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Gestão de materiais permanentes - Apostila 1

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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)
Sumário
Apresentação.......................................................................................................................................4
Objetivo...............................................................................................................................................5
01 - O Conceito de Patrimônio..........................................................................................................6
01.1 - O Patrimônio Público..........................................................................................................8
01.2 - Diferenciação de Bens Tangíveis e Intangíveis...............................................................12
01.3 - Bens Tangíveis...................................................................................................................14
02 - O Reflexo das Novas Normas Contábeis No Controle Patrimonial.....................................16
03 - Importância da Gestão de Bens (Controle Administrativo).................................................26
03.1 - Lei de Responsabilidade Fiscal.........................................................................................28
03.2 - Planejamento Patrimonial................................................................................................29
03.3 - Etapas do Planejamento Patrimonial..............................................................................30
03.4 - Fases do Planejamento Patrimonial.................................................................................32
04 - Diferenciação Entre Material de Consumo e Material Permanente....................................33
04.1 - Parâmetros Excludentes: Análise de Casos e Empregos Específicos...........................34
04.2 - Exemplos de Itens Considerados Materiais Permanentes.............................................36
04.3 - Exemplos de Itens Considerados Materiais de Consumo..............................................37
05 - Classificação e Catalogação de Materiais...............................................................................40
05.1 - Atributos Adicionais a Serem Considerados na Classificação De Materiais...............44
05.2 - Formas de Classificação de Materiais.............................................................................45
05.3 - Estrutura Básica de Um Catálogo de Bens, Materiais e Serviços.................................51
06 - Atribuições Básicas da Gestão de Material Permanente.......................................................57
06.1 - Recebimento de Materiais e Bens....................................................................................57
06.1.1 - Agenda de Recebimento..............................................................................................57
06.1.2 - Ato do Recebimento....................................................................................................61
06.1.3 - Regularização do Recebimento...................................................................................73
06.2 - Conceitos Básicos e Nomenclaturas da Gestão de Material Permanente....................80
06.3 - Incorporação Patrimonial.................................................................................................82
06.4 - Registro e Tombamento....................................................................................................85
06.5 - Movimentação de Bens Móveis........................................................................................87
06.5.1 - Distribuição de Bens....................................................................................................88
06.5.2 - Transferência de Bens..................................................................................................91
2
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)
06.5.3 - Doação de Bens...........................................................................................................91
06.5.4 - Cessão de Uso..............................................................................................................92
06.6 - Movimentação de Veículos...............................................................................................93
06.7 - Bens de Propriedade de Terceiros...................................................................................94
06.7.1 - Comodato.....................................................................................................................94
06.7.2 - Locação........................................................................................................................94
06.8 - Saída Provisória.................................................................................................................97
06.9 - Controle Físico de Bens Móveis........................................................................................97
06.10 - Inventário de Bens Móveis............................................................................................100
06.11 - Leilão de Bens Móveis...................................................................................................103
07 - Legislação Patrimonial...........................................................................................................111
07.1 - Legislação Federal...........................................................................................................111
07.1.1 - Lei nº 4.320 de 17 de Março de 1964........................................................................111
07.1.2 - Lei Nº 8.429 de 2 de Junho de 1992..........................................................................113
07.1.3 - Lei Nº 8.666 de 21 de Junho de 1993........................................................................117
07.1.4 - Portaria Nº 448 STN de 13 de Setembro de 2002.....................................................120
07.2 - Legislação Estadual.........................................................................................................123
07.2.1 - Lei Nº 9.809 de 18 de Dezembro de 1973.................................................................123
07.2.2 - Decreto Nº 31.845 de 4 de Dezembro de 2015..........................................................126
07.2.3 - Decreto Nº33.832, de 03 de Dezembro de 2020........................................................137
07.2.4 - Lei Nº 13.476 de 20 de Maio de 2004.......................................................................139
07.2.5 - Lei N° 14.891, de 31.03.11 (D.O. de 04.04.11).........................................................141
07.2.6 - Decreto Nº 27.786 de 02 de Maio de 2005................................................................142
07.2.7 - Decreto Nº 31.340 de 05 de Novembro de 2013.......................................................146
07.2.8 - Decreto Nº 31.671, de 09 de Fevereiro de 2015........................................................158
07.2.9 - Decreto Nº 31.549, de 13 de Agosto de 2014............................................................159
07.2.10 - Decreto Nº 32.564, de 26 de Março de 2018...........................................................161
Referências......................................................................................................................................181
3
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)
Apresentação
O advento da promulgação da Lei Complementar nº 101, de 04 de maio
de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal) assim como o processo de
convergência das normas de contabilidade pública aos padrões internacionais
do IFRS - International Financial Reporting Standards, iniciado no ano de 2008,
trouxeram uma maior atenção para alguns aspectos teóricos e práticos
relativos à gestão patrimonial implantando inovações que contribuíram para
uma maior transparência nas contas públicas, um maior controle e alémde
solidificar o cumprimento da Lei nº 4.320/64.
Dentre as principais alterações implantadas, está a previsão de
depreciação para os bens públicos. Sendo que a maioria dos órgãos da
administração pública, não executava este procedimento, embora houvesse
previsão legal no Art. 104 da Lei nº 4.320/64. O desprezo até então dado às
informações de custos, entre os quais se encontra a depreciação,
impossibilitava ao gestor e a sociedade a real mensuração dos custos do
poder público e o impacto destes no patrimônio das entidades.
4
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)
Desde o ano de 2013 o Governo do Estado do Ceará, vem realizando um
esforço no desenvolvimento de novos sistemas informatizados e capacitação
de seus agentes públicos para adequação às novas práticas.
A Secretaria do Planejamento e Gestão – Seplag em colaboração com a
Escola de Gestão Pública do Ceará – Egpce apresentam neste curso a reunião
de aspectos teóricos, procedimentos práticos e legislação até então
desenvolvidos com relação a gestão de materiais permanentes (bens móveis)
e seu sistema informatizado de controle, de forma a oferecer a atualização
permanente aos órgãos e entidades do Poder Executivo Estadual.
Objetivo
Compreender as técnicas usuais de gestão de materiais permanentes,
assim como a legislação vigente e sua aplicabilidade no cotidiano operacional
da administração pública estadual.
5
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)
01 - O Conceito de Patrimônio
Objetivos: Compreender o conceito de patrimônio e como está
estruturado o seu sistema de controle segundo a lei nº 4.320, assim como
identificar dentro do conjunto de bens direitos e obrigações o que são bens
tangíveis e a necessidade de depreciação.
De uma forma geral podemos conceituar o “Patrimônio” como a reunião
de objetos administrados por uma determinada entidade (seja esta pública
ou privada) para atingir seus objetivos fundamentais. No entanto, é
imprescindível que tais objetos, além de possuírem forte vinculação com os
objetivos da entidade sejam também avaliáveis em moeda.
Ampliando o conceito de patrimônio do ponto de vista contábil, o
patrimônio é um conjunto de bens, direitos e obrigações pertencentes a uma
pessoa física ou jurídica. Interpretando isso de uma forma prática e
considerando a mensuração do patrimônio em moeda, este será formado
pelo somatório dos valores dos BENS mais os DIREITOS (ativos), subtraídos
pelo valor das OBRIGAÇÕES (passivo) possuídos por uma pessoa ou entidade.
Assim, entende-se que o patrimônio é estruturado da seguinte forma:
Ativo
 São os bens e direitos que uma entidade possui e que podem ser
convertidos em dinheiro. É a parte positiva do patrimônio e identifica onde os
recursos da entidade foram aplicados. Para que um ativo possa ser
considerado desta forma, é necessário que ele seja considerado um bem ou
um direito para a entidade, seja de propriedade da mesma (tem que ter nota
6
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)
fiscal em nome da entidade se for um bem, por exemplo), poder ter seu valor
monetário calculado e gerar benefícios futuros para a entidade.
Em contabilidade, pode ser classificado como ativo tudo o que pode ser
convertido em dinheiro de alguma forma. Por exemplo, o dinheiro em banco
é um ativo, o estoque da entidade pode ser vendido e virar dinheiro, então é
um ativo, o carro da entidade pode ser vendido e virar dinheiro, então é um
ativo. Todos estes itens são de propriedade da entidade, tem seu valor
estabelecido em nota fiscal ou outro documento fiscal e geram benefícios
futuros.
Passivo
São todas as obrigações e dívidas financeiras de uma entidade, derivadas
de eventos passados, cujos pagamentos se esperam que resultem em saídas
de recursos capazes de gerar benefícios econômicos ou potencial de serviços
para a entidade. Assim, fazem parte dos passivos de uma entidade as
despesas relacionadas a pagamento de salários, impostos, tributos,
empréstimos, fornecedores, entre muitas outras. Ou seja, o passivo também é
visto como o saldo redutor do valor do patrimônio de uma entidade. Isso
quer dizer que, quanto maior ele for, menos valor a entidade terá.
