Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 1 QUESTÕES AIN 06 – PANCREATITE CRÔNICA 1. Paciente, 52 anos, é encaminhado para investigação de dor epigástrica e emagrecimento. Durante a anamnese, apresenta quadro sugestivo de esteatorreia. A principal suspeita diagnóstica do caso é de pancreatite crônica. Para esse caso, A) a etiologia mais comum é a biliar. B) a dor abdominal é o sintoma predominante da pancreatite crônica. C) a elevação da lipase e amilase são fundamentais para confirmação do diagnóstico. D) a radiografia simples de abdome é o método de imagem de escolha para confirmação do diagnóstico. E) a reposição enzimática é a principal escolha para controle da dor 2. São indicações para cirurgia em paciente portador de pancreatite crônica, exceto: A) Obstrução biliar. B) Dor intratável. C) Insuficiência endócrina. D) Suspeita de neoplasia. 3. As indicações de cirurgia em casos de pancreatite crônica são: A) Diabetes, suspeita de carcinoma de pâncreas, esteatorreia, pseudocisto sintomático. B) Dor grave e incapacitante, suspeita de carcinoma de pâncreas, icterícia obstrutiva, pseudocisto sintomático. C) Pancreatite por colelitíase, dor intratável, icterícia e esteatorreia. D) Dor intratável, esteatorreia, ascite e derrame pleural 4. Qual das complicações abaixo está mais relacionada a pancreatite crônica? A) Trombose venosa profunda. B) Osteoporose / osteopenia. C) Doença renal crônica. D) Depressão. 5. Homem de 57 anos de idade apresenta dor epigástrica quase que constante, de intensidade leve a moderada, com irradiação para as costas, que piora após ingerir alimentos gordurosos, iniciada há 10 meses, após o diagnóstico de pancreatite crônica. Todavia, a dor tem piorado, progressivamente, nos últimos 3 meses. Evacua a cada 2 dias e seu peso permaneceu estável. Nega ingestão de álcool ou tabagismo. O paciente tem histórico de abuso de opioide. Exame físico: sinais vitais normais; abdome: moderada dor à palpação no epigástrio. Endoscopia digestiva alta normal. Tomografia mostra calcificações em todo o pâncreas, ducto pancreático dilatado, sem lesões císticas ou massas. O tratamento inicial mais adequado é: A) bloqueio do plexo celíaco. B) dieta com baixo teor de gordura e anti-inflamatório não hormonal. C) paracetamol e tramadol. D) reposição oral de enzimas pancreáticas. 6. A suplementação e reposição enzimática na pancreatite crônica melhoraram a absorção de gorduras quando comparada ao placebo, embora a absorção total não tenha sido alcançada. A quantidade de enzimas necessária para alcançar esses objetivos é variável, devendo ser ajustada conforme a resposta clínica. Não podemos apenas aceitar que: NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 2 A) A complementação de enzimas melhora, mas não elimina a esteatorreia. B) Inexistem provas conclusivas que a reposição enzimática possa melhorar a dor da pancreatite crônica. C) O tratamento deve ser realizado de forma a diminuir a esteatorreia e contribuir para a manutenção de um estado nutricional adequado. D) Atualmente se recomenda restrição de gorduras na dieta, devido ao risco de agravar deficiências nutricionais 7. A respeito de pancreatite, assinale a alternativa correta. A) Pancreatite aguda em paciente que se apresenta na admissão com idade abaixo de 70 anos, glicemia abaixo de 220 mg/dL e LDH sérico menos que 350 IU/L e leucograma abaixo de 18.000 leucócitos totais é considerada leve, independentemente da etiologia. B) O tratamento inicial de pancreatite aguda grave é reposição volêmica, estabilização do quadro clínico e colangiopancreatografia retrógrada endoscópica com papilostomia. C) A presença de coleção peripancreática identificada em tomografia sempre indica drenagem cirúrgica. D) Nunca é indicado o uso de nutrição parenteral para paciente com pancreatite em razão do risco de hiperlipidemia. E) Alcoolismo, hiperparatireoidismo e hiperlipidemia são fatores de risco para pancreatite crônica. 