeído-3-fosfato. A di-hidroxiacetona- fosfato se isomeriza e dá gliceraldeído-3-fosfato para posterior metabolismo pela via glicolítica. 6. Oxidação do gliceraldeído-3-fosfato: a conversão do gliceraldeído-3-fosfafo em 1,3- bisfosfoglicerato (1,3-BPG) pela gliceraldeído-3- fosfato-desidrogenase é a primeira reação de oxidação-redução da glicólise. Uma vez que há apenas uma quantidade limitada de NAD+ na célula, o NADH produzido nessa reação deve ser reoxidado a NAD+ para que a glicólise continue. Os dois principais mecanismos de oxidação de NADH são: a conversão ligada ao NADH de piruvato em lactato e a oxidação do NADH via cadeia respiratória. A oxidação do grupo 1,3-BPG está acoplada à ligação de um Pi a esse grupo carboxila. 7. Síntese do 3-fosfoglicerato com produção de ATP: quando o 1,3-BPG é convertido em 3- fosfoglicerato o grupo de alta energia 1,3-BPG é usado na síntese de ATP a partir de ADP. Umas vez que duas moléculas de 1,3-BPG são produzidas para cada molécula de glicose que entra na via glicolítica, a reação dessa cinase repõe as duas moléculas de ATP consumidas na formação inicial de glicose-6-fosfato e frutose-1,6- bifosfato. 8. Troca do grupo fosfato do carbono 3 para o carbono 2: essa mudança é feita pela fosfoglicerato-mutase e é reversível. 9. Desidratação do 2-fosfoglicerato: Essa desidratação é mediada pela enolase que redistribui a energia dentro da molécula do 2- fosfatoglicerato e resulta na formação do fosfoenolpiruvato (PEP) que contêm um enol fosfato de alta energia; a reação é reversível; 10. Formação do piruvato, com produção de ATP: a conversão do PEP em piruvato é catalisada pela piruvato-cinase e a terceira reação irreversível da glicólise. Na glicólise anaeróbica em células eucarióticas o produto final é o lactato. No musculo esquelético em exercício, a produção de NADH excede a capacidade oxidativa da cadeia respiratória e resulta em um aumento na razão de NADH/NAD+, favorecendo a redução do piruvato a lactato. Logo, durante um exercício intenso o lactato se acumula no musculo o que diminui o pH intracelular e pode levar a cãibras. Estado alimentado → diminui níveis de glucagon + nível elevado de insulina (aumento de carboidratos = aumento na frutose-2,6- bifosfato) → aumenta glicólise no fígado. Jejum → altos níveis de glucagon e baixos de insulina → diminuição na concentração intracelular de frutose-2,6-bifosfato hepática → diminuição na glicólise e aumento na gliconeogênese. – - Acidose Láctica: ocorre quando há concentrações elevadas de lactato no plasma (o que ocorre quando há colapso no sistema circulatório como infarto e embolia). Essa falha em levar quantidade adequadas de oxigênio aos tecidos resulta em prejuízo na fosforilação oxidativa e diminuição na síntese de ATP. Para sobreviver, as células utilizam a glicólise anaeróbia como sistema auxiliar na produção de ATP produzindo ácido láctico como produto final. Apesar da produção de certa quantidade de ATP na glicólise, os produtos finais, piruvato ou lactato, ainda retem maior parte da energia contida na glicose. O ciclo de ácido cítrico é necessário para liberar completamente essa energia. Glicólise anaeróbia → 2 ATPs são gerados para cada molécula de glicose convertida em duas de lactato. Não há produção ou consumo de NADH. Glicólise aeróbia → há um ganho líquido de 2 ATPs por molécula de glicose; duas moléculas de NADH são produzidas por cada molécula de glicose; – CICLO DO ÁCIDO CÍTRICO: O ciclo do ácido cítrico, ou ciclo de Krebs, desempenha diversos papeis no metabolismo. É a via final para onde converge o metabolismo oxidativo dos carboidratos, aminoácidos e ácidos graxo. Essa oxidação fornece energia para a produção da maior parte do ATP da maioria dos animais. O ciclo ocorre totalmente na mitocôndria e está bastante próximo das reações de transporte de elétrons. É uma via aeróbia por o O2 é necessário como aceptor final dos elétrons. É considerado um ciclo de tráfego com compostos que entram e saem de acordo com as necessidades do organismo. ➢ REAÇÕES DO CICLO DO ÁCIDO CÍTRICO: 1. Descarboxilação oxidativa do piruvato: o piruvato, produto final da glicólise aeróbia, deve ser transportado para dentro da mitocôndria antes que possa entrar no ciclo do ácido cítrico. Esse transporte é efetuada por um transportador específico para o piruvato, que ajuda esse composto a cruzar a membrana mitocondrial interna. Uma vez na matriz, o piruvato é convertido em acetil-CoA pelo complexo da piruvato- desidrogenase, um complexo multienzimático. Esse complexo não é parte do ciclo propriamente, mas sim uma importante fonte de acetil-CoA (o substrato de dois carbonos que alimenta o ciclo). 