Patrimônio Líquido
 É o valor residual dos ativos da entidade depois de deduzidos todos
seus passivos. Em linhas gerais, corresponde à riqueza de uma entidade, o
que ela possui descontadas as contas que precisa pagar. Ele representa a
fonte interna de recursos e o quanto tem investido na entidade.
7
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)
01.1 - O Patrimônio Público
O Estado enquanto organizado politicamente como nação, tem amplo
poder incluindo a capacidade de estabelecer e fazer cumprir requisitos legais
e alterar esses requisitos é soberano para exercer tal poder sobre todas as
coisas que se encontra em seu território. Tudo o que pertencer a particulares,
ou não pertencer a ninguém, ficará sujeito às limitações administrativas
impostas pelo Estado. 
Este poder é denominado domínio público. Contudo, apesar de possuir o
domínio público sobre o que está em seu território, o patrimônio público é
constituído somente pelos bens dos quais o Estado possui o direito de uso
pessoal e real.
O Conselho Federal de Contabilidade em sua colaboração ao esforço de
convergência da contabilidade pública brasileira às Normas Internacionais de
Contabilidade, em uma de suas primeiras publicações sobre o tema,
especificamente a norma NBCT SP Nº 16.2, conceitua:
Patrimônio Público é o conjunto de direitos e bens, tangíveis ou
intangíveis, onerados ou não, adquiridos, formados, produzidos, recebidos,
mantidos ou utilizados pelas entidades do setor público, que seja portador
ou represente um fluxo de benefícios, presente ou futuro, inerente à
prestação de serviços públicos ou à exploração econômica por entidades do
setor público e suas obrigações.
8
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)
IMPORTANTE
Diante da abrangência desse conceito pudemos interpretar que o
patrimônio público engloba o patrimônio de todas as entidades que
compõem a Administração Pública ou seja: tanto as entidades das
Administrações Públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União,
Estados, Distrito Federal e Municípios, quanto às empresas públicas,
incluindo a parte do capital estatal nas sociedades de economia mista, que
também são tratados como patrimônio público.
A Contabilidade Pública é um ramo da contabilidade regido pela Lei
4.320, de 17 de março de 1964. Seu objetivo é o controle sistemático dos
recursos econômico-financeiros do Estado, por intermédio das ações
administrativas de seus agentes – União, Estados, Municípios e Distrito
Federal.
Segundo a Lei 4.320, podemos definir a Contabilidade Pública como a
parte da contabilidade que coleta, registra, controla e analisa os atos e os
fatos da Fazenda Pública; ela reflete o Patrimônio Público e suas variações,
bem como acompanha e demonstra a execução do orçamento; diferindo das
demais contabilidades porque os seus procedimentos estão ligados
diretamente à Administração Pública, cuja ordenação se faz por meio de leis e
regulamentos.
9
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)
A Contabilidade pública é estruturada, segundo a Lei nº 4.320/64, em
quatro sistemas contábeis que interagem entre si, objetivando o
acompanhamento orçamentário, a composição financeira e patrimonial, bem
como a evidenciação de compromissos assumidos pela Administração
Pública, nas contas de compensação, ou seja, os sistemas de contas da
Contabilidade Pública classificam-se em: Sistema Orçamentário, Sistema
Financeiro, Sistema Patrimonial e Sistema de Compensação.
A Resolução CFC nº 1.129/2008 publicada em 25.11.2008 com fins deadequação às normas internacionais de contabilidade, ainda menciona um
quinto sistema, representado pelo Sistema de Custos que registra, processa e
evidencia os custos dos bens e serviços, produzidos e ofertados à sociedade
pela entidade pública.
Daremos aqui enfoque ao Sistema Patrimonial que é constituído das
contas que registram as movimentações que concorrem ativa e passivamente
para a formação do patrimônio da entidade, ou seja, são registrados os bens
patrimoniais (móveis, imóveis, estoques, créditos, obrigações, valores,
operações de crédito, dentre outras), originadas ou não da execução
orçamentária. É registrado também no Sistema Patrimonial o resultado
econômico do exercício.
No Sistema Patrimonial os lançamentos que correspondem a
incorporação ou desincorporação de ativos e passivos são feitos
isoladamente dentro deste sistema, ainda que o fato venha a motivar uma
entrada ou saída de recurso do Sistema Financeiro.
10
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)
Vale ressaltar que as contas patrimoniais registram valores sintéticos, que
para serem conciliados periodicamente, necessitam de um controle auxiliar
denominado controle administrativo, os arts. 94 e 95 da lei nº 4.320/64
expressa o seguinte:
Art. 94. Haverá registros analíticos de todos os bens de caráter
permanente, com indicação dos elementos necessários para a perfeita
caracterização de cada um deles e dos agentes responsáveis pela sua
guarda e administração.
Art. 95 A contabilidade manterá registros sintéticos dos bens móveis e
imóveis.
Apesar de não ser objeto da lei nº 4.320/64, para as entidades públicas
de administração direta, no sistema patrimonial deve ser procedido o registro
da depreciação dos bens móveis e imóveis, levando-a para a conta de
resultados em contrapartida com a conta de depreciação acumulada.
Ao longo do tempo, a Administração Pública esteve voltada para os
aspectos orçamentários e financeiros, dando menor importância para a
questão de controle do patrimônio público. Com o advento da Lei
Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, muito conhecida como a Lei de
Responsabilidade Fiscal (LRF), os entes políticos perceberam a necessidade de
se ter um maior controle e preservação do patrimônio público.
11
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)
Atualmente, o sistema de gestão utilizado pela União e pela maioria dos
Estados e Municípios, já demonstram a sua preocupação com o patrimônio,
exigindo dos órgãos um detalhamento maior do seu patrimônio.
01.2 - Diferenciação de Bens Tangíveis e Intangíveis
Como já vimos anteriormente a representação do patrimônio de uma
entidade, na contabilidade, está dividida em três grandes grupos: Ativo,
Passivo e Patrimônio Líquido. Aqui, o que nos interessa é o Ativo, pois é onde
se encontram os bens tangíveis e intangíveis.
O Ativo de uma entidade é composto por bens (estoques, automóveis,
móveis e utensílios, etc.) e direitos (créditos a receber, aplicações financeiras,
etc.). Ele é subdividido em dois grandes subgrupos: Ativo Circulante e Ativo
Não Circulante. O Circulante é onde são registrados os bens e direitos que
podem ser convertidos em moeda em até 365 dias. Já no Não Circulante
estão registrados os bens e direitos que a entidade possui, mas que não pode
(ou não tem a intenção) de transformar em moeda nos próximos 365 dias.
Esse subgrupo está dividido em 4 categorias: 
Realizável a Longo Prazo
 Correspondem a bens e direitos que a entidade possui a intenção de
convertê-lo em moeda, mas não há expectativa de que isso ocorra em um
prazo inferior a 365 dias, sem que haja considerável perda de seu valor
contábil. Aqui podemos ter registrados, por exemplo, aplicações financeiras
de longo prazo, depósitos bancários, despesas antecipadas de longo prazo,
etc.
12
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)
Investimentos
São registrados nesta categoria os investimentos em outras entidades
ou aqueles de caráter permanente ou indefinido, como investimento em
ouro, obras de arte, propriedade para investimento, etc.
Imobilizado (ou bens tangíveis)
 Aqui são registrados os bens de natureza permanente que são
utilizados para a manutenção da atividade da entidade. Eles precisam se
apresentar na forma tangível (bens corpóreos), ter uma vida útil de no
mínimo 2 anos e a entidade não pode ter a intenção de vendê-los. Alguns
exemplos são terrenos, edificações, máquinas e equipamentos, etc.
Intangível
As entidades públicas frequentemente despendem recursos ou
contraem obrigações com a aquisição, o desenvolvimento, a manutenção ou
o aprimoramento de recursos intangíveis, como conhecimento científico ou
técnico; projeto e implantação de novos processos ou sistemas; licenças;
propriedade intelectual; e marcas registradas (incluindo nomes comerciais e
títulos de publicações). Exemplos de itens que se enquadram nessas
categorias são: softwares; patentes; direitos autorais; direitos sobre filmes
cinematográficos; listas de usuários de um serviço; licenças de pesca; quotas
de importação adquiridas; e relacionamentos com usuários de um serviço.
13
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)
01.3 - Bens Tangíveis
Os bens tangíveis referem-se aos recursos físicos de longo prazo que
uma entidade possui e que consegue mensurar o valor. Esses ativos são
adquiridos com a intenção de realizar operações que gerem benefícios
econômicos e/ou manutenção da atividade da entidade. Outra característica é
que este tipo de bem, na maioria dos casos, possui uma vida útil econômica.
