Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 1 QUESTÕES PED – APLV E INTOLERÂNCIA A LACTOSE 1. Lactente de 10 meses com quadro súbito de dor abdominal em salvas, vômitos importantes e recusa alimentar de início há 6 horas. Enquanto estava sendo avaliado desenvolve crise importante de choro, abdome fica distendido e doloroso e apresenta sangramento pelo ânus. Em relação ao caso, analise as assertivas abaixo. I – O exame mais importante para confirmar o diagnóstico é o ultrassom de abdome. PORQUE; II – Após as fissuras anorretais, a alergia à proteína do leite de vaca (APLV) é a causa mais comum de sangramento gastrointestinal em crianças menores de um ano de idade. A) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa da primeira. B) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa da primeira. C) A asserção I é uma proposição verdadeira e a asserção II é uma proposição falsa. D) A asserção I é uma proposição falsa e a asserção II é uma proposição verdadeira. E) As asserções I e II são proposições falsas. 2. Uma menina de 7 anos apresentou quadro de diarreia, com febre e vômitos, por 5 dias, há 2 semanas. Os vômitos e a febre cessaram, porém a paciente mantém distensão abdominal e queixa-se de dor após ingestão de leite de vaca. Come bem outros alimentos, e nunca havia apresentado esses sinais anteriormente. Qual o provável diagnóstico? A) Alergia ao leite de vaca, devendo-se, portanto, excluir a proteína desse tipo de leite. B) Deficiência congênita de lactase, com piora após quadro de gastroenterite aguda. C) Giardíase, com necessidade de medicamento específico para melhora. D) Intolerância transitória à lactose, devido à lesão da mucosa intestinal causada pela infecção viral. E) Intolerância que deve ser investigada com exames laboratoriais de urgência e rápida exclusão da proteína do leite de vaca. 3. Um lactente de 4 meses vem apresentando evacuações mais amolecidas de até 10 vezes ao dia há cerca de 1 mês. Neste último mês também apresentou alguns episódios de evacuação associados a estrias de sangue. Apresenta cólicas e irritabilidade. Nega febre, vômitos e outros sintomas. Ganho de peso nos últimos 30 dias de 100 g. Recebeu aleitamento materno até 3 meses e depois iniciou com fórmula apropriada para idade. Considerando a história clínica, assinale o diagnóstico mais provável e o tipo de dieta a ser realizada. A) Alergia às proteínas do leite de vaca - fórmula extensamente hidrolisada. B) Alergia às proteínas do leite de vaca - fórmula de soja. C) Intolerância à lactose - fórmula sem lactose. D) Intolerância à lactose - fórmula de soja. E) Intolerância ao glúten - exclusão do glúten da dieta. NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 2 4. Criança de 7 meses apresenta sibilância, vômitos e irritabilidade desde os 4 meses de idade, com parada do ganho de peso desde então. AP: aleitamento materno exclusivo até os 3 meses, com introdução de leite de vaca aos 2 meses e bolachas de trigo aos 4 meses. O diagnóstico mais provável é: A) Doença celíaca B) Alergia à proteína do leite de vaca C) Fibrose cística D) Doença do refluxo gastroesofágico E) Asma 5. Vemos um aumento expressivo no diagnóstico de Alergia a Proteína do Leite de Vaca. Grande maioria dos pacientes que desenvolvem alergia a leite a adquirem em seu primeiro ano de vida, mas cerca de 80% são propensos a superar essa alergia. No entanto, diversas pesquisas sugerem que as crianças estão superando essa alergia com mais lentidão que antes e muitas ainda não toleram a proteína aos 5 anos de idade. Dentre essas proteínas, a principal responsável pela persistência da alergia a proteína do leite de vaca é: A) Caseína. B) Alfa-lactoalbumina. C) Beta-lactoglobulina. D) Albumina sérica bovina. 6. Lactente de 4 meses de vida em aleitamento materno exclusivo até 4 dias atrás quando a mãe introduziu fórmula infantil de partida em virtude de viagem. Há 2 dias apresentou diarreia com sangue vivo em pequena quantidade, irritabilidade e dermatite perineal. A hipótese diagnóstica mais provável e a conduta mais correta para este caso é: A) Alergia à proteína do leite de vaca (APLV) e suspensão do aleitamento materno. B) APLV e retirada de leite e derivados da dieta materna com manutenção de amamentação exclusiva ao seio. C) Introdução imediata de fórmula de aminoácidos. D) Intolerância à lactose e uso de fórmula infantil sem lactose. E) Invaginação intestinal e redução hidrostática 7. Paciente de 12 anos, masculino, apresenta há 3 anos fezes amolecidas, 3 a 4 vezes ao dia, distensão abdominal e flatulência. De 1 a 2 vezes ao mês apresenta vômitos. Nega febre, dor abdominal, diminuição de apetite ou perda de peso. Apresenta curva de crescimento adequada. Fez uso de albendazol por 5 dias sem melhora. Levando em consideração os dados apresentados, o diagnóstico diferencial inclui: A) retocolite ulcerativa e o paciente deve ser submetido inicialmente