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Pratica 2 - Lancamento Obĺıquo May 9, 2021 1 Objetivos � Aprender a realizar medidas em um experi- mento; � Reforçar os assuntos lançamento de projétil e Rolamento; � Obter valores de uma grandeza a partir de medidas indiretas; � Trabalhar com propagação de erros; � Comparar valor medido com estimativa teórica; 2 O experimento Realizaremos um experimento envolvendo o lançamento obĺıquo de um objeto (ver figura 1a). Este objeto realizará um movimento bidimen- sional sendo uniforme no eixo horizontal e acel- erado no eixo vertical. A partir de medidas de altura de lançamento e alcance determinamos a velocidade de lançamento. Para que o objeto adquira a velocidade inicial do lançamento iremos fazê-lo rolar sobre um trilho. Usaremos a teoria de rolamento vista em F́ısica Geral I para esti- mar a velocidade de lançamento. Compararemos a velocidade medida à estimada teoricamente. 3 Material utilizado � Esfera ou pedaço de cano; � Objetos ciĺındricos e longos para construir o trilho: pedaço de cano ou cabo de vassoura; � Barbante; � Cronômetro (pode ser de smartphone) Figure 1: a) Ilustração da montagem para real- ização do lançamento obĺıquo. b) Orientação do sistema de eixos utilizado e vetor velocidade ini- cial. 4 Embasamento teórico 4.1 Lançamento obĺıquo Nosso objetivo nesta seção será determinar a relação entre a velocidade de lançamento e grandezas mensuráveis como a altura de lançamento H e o alcance R. Considerando o sistema de eixo mostrado na figura 1b escrevemos as equações horárias para x(t) e y(t): x(t) = v0 cos(θ)t, (1) y(t) = v0 sin(θ)t+ g 2 t2. (2) Ao atingir o solo o objeto terá posições x = R e y = H. O tempo necessário para atingir o solo é: t = R v0 cos(θ) . (3) 1 Figure 2: Esfera utilizada no experimento. Out- ros objetos podem ser usados, como por exemplo, um pedaço de cano. Substituindo na equação para y(t): H = R tan(θ) + g 2 R2 V 20 cos 2(θ) . (4) Resolvendo para V0 obtemos: V0 = √ g 2 R cos(θ) √ H −R tan(θ) . (5) Note que na equação acima a aceleração da gravi- dade g = 9, 78m/s2 é conhecida e as grandezas θ, R e H serão determinadas no experimento1 de modo que V0 pode ser determinado. A deter- minação de V0 consiste em um medida indireta de uma grandeza f́ısica. 4.2 Rolamento Vamos fazer uma estimativa de V0,T usando a teo- ria de rolamento 2. Vamos considerar que o ob- jeto rola sem deslizar sobre um plano, isto é, com ponto de contato no seu ponto mais baixo. O ob- jeto parte do repouso e percorre uma distância L sobre um plano inclinado que faz um ângulo θ 1Veja como medir estas grandezas na seção Procedi- mento. 2Revisar a teoria em um livro de F́ısica Geral I Figure 3: Trilho constrúıdo com dois canos PVC. Outros materiais podem ser usados, como por ex- emplo, cabos de vassoura. com a horizontal. A velocidade na parte inferior do plano será dada por: V0,T = √√√√2L g sin(θ) 1 + ICM/Mr2 (6) Com ICM o momento de inércia do objeto com relação a um eixo passando pelo seu centro, r o raio (externo) do objeto e M a massa do ob- jeto. Note que como ICM é proporcional a massa, a razão ICM/Mr 2 não irá depender de M . As grandezas L e θ serão medidas no experimento seguindo o Procedimento experimental. 2 5 Procedimento experimen- tal Nesta seção serão descritos os passos principais para a montagem do experimento. Procuramos orientar o experimento para ser feito com mate- riais fáceis de encontrar em casa ou no mercado local. O estudante poderá adaptar os materiais aqueles aos quais tem acesso. 5.1 Trilho 1. Para construir o trilho utilizaremos objetos ciĺındicos e longos (L > 30cm). Sugerimos canos de PVC ou cabos de vassoura; Precis- aremos de dois elementos (Ver figura 3). 2. O objetivo do trilho é servir de guia para o movimento de esferas. 3. Junte os elementos usados para fazer o trilho e fixe um no outro. A fixação pode ser feita, por exemplo, enrolando fita adesiva nos ele- mentos; 4. É importante que o ponto usado para fixação esteja fora da região usada no rolamento; 5. Para produzir a inclinação do trilho usaremos objetos retangulares com pequena espessura, h (h < 3cm). Por exemplo, pode-se usar uma caixa de fósforos. 