Por isso, eles devem ser depreciados. Isso quer dizer que, mensalmente, deve
ser deduzido uma quota do valor contábil de cada bem, para que no final de
sua vida útil reste apenas o seu valor residual.
O intuito da depreciação é garantir que, ao final da vida útil do bem, a
entidade tenha uma reserva para adquirir outro e, assim, continuar a sua
operação. Por isso, a depreciação é uma despesa, mas não representa uma
saída de dinheiro. Ao mesmo tempo, a depreciação é uma conta redutora do
ativo imobilizado. Isso, na prática, garante que o seu balanço patrimonial
reflita a realidade com mais precisão, uma vez que o valor dos ativos é
ajustado com o passar do tempo.
Por outro lado, alguns bens tangíveis não perdem valor com o passar do
tempo, tampouco possui uma vida útil econômica. Por isso, não há o que se
falar em depreciação. Os exemplos mais conhecidos são os terrenos. Vale
ressaltar que entidades que trabalham com exploração de minas e jazidas
devem registrar esses bens em seu grupo de ativo imobilizado. Apesar de ser
uma espécie de terreno, este tipo de bem é utilizado para uma finalidade
específica, que é a extração de recursos naturais. Por sua vez, esses recursos
são finitos. Logo, é preciso mensurar esses ativos de acordo com sua
14
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)
capacidade produtiva e reduzir seu valor contábil à medida que os recursos
forem se esgotando. Neste caso, a nomenclatura utilizada para demonstrar a
redução do valor do bem é “exaustão” e não “depreciação”.
As normas contábeis para registro, mensuração e avaliação do ativo
imobilizado do setor público foram editadas pelo Conselho Federal de
Contabilidade especificamente a norma NBC TSP 07 – Ativo Imobilizado. Os
bens tangíveis do ativo imobilizado, especificamente os materiais
permanentes (bens móveis) serão o enfoque do curso daqui por diante.
15
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)
02 - O Reflexo das Novas Normas Contábeis No Controle
Patrimonial
Objetivo: Compreender os conceitos introduzidos pelas Normas
Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público – NBCASP referentes à
mensuraçãoe avaliação do patrimônio público, assim como a mecânica do
cálculo da depreciação.
Considerando a necessidade de adaptações à economia mundial
globalizada, as diversas áreas da Contabilidade brasileira vêm passando por
significativas mudanças nos últimos anos. Essas mudanças visam à adequação
e convergência aos padrões e procedimentos internacionais.
É importante destacar que essas modificações não afetam somente a
Contabilidade Comercial, afetam também a Contabilidade Aplicada ao Setor
Público. Partindo da premissa que no Brasil a Contabilidade Pública está
pautada na Lei Federal 4.320/64 e que esta lei possui um enfoque
orçamentário, muitas mudanças são necessárias para a evidenciação do
patrimônio público e para que se possa acompanhar de maneira efetiva a
evolução dele.
FIQUE ATENTO
Partindo dessa necessidade de buscar uma melhor evidenciação dos
fenômenos patrimoniais, tornou-se necessária a elaboração de normas que
padronizassem os registros contábeis na entidade pública aos padrões
internacionais. Essas mudanças estão em curso e visam aproximar a
16
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)
Contabilidade Aplicada ao Setor Público das mesmas regras da
Contabilidade aplicada ao setor privado, ambas com enfoque patrimonial,
sem deixar de atender as peculiaridades da Lei Federal 4.320/64, com seu
foco orçamentário.
Nesse sentido o Conselho Federal de Contabilidade editou as Normas
Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público denominado “NBC T
16”. Foram editadas inicialmente 11 normas (NBC T 16.1 a NBC T 16.11) que
foram publicadas na forma de Resoluções do Conselho Federal de
Contabilidade. Ainda estão vigentes a NBC T 16.7 e a NBC T 16.11 o restante
foi revogada e substituída pelas Normas Brasileiras de Contabilidade Técnicas
do Setor Público NBC TSP com maior convergência às normas contábeis
emitidas pelo International Public Sector Accounting Standards – IPSAS que
representa um conjunto de normas para utilização na preparação das
demonstrações financeiras por entidades do setor público em todo o mundo.
Esses padrões são baseados nos IFRS – International Financial Reporting
Standards.
Atualmente a distribuição das NBC TSP apresentam-se na tabela a seguir:
NBC Resolução CFC Nome da Norma IFAC
NBC TSP ESTRUTURA
CONCEITUAL
DOU 04/10/16
Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Informação
Contábil de Propósito Geral pelas Entidades do Setor Público
Conceptual
Framework
NBC TSP 01 DOU 28/10/16 Receita de Transação sem Contraprestação IPSAS 23
NBC TSP 02 DOU 28/10/16 Receita de Transação com Contraprestação IPSAS 9
NBC TSP 03 DOU 28/10/16 Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes IPSAS 19
NBC TSP 04 DOU 06/12/16 Estoques IPSAS 12
17
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)
NBC TSP 05 DOU 06/12/16 Contratos de Concessão de Serviços Públicos: Concedente IPSAS 32
NBC TSP 06 DOU 28/9/17 Propriedade para Investimento IPSAS 16
NBC TSP 07 DOU 28/9/17 Ativo Imobilizado IPSAS 17
NBC TSP 08 DOU 28/9/17 Ativo Intangível IPSAS 31
NBC TSP 09 DOU 28/9/17 Redução ao Valor Recuperável de Ativo Não Gerador de Caixa IPSAS 21
NBC TSP 10 DOU 28/9/17 Redução ao Valor Recuperável de Ativo Gerador de Caixa IPSAS 26
NBC TSP 11 DOU 31/10/18 Apresentação das Demonstrações Contábeis IPSAS 1
NBC TSP 12 DOU 31/10/18 Demonstração dos Fluxos de Caixa IPSAS 2
NBC TSP 13 DOU 31/10/18
Apresentação de Informação Orçamentária nas Demonstrações
Contábeis
IPSAS 24
NBC TSP 14 DOU 31/10/18 Custos de Empréstimos IPSAS 5
NBC TSP 15 DOU 31/10/18 Benefícios a Empregados IPSAS 39
NBC TSP 16 DOU 31/10/18 Demonstrações Contábeis Separadas IPSAS 34
NBC TSP 17 DOU 31/10/18 Demonstrações Contábeis Consolidadas IPSAS 35
NBC TSP 18 DOU 31/10/18
Investimento em Coligada e em Empreendimento Controlado em
Conjunto
IPSAS 36
NBC TSP 19 DOU 31/10/18 Acordos em Conjunto IPSAS 37
NBC TSP 20 DOU 31/10/18 Divulgação de Participações em Outras Entidades IPSAS 38
NBC TSP 21 DOU 31/10/18 Combinações No Setor Público IPSAS 40
NBC TSP 22 DOU 28/11/19 Divulgação sobre Partes Relacionadas IPSAS 20
NBC TSP 23 DOU 28/11/19 Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro IPSAS 3
NBC TSP 24 DOU 28/11/19
Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio e Conversão de
Demonstrações Contábeis
IPSAS 4
NBC TSP 25 DOU 28/11/19 Evento Subsequente IPSAS 14
NBC TSP 26 DOU 26/11/19 Ativo Biológico e Produto Agrícola IPSAS 27
18
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)
NBC TSP 27 DOU 04/11/20 Informações por Segmento. IPSAS 18
NBC TSP 28 DOU 04/11/20 Divulgação de informação Financeira do Setor Governo Geral. IPSAS 22
NBC TSP 29 DOU 04/11/20 Benefícios Sociais. IPSAS 42
NBC T 16.7 1.134/08
Consolidação das Demonstrações Contábeis (revogada a partir de
1º/1/21)
não há
NBC T 16.11 1.366/11 Sistema de Informação de Custos do Setor Público não há
As primeiras Novas Normas Contábeis editadas pelo Conselho Federal de
Contabilidade denominada “NBC T 16”, trouxeram alguns conceitos que
passaram a ser considerados nos procedimentos administrativos de controle
patrimonial que passaram a incorporá-los de forma que as variações
patrimoniais possam ser mais bem apuradas e reflitam na Contabilidade ao
fim de cada exercício financeiro, são estes: 
IMPORTANTE
19
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)
Depreciação: a redução do valor dos bens tangíveis pelo desgaste ou
perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência.
Valor bruto contábil: o valor do bem registrado no controle escritural,
em uma determinada data, sem a dedução da correspondente
depreciação acumulada. 
Valor líquido contábil: o valor do bem registrado no controle
escritural, em determinada data, deduzido da correspondente
depreciação acumulada. 