à colonoscopia com biópsias. B) doença celíaca e o paciente deve ser submetido inicialmente à endoscopia digestiva alta com biópsias. C) giardíase e o paciente deve ser tratado inicialmente com mebendazol. D) intolerância à lactose primária e o paciente deve fazer inicialmente uma prova terapêutica com dieta sem lactose por 2 semanas. E) intolerância à lactose secundária e o paciente deve fazer inicialmente o teste genético para intolerância à lactose NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 3 8. Lactente, 07 meses, é levado a consulta médica com quadro de diarreia com rajas de sangue há 20 dias, desde que iniciou alimentação complementar com leite de vaca, papa de frutas e de legumes. Mãe relata que a criança sempre apresentou regurgitações, porém a frequência aumentou bastante nesse período. Nega febre. Anteriormente era amamentado apenas ao seio materno. Exame físico: afebril, irritado, hidratado, apresentando eczema de couro cabeludo e face. Peso atual 6,5Kg (peso ao nascimento 3kg). O diagnóstico provável é: A) Invaginação intestinal. B) Gastroenterite viral. C) Alergia alimentar. D) Intolerância à lactose 9. Muito se tem falado sobre intolerância à lactose nos lactentes. A absorção da lactose ocorre A) na boca. B) no estômago. C) no intestino delgado. D) no intestino grosso GABARITO: 1. B Questão um tanto quanto confusa. As duas assertivas não guardam relação entre elas. Dessa forma, a segunda não justifica a primeira. com isso já chegamos a uma resposta, gabarito letra B. Mas vamos entender? Assertiva I: esta assertiva nos faz pensar em intussuscepção. Quadro clínico típico, estatisticamente compatível com a idade da criança. Apesar de não ser o exame padrão ouro, a USG acaba sendo a opção mais utilizada. Assertiva II: correta. Em relação às etiologias para sangramento gastrointestinal fora do período neonatal, temos: - Fissura anal�APLV- Intussuscepção- HDAlta- Enterocolite infecciosa- D.Meckel- Malformação AV colônica. Essa seria a ordem de prevalência quando estamos citando as causas do que o bebê apresentou. 2. D O enuciado descreve um quadro clássico de intolerância a lactose por deficiência secundária de lactase. Essa é a deficiência que se instala secundariamente a uma condição fisiopatológica responsável pelo fenômeno de má absorção da lactose. Nas gastroenterocolites agudas, a deficiência secundária de lactase assume particular importância como principal causa de intolerância à lactose, perpetuando o quadro diarreico e levando à diarreia persistente e/ou protraída. Essa intolerância ocorre concomitantemente e/ou posteriormente a uma infecção viral ou bacteriana intestinal e pode persistir por semanas a meses. Perceba que não há história prévianessa menina de 7 anos para nos fazer pensar em APLV ou em deficiência congênita de lactas 3. A A história é muito típica de Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV). Estes quadros podem ter várias manifestações gastrointestinais, sendo os quadros de proctite manifestações comuns nos primeiros meses de vida e se apresentando na forma de sangue nas fezes. Nos casos de intolerância à lactose, a apresentação clínica costuma ser de distensão abdominal, fezes explosivas, hiperemia perianal e flatulência. A deficiência congênita é muito rara e se apresenta desde os primeiros dias de vida, em crianças que recebem leite materno ou fórmula. Já a deficiência adquirida ocorre por redução da atividade da lactase, que ocorre normalmente na maioria dos mamíferos. Este quadro costuma ter início mais tardio, já na fase pré escolar. Já a intolerância ao glúten (doença celíaca) se manifesta a partir da introdução de alimentos que contém essa substância, como trigo, centeio e cevada, ou seja, é um quadro que se inicia tipicamente a partir do segundo semestre de vida. As NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 4 características mais marcantes são relacionadas à má absorção, como esteatorreia, dificuldade de ganho de peso, deficiência de vitaminas e nutrientes, além de hipotonia, atraso motor, hiporexia e irritabilidade. A descrição de diarreia com estrias de sangue, com associação temporal com a introdução de fórmula, deve te fazer pensar imediatamente em APLV. O tratamento é retirar o alérgeno da dieta, ou seja, prescrever fórmula extensamente hidrolisada ou de aminoácidos em casos mais graves 4. B As três hipóteses para essa questão são a alergia à proteína do leite de vaca (APLV), a fibrose cística e a doença do refluxo gastroesofágico (DRGE). Por que motivo? Simplesmente porque asma não é um diagnóstico que fazemos em lactentes dessa idade, e a doença celíaca não cursa com sibilância. Temos uma informação confusa no enunciado: o aleitamento materno exclusivo ocorreu até os 3 meses, mas aos 2 meses foi introduzido o leite de vaca. Possivelmente houve um erro de digitação e o leite de vaca foi introduzido aos 3 meses e não aos 2 meses. Mas