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Como escrever um artigo científico 1

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Passo-a-passo: Como escrever um artigo científico? Dra THAIS BESSA
Como escrever um artigo científico é uma dúvida muito comum. Afinal, a publicação de artigos faz parte do cotidiano de quem trabalha com Ciência, e tem sido motivo de muita pressão para estudantes e pesquisadores.
Mas antes de começar a discussão sobre como escrever um artigo científico, faz-se necessário dois avisos:
1. A estrutura de artigo científico adotada neste texto é mais adequada às pesquisas experimentais. 
2. Não existem regras rígidas ou receitas prontas para escrever um artigo científico. Utilize essa discussão apenas como ponto de partida e de reflexão sobre a elaboração de trabalhos acadêmicos.
Para escrever um artigo científico de qualidade é preciso ter primeiro um bom conhecimento sobre o método científico.
Ao estudar determinado tema, você encontrou um problema interessante. Faça uma revisão bibliográfica e não encontrou a solução para este problema. Assim, você decidiu encontrar uma resposta. Elaborou um projeto de pesquisa, realizou a pesquisa e acredita ter encontrado uma solução adequada. Por fim, é preciso divulgar sua descoberta à comunidade acadêmica, para ser discutida e avaliada por outros cientistas (Barros e Lehfeld, 2007).
Esta última etapa é realizada por meio da publicação de artigos científicos, e constitui o principal motivo para escrever um artigo científico.
É importante ressaltar que o “enriquecimento” do seu currículo na Plataforma Lattes, a melhor classificação do seu Programa de Pós-Graduação na Avaliação da Capes e uma eventual progressão funcional, só para citar alguns exemplos, são apenas consequências naturais da prática da Ciência de alto nível. Estes não são, portanto, bons motivos para escrever um artigo científico.
Agora que você já sabe os motivos para escrever um artigo científico, vamos às dicas.
Escolha o periódico antes de começar a escrever um artigo científico
Escolher a revista científica adequada para a publicação do seu artigo antes de começar a escrevê-lo irá lhe poupar muito tempo em adequações às normas e ao estilo da revista, pois o artigo já será escrito, desde o início, de acordo com estes critérios (Perovano, 2014).
Além da economia de tempo, escrever o artigo de acordo com as características e orientações do periódico científico desejado pode aumentar consideravelmente as chances do artigo ser aceito para publicação.
Para escolher a revista científica mais adequada para a submissão do seu artigo, verifique entre as revistas que são referência na sua área, quais publicam artigos com o mesmo enfoque da sua pesquisa. Informe-se sobre a abrangência, considere as áreas de trabalho dos membros do comitê editorial e conheça o público-alvo da revista. Assegure-se que o problema e o tipo de pesquisa do seu trabalho estão de acordo com o escopo da revista.
Procure o Fator de Impacto da revista para ter uma noção do grau de novidade esperado para o artigo. O Fator de Impacto pode ser consultado no Journal Citation Reports (com o acesso via proxy ao Portal de Periódicos da Capes ou de um computador de uma instituição conveniada, clique em “establish a new session“). Verifique também a classificação do periódico no Qualis da Capes.
Faça uma média do intervalo de tempo decorrido entre a submissão e a publicação dos artigos publicados nos últimos números da revisa. Por fim, observe se existe a cobrança de taxa de submissão, e se será possível arcar com as despesas de submissão e, eventualmente, de tradução do artigo.
Após escolher o periódico científico, leia atentamente os últimos artigos publicados, repare na forma de apresentação das informações, gráficos e tabelas; leia também a página “instruções aos autores“, verifique o formato das citações e das referências bibliográficas, as normas editoriais e os critérios de avaliação dos artigos (Santos, 2015).
A sequência da redação não precisa ser a mesma das seções do artigo
Embora a maioria dos artigos obedeçam a uma sequência padrão (Introdução, Material e Métodos, Resultados, Discussão, Conclusões e Referências Bibliográficas), a redação do artigo não precisa necessariamente seguir essa mesma ordem.
Alguns autores sugerem que você comece a escrever um artigo científico pelos objetivos e pelas conclusões do trabalho, de acordo com a análise crítica dos resultados encontrados. Desta forma, é possível ter uma visão clara da pergunta que você gostaria de responder com a sua pesquisa (objetivos) e quais respostas você encontrou (conclusões). As conclusões são o ponto forte do seu estudo e o guia para a estruturação do texto. Com as conclusões em mente, será mais fácil identificar e discutir os resultados que sustentam essas conclusões (Medeiros e Tomasi, 2008).
Já outros autores acreditam que seja melhor começar a escrever um artigo científico pelo seu resumo. Com isso, você não iniciaria a redação de um artigo científico antes de ter uma noção clara do que pretende escrever (Aquino, 2012).
Mas a forma mais produtiva de escrever um artigo científico é começar pelas partes com as quais você se sente mais confortável. E você pode escrever outras partes do artigo à medida em que pensa nelas.