Valor depreciável: o valor original de um bem deduzido do seu valor
residual.
Valor residual: o montante líquido que a entidade espera, com
razoável segurança, obter por um bem no fim de sua vida útil
econômica, deduzidos os gastos esperados para sua alienação.
Vida útil econômica: o período de tempo definido ou estimado
tecnicamente, durante o qual se espera obter fluxos de benefícios
futuros de um bem. 
Avaliação patrimonial: a atribuição de valor monetário a itens do
ativo e do passivos decorrentes de julgamento fundamentado em
consenso entre as partes e que traduza, com razoabilidade, a
evidenciação dos atos e dos fatos administrativos. 
Reavaliação: a adoção do valor de mercado ou de consenso entre as
partes para bens do ativo, quando esse for diferente do valor líquido
contábil.
Redução ao valor recuperável (impairment): é a redução nos
20
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)
benefícios econômicos futuros ou no potencial de serviços de um bem
do ativo que reflete o declínio na sua utilidade, além do
reconhecimento sistemático por meio da depreciação. 
Valor recuperável: o valor de mercado de um ativo menos o custo
para a sua alienação, ou o valor que a entidade do setor público espera
recuperar pelo uso futuro desse ativo nas suas operações, o que for
maior. 
Valor de aquisição: a soma do preço de compra de um bem com os
gastos suportados direta ou indiretamente para colocá-lo em condição
de uso. 
Valor justo: é o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou
que seria pago pela transferência de um passivo em uma transação
não forçada entre participantes do mercado na data de mensuração.
Valor realizável líquido: a quantia que a entidade do setor público
espera obter com a alienação ou a utilização de itens de inventário
quando deduzidos os gastos estimados para seu acabamento,
alienação ou utilização. 
A partir dos referidos conceitos apresentados pelas Novas Normas
Contábeis, os procedimentos administrativos decontrole patrimonial,
passaram também a incorporar regras de mensuração que permitam traduzir
em moeda corrente o valor econômico dos bens. Tais regras são as seguintes:
1. Um bem do ativo imobilizado, incluindo os gastos adicionais ou
complementares, é mensurado ou avaliado com base no valor de
21
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)
aquisição, produção ou construção. Critério também previsto no art.
106 item II da lei nº 4.320 de 17/03/1964.
2. Os gastos posteriores à aquisição ou ao registro do bem devem ser
incorporados ao valor desse bem quando houver possibilidade de
geração de benefícios econômicos futuros ou potenciais de serviços.
Qualquer outro gasto que não gere benefícios futuros deve ser
reconhecido como despesa do período em que seja incorrido.
3. Quando um bem do ativo imobilizado tiver vida útil econômica
limitada, fica sujeito a depreciação durante esse período, sem prejuízo
das exceções expressamente consignadas na legislação vigente.
4. Para o registro da depreciação dos bens devem ser observados os
seguintes aspectos:
obrigatoriedade do seu reconhecimento;
valor da parcela que deve ser reconhecida no resultado como
decréscimo patrimonial, e, no balanço patrimonial, representada
em conta redutora do respectivo ativo;
circunstâncias que podem influenciar seu registro.
5. O valor depreciado apurado mensalmente deve ser reconhecido nas
contas de resultado do exercício.
6. Quando se tratar de bens obtidos a título gratuito deve ser
considerado o valor resultante da avaliação obtida com base em
procedimento técnico ou valor patrimonial definido nos termos da
doação.
22
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)
7. O critério de avaliação dos bens obtidos a título gratuito e a eventual
impossibilidade de sua mensuração devem ser registrados em
documento próprio para que possam ser evidenciados em notas
explicativas por ocasião do balanço patrimonial. 
8. No caso de transferências de ativos, o valor a atribuir deve ser o valor
contábil líquido constante nos registros da entidade de origem. Em
caso de divergência deste critério com o fixado no instrumento de
autorização da transferência, o mesmo deve ser evidenciado em notas
explicativas.
9. Nos casos de bens reavaliados, a depreciação deve ser calculada e
registrada sobre o novo valor, considerada a vida útil econômica
indicada em laudo técnico específico.
10.O valor residual e a vida útil econômica de um bem do ativo devem
ser revisados, pelo menos, no final de cada exercício. Quando as
expectativas diferirem das estimativas anteriores, as alterações devem
ser efetuadas.
11.A depreciação deve ser reconhecida até que o valor líquido contábil
do bem seja igual ao valor residual.
12.A depreciação de um bem do ativo começa quando o item estiver em
condições de uso.
13.A depreciação não cessa quando o bem torna-se obsoleto ou é
retirado temporariamente de operação.
14.Os seguintes fatores devem ser considerados ao se estimar a vida útil
23
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)
econômica de um bem:
A capacidade de geração de benefícios futuros;
O desgaste físico decorrente de fatores operacionais ou não;
A obsolescência tecnológica;
Os limites legais ou contratuais sobre o uso ou a exploração do
ativo.
15.A vida útil econômica deve ser definida com base em parâmetros e
índices admitidos em norma ou laudo técnico específico. 
16.Não estão sujeitos ao regime de depreciação:
Bens móveis de natureza cultural, tais como obras de artes,
antiguidades, documentos, bens com interesse histórico, bens
integrados em coleções, entre outros;
Bens de uso comum que absorveram ou absorvem recursos
públicos, considerados tecnicamente, de vida útil indeterminada;
Animais que se destinam à exposição e à preservação;
Terrenos rurais e urbanos.
17.Os métodos de depreciação, amortização e exaustão devem ser
compatíveis com a vida útil econômica do ativo e aplicados
uniformemente. 
Sem prejuízo da utilização de outros métodos de cálculo dos
encargos de depreciação, podem ser adotados o método das
quotas constantes, o método das somas dos dígitos e o método
das unidades produzidas.
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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)
A depreciação de bens imóveis deve ser calculada com base,
exclusivamente, no custo de construção, deduzido o valor dos
terrenos.
Para um melhor entendimento da aplicabilidade das Novas Normas
Contábeis, no tocante a mensuração de bens e o controle administrativo com
cálculo da depreciação, vejamos o exemplo a seguir:
Em uma situação hipotética, um caminhão caçamba é registrado na 
contabilidade pelo valor de R$ 400.000,00. Sabe-se que a taxa de 
depreciação do caminhão é de 20% a.a., sua vida útil econômica está 
estimada em 5 anos e seu valor residual é de 10%. Considerando que a taxa 
de depreciação é aplicada sobre o valor depreciável (R$ 360.000,00) a 
representação das variações patrimoniais do bem são apresentadas na tabela
abaixo.
Tabela de exemplo do cálculo da depreciação
Vida Útil
Valor Contábil
Bruto
Depreciação
Anual
Depreciação
Acumulada
Valor Contábil Líquido Valor Residual
0 R$ 400.000,00 
1 R$ 72.000,00 R$ 72.000,00 R$ 338.000,00 
2 R$ 72.000,00 R$ 144.000,00 R$ 256.000,00 
3 R$ 72.000,00 R$ 216.000,00 R$ 184.000,00 
4 R$ 72.000,00 R$ 288.000,00 R$ 112.000,00 
5 R$ 72.000,00 R$ 360.000,00 R$ 40.000,00 R$ 40.000,00
 Fonte: Dados do autor 
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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)
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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)
03 - Importância da Gestão de Bens (Controle
Administrativo)
Objetivo: Compreender a importância da Gestão de Bens como sistema
de controle e conciliação dos saldos patrimoniais das entidades da
administração pública, assim como os mecanismos de preservação do
patrimônio público implantado pela Lei Complementar nº 101 de 04 de maio
de 2000, além dos elementos básicos para o planejamento patrimonial.
IMPORTANTE
A gestão de bens na administração pública e privada é de grande
importância, pois exerce influência direta na formação da estrutura de uma
entidade. Na atividade pública, o conjunto de bens são destinados a
satisfação do interesse coletivo e na prestação do serviço público, por sua
vez, na atividade privada os bens patrimoniais são destinados a produção
de riqueza para a entidade.
A gestão patrimonial compreende diversas atividades, entre elas a de
tombamento, registro, guarda, controle, movimentação, preservação, baixa,
incorporação e inventário dos bens que integram o acervo patrimonial da
entidade pública ou privada, além da designação de pessoas responsáveis
pela condução dessa atividade.
A gestão patrimonial, além de prover informações para a tomada de
decisão, também é transparente o suficiente para atender a outros
interessados, como contadores, auditores internos e independentes, bancos,
27
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)
exigências licitatórias, entre outros. Em processos de auditoria, executados
tanto pelo Tribunal de Contas do Estado – TCE como pela Controladoria Geral
do Estado – CGE, por exemplo, costuma-se realizar diversas análises e
conferências para certificação dos saldos constantes nas demonstrações
financeiras com os saldos físicos localizados nas instalações da entidade.