8. G.G.F, 42 anos, é admitido em enfermaria de clínica médica relatando dor abdominal intensa, que piora no período pós-prandial, em cólica, com irradiação para o dorso, associado a diarreia e perda ponderal de 15 kg nos últimos 6 meses. Exames laboratoriais mostram glicemia de jejum: 400 mg/dl, colesterol total: 300 mg/dl, HDL-colesterol: 44 mg/dl, triglicerídeo: 440 mg/dl, ureia: 20 mg/dl (VR: 10 a 40), creatinina: 0,9 mg/dl (VR: 0,6 a 1,4), elastase fecal < 100 ug por grama de fezes e aumento dos níveis de transferrina deficiente em carboidrato. Diante do caso, qual o provável diagnóstico? A) Retocolite ulcerativa. B) Colelitíase. C) Pancreatite crônica. D) Colite pseudomembranosa 9. Em relação à pancreatite crônica, considere as afirmativas a seguir. I. O tabagismo tem um efeito sinérgico ao álcool em sua etiologia. II. Níveis séricos de IgG4 estão elevados na pancreatite autoimune. III. Polimorfismos genéticos aumentam o risco de progressão da doença. IV. Esteatorreia ocorre nas fases iniciais por insuficiência exócrina. Assinale a alternativa correta. A) Somente as afirmativas I e II são corretas. B) Somente as afirmativas I e IV são corretas. C) Somente as afirmativas III e IV são corretas. D) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. E) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 10. Temos como principais causas da pancreatite crônica: A) Ingestão alcoólica, tagabismo, sobrepeso; B) Tabagismo, pancreatite autoimune, colangite; C) Ingestão alcoólica, obesidade, colecistite aguda; D) Tagabismo, alcoolismo, obstrução ducto pancreático. 11. Um homem de 53 anos, etilista crônico, foi internado na enfermaria de Gastroenterologia de um hospital universitário apresentando dor no andar superior de abdome, iniciada há cerca de 3 anos, mas que se tornaram mais NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 3 intensas nos últimos 6 meses, com piora pós-alimenta ção. Refere emagrecimento não quantificado e realizou tomografia de abdome que evidenciou calcificações no parênquima pancreático e dilatação do ducto de Wirsung. Qual é a melhor conduta para esse paciente? a) complementar investigação com colangiopancreatografia retrógrada endoscópica; b) complementar investigação com ultrassonografia endoscópica; c) complementar investigação com colangiorressonância; d) iniciar reposição de enzimas pancreáticas; e) prescrever dieta zero e hidratação intravenosa 12. -Com relação à pancreatite crónica, indique se são verdadeiras (V) ou falsas (F) as afirmativas abaixo. ( ) A causa mais comum é o uso abusivo de álcool e o sintoma mais presente é a esteatorreia. ( ) A doença, quando no estágio C ou avançado, apresenta dor intensa com episódios frequentes e com perda da função endocrina e exócrina do pâncreas ( ) O teste da secretina-colecistoquinina é o método laboratorial mais sensível e especifico para o diagnóstico da pancreatite crônica ( ) A tomografia computadorizada estabelece critérios de gravidade com a Escala de Cambridge. O tipo Il apresenta o ducto pancreático principal ainda sem alterações, mas.com alterações em três ou mais ramos do ducto principal. ( ) O tratamento clinico inicial visa o controle da dor e a correção da insuficiência pancreática, utilizando enzimas pancreáticas associadas ao inibidor da bomba de protons para melhorar sua efetividade. 13. A pancreatite crônica é uma doença que leva a destruição do parênquima do pâncreas, que faz com que ele perca a suas funções exócrinas e endocrinas. No caso da insuficiência exocrinas, a pessoa devera receber por via oral as enzimas A e B. Havendo comprometimento da função Endocrino, é necessário receber C após as refeições. O texto acima fica correto se A, B e C forem substituidas, respectivamente por:A) Pepsina, tripsina e insulina; B) Maltase, quimiotropismo e glicano; C) Insulina, glucagon e lipase; D) Amilase, lipase e insulina. 