Em algum momento, você estará escrevendo em várias sessões. Desta maneira, você baseia sua construção naqueles aspectos do seu estudo que lhe parecem mais interessantes. Ou seja, pense naquilo que interessa a você, comece escrevendo sobre isso e então prossiga construindo a partir daí.
Para não perder a sequência lógica entre os assuntos de uma seção do artigo, faça em uma folha à parte um roteiro prévio, elencando as informações e discussões que aquela seção deverá conter, e a ondem em que elas aparecerão no texto.
A redação do artigo científico
1. Introdução
A introdução, como o próprio nome sugere, serve para introduzir o leitor ao tema da pesquisa, ao problema estudado, aos principais conceitos envolvidos e aos trabalhos já realizados até o momento. É aquela seção em você “vende o seu peixe“, esclarece a importância da pesquisa e a relevância para a área. Faça uma descrição sucinta de pesquisas anteriores. No último parágrafo, comece por ressaltar o ineditismo da pesquisa e descreva claramente o objetivo proposto para a pesquisa (Santos, 2015).
Embora esteja disposta nas páginas iniciais de um artigo científico, a introdução é mais facilmente elaborada quando a discussão e as conclusões já tiverem sido redigidas, ou seja, quando já se tem uma visão do conjunto do trabalho. O texto de introdução, além de bem escrito, deverá se constituir em um convite atrativo para a continuidade da leitura do artigo. Alguns poucos parágrafos serão suficientes (Matias, 2012).
Uma maneira prática de saber se a introdução de um artigo científico ficou bem redigida é apagar a parte dos objetivos da pesquisa e entregar o texto de introdução para outra pessoa que também seja da área ler. Se ao ler apenas a introdução, a pessoa conseguir acertar qual problema de pesquisa foi estudado, parabéns! Você fez um excelente trabalho!
Estrutura básica:
– Antecedentes do problema.
– Descrição do problema.
– Trabalhos já realizados.
– Aplicabilidade e originalidade da pesquisa.
– Objetivo (problema de pesquisa).
Erros comuns:
– Orientação mais empírica que teórica.
– Introdução muito longa, incluindo trechos que poderiam ser melhor utilizados na discussão.
– Detalhes excessivos na descrição de estudos prévios.
– “Reinvenção da roda”, especialmente na primeira sentença ou parágrafo.
– Omissão de estudos diretamente relevantes.
– Terminologia confusa.
– Citações incorretas.
2. Material e métodos
Se você preparou um projeto de pesquisa detalhado, agora será recompensado! Pegue o projeto e comece a conferir a seção “material e métodos”. Troque o tempo do verbo, do futuro para o passado, e então faça as inclusões ou mudanças de maneira que essa seção reflita verdadeiramente aquilo que você realizou em sua pesquisa.
A seção “material e métodos” deve possibilitar ao leitor avaliar o delineamento da pesquisa, o tamanho da amostra e como ela foi determinada, os materiais e procedimentosutilizados, as variáveis analisadas e as análises estatísticas realizadas. Questões éticas ou de consentimento, quando necessárias, também devem ser informadas. As informações dessa seção são fundamentais para compreender os resultados encontrados, pois revelam a forma como eles foram obtidos, e possibilitam a replicabilidade da pesquisa (Lakatos e Marconi, 2010).
Estrutura básica:
– Local e condições experimentais.
– Delineamento e tratamentos.
– Controle das condições experimentais.
– Variáveis (avaliações).
– Análise estatística.
Erros comuns:
– Informação inadequada para avaliação ou replicação.
– Descrições detalhadas de métodos padronizados e publicados.
– Deixar de explicar análises estatísticas não usuais.
– Participantes muito heterogêneos.
– Medidas não validadas; de confiabilidade fraca ou desconhecida.
3. Resultados
Na apresentação dos resultados, gráficos e figuras geralmente facilitam a observação dos efeitos, se comparados com as tabelas. Entretanto, as tabelas levam vantagem quando valores numéricos específicos são importantes. Nestes casos, artigos com tabelas irão obter um maior número de citações, porque outros pesquisadores podem usar seus dados como base de comparação (Vianna, 2001).
Procure promover descrições claras e organizadas dos resultados, sem repetir no texto os dados já expostos em gráficos e tabelas. Ao escrever um artigo científico, inclua na redação final apenas os resultados que são necessários para a corroboração de suas conclusões (Andrade, 2014).
Estrutura básica:
– Resultados da análise estatística.
– Estatísticas descritivas (médias, desvio padrão e correlações)
– Estatísticas inferenciais
– Relatar a significância e a amplitude dos dados.
– Análises adicionais (usualmente post hoc).
Erros comuns:
– Tabelas e figuras complexas, incompreensíveis.
– Repetição dos dados no texto, nas tabelas e nas figuras.
– Não utilizar o mesmo estilo de redação da introdução e do material e métodos.
– Não apresentar os dados prometidos na seção material e métodos.