Como, geralmente, a conta de ativo imobilizado é bem expressiva em termos
de valores e importância operacional, um grande esforço é dedicado para
certificar a coesão do controle patrimonial.
As instituições, tanto privadas como as públicas, cada vez mais tem
revisado sua forma de gerenciar seus patrimônios. Considerando que, os
recursos para a aquisição e manutenção das entidades têm sido escassos, faz-se necessário um aprimorando constante de suas formas de controle, para
que reflitam em uma maior eficiência e eficácia nos resultados obtidos,
demonstrando responsabilidade com a gestão dos recursos públicos e
diretamente com a população, que é sua principal financiadora.
FIQUE ATENTO
O controle patrimonial das entidades públicas, para que seja utilizado
de maneira eficiente, demanda esforços para o desenvolvimento de
ferramentas para monitoramento, como o cadastramento, a identificação
física, a emissão do termo de responsabilidade e de movimentação desses
bens assinados pelo gestor direto do patrimônio, além da realização de
inventários.
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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)
03.1 - Lei de Responsabilidade Fiscal
Com o advento da promulgação da Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei
Complementar nº 101, de 04 de maio de 2000), os agentes públicos
perceberam a necessidade de um maior controle sobre a gestão do
patrimônio público, uma vez que ele pertence a todos os cidadãos, dispondo
de um capítulo inteiro para tratar do assunto.
A LRF (BRASIL, 2000) apresenta medidas destinadas à preservação do
patrimônio público. A mais evidente é a que trata sobre o resultado da venda
de bens móveis e imóveis e de direitos que integram o patrimônio público
não poderem mais ser aplicado em despesas correntes, com exceção se a lei
autorizativa destiná-la aos financiamentos dos regimes de previdência social,
geral e própria dos servidores. Dessa forma, os recursos decorrentes da
desincorporação de ativos por venda, que é receita de capital, devem ser
aplicados em despesa de capital, provocando a desincorporação de dívidas
(passivo), por meio da despesa de amortização da dívida ou o incremento de
outro ativo, com a realização de despesas de investimento, de forma a manter
preservado o valor do patrimônio público.
Outra medida importante oferecida pela Lei de Responsabilidade Fiscal
estabelece que a lei orçamentária poderá receber novos projetos
(investimentos) somente após serem atendidas adequadamente os projetos
em andamento e contemplada as despesas de conservação do patrimônio
público.
Temos observado que entre as diversas atribuições da Administração
Pública está a gestão patrimonial, que consiste na aquisição, manutenção,
29
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)
controle e desfazimento do seu ativo permanente. Os estados, municípios
e a União estão cada vez melhor aparelhado, tanto do ponto de vista
administrativo quanto tecnológico, e tem atuado de forma mais rigorosa
na fiscalização do uso e conservação do patrimônio público. Para manter
um estado de controle e gestão sobre o patrimônio, os órgãos e
entidades da Administração Pública necessitam realizar um bom
planejamento patrimonial, as principais fases de desenvolvimento de um
planejamento para gestão patrimonial, principalmente a distinção do
planejamento nas atividades públicas e privadas.
03.2 - Planejamento Patrimonial
Planejamento patrimonial é um conjunto de atividades que visa à
alocação de recursos de uma entidade em investimentos de maneira
eficiente, incluindo todo o processo de aquisição (identificação do bem a
ser adquirido, realização de orçamentos com fornecedores, formas de
pagamento, etc.) passando ao recebimento, incorporação, controle físico
e de responsabilidade, mensuração, reavaliação, manutenção e
desfazimento dos bens permanentes.
Nos últimos tempos, temos visto um aumento da exigência da sociedade
por uma melhor gestão de recursos públicos, em especial quanto à gestão do
patrimônio público. Do outro lado, vemos a Administração Pública,
pressionada pela promulgação da Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei
Complementar nº 101/2000), um interesse maior na gestão do patrimônio
público, demonstrando à sociedade uma maior responsabilidade com os
30
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)
recursos cada vez mais escassos. Diante dessa nova postura, os órgãos e as
entidades da Administração Pública veem tratando do assunto com maior
empenho.
As ferramentas de planejamento têm auxiliado as Administrações
Públicas nesta etapa de gestão patrimonial, estruturando a atividade em
etapas.
03.3 - Etapas do Planejamento Patrimonial
Planejar todas as etapas é essencial para a implantação de uma gestão
patrimonial eficiente. Uma das formas de auxiliar o gestor neste processo é a
utilização de uma metodologia de gestão patrimonial conhecida como 5W1H
que consiste em fazer seis perguntas antes de fazer qualquer coisa ou de
tomar decisão. Veja os tópicos a seguir: 
WHO: Quem é o responsável pela gestão patrimonial?
Definição de quem ou que grupo planeja. Essa etapa é importante
especialmente para instituições em que não existe cultura de planejamento,
pois busca ajudar a esclarecer os efeitos positivos das ações de
planejamento no dia a dia de trabalho dos envolvidos.
WHAT: O que planejar?
Nesta etapa é definido o bem que será planejado, investido e
controlado. A avaliação deverá considerar, preliminarmente, se o bem é
imobilizado ou apenas material de consumo da entidade. O conceito de
imobilizado define que são os bens necessários à manutenção das atividades
31
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)
da entidade pública, caracterizados por apresentar-se na forma tangível
(edifícios, máquinas, etc.).
WHERE: Onde controlar os bens patrimoniais (ativo imobilizado)
O controle pode ser centralizado pelo órgão do topo hierárquico ou
descentralizado, transferindo assim os controles aos níveis mais baixos da
hierarquia governamental.
WHEN: Quando se inicia e quando termina o controle dos bens
patrimoniais?
Na realização do planejamento é necessária a execução de
procedimentos específicos para, então, iniciar o controle dos bens
patrimoniais.
WHY: Por que controlar os bens patrimoniais?
O controle dos bens patrimoniais possibilita a gestão do risco de
eventuais sinistros e pode evitar investimentos desnecessários.
HOW: Como controlar os bens patrimoniais?
Registros de bens podem ser mantidos manualmente ou por sistemas
computadorizados de controle patrimonial, dependendo do volume e
distribuição física dos bens patrimoniais da entidade.
32
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)
03.4 - Fases do Planejamento Patrimonial
O planejamento pode ser entendido como um processo interativo,
dividido em fases diferenciadas: 
1. Diagnóstico: demonstra o conhecimento da realidade.
2. Política: fase em que se define os objetivos.
3. Estratégia: indica as opções a serem seguidas para alcançar os
objetivos.
4. Plano: é uma das ferramentas mais eficientes e simples de um
planejamento, a qual deve possibilitar, via documento, todas as ações
planejadas para atingir os objetivos desejados.
5. Execução: é a fase em que as ações planejadas serão colocadas em
prática.
6. Controle: é fundamental desenvolver estratégias para o
acompanhamento da evolução do plano e, quando identificado algum
problema, deve-se identificar suas causas e atribuir uma solução para
sua resolução.
O Decreto Estadual nº Nº32.564, de 26 de março de 2018 que dispõe
sobre diretrizes para gestão de almoxarifado e bens móveis de propriedade
dos órgãos e entidades públicas estaduais na esfera do Poder Executivo,
estabelece em seu arts. 1º até o art. 13 as bases iniciais do planejamento
patrimonial (bens de consumo e bens móveis) do Poder Executivo do Estado
do Ceará.
33
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)
04 - Diferenciação Entre Material de Consumo e Material
Permanente
Objetivo: Compreender os critérios de diferenciação entre material de
consumo e material permanente estabelecidos pela Portaria Nº 448/2002 da
Secretaria do Tesouro Nacional,de forma a classificar adequadamente as
despesas com materiais.
Como regra, considera-se material permanente os bens com duração
superior a dois anos. Contudo, a Portaria STN n° 448/2002, assim como o
Manual de Contabilidade Aplicado ao Setor Público – MCASP, ao interpretar a
referida regra considera que alguns bens, apesar de terem durabilidade
superior a dois anos, podem sofrer um desgaste significativo com o uso, ser
perecíveis, frágeis ou mesmo destinados à incorporação ou transformação de
outros bens, fator que os enquadraria como bens de consumo.