6. Faça uma marcação (lapis grafite ou hidro- cor) que servirá de ponto de partida para o objeto; 7. Meça cinco vezes a distância L, do ponto de partida até o final do trilho. Cuidado para que os dois pedaços de cano usados para for- mar o trilho estejam alinhados no final. A partir das cinco medidas determine o valor médio L̄ e a incerteza ∆L desta distância; 8. Meça a altura h da caixa de fósforo (uma vez, utilize a resolução do instrumento como ∆h). Coloque a caixa de fósforo abaixo da marcação correspondente ao ińıcio do movi- mento. Figure 4: trilho com esfera. Utilizamos uma caixa de fósforo para para produzir um ângulo entre o trilho e a horizontal. 9. Determine o ângulo de inclinação do trilho: sin(θ) = h/L. Para simplificar os cálculos, vamos considerar ∆θ = 0. 5.2 Lançamento obĺıquo Aqui descreveremos o procedimento para medir H e R necessários para a determinação de V0. 1. Escolha o objeto a ser lançado (esfera ou pedaço de cano); 2. Verifique a expressão do momento de inércia ICM deste objeto. 3. Meça as dimensões do objeto. Iremos precisar das dimensões necessárias para o cálculo do momento de inércia. Lembramos que não precisamos medir a massa, pois, esta será cancelada na expressão ICM/MR 2 (ver Eq. 6). Para simplificar os cálculos iremos considerar a incerteza das dimensões do ob- jeto como nulas. 4. Meça a altura de lançamento até o solo. Repita a medida cinco vezes. Determine o valor médio da altura H̄ e a incerteza ∆H3. 3A altura H deve ser medida da parte inferior do objeto no trilho até o solo 3 5. O alcance R será a distância horizontal do ponto de lançamento (final do trilho) até o ponto de impacto no solo. Para medir esta distância horizontal vamos primeira- mente transladar o ponto de lançamento para o chão. Para isto usaremos um fio de pruno (barbante com peso amarrado, ver figura 5). Faça uma marcação no solo correspondente a posição horizontal do ponto de lançamento (com hidrocor, fita adesiva ou outro). 6. Meça o alcance R para cinco lançamentos. A partir dos valores medidos determine o al- cance médio R̄ e a incerteza do alcance ∆R. 6 Tratamento de dados e re- sultados Nesta seção descreveremos o tratamento de dados necessários para este experimento. 1. Organize os dados medidos em forma de tabelas. 2. Forneça os resultados dos valores medidos (L,h,R e H) na forma média mais ou menos incerteza. Exemplo: R = R̄± ∆R. 3. Calcule a velocidade de lançamento V0 e sua incerteza (usando propagação de erro). Forneça o resultado na forma V0 = V̄0±∆V0. 7 Discussão /Questionário 1. Calcule o valor da velocidade de lançamento esperado teoricamente, V0,T e sua incerteza (propagação do erro). Forneça o resultado na forma V0,T = ¯V0,T ± ∆V0,T . 2. Compare os valores obtidos de V0 e VO,T . Os valores são compat́ıveis entre śı? 3. Qual o erro relativo (percentual) da medida de V0 com relação a V0,T . 4. Discuta as posśıveis fontes de erro e como estas afetam as medições. 8 Problema teórico - Gráfico Um estudante fez medidas para diferentes in- stantes de tempo para um objeto em lançamento horizontal (ver figura 1b, com θ = 0). O re- sultado das medidas da posição Horizontal x e vertical y para diferentes instantes de tempo está 4 mostrado na tabela . x(cm) 5,0 16,0 22,1 27,4 34,8 y(m) 0,06 0,44 1,01 1,47 2,39 Table 1: Tabela contendo os valores medidos de x e de y para diferentes instantes de tempo no lançamento horizontal. A incerteza das medidas é ∆x = 0, 2cm e ∆y = 0, 01m. As equações horárias para x(t) e y(t) são: x(t) = V0t (7) y(t) = + g 2 t2 (8) 8.1 Discussão e Questionário 1. Desejamos, a partir de um gráfico, obter o valor de V0 e sua incerteza.Para isto de- vemos achar duas grandezas que estão rela- cionadas linearmente para fazer um ajuste de reta. Determine quais grandezas relacionar para obter um gráfico linear. Faça o gráfico. 2. A partir de um ajuste de reta obtenha a ve- locidade de lançamento V0 e sua incerteza. 5