– Análise estatística inadequada ou inapropriada.
4. Discussão
A discussão é a parte mais complexa e mais difícil de escrever em um artigo científico. Deve ser redigida com a finalidade de apresentar e interpretar conclusões, enfatizar os resultados mais importantes e comparar os resultados obtidos na sua pesquisa com os resultados obtidos por outros pesquisadores (Medeiros e Tomasi, 2008).
Estrutura básica:
– Relacionar os resultados com as hipóteses.
– Interpretações: esperadas versus alternativas.
– Implicações teóricas, para a pesquisa e para a prática.
– Limitações do estudo: aproximação com o estudo ideal.
– Confiança estimada das conclusões.
– Explicitação de possíveis restrições para as conclusões.
– Identificação de procedimentos metodológicos pertinentes aos resultados.
– Recomendações para pesquisas futuras.
Erros comuns:
– Repetição da introdução.
– Repetição dos resultados.
– Discussão não baseada nos propósitos do estudo.
– Não esclarecer as implicações teóricas e práticas dos resultados.
– Discussão não baseada nos resultados.
– Hipóteses não discutidas explicitamente.
– Apresentação de novos dados.
– Repetição da revisão da literatura.
– Especulações não fundamentadas.
– Recomendações não baseadas nos resultados.
5. Conclusões
Ao escrever as conclusões da sua pesquisa, certifique-se de apresentar realmente apenas conclusões. Pode parecer um pouco óbvio, mas essa seção muitas vezes é utilizada, de maneira equivocada, para meramente reafirmar os resultados da pesquisa. Não faça o leitor perder tempo: ele já leu os resultados e a discussão. Agora, nas conclusões, quer entender de forma clara a solução do seu problema de pesquisa.
Após elaborar as conclusões, critique-as e procure derrubá-las. As conclusões que você não conseguir derrubar serão a base de seu artigo. Limite-se às conclusões que têm embasamento nos resultados que você obteve e que respondem às questões da pesquisa, ou seja, que estão de acordo com os objetivos (Vianna, 2001).
Não se pode esquecer que as conclusões, como produto final de uma pesquisa, devem ser consideradas provisórias e aproximativas. Por mais brilhantes que sejam, em se tratando de Ciência, as conclusões podem superar o conhecimento prévio e, por sua vez, também podem ser superadas com o avanço do conhecimento (Aquino, 2012).
Últimas sugestões
– Faça um título curto, que chame a atenção e que, além de tudo, reflita o tema principal do artigo. Lembre–se que muitos artigos não são lidos porque os leitores não se interessaram pelo título.
– Procure utilizar a fórmula “sujeito + verbo + predicado” (SVP) para construir suas frases. Utilizar esta fórmula simples para escrever um artigo científico torna o texto mais claro, encurta as sentenças e diminui a possibilidade de cometer erros de concordância, entre outras vantagens.
– Mantenha suas sentenças curtas. Para isso, a solução é simples: abuse dos pontos finais, pois eles são gratuitos, não estão ameaçados de extinção e organizam seu texto. Sentenças longas exigem o uso excessivo de recursos como vírgulas, dois pontos, pontos e virgulas, travessões e parênteses, além de tornar a leitura cansativa.
– Ao escrever um artigo científico, cada palavra deve traduzir exatamente o pensamento que se deseja transmitir, ou seja, não deve haver margem para interpretações. Evite utilizar linguagem muito rebuscada ou termos desnecessários.
– Um bom artigo científico deve ter quantas páginas? Apenas as necessárias! Prefira qualidade ao invés de quantidade. De maneira geral, os editores de revistas científicas preferem artigos inovadores e concisos.
– Ao terminar de escrever um artigo científico, espere alguns dias antes de submetê-lo ao periódico selecionado. Depois de alguns dias sem pensar no assunto, faça uma revisão do artigo.
Como fazer uma introdução de um trabalho acadêmico / artigo científico
Fazer uma introdução é uma etapa importante da redação de um trabalho acadêmico. 
Uma boa introdução deve motivar o leitor a virar a página, a se interessar pelo trabalho todo.
Assim, o texto de introdução, além de bem escrito, deverá se constituir em um convite atrativo para a continuidade da leitura do artigo.
Trata-se da chance de deixar claro que o trabalho é importante e de explicar os principais conceitos necessários para compreender o texto.
Na escrita acadêmica, como em qualquer tipo de escrita, o texto de introdução deve ser o mais claro e convincente possível.
Embora esteja disposta nas páginas iniciais de artigos científicos, monografias, dissertações e teses, a redação das partes de um trabalho acadêmico não precisa ser necessariamente realizada na ordem em que aparecem no texto.
5 dicas importantes para fazer uma introdução
Apresentamos a seguir uma lista de cinco dicas valiosas para quem precisa fazer uma introdução de um trabalho acadêmico.