Dessa forma, devem-se analisar a adoção de cinco parâmetros
excludentes para a identificação do material permanente, sendo classificado
como material de consumo aquele que se enquadrar em um ou mais itens
dos que se seguem:
I - Durabilidade - quando o material em uso normal perde ou tem
reduzidas as suas condições de funcionamento, no prazo máximo de dois
anos;
II - Fragilidade – material cuja estrutura esteja sujeita a modificação, por
ser quebradiço ou deformável, caracterizando-se pela irrecuperabilidade e/ou
perda de sua identidade ou funcionalidade;
34
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)
III - Perecibilidade – material sujeito a modificação (químicas ou físicas)
ou que se deteriora ou perde sua característica normal de uso;
IV - Incorporabilidade - quando destinado à incorporação a outro bem,
não podendo ser retirado sem prejuízo das características físicas e funcionais
do principal;
V - Transformabilidade - quando adquirido para fim de transformação.
04.1 - Parâmetros Excludentes: Análise de Casos e Empregos
Específicos
Alguns bens públicos geram dúvidas quanto à sua correta classificação,
nesse caso deverão ser observadas algumas características para que possam
ser classificados adequadamente conforme o tipo e condições de uso a que
se destinam, podendo estes serem classificados como bem permanente ou de
consumo, como por exemplos: 
Colchão
Via de regra, é classificado como um bem permanente. Contudo, se
adquirido para utilização em um equipamento prisional ou em um hospital
de emergência, este poderá ter deterioração acelerada com perda de suas
características normais de uso, sendo afetado ainda por modificações físicas
ou contaminações, o que permite ser enquadrado no fator excludente de
perecibilidade. Nesse caso, o bem deverá ser classificado como de consumo,
e não permanente, tendo em vista a sua perecibilidade antes do prazo
máximo de 2 anos.
35
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)
Jarra de Vidro
Tem durabilidade superior a dois anos. Porém, quando adquirida para
utilização em uma escola e por ser frágil, poderá perder totalmente a sua
identidade, o que a torna passível de classificação como um bem de
consumo, pelo critério de fragilidade.
Placa de memória
Em caso de substituição da placa de memória esta não pode ser
classificada como uma despesa de natureza permanente, tendo em vista o
critério da incorporabilidade, logo as peças adquiridas para reposição
deverão ser classificadas como bem de consumo.
Mesa para escritório
Classificada como material permanente, contudo, a aquisição de
madeira e peças para a sua confecção deverá ser classificada como bem de
consumo, tendo em vista o critério da transformabilidade. Por uma razão
lógica, haverá a construção de um bem de capital, que, inclusive, será
incorporado ao patrimônio. Dessa forma, trata-se de materiais de consumo,
pelo critério da transformabilidade que contribuem para a formação de um
bem de capital.
36
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)
04.2 - Exemplos de Itens Considerados Materiais Permanentes
Aparelhos de medição e orientação
Amperímetro, aparelho de medição meteorológica, balanças em geral,
calibrador de pneus, cronômetro, hidrômetro, magnetômetro, manômetro,
medidor de gás, níveis topográficos, osciloscópio, paquímetro, pirômetro,
planímetro, psicrômetro, relógio medidor de luz, sonar, sonda, taquímetro,
telêmetro, teodolito, turbímetro e afins.
Aparelhos e equipamentos de comunicação
Antena parabólica, bloqueador telefônico, central telefônica, fac-símile,
fonógrafo, PABX, rádio receptor, rádio telegrafia, rádio telex, rádio
transmissor e afins.
Bens de informática equipamentos de processamento de dados
Computador, data show, impressora, kit multimídia, micro e
minicomputadores, mesa digitalizadora, modem, monitor de vídeo, scanner,
urna eletrônica e afins.
Mobiliário em geral
 Armário, arquivo de aço ou madeira, balcão (tipo atendimento), banco,
banqueta, cadeira, cama, carrinho fichário, carteira e banco escolar, estante
de madeira ou aço, guarda-louça, guarda-roupa, mesa, penteadeira,
poltrona, roupeiro, sofá e afins.
37
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)
04.3 - Exemplos de Itens Considerados Materiais de Consumo
Material de expediente
Agenda, alfinete de aço, almofada para carimbos, apagador, apontador
de lápis, arquivo para disquete, bandeja para papéis, bloco para rascunho
bobina papel para calculadoras, borracha, caderno, caneta, capa e processo,
carimbos em geral, cartolina, classificador, clipe cola, colchete, corretivo,
envelope, espátula, estêncil, estilete, extrator de grampos, fita adesiva, fita
para máquina de escrever e calcular, giz, goma elástica, grafite, grampeador,
grampos, guia para arquivo, guia de endereçamento postal, impressos e
formulário em geral, intercalador para fichário, lacre, lápis, lapiseira, limpa
tipos, livros de ata, de ponto e de protocolo, papéis, pastas em geral,
percevejo, perfurador, pinça, placas de acrílico, plásticos, porta-lápis,
registrador, régua, selos para correspondência, tesoura, tintas, toner,
transparências e afins
Material de cozinha
Abridor de garrafa, açucareiros, artigos de vidro e plástico, bandejas,
coadores, colheres, copos, ebulidores, facas, farinheiras, fósforos, frigideiras,
garfos, garrafas térmicas, paliteiros, panelas, panos de cozinha, papel-
alumínio, pratos, recipientes para água, suportes de copos para cafezinho,
tigelas, velas, xícaras e afins.
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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)
Material de limpeza
Álcool etílico, anticorrosivo, aparelho de barbear descartável, balde
plástico, bomba para inseticida, capacho, cera, cesto para lixo, creme dental,
desinfetante, desodorizante, detergente, escova de dente, escova para
roupas e sapatos, espanador, esponja, estopa, flanela, inseticida, lustra-
móveis, mangueira, naftalina, pá para lixo, palha de aço, panos para limpeza,
papel higiênico, pasta para limpeza de utensílios, porta-sabão, removedor,
rodo, sabão, sabonete, saco para lixo, saponáceo, soda cáustica, toalha de
papel, vassoura e afins.
Combustíveis e lubrificantes
Aditivos, álcool hidratado, fluido para amortecedor, fluido para
transmissão hidráulica, gasolina, graxas, óleo diesel, óleo para cárter, óleo
para freio hidráulico e afins.
IMPORTANTE
A diferenciação entre material de consumo e material permanente é a
chave para que seja efetuado o cálculo da depreciação dos bens. Quando
um material é classificado como material permanente (patrimônio) torna-
se obrigatória a definição de outros parâmetros que são: a taxa de
depreciação, a vida útil econômica do bem e o percentual de valor residual
para que tal cálculo seja possível. O Decreto Estadual nº 31.340 de 05 de
novembro de 2013 que aprova o regulamento para depreciação,
39
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)
amortização, exaustão, reavaliação e redução ao valor recuperável do
patrimônio público do Estado do Ceará, traz em seu ANEXO I a tabela com
a taxa de depreciação, vida útil e percentual de valor residual das classes
de bens constantes no Catálogo de Bens, Materiais e Serviçosdo Governo
Estadual do Ceará.
40
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)
05 - Classificação e Catalogação de Materiais
Objetivo: Compreender os benefícios de classificar os materiais para fins
de padronização e manejo segundo suas características.
Abordamos aqui o tema classificação e catalogação de materiais que é
um assunto importante tanto para gestão dos materiais de consumo
(almoxarifado) quanto para os materiais permanentes (bens móveis). O
objetivo da classificação de materiais e bens é catalogar, simplificar,
especificar, normalizar, padronizar e codificar todos os materiais geralmente
utilizados pela organização nas suas operações seja este material de consumo
ou material permanente (bens). A necessidade de um sistema de classificação
é primordial para qualquer organização, pois a sua ausência impede o
controle eficiente dos estoques, a criação de procedimentos de armazenagem
adequados e a correta operacionalização do almoxarifado e do controle
patrimonial.
Simplificar material é, por exemplo, reduzir a diversidade de um item
empregado para o mesmo fim. Quando houver duas peças para uma
finalidade qualquer, aconselha-se a simplificação, ou seja, a opção pelo uso
de uma delas. Ao simplificarmos um material, favorecemos sua normalização,
reduzimos as despesas e suas flutuações. Por exemplo: cadernos com capa,
números de folhas e formato idênticos contribuem para que haja a
normalização. Ao requisitar uma quantidade desse material, o usuário
fornecerá todos os dados (tipo de capa, número de folhas e formato), o que
facilitará sobremaneira não somente sua aquisição, como também o
desempenho daqueles que se servem do material, pois se este um dia
41
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)
apresentar uma forma e outro dia outra forma de maneira totalmente
diferente será imediatamente identificado.
Aliada a simplificação, é necessária uma especificação do material, que é
uma descrição minuciosa que possibilita melhor entendimento entre o
consumidor e fornecedor quanto ao tipo de material a ser adquirido.
A normalização se ocupa de maneira pela qual devem ser utilizados os
materiais em suas diversas finalidades, bem como da padronização e
identificação do material, de modo que tanto o usuário como o almoxarifado
possa requisitar e atender os itens utilizando a mesma terminologia. A
normalização é aplicada também no caso de peso, medida e formato.