2. Síntese do citrato a partir de acetil-CoA e oxalacetato: a condensação de acetil-CoA e oxalacetato para formar o citrato é catalisada pelo citrato-sintase. Essa condensação apresenta um equilíbrio deslocado para o lado da síntese de citrato. A ligação do oxalacetato induz uma alteração conformacional na enzima gerando um sítio de ligação para a acetil-CoA. O complexo piruvato desidrogenase (PDH) é um agregado multimolecular que apresenta três enzimas: a piruvato-desidrogenase (E1), a di-hidrolipoli-transacetilase (E2) e a di- hidropoli-desidrogenase (E3). Cada uma delas hidrolisa uma parte da reação geral. Além disso o PDH possui cinco coenzimas que atuam como carreadores ou como oxidantes para os intermediários das reações. – 3. Isomerização do citrato: o citrato é isomerizado em isocitrato pela aconitase, uma proteína Fe-S. 4. Oxidação e descarboxilação do isocitrato: a isocitrato-desidrogenase catalisa a descarboxilação oxidativa irreversível do isocitrato originandoa primeira das três moléculas de NADH produzidas pelo ciclo e a primeira liberação de CO2. Essa é uma das etapas limitantes da velocidade do ciclo do ácido cítrico. 5. Descarboxilação oxidativa do α-cetoglutarato: essa conversão de α-cetoglutarato em succinil- CoA é catalisada pelo complexo da α- cetoglutarato-desidrogenase, um agregado multimolecular que consiste em três enzimas. A reação libera o segundo CO2 e produz o segundo NADH do ciclo. As coenzimas necessárias são o pirofosfato de tiamina, ácido lipoico, FAD, NAD+ e a coenzima A. 6. Clivagem da succinil-CoA: o succinato-tiocinase cliva a ligação tioester de alta energia da succinil- CoA. A reação está acoplada à fosforilação de difosfato de guanosina (GDP) e produz trifosfato de guanosina (GTP). 7. Oxidação do succinato: o succinato é oxidado a fumarato pela succinato-desidrogenase (única enzima inserida na membrana interna da mitocôndria) ao mesmo tempo que a coenzima FAD é reduzida a FADH2. 8. Hidratação do fumarato: o fumarato é hidratado resultando em malato; a reação é reversível e é catalisada pela fumarese. – 9. Oxidação do malato: o malato é oxidado a oxalacetato pela malato-desidrogenase; essa reação produz o terceiro e último NADH do ciclo; ➢ CONSIDERAÇÕES GERAIS DO CICLO: Dois átomos de carbono entram no ciclo na forma de acetil-CoA e o deixam na forma de CO2. O Ciclo não envolve o consumo efetivo ou produção efetiva de oxalacetato ou qualquer outro intermediário. Quatro pares de elétrons são transferidos durante uma volta do ciclo: 3 pares de elétrons reduzem três NAD+ a NADH e 1 par reduz FAD a FADH2. A oxidação de um NADH pela cadeia transportadora de elétrons leva a formação de aproximadamente três ATPs, enquanto a oxidação do FADH2 gera cerca de dois ATPs. A regulação do ciclo de Krebs é feita por enzimas: – GLICONEOGÊNESE: O processo de gliconeogênese não ocorre por uma simples reversão da glicólise, mas sim com a utilização de enzimas tanto mitocondriais como citosólicas. Durante o jejum de um noite, cerca de 90% da gliconeogênese ocorre no fígado, com os rins fornecendo 10% das moléculas de glicose recém- sintetizadas. Durante o jejum prolongado, os rins tornam-se importantes órgãos produtores de glicose contribuindo com cerca de 40% da produção total de glicose. ➢ PRECURSORES PARA A GLICONEOGÊNESE: Os precursores gliconeogênicos são moléculas que podem ser utilizadas na produção líquida da glicose. Eles incluem os intermediários da glicólise e do ciclo do ácido cítrico. A. GLICEROL: liberado durante a hidrolise de triacilgliceróis, no tecido adiposo, e levando ao fígado pelo sangue. – B. LACTATO: liberado no sangue pelo musculo esquelético em exercícios e pela células que não possuem mitocôndrias como os eritrócitos. C. AMINOÁCIDOS: os aminoácidos obtidos pela hidrolise de proteínas teciduais são as principais fontes de glicose no jejum. A glicólise e a gliconeogênese compartilham a mesma via, mas em direções opostas, e são reciprocamente reguladas. ➢ CONTROLE DA GLICEMIA: Além dos efeitos diretos da hiperglicemia no aumento da captação de glicose pelo fígado, o hormônio insulina desempenha um papel central na regulação da glicose no sangue. Esse hormônio e produzido pelas células β das ilhotas de Langerhans no pâncreas, em resposta a hiperglicemia. As células β das ilhotas são livremente permeáveis a glicose via transportador GLUT 2, e a glicose e fosforilada pela glicocinase. Por isso, o aumento da glicemia aumenta o fluxo metabólico através da glicólise, do ciclo do acido cítrico e da geração de ATP. A elevação de [ATP] inibe os canais de K+ sensíveis ao ATP, causando despolarização da membrana celular, o que aumenta o influxo de Ca2+ através dos canais de Ca2+ sensíveis a voltagem, estimulando a exocitose da insulina. Assim, a concentração sanguínea de insulina segue paralela a da glicose no sangue. Outras substâncias que causam a liberação de insulina pelo pâncreas incluem aminoácidos, ácidos graxos livres, corpos cetônicos, glucagon, secretina etc. Esses fármacos são utilizados para estimular a secreção de insulina no diabetes melito tipo II através dos canais de K+ sensíveis ao ATP. A epinefrina e a norepinefrina bloqueiam a liberação de insulina. A insulina diminui imediatamente a glicemia ao intensificar o transporte de glicose no tecido adiposo e no musculo por meio do recrutamento de transportadores de glicose (GLUT 4) do interior da célula para a membrana plasmática. Embora isso não afete diretamente a captação de glicose pelo fígado, a insulina potencializa a captação a longo prazo em consequência de suas ações sobre as enzimas que controlam a glicólise a glicogênese e a gliconeogênese. O glucagon e o hormônio produzido pelas células α das ilhotas pancreáticas em resposta a hipoglicemia. No fígado, ele estimula a glicogenólise por ativar a glicogenio-fosforilase. Ao contrário da epinefrina, o glucagon não tem efeito sobre a fosforilase muscular. O glucagon também aumenta a gliconeogênese a partir de aminoácidos e do lactato. Em todas essas ações, o glucagon atua por meio da geração de cAMP. Tanto a glicogenólise quanto a gliconeogênese hepáticas contribuem para o efeito hiperglicêmico do glucagon, cujas ações se opõem as da insulina. A maior parte do glucagon endógeno (e da insulina) e depurada da circulação pelo fígado. O diabetes melito (tipo I, ou diabetes melito dependente de insulina; DMID) caracteriza-se por redução da tolerância a glicose devido a secreção diminuída de insulina como resultado da destruição progressiva das células β das ilhotas pancreáticas. A tolerância a glicose também é prejudicada no diabetes melito tipo II (diabetes melito não dependente de insulina, DMNID) como resultado da sensibilidade comprometida dos tecidos a ação da insulina. A resistência a insulina associada a obesidade (e, particularmente, a obesidade abdominal), que leva ao desenvolvimento de hiperlipidemia, – seguida de aterosclerose e doença cardíaca coronariana, bem como diabetes manifesto, e conhecida como síndrome metabólica. A tolerância a glicose prejudicada ocorre em condições de insuficiência hepática, em algumas infecções, e em resposta a alguns fármacos, assim como em condições que levam a hiperatividade da hipófise ou do córtex da glândula suprarrenal devido ao fato de os hormônios secretados por essas glândulas antagonizarem as ações da insulina. A administração de insulina (como no tratamento do diabetes melito) diminui a glicemia e aumenta a utilização e o armazenamento de glicose no fígado e no musculo na forma de glicogênio. A insulina em excesso pode causar hipoglicemia, resultando em convulsões e até mesmo em morte, a menos que a glicose seja imediatamente administrada. Observa-se aumento da tolerância a glicose na insuficiência hipofisária ou corticossuprarrenal, atribuível a diminuição do antagonismo a insulina pelos hormônios normalmente secretados por essas glândulas.
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