1. Atraindo o Leitor
É fundamental atrair o interesse do leitor, informando que o trabalho se refere a algo interessante. Entretanto, é importante evitar a promessa de um tema interessante, e realizar a entrega de outro, em particular algo entediante; ou não apresentar motivação para um tema em comparação com o que as outras pessoas escrevem normalmente.
2. Questionamento
A recomendação é informar ao leitor sobre o que realmente é o trabalho acadêmico. Pense sobre isto como um ponto em julgamento, onde é detalhado o “crime”, sendo identificado um “agressor” e a promessa de oferecer um caso persuasivo.
O leitor deve ter uma ideia de uma questão de investigação clara, que terá uma resposta razoavelmente satisfatória até o final do trabalho. 
A questão pode tomar 2 parágrafos, no processo de fazer uma introdução.
3. Antecedentes
É importante identificar os trabalhos prévios, que são fundamentais para o entendimento da contribuição que este trabalho fará. O erro chave a se evitar é discutir trabalhos que não são partes essenciais da narrativa intelectual levando ao próprio trabalho.
Dar crédito onde devido, porém estabelecer, em uma maneira não insultuosa, que o trabalho anterior está incompletoou deficiente em alguma maneira importante.
4. Contribuições
Ao fazer uma introdução, recomenda-se descrever aproximadamente 3 contribuições que o trabalho acadêmico fará em relação aos anteriores.
Este parágrafo pode ser o mais importante para convencer o leitor, o editor e/ou o consultor ad hoc a não rejeitarem o trabalho. Uma grande diferença entre isto e o parágrafo anterior da “questão” é que as contribuições devem fazer sentido apenas à luz do trabalho anterior.
Ao passo que a questão de pesquisa básica do trabalho deve ser compreensível simplesmente em termos de conhecimento do tema, do parágrafo de atrair o leitor. A sugestão é que “antecedentes” e “contribuições” possam estar interligados. E podem também levar até 3 parágrafos, no foco em fazer uma introdução.
5. Organização
A organização do texto da introdução deve estar alinhada com as outras partes do trabalho acadêmico. Evite escrever um esboço tão genérico que poderia ser aplicado a qualquer trabalho. Ao invés, customizar o roteiro para o projeto e possivelmente mencionar “marcas”, que são problemas, soluções, resultados, entre outros, que serão vistos no decorrer.
Tente manter o texto da introdução curto, porque a essa altura muitos leitores já estarão ansiosos para chegar ao coração do trabalho.
Conhecimento
Como em qualquer filme de Hollywood, a primeira tarefa da introdução é determinar a cena, dando à obra um contexto e observando como isto se encaixa em pesquisa anterior no campo.
Embora não seja a única maneira, esta seção, de compreensão dos primeiros parágrafos do trabalho, pode ser baseada sobre uma narrativa histórica, da pesquisa inicial do campo para o dia atual. Em muitas áreas, isto poderia tornar-se um ensaio inteiro, então, ao fazer uma introdução, é preciso manter apenas a informação relevante.
Importância
Em relação à importância, isto leva a uma lógica por trás da investigação, revelando se o trabalho será construindo sobre uma pesquisa anterior, visando algo que todos esqueceram, ou melhorando sobre um projeto de pesquisa anterior que resultou em outros questionamentos.
Esta seção pode então fluir em como será preenchida a lacuna, estabelecendo os objetivos e metodologia. A tentativa é prever o impacto que a pesquisa terá se tudo trabalhar como deveria, e finalmente é rejeitada a hipótese nula.
projeto de pesquisa é o primeiro passo de toda pesquisa científica. Mas elaborar um projeto antes de iniciar uma atividade não é exclusividade da Ciência. 
Antes de construir uma casa, iniciar uma empresa, realizar uma viagem ao exterior ou criar uma campanha de marketing, por exemplo, também é necessário realizar um planejamento que minimize os riscos e aumente a probabilidade de sucesso.
Antes de começar a construir uma casa, você procura se informar sobre os materiais de construção que terá de adquirir, sobre a mão-de-obra que precisará contratar e, principalmente, sobre o dinheiro que terá que desembolsar, tendo em mente qual é a aparência, o resultado final, da obra que você quer realizar.
Em um projeto de pesquisa, o raciocínio é exatamente o mesmo: realizar o planejamento detalhado de uma pesquisa que se pretende realizar.
Assim, antes de iniciar uma pesquisa científica, é preciso pensar em respostas para perguntas como “Por qual motivo estou realizando essa pesquisa?“, “Que infraestrutura será necessária para realizar essa pesquisa?“, “Qual é a melhor forma de realizar essa pesquisa?” e “Que recursos humanos e financeiros serão necessários?“. Além de facilitar o trabalho e antecipar dificuldades, o projeto proporciona ao cientista a chance de refletir sobre a pesquisa como um todo, antes mesmo de começá-la.
Compreender as partes de um projeto de pesquisa se torna muito mais fácil quando se tem um bom conhecimento sobre o método científico. De maneira geral, as etapas do método científico para a resolução de um problema consistem em:
– definição e delimitação de um problema de pesquisa;
– formulação da hipótese;
– coleta de dados;
– análise e interpretação dos resultados; e
– rejeição ou não rejeição da hipótese (Vianna, 2001).