Classificar um material é agrupá-lo segunda sua forma, dimensão, peso
tipo, uso, etc. A classificação não deve gerar confusão, ou seja, um produto
não poderá ser classificado de modo que seja confundido com outro, mesmo
havendo semelhanças. A classificação, ainda deve ser feita de maneira que
cada gênero de material ocupe seu respectivo local. Por exemplo: produtos
químicos poderão estragar produtos alimentícios se estiverem próximos entre
si. Classificar material, em outras palavras, significa ordená-lo segundo
critérios adotados, agrupando-o de acordo com a semelhança, sem causar
confusão ou dispersão no espaço e alteração na qualidade.
Em função de uma boa classificação do material, pode-se partir para a
codificação do mesmo, ou seja, representar todas as informações necessárias,
suficientes e desejadas por meio de números e/ou letras. Os sistemas de
codificação mais comumente usados são: o alfabético, o alfanumérico e o
numérico.
42
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)
É de extrema importância manter os citados benefícios da classificação
de materiais, isso pode ser obtido por intermédio da Catalogação que
consiste em registrar os dados que dizem respeito aos materiais em um
sistema de informações que facilite a consulta por parte dos usuários pela sua
classificação, especificação ou código. Na tabela abaixo é apresentada a
conceituação de cada etapa da classificação de materiais:
Catalogação
É o arrolamento de todos os itens de material
utilizados, permitindo uma ideia geral do conjunto.
Consiste em ordenar, de forma lógica, todo um conjunto
de dados relativos aos itens identificados, codificados e
cadastrados, de modo a facilitar a sua consulta pelas
diversas áreas da entidade.
Simplificação
Simplificar material é, por exemplo, reduzir a grande
diversidade de um item empregado para o mesmo fim. É
a redução da diversidade de itens de material que se
destinam a um fim idêntico. Caso existam dois itens de
material que são empregados para a mesma finalidade,
com o mesmo resultado – indiferentemente, opta-se pela
inclusão no catálogo de materiais de apenas um deles. É
uma etapa que antecede a padronização. Da mesma
forma, podemos dizer que a simplificação favorece a
normalização.
Especificação É a descrição minuciosa do material possibilitando
sua individualização em uma linguagem familiar ao
43
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)
mercado. Possibilita melhor entendimento entre
consumidor e o fornecedor quanto ao tipo de material a
ser requisitado.
Normalização
É o estabelecimento de normas técnicas para os itens
de material em si, ou para seu emprego com segurança. É
necessária para a consecução da padronização em sua
completude. Possibilita melhor entendimento entre
consumidor e o fornecedor quanto ao tipo de material a
ser requisitado. A entidade oficial de normalização no
Brasil é a Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT).
Padronização
Uniformização do emprego e do tipo do material.
Facilita o diálogo com o mercado, o controle e permite a
intercambialidade de sobressalentes ou demais materiais
de consumo (peças, cartuchos de impressoras
padronizadas, bobinas de fax etc.) assim como os serviços
de assistência técnica;
Codificação
Atribuição de uma série de números e/ou letras a
cada item de material, de forma que essa informação,
compilada em um único código, represente as
características do item. Cada item terá, assim, um único
código.
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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)
05.1 - Atributos Adicionais a Serem Considerados na
Classificação De Materiais
Devemos também considerar alguns atributos adicionais para melhor
entender por que a classificação de materiais é tão importante para a gestão
do estoque e do patrimônio:
1. Abrangência: a classificação deve tratar de uma gama de características
dos materiais em vez de reunir apenas materiais para serem
classificados sob uma única ótica. Características como: 
Tamanho (comprimento, largura e altura);
Densidade e Peso (por unidade ou volume);
Forma (achatada, curva, compacta);
Risco de danos (frágil, explosivo, contaminável, tóxico,
corrosivo);
Condição (Instável, pegajoso, úmido, perecível);
Quantidade (relativa a intensidade de uso ou ao volume,
no total e em tamanho de remessa ou por lote);
Cronometria (regularidade, urgência, sazonal);
Medidas Especiais (regulamentações, padrões internos da
organização, critérios de operação).
2. Flexibilidade: deve permitir interfaces entre os diversos tipos de
classificação, de modo que se obtenha ampla visão do gerenciamento
de estoques; em termos frequência de aquisição, quantidade em
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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)
estoque, armazenagem, custo, assim como durabilidade no caso dos
materiais permanentes.
3. Praticidade: a classificação deve ser direta e simples atendendo os
requerimentos que são efetivamente importantes para a gestão dos
estoques na modalidade de operação da organização.
05.2 - Formas de Classificação de Materiais
Algumas formas de classificação são igualmente importantes para a
maioria das organizações independentes da sua modalidade de operação são
estas:
Quanto aotipo de demanda, a classificação pode ser dividida em: 
Materiais de Estoque
São materiais que devem existir em estoque e para os quais são
determinados critérios e parâmetros de ressuprimento automático, com base
na demanda prevista e na importância para a organização. Os critérios de
ressuprimento fixados para esses materiais possibilitam a renovação do
estoque sem a participação do usuário.
Os materiais de estoque geralmente são classificados quanto ao
consumo anual e quanto à importância operacional:
Valor do consumo anual: Método pelo qual se determina a
importância dos materiais em função do valor expresso pelo próprio
consumo em determinado período. Utiliza-se como ferramenta de
classificação a Curva ABC ou Curva de Pareto. Os materiais são
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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)
classificados em A, B ou C:
Materiais A: materiais de grande valor de consumo;
Materiais B: materiais de médio valor de consumo;
Materiais C: materiais de baixo valor de consumo.
Importância operacional: Adota-se a classificação da importância
operacional, visando identificar materiais imprescindíveis ao
funcionamento da organização;
Materiais X: materiais de aplicação não importante, com
possibilidade de uso de similar existente na organização;
Materiais Y: materiais de importância média, com ou sem
similar na organização;
Materiais Z: materiais de importância vital sem similar na
organização, cuja falta acarreta a paralisação de uma ou mais
fases operativas.
Em se tratando de organização industrial, a seleção XYZ pode ser
facilitada por meio das seguintes indagações:
Material é imprescindível ao equipamento?
Equipamento pertence à linha de produção?
Material possui similar?
Materiais que Não São de Estoque
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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)
São materiais de demanda imprevisível para os quais não são definidos
parâmetros para o ressuprimento automático. São características desses
materiais: 
Inexistência de regularidade de consumo;
Aquisição somente é efetuada a partir da solicitação do usuário;
São comprados para utilização imediata;
São debitados no centro de custo de aplicação;
Podem ser comprados para uso posterior, ficando temporariamente
estocado no almoxarifado.
Materiais Críticos
São materiais de reposição específica de um equipamento ou de um
grupo de equipamentos iguais, cuja demanda não é previsível e cuja decisão
de estocar é tomada com base na análise de risco que a organização corre,
caso esses materiais não estejam disponíveis quando necessário. Os
materiais críticos podem ser identificados da seguinte forma:
1) Por problemas de obtenção
Material importado
Existência de um único fornecedor
Escassez no mercado
Material estratégico
De difícil fabricação ou obtenção
2) Por razões econômicas
Material de elevado valor
Material com elevado custo de armazenagem
Material com elevado custo de transporte
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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)
3) Por problemas de
armazenagem e transporte
Material perecível
Material de alta periculosidade
Material de elevado peso
Material de grandes dimensões
4) Por problemas de previsão Material com utilização de difícil previsão
5) Por razões de segurança
Material pra equipamento vital da produção
Material de reposição de alto custo
Perecibilidade
É o critério de classificação pelo qual o material é adquirido em função
da probabilidade ou não de perecer ou de desaparecer suas propriedades
físico-químicos. Esse critério permite tomar as seguintes medidas:
Determinar lotes de compra mais racionais;
Programar revisões periódicas para detectar falhas de estocagem;
Selecionar adequadamente os locais de estocagem;
Utilizar técnicas adequadas de manuseio e transporte;
Orientar os funcionários quanto aos cuidados a serem observados.
Os materiais podem ser classificados em perecíveis e não perecíveis. Os
materiais perecíveis podem ser classificados ainda:
Pela ação da umidade;
Pela limitação do tempo;
Instáveis;
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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)
Voláteis;
Por contaminação pela água;
Por contaminação por partículas sólidas;
Pela ação da gravidade;
Por queda, colisão ou vibração;
Pela mudança de temperatura;
Pela ação da luz;
Por ação de atmosfera agressiva;
Pela ação de animais.
Periculosidade
Visa identificar materiais que, por suas características físico-químicas,
possuam incompatibilidade com outros, oferecendo riscos à segurança
durante o manuseio, transporte e armazenagem desses materiais. 