14. Assinale a alternativa incorreta: A) Em relação ao pancreas Divisum, o ducto de Santorini é responsável, nesses casos, pela maior parte da drenagem da secreção pancreática. B) Geralmente para o consumo de álcool produzir pancreatite crônica deve haver ingestão por tempo prolongado (mais de 10 anos) da substância. C) A hipertrigliceridemia pode ocasionar pancreatite aguda. D) O exame CPRE pode como complicação ocasionar pancreatite aguda. E) O ultrassom não é um bom exame para avaliar o pâncreas na pancreatite crônica GABARITO 1. B Vamos analisar as alternativas sobre pancreatite crônica: (A) Incorreta. A etiologia biliar é a mais comum da pancreatite aguda. Na crônica, a mais frequente é a alcoólica (70-80% dos casos). (B) Correta. De fato, a dor abdominal é o sintoma que predomina na doença. Os mecanismos fisiopatológicos ainda não são completamente entendidos, mas acredita-se haver a associação de dois fenômenos: (1) aumento da pressão intersticial, ocasionada por plugs proteináceos ou calcíficos que obstruem pequenos e/ou grandes ductos; e (2) inflamação de terminações nervosas. Outras NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 4 manifestações típicas da doença incluem emagrecimento, esteatorreia (insuficiência pancreática exócrina) e diabetes (insuficiência pancreática endócrina). (C) Incorreta. Amilase e lipase não estão obrigatoriamente elevados na pancreatite crônica. Lembre-se que boa parte do parênquima do órgão é destruída... (D) Incorreta. A radiografia possui sensibilidade de apenas 25-75% na pancreatite alcoólica e, por isso, está longe de ser considerado o melhor método de imagem. O exame mais utilizado é a TC de alta definição, embora outros métodos também possam ser utilizados, como a RM e a US- EDA. (E) Incorreta. A reposição de enzimas é importante no manejo desses doentes, mas não é usada para controle da dor. Com esse objetivo, devemos adotar as seguintes medidas: abstinência etílica, fracionamento das refeições, redução da ingestão de gorduras e analgesia farmacológica escalonada (iniciar com analgésicos e progredir até opiáceos). 2. C A insuficiência endócrina do pâncreas acontece quando mais de 90% da massa das ilhotas pancreáticas é destruída. O quadro é de diabetes mellitus insulino-dependente, e o tratamento, por conseguinte, consiste na reposição exógena de insulina. A cirurgia em nada muda isso... Por outro lado, pode-se indicar procedimentos intervencionistas para as demais situações citadas: (1) derivação bileodigestiva para aliviar uma obstrução biliar, (2) cirurgia de Puestow para tratar a dor refratária nos pacientes com ducto de Wirsung dilatado, (3) ressecção diagnóstico-terapêutica na suspeita de neoplasia 3. B O quadro de pancreatite crônica se caracteriza por dor abdominal e pelas manifestações da perda funcional pancreática, como má absorção (esteatorreia) e diabetes. Infelizmente, pela natureza fibrótica da doença, o tratamento é paliativo — focado na melhora sintomática — sendo incapaz de reverter as alterações sofridas pelo órgão. As principais indições cirúrgicas são intratabilidade da dor e suspeita de câncer de pâncreas. Nos casos de icterícia obstrutiva refratária à abordagem através de colangiopancreatografia retrógrada endoscópica,pode ser indicada cirurgia. Na presença de pseudocisto pancreático, o tratamento operatório pode ser indicado. Por fim, lembre que cirurgia alguma é capaz de devolver ao pâncreas sua capacidade de produzir enzimas digestivas, ou seja, o tratamento da esteatorreia é com reposição enzimática (A, C e D erradas) 4. B Considerando os pacientes com pancreatite crônica avançada, em que há síndrome disabsortiva, com déficit da absorção de vitaminas lipossolúveis, sabemos que a hipovitaminose D pode cursar com osteopenia/osteoporose 5. B A questão quer saber qual é o tratamento inicial mais adequado para a pancreatite crônica sintomática. Bem, bloqueio do plexo celíaco é terapia com eficácia limitada e não comprovada, não sendo 1a linha de tratamento (A errada). A reposição oral de enzimas pancreáticas, aliada a uma dieta com baixo teor de gordura, é a principal estratégia no paciente que apresenta esteatorreia (falência exócrina do pâncreas): fatores estimuladores da secreção de colecistocinina (CCK - um hormônio que estimula o pâncreas e aumenta a dor na pancreatite crônica) não são degradados quando o paciente possui falência exócrina do pâncreas. A reposição enzimática degrada tais fatores, aliviando o estímulo sobre o pâncreas e, consequentemente, a dor. Como nosso paciente não possui indícios de falência exócrina (2 evacuações ao dia, peso mantido), esta também não será nossa escolha (D errada). Como há histórico de abuso de opioide (risco de overdose), vamos evitar ao máximo esta classe, não fazendo, por exemplo, tramadol (C errada). Enfim, além do já citado controle dietético, podemos lançar mão de AINE e reavaliar. 