Como as pesquisas científicas diferem muito entre si, não se pode falar em um roteiro rígido para elaboração de projetos de pesquisa. É possível, no entanto, oferecer um modelo relativamente flexível, que considere os elementos considerados essenciais. Assim o roteiro a seguir foi elaborado de acordo com manuais de universidades e de institutos de pesquisa, em observância às normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
1. Como formular um problema de pesquisa
De modo geral, o cientista inicia o processo de pesquisa com a escolha de um tema de pesquisa, que por si só não constitui um problema de pesquisa. Ao formular perguntas sobre o tema, provoca-se sua problematização. Portanto, a maneira mais fácil e direta de formular um problema de pesquisa é elaborar uma pergunta sobre determinado tema (Santos, 2015).
A pergunta que você gostaria de responder por meio da sua pesquisa é a base fundamental do seu projeto de pesquisa. Os objetivos da pesquisa serão elaborados de acordo com essa pergunta. Os métodos propostos deverão possibilitar a descoberta da resposta para essa pergunta. Os resultados esperados deverão estar relacionados com essa pergunta.
Note que o problema de pesquisa, elaborado na forma de pergunta, norteará a avaliação de todas as partes do projeto de pesquisa, de forma que todo o planejamento seja realizado da maneira mais adequada possível para resolver o problema de pesquisa. Por isso, perguntas mal elaboradas costumam resultar em pesquisas igualmente de má qualidade (Cervo e Silva, 2006).
De maneira geral, as perguntas podem ser divididas em três grupos:
– Como esse fenômeno é? (Descrição)
– Com o que esse fenômeno está associado? (Associação)
– No que esse fenômeno interfere? Ou o que interfere nesse fenômeno? (Associação com interferência)
Um bom problema de pesquisa deve ser:
– claro e preciso (todos os conceitos e termos usados em sua enunciação não podem causar ambiguidades ou dúvidas);
– empírico (ser observável na realidade; que pode ser captado pela observação e por meio de técnicas e métodos apropriados);
– delimitado (deve estabelecer os limites da pesquisa);
– passível de solução (é necessário que exista uma maneira de produzir uma solução para o problema com o tempo e os recursos disponíveis).
2. Como formular a hipótese do seu trabalho
Uma hipótese é uma resposta provisória ao problema, com intenções de ser posteriormente demonstrada. A hipótese é necessariamente uma afirmação, que consiste em uma resposta à pergunta definida como problema de pesquisa, que ainda não foi testada (Andrade, 2014).
Essa possível solução para o problema, a hipótese, será declarada falsa ou verdadeira após a realização da pesquisa científica. Boa parte dos testes estatísticos são realizados para auxiliar na tomada de decisão sobre rejeitar ou não rejeitar uma hipótese.
Em relação às principais características, uma boa hipótese deve ser:
– uma afirmação (uma hipótese não é uma pergunta, uma hipótese é uma afirmação sobre algo);
– simples (uma boa hipótese é escrita em linguagem simples, de maneira a expressar exatamente a teoria que será testada por meio da pesquisa científica);
– sujeita à negação (uma hipótese deve poder ser negada. Caso seja impossível estabelecer a sua negação dificilmente será considerada uma hipótese).
Mas então toda pesquisa científica possui uma hipótese? Não. Existem pesquisas, muito úteis, que são apenas exploratórias. A finalidade destas pesquisas exploratórias é obter informações sobre um assunto ainda pouco conhecido. Portanto, o objetivo é apresentar novas evidências, ideias e até mesmo concluir que algo não existe. Ao final de uma pesquisa exploratória, o cientista conhecerá mais sobre determinado assunto e, por isso, estará apto a construir hipóteses a partir dele (Barros e Lehfeld, 2007).
3. Elabore os objetivos gerais e específicos
Os objetivos constituem a finalidade de um trabalho científico, ou seja, o que se pretende atingir com a realizaçãoda pesquisa. O objetivo segue a mesma ideia da pergunta, redigido, entretanto, como uma sentença afirmativa direta. Se o problema de pesquisa é a questão a ser investigada, o objetivo é o resultado a ser alcançado (Lakatos e Marconi, 2010).
Dependendo da magnitude do projeto de pesquisa, os objetivos podem ser divididos em gerais e específicos. Como o próprio nome diz, os objetivos gerais são aqueles mais amplos. Na maioria das vezes, o primeiro e maior objetivo do cientista é o de obter uma resposta satisfatória ao seu problema de pesquisa.
No entanto, para se cumprir os objetivos gerais é preciso delimitar ações mais específicas, chamadas de objetivos específicos. São estes objetivos específicos que, somados, irão proporcionar a realização do objetivo geral (Perovano, 2014).