o que conseguimos extrair é que a criança nasceu bem e teve um bom desenvolvimento até os 4 meses, que coincidiu mais ou menos com a introdução do leite de vaca e das bolachas de trigo. A APLV pode ser manifestar com alterações digestivas, cutâneas, respiratórias e sistêmicas, com relação temporal com o início da ingesta da proteína do leite de vaca. Deve-se suspeitar de fibrose cística nas crianças com história pessoal ou antecedente familiar sugestivo (nível de cloro elevado e/ u óbitos por doença respiratória crônica), íleo meconial, doença pulmonar, diarreia crônica, desnutrição, déficit de crescimento e distúrbios hidreletrolíticos (hiponatremia/alcalose metabólica), quadro não relatado pela questão. A DRGE se manifesta com vômitos e regurgitações pós-prandiais em lactentes, comprometendo o ganho de peso da criança, sendo um importante diagnóstico diferencial da APLV. No entanto, a DRGE costuma ocorrer em lactentes mais jovens e ao passar dos meses, geralmente evolui com melhora. Por isso, o diagnóstico mais provável para essa criança é a APLV. 5. A Questão objetiva sobre APLV. Em pacientes com clínica sugestiva podemos solicitar as IgEs totais e específicas ou realizar o prick test. Lembrar sempre de solicitar a fonte total (IgE para leite de vaca) e frações. A caseína é fração associada a pior prognóstico e mais tempo de persistência da APLV. 6. B Temos lactente em uso de formula infantil que evoluiu com sangue nas fezes. A primeira hipótese deve se de alergia à proteína do leite de vaca. Qual o tratamento? O tratamento da APLV baseia-se na exclusão das proteínas do leite de vaca da dieta. Para os recém-nascidos e lactentes em aleitamento materno, recomenda-se a dieta de restrição para a mãe nutriz. Para aqueles que estão em uso de fórmulas infantis, a primeira opção costuma ser o uso das fórmulas extensamente hidrolisadas. As crianças com APLV podem desenvolver uma intolerância secundária à lactose, por lesão da mucosa intestinal, e isso justificaria o desenvolvimento da hiperemia perineal. No momento, tentaremos voltar o aleitamento materno exclusivo. É até questionável se haveria a recomendação de suspensão do leite e derivados da dieta materna, como indicado no gabarito, uma vez que a manifestações se estabeleceram apenas após a criança ter sido exposta à proteína na fórmula infantil. De todo modo, não haveria outra resposta mais adequada. 7. D Estamos diante de um paciente de 12 anos que apresenta, há três anos, fezes amolecidas, 3 a 4 vezes ao dia, distensão abdominal e flatulência. Apesar disso, não apresenta perda de peso e tem a curva de crescimento adequada. Apesar de não ter descrito se há relação com a alimentação, o quadro é compatível com intolerância à lactose primária, que é consequência de uma redução na atividade da lactase que ocorre normalmente na maioria dos mamíferos. Este declínio regular tem início na idade pré-escolar e se completa antes da adolescência. Como esse NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 5 paciente não apresentou nenhuma doença intestinal subjacente, como processos infecciosos e inflamatórios, não apresenta quadro de intolerância secundária à lactose. O diagnóstico de giardíase não cabe aqui, já que o tratamento já foi feito com albendazol sem resposta. Além disso, não levaria a um quadro de três anos de evolução. Para pensarmos em retocolite ulcerativa, o paciente teria outros sintomas, como sangue nas fezes, tenesmo, urgência para evacuar, dor abdominal, anemia, perda de peso, febre, artrite e lesões de pele. E, por fim, doença celíaca influenciaria na estatura e peso. Sendo assim, o diagnóstico diferencial inclui intolerância à lactose primária e o paciente deve fazer inicialmente uma prova terapêutica com dieta sem lactose por duas semanas 8. C Cuidado com as diferentes manifestações clínicas para as distintas condições: temos um lactente apresentando diarreia com raias de sangue, uma colite, portanto, após introdução de leite de vaca e outros alimentos. A colite é a principal manifestação clínica da alergia alimentar ao leite de vaca. O paciente em questão apresenta outros dados que falam a favor da alergia: regurgitações, irritabilidade, eczema em couro cabeludo. Lembre-se de que o quadro clínico da intolerância à lactose, principal diagnóstico diferencial neste caso clínico, geralmente é distinto: com fezes explosivas, distensão abdominal e assadura perianal 9. C A lactose é um dissacarídeo hidrolisado pela enzima lactase, que libera seus componentes monossacarídeos para absorção na corrente sanguínea. Na falta dessa enzima, a lactose que deveria ser absorvida no delgado passa por fermentação no cólon causando desconforto abdominal. O seu tratamento é evitar o consumo de produtos ricos em lactose ou ingerir a enzima lactase com os produtos lácteos ou, ainda, dar preferência a produtos que a lactose tenha sido removida pela fermentação.
Compartilhar