6. D Questão retirada na íntegra do "Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas Insuficiência Pancreática Exócrina" do Ministério da Saúde. Vamos relembrar: A principal causa de deficiência pancreática exócrina não genética é a pancreatite crônica. Outras causas menos frequentes são os tumores pancreáticos, quando causam obstrução do ducto pancreático, e as pancreatectomias totais ou subtotais. A incidência anual da pancreatite crônica tem sido estimada entre 2 e 9 casos por 100.000 habitantes por ano. Dito isso, vamos analisar as assertivas com trechos desse protocolo: A) Correta. "A suplementação de enzimas melhorou a absorção de gorduras quando comparada ao placebo, embora a absorção total não tenha sido alcançada. A NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 5 conclusão da revisão foi que a complementação de enzimas melhora, mas não elimina, a esteatorreia." B) Correta. " Uma meta-análise de todos esses estudos, publicada em 1997, não encontrou benefício no uso de enzimas pancreáticas para o alívio da dor da pancreatite crônica . Inexistem provas conclusivas que a reposição enzimática possa melhorar a dor da pancreatite crônica." C) Correta. "O tratamento deve ser realizado de forma a diminuir a esteatorreia e contribuir para a manutenção de um estado nutricional adequado". D) Incorreta. "Atualmente NÃO se recomenda restrição de gorduras na dieta, devido ao risco de agravar deficiências nutricionais." Portanto, a única INCORRETA é a letra D, nosso gabarito. 7. E Vamos avaliar as alternativas: A- incorreta: somente com estes achados, já completamos valores suficientes para preencher 3 pontos nos critérios de admissão de Ranson. B- incorreta: a CPRE não é sempre indiccada. Somente nos casos de icterícia persistente ou na presença de colangite. C- incorreta: vamos lembrar que em situações como na presença de coleção fluida aguda, a drenagem não é necessária. D- incorreta: se a nutrição enteral não for suficiente, podemos pensar na nutrição parenteral. E- correta: Os fatores de risco para pancreatite aguda são: alcoolismo, litíase biliar, trauma abdominal, fármaco induzido, hipercalcemia, infecção, hipertrigliceridemia, fibrose cística, pós CPRE, entre outros 8. C Dor abdominal que piora após a alimentação nos faz pensar em 2 condições: pancreatite crônica ou isquemia mesentérica crônica. No caso, temos um paciente com 42 anos, sem história para doença aterosclerótica, mas um exame de elastase fecal baixa, o que demonstra uma baixa reserva funcional pancreática. Com isso, devemos pensar obrigatoriamente em pancreatite crônica. 9. D Vamos aproveitar esta questão para uma breve revisão sobre a pancreatite crônica: Esta doença deve ser suspeitada em pacientes apresentando dor abdominal, além de sinais de insuficiência pancreática,como hiperglicemia, síndrome disabsortiva e esteatorréia, que ocorre tardiamente, quando há deterioração de mais de 70% da função exócrina pancreática. O etilismo e o tabagismo são fatores de risco reconhecidos, assim como a ocorrência de pancreatite aguda de repetição e mutações genéticas, já que mutações no gene CFTR (cystic fibrosis transmembrane conductance regulator) podem causar pancreatite, já tendo sido identificados mais de 1500 diferentes polimorfismos genéticos do CFTR. Na etiologia imune, há característica elevação de IgG4, que auxilia na confirmação diagnóstica. Embora ainda não exista um consenso amplamente aceito a respeito dos critérios diagnósticos de pancreatite crônica por ecoendoscopia, as alterações ductais, tais como hiperecogenicidade das paredes, dilatação, irregularidade e presença de cálculos no ducto pancreático principal, ectasia de ramos ductais e a presença de áreas hiperecoicas ou hipoecóicas, cistos e lobulações no parênquima pancreático são de grande utilidade e podem ser observadas precocemente nesta doença. 10. D 11. A 12. F V V F V 13. D 14. B e E
Compartilhar