A formulação dos objetivos – sejam eles gerais ou específicos – se faz mediante o emprego de verbos no infinitivo: avaliar, testar, descrever, investigar, identificar etc.
Temas, problemas, hipóteses e objetivos
Alguns exemplos de temas, problemas, hipóteses e objetivos de pesquisa:
Tema de pesquisa: estresses abióticos em plantas
Problema de pesquisa: a aplicação foliar de aminoácidos afeta a tolerância das plantas de soja à seca?
Hipótese: a aplicação foliar de aminoácidos aumenta a tolerância das plantas de soja à seca.
Objetivo geral: avaliar o efeito da aplicação foliar de aminoácidos sobre a tolerância à seca em plantas de soja.
Objetivos específicos: avaliar os mecanismos de tolerância à seca em plantas de soja; avaliar as repostas fisiológicas das plantas de soja à aplicação foliar de aminoácidos; verificar se existe correlação entre a aplicação foliar de aminoácidos e a tolerância de plantas de soja à seca.
Tema de pesquisa: Consumo de drogas
Problema de pesquisa: Qual é a influência do status social do jovem no consumo de drogas?
Hipótese: O consumo de drogas independe do status social dos jovens.
Objetivo geral: Avaliar a influência do status social do jovem no consumo de drogas.
Objetivos específicos: avaliar as principais causas do uso de drogas entre jovens; caracterizar o perfil dos jovens que consomem drogas; investigar se existe correlação entre o status social e o consumo de drogas.
4. Revisão bibliográfica
Acredite: alguns dias na biblioteca podem evitar meses de trabalho errado no campo. Relacione os conceitos básicos do tema escolhido com as aplicações sobre o problema de pesquisa formulado. Levante o “estado da arte”, ou seja, quais informações já foram descobertas a respeito do problema de pesquisa e quais são as fronteiras do conhecimento nesta área.
Comece pelos livros clássicos, aqueles que são referência área do projeto de pesquisa, e afunile as informações os resultados publicados na forma de artigos em periódicos científicos. Ao ler estes artigos científicos, procure não se ater apenas aos resultados encontrados, mas também aos procedimentos utilizados na pesquisa (Andrade, 2014).
Uma revisão bibliográfica bem escrita irá fornecer indícios sobre os rumos que a pesquisa deve seguir, sobre os procedimentos adequados e, principalmente, irá proporcionar informações que serão utilizadas na discussão dos resultados, quando a pesquisa já estiver na fase de análise de dados (Creswell, 2010). Ou seja: caprichar na revisão bibliográfica do projeto de pesquisa pode facilitar o trabalho da redação posterior do artigo ou da monografia.
5. Material e métodos
Na seção de “material e métodos” devem ser listados todos os procedimentos, materiais, equipamentos e métodos necessários para testar suas hipóteses e alcançar seus objetivos. Em áreas experimentais, essa parte do projeto de pesquisa costuma seguir o seguinte roteiro: localização da área experimental, delineamento experimental, tratamentos avaliados, controle das condições experimentais, variáveis analisadas e análise estatística (Vianna, 2001).
Mas como saber se o “material e métodos” do seu projeto de pesquisa está bem escrito? 
Simples: entregue seu projeto de pesquisa a uma pessoa que não é da sua área e verifique se ela conseguiria executar sua pesquisa exatamente da forma que você executaria. Se ela tiver dúvidas sobre como deve realizar algo, provavelmente seu projeto não está suficientemente claro.
6. Cronograma
O planejamento dos procedimentos descritos na seção “material e métodos” ao longo do tempo é realizado no Cronograma de Execução. 
Geralmente o cronograma é disposto em uma tabela com as atividades nas linhas e os meses ou as quinzenas nas colunas.
Espero que esse texto tenha ajudado.
Como revisar seu trabalho científico: check list
A avaliação de um trabalho científico exige muita atenção e reflexão. Após a leitura do trabalho e a percepção dos pontos fortes e fracos, deve-se atentar para possíveis equívocos na teoria ou nos procedimentos empregados.
O roteiro a seguir pode ser utilizado tanto na hora de avaliar um trabalho acadêmico quanto na preparação para a submissão aos periódicos ou à banca examinadora. Neste último caso, tente avaliar seu próprio trabalho, respondendo sobre ele as seguintes questões:
Título:
Reflete o conteúdo?
As palavras utilizadas são apropriadas?
Resumo:
O resumo é estruturado, semi-estruturado ou não-estruturado?
O resumo contém todos os itens necessários e de forma adequada?
Com o resumo pode-se ter uma visão geral do trabalho?
As palavras-chave são adequadas? São diferentes do título do trabalho?
Introdução:
Qual é o contexto em que a pesquisa está inserida?
Por que foi necessário a realização da pesquisa?
Existe uma ou mais revisões sistemáticas do assunto?
Qual é o problema que está sendo respondido?
Como serão utilizados os resultados desta pesquisa?
Quais são as principais perguntas que serão respondidas?
Existiam hipóteses a serem testadas?
As hipóteses e os objetivos foram explicitados?
Revisão da literatura:
Foram esquecidos trabalhos históricos ou clássicos?
Foi obedecida uma cronologia?
A essência do ‘estado da arte’ no domínio abordado está descrita?
Os trabalhos foram apresentados de forma a conduzir aos objetivos?
Métodos:
A pesquisa foi aprovada pela comissão de ética?
[se pertinente] Qual foi o tipo de estudo utilizado?
Qual foi o local onde foi realizada a pesquisa?
Qual a amostra utilizada no estudo?
Quais foram os critérios de inclusão e/ou exclusão adotados?
Quais foram os procedimentos utilizados?
Quais as variáveis estudadas?
Como as variáveis foram mensuradas?
Foram apresentados os detalhes de como foi realizada a análise estatística?
Foi realizada análise econômica dos resultados?
Resultados:
Foram apresentadas as condições basais da amostra?
As variáveis são apresentadas de forma apropriada?
As tabelas, gráficos, quadros e figuras são necessários e adequados?
Discussão:
Foram enfatizados os principais resultados?
Foram discutidas as limitações do estudo?
Foram discutidos as forças e fraquezas em relação a outros estudos, discutindo as diferenças entre os estudos?
Qual o significado do estudo? Possíveis mecanismos e implicações?
Quais são as perguntas não respondidas e as pesquisas futuras?
Conclusões:
Estão adequadas e corretas?
Estão de acordo com os objetivos?
Estão de acordo com os métodos?
Estão de acordo com os resultados?
Referências:
Qual a norma utilizada?
O mesmo estilo foi utilizado em todo o trabalho?
Faltam referências no texto ou na bibliografia?
Outros pontos importantes
Além dos itens acima apresentados existem ao menos seis itens que são fundamentais serem respondidos para determinar a qualidade do trabalho. Estes itens devem ser avaliados em conjunto para a avaliação global do mesmo. Os itens são:
a) Os erros ortográficos e de concordância são acidentais?
b) O estilo de redação é direto, claro e objetivo?
c) A seqüência de raciocínio utilizado é lógica e faz sentido?
d) Com que profundidade o tema é abordado?
e) O que dizem as entrelinhas?
f) O trabalho é original e inovador?
g) Qual é o mérito científico?
E aí te ajudou esse texto?
Passo a passo para fazer um artigo de revisão bibliográfica
A revisão bibliográfica é a base que sustenta qualquer pesquisa científica.Acredite: algumas horas a mais na biblioteca podem poupar alguns meses de trabalho no laboratório ou a campo. Para proporcionar o avanço em um campo do conhecimento é preciso primeiro conhecer o que já foi realizado por outros pesquisadores e quais são as fronteiras do conhecimento naquela (Vianna, 2001).
Desta forma, a revisão bibliográfica é indispensável para a delimitação do problema em um projeto de pesquisa e para obter uma ideia precisa sobre o estado atual dos conhecimentos sobre um tema, sobre suas lacunas e sobre a contribuição da investigação para o desenvolvimento do conhecimento (Lakatos e Marconi, 2010).
Além de auxiliar na definição dos objetivos da pesquisa científica, a revisão bibliográfica também contribui nas construções teóricas, nas comparações e na validação de resultados de trabalhos de conclusão de curso e de artigos científicos (Medeiros e Tomasi, 2008).
Realizar uma revisão bibliográfica faz parte do cotidiano de todos os estudantes e cientistas. É uma das tarefas que mais impulsionam o aprendizado e o amadurecimento na área de estudo. Atualmente, as bibliotecas digitais têm facilitado e simplificado muito essa tarefa, pois trazem recursos de busca e cruzamento de informações que facilitam a vida de todos.
Mas as novas tecnologias não resolvem tudo. Por isso, preparamos este guia com algumas considerações importantes sobre a revisão bibliográfica.
1. Saiba aonde quer chegar
Todo texto acadêmico precisa de um “fio condutor”, uma linha de raciocínio que guie a leitura do texto, levando o leitor das premissas às conclusões. Assim, antes de começar a revisão bibliográfica, leia os chamados “livros clássicos” sobre o tema, para descobrir/relembrar os conceitos e as ideias principais relacionados ao seu trabalho (Cervo e Silva, 2006).
Com uma visão geral sobre o tema, e com os pontos principais em mente, é possível elaborar um roteiro para a revisão bibliográfica, com os itens e subitens que o texto deverá ter para chegar à sua conclusão. Este roteiro é de grande ajuda para manter o foco e não se perder em meio à enorme quantidade de informações a que temos acesso.
O segredo de uma boa revisão bibliográfica é a organização e o planejamento (Santos, 2015).
2. Selecione as fontes de referência
As principais fontes a serem consultadas para a elaboração da revisão bibliográfica são artigos em periódicos científicos, livros, teses, dissertações e resumos em congresso (Medeiros e Tomasi, 2008).
Como atualmente existe uma exacerbada pressão por publicação de artigos científicos, é bem provável que aquela tese ou dissertação tenha sido publicada também na forma de artigo, assim como os resumos de congressos.
Desta forma, recomenda-se a preferência por artigos publicados em periódicos científicos, com comitê de editores e processo de revisão por pares. Uma boa dica é observar com cuidado as referências bibliográficas de textos já publicados sobre o tema e, desta forma, identificar os autores e os periódicos que são referência na área.
Dê prioridade (nesta ordem) a:
(i) artigos publicados em periódicos internacionais;
(ii) artigos publicados em periódicos nacionais reconhecidos;
(iii) livros publicados por bons editores;
(iv) teses e dissertações,
(v) anais de conferências internacionais;
(vi) anais de conferências nacionais.
Tome cuidado com referências antigas. A ciência traz novidades em um ritmo relativamente rápido, por isso deve-se evitar utilizar referências com mais de dez anos. Se possível, e isso irá depender do tema pesquisado, tente concentrar a maior parte das citações com menos de cinco anos (Andrade, 2014).
3. Escreva a revisão bibliográfica de forma clara e objetiva
Evite apresentar a revisão bibliográfica no formato de ficha de leitura (isto é, o autor “A” disse isso, o autor “B” disse aquilo, o autor “C” disse outra coisa, etc.). Encontre os pontos de concordância e divergência entre os autores e conte a história da pesquisa. Um exemplo de texto do tipo “ficha-de-leitura” é:
Segundo Shingo (1996), a ideia central do Sistema Toyota de Produção é promover um fluxo harmônico dos materiais entre os postos de trabalho, produzindo componentes nas quantidades e nos momentos em que são necessários. Para tanto, a comunicação entre postos de trabalho deve ser promovida de forma eficiente.
Para Ohno (1994), o Sistema Toyota de Produção pode ser resumido como “produzir nas quantidades certas e no momento em que as partes são necessárias”. O autor frisa a importância do fluxo de informações entre os trabalhadores nas diferentes células ou postos de trabalho.
Observe como os dois autores estão dizendo essencialmente a mesma coisa, apesar de manifestarem suas ideias de maneira diferente. O seu trabalho como pesquisador é compreender qual a ideia central, identificar os pontos divergentes e pontos em comum entre os autores e escrever de forma clara e objetiva. Os parágrafos acima poderiam ser resumidos da seguinte forma:
A ideia central do Sistema Toyota de Produção é promover um fluxo harmônico de materiais entre os postos de trabalho, produzindo componentes nas quantidades e nos momentos em que são necessários. Neste sentido é importante promover um fluxo eficiente de informações entre trabalhadores nas diferentes células ou postos de trabalho (SHINGO, 1996; OHNO, 1994).
4. Organize os trabalhos consultados
Para a elaboração de uma boa revisão bibliográfica é preciso pesquisar, selecionar e ler uma grande quantidade de artigos, livros e resumos. 
Existem várias ferramentas que permitem gerenciar sua coleção de referências bibliográficas e que podem facilitar seu trabalho. 
São os Gerenciadores de Referências. Exemplos importantes são o JabRef, ferramenta em código aberto e muito útil especialmente para quem trabalha com LaTex, e o EndNote.
Essas ferramentas permitem obter os dados das referências diretamente nas bibliotecas digitais, criam uma base de dados com essas informações, permitem inserir as citações e referências diretamente nos textos que estão sendo editados, e também organizam a coleção de textos originais dos artigos. A longo prazo, sua base de dados mantida por um gerenciador de referências é um recurso muito valioso para procurar referências para citar em seus textos.
5. Evite os principais erros
Errar é humano, mas a banca avaliadora do seu trabalho normalmente desconsidera este tipo de fato. Sendo assim, consulte sempre o seu orientador sobre a possibilidade de estar cometendo algum dos erros abaixo:
– revisão bibliográfica muito breve (por pressa, falta de tempo, desinteresse, etc.); obras e autores essenciais não foram incluídos no trabalho.
– revisão bibliográfica construída em cima de muito poucos autores ou estudos (normalmente, este erro ocorre em paralelo com o primeiro erro, acima).
– áreas afins não foram abordadas na revisão bibliográfica.
– referências incompletas ou erradas, indicando que você na realidade não conseguiu encontrar um fio condutor nas obras que consultou.
– ausência de uma seção de conclusões que reúna as ideias principais abordadas no texto.
– má organização do material: revisão bibliográfica com seções muito curtas (com um ou dois parágrafos, apenas), com repetição de ideias (o estilo “ficha-de-leitura”), ou sem uma estrutura ou lógica identificável de apresentação.
– interpretação ou adaptação de ideias de outros autores para que elas fiquem parecidas ou reforcem as suas.
Fonte: Diretrizes para elaboração do Referencial Teórico e Organização de Textos Científicos – Adaptado por Thais Bessa a partir do texto de José Luis Duarte Ribeiro.

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