Possibilidade de Fazer ou Comprar
Essa classificação determina quais os materiais que poderão ser
recondicionados, fabricados internamente ou comprados. O custo de
recuperação de um material deve ser inferior ao de compra de um novo. 
Tipos de Estocagem
Estocagem permanente: deve sempre existir saldo no almoxarifado;
Estocagem temporária: materiais que necessitam ficar estocados no
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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)
almoxarifado durante determinado tempo até sua utilização.
Dificuldade de Aquisição
As dificuldades na obtenção de materiais podem provir de: fabricação
especial, escassez no mercado, sazonalidade, monopólio ou tecnologia
exclusiva, logística sofisticada, ou importações.
Quanto à dificuldade de aquisição, os materiais podem ser classificados
em: F – fácil aquisição; - D – difícil aquisição. Os principais benefícios desse
tipo de classificação são:
Dimensionar os níveis de estoque;
Selecionar o método a ser adotado para ressuprimento;
Propiciar maior experiência aos compradores.
Mercado Fornecedor
Os materiais desse grupo serão classificados em função do: 
Mercado nacional;
Mercado estrangeiro;
Materiais em processo de nacionalização.
O mapa mental a seguir auxilia na visualização dos diversos tipos de
classificação de materiais:
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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)
05.3 - Estrutura Básica de Um Catálogo de Bens, Materiais e
Serviços
A Administração Pública brasileira de uma forma geral, para padronizar
seus itens de materiais tomou como modelo o Federal Supply Classification -
FSC, esse sistema, criado pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos e
estabelecido em 1949, surgiu da grande dificuldade operacional com
suprimento de materiais durante a Segunda Guerra Mundial, uma vez que os
vários órgãos de defesa utilizavam sistemas de classificação próprios.
A adoção de um número único de item de material por meio de um
sistema unificado de catalogação de suprimentos possibilita que um item seja
encontrado em qualquer lugar da Administração Pública.
O FSC classifica, descreve e numera uniformemente os itens de
suprimento de forma que possam ser encontrados em qualquer lugar do
mundo onde atuam os órgãos do governo americano. Ainda, o FSC possui
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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)
estrutura simples e flexível, permitindo seu uso em entidades, observando-se
as adaptações necessárias.
O FSC é constituído por quatro algarismos, divididos em dois pares que
representam, respectivamente, o grupo e subgrupo, como mostra abaixo. A
associação desses dois pares forma a classe, que compreende todo o
universo de materiais. O grupo comporta os materiais que tem alguma
relação entre si, possibilitando 99 variações. O subgrupo representa uma
subdivisão dentro do grupo, juntando itens que tem finalidade e
características semelhantes e possui igualmente 99 possibilidades.
Estrutura do Federal Supply Classification.
A partir do Federal Supply Classification- FSC os entes federativos da
administração pública brasileira desenvolvem sistemas computadorizados de
compras eletrônicas, no controle de estoque dos materiais de consumo e
controle de material permanente.
A estrutura de classificação de um Catálogo adaptado do FederalSupply
Classification apresenta-se da seguinte forma:
Nível 0 – Categoria: Subdivida em Material de Consumo, Material
Permanente e Serviço.
Nível 1 – Grupo: Estabelece a classificação das categorias.
Nível 2 – Classe: Subdivisão do grupo segundo a sua natureza.
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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)
Nível 3 – Material: Descrição genérica do material/serviço sem
caracterização.
Nível 4 – Item de Material: Especificação do item contendo todas as
características de individualização e identificação.
Ver o exemplo a seguir:
Decreto Estadual Nº 32.901 de 17/12/2018, que regulamenta no âmbito
da administração pública estadual direta e indireta, o sistema logístico de
suprimentos e dá outras providências, em seu CAPÍTULO V DO CATÁLOGO
DE BENS, MATERIAIS E SERVIÇOS estabelece o seguinte:
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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)
CAPÍTULO V
DO CATÁLOGO DE BENS, MATERIAIS E SERVIÇOS
Art. 16 Catálogo de Bens, Materiais e Serviços será utilizado para
classificação e catalogação dos itens nos padrões de qualidade e de
desempenho exigidos pelo Governo do Estado, visando a uniformidade e
padronização das especificações dos itens adquiridos pela Administração
Pública Estadual.
Parágrafo único. Os Órgãos da Administração Pública Estadual Direta,
Fundos Especiais, Autarquias, Fundações, Empresas Públicas, Sociedades de
Economia Mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pelo
Estado, inclusive a Central de Licitações, deverão, obrigatoriamente, utilizar o
Catálogo de Bens, Materiais e Serviços do Estado para fazer uso dos itens nas
licitações, contratações diretas, chamadas públicas e aquisições por registro
de preços.
Art. 17 A Seplag é o Órgão Gestor Geral do Catálogo de Bens, Materiais
e Serviços do Estado do Ceará e terá como atribuições:
I. indicar o Órgão Gestor do Catálogo de Bens, Materiais e Serviços
para cada categoria de itens;
II. definir as regras para utilização e manutenção do Catálogo de Bens,
Materiais e Serviços;
III. coordenar o plano de manutenção e a atualização do Catálogo de
Bens, Materiais e Serviços;
IV. realizar a gestão do Catálogo de Bens, Materiais e Serviços;
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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)
V. garantir a manutenção das funcionalidades do sistema de Catálogo
de Bens, Materiais e Serviços;
VI. coordenar os estudos de padronização das especificações dos itens
a serem comprados pelos órgãos e entidades da Administração
Pública Estadual;
VII. articular a implementação de capacitação para os usuários do
Catálogo de Bens, Materiais e Serviços; e
VIII. validar e autorizar a inclusão de novos itens no Catálogo de Bens,
Materiais e Serviços.
Art. 18 O Gestor do Catálogo de Bens, Materiais e Serviços, no âmbito
da categoria de itens pela qual é responsável, terá como atribuições:
I. participar da execução do plano de manutenção e a atualização do
Catálogo de Bens, Materiais e Serviços;
II. pesquisar, analisar e propor melhorias nas especificações e a inclusão
de itens ao Gestor Geral de Catálogo de Bens, Materiais e Serviços;
III. articular com os órgãos e entidades, visando garantir o contínuo
aperfeiçoamento do catálogo; e
IV. manter o Catálogo de Bens, Materiais e Serviços, no âmbito da
categoria de itens pela qual é responsável.
O Catálogo de Bens, Materiais e Serviços do Estado do Ceará poderá ser
acessado pelo “Portal de Compras” no endereço eletrônico
https://s2gpr.sefaz.ce.gov.br/catalogo-web/
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https://s2gpr.sefaz.ce.gov.br/catalogo-web/paginas/catalogo/ItemMaterialServicoListCompleto.seam
Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)
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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)
06 - Atribuições Básicas da Gestão de Material
Permanente
Objetivo: Compreender o processo de gestão de material permanente
no tocante ao controle interno, movimentação até o desfazimento dos bens.
O almoxarifado, tanto nas entidades públicas como privadas, é o setor
que centraliza a responsabilidade pelo recebimento, pela estocagem e
distribuição dos materiais de consumo e bens de uso permanente, sendo
importante elo da gestão de materiais, sua importância organização e
preservação daquilo que é necessário à execução das atividades de cada setor
da entidade.
Sendo assim o processo de gestão patrimonial inicia-se no recebimento
do material permanente que ocorre no almoxarifado.
06.1 - Recebimento de Materiais e Bens
O recebimento de materiais é um importante ponto de controle para
avaliação da qualidade de atendimento dos fornecedores, no tocante a prazo,
qualidade e volume de pedido. Em termos práticos o processo de
recebimento de materiais e bens pode ser subdividido em 3 atividades:
agendamento de recebimento, recebimento de materiais e bens e
regularização do recebimento.
06.1.1 - Agenda de Recebimento
Toda e qualquer atividade mesmo a mais simples que possa parecer é
mais bem executada quando é antecipadamente planejada. O recebimento
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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)
de materiais é um ponto crítico de controle por que é o momento em que a
entidade atesta o aceite dos materiais que foram pedidos ao fornecedor e a
partir deste aceite será efetuado o pagamento ao mesmo.
Além do mais, planejar essa atividade é fundamental por se tratar do
início do ciclo operacional da gestão patrimonial, e nesse momento qualquer
problema, que não seja prontamente resolvido, poderá comprometer as
atividades seguintes. 
No planejamento do recebimento são importantes que sejam
asseguradas as seguintes etapas:
Configuração da área de recebimento
O almoxarifado geralmente é um setor muito requisitado por outros
departamentos da organização e por isso deve operar com um alto nível de
eficiência para que não haja pendências de suprimento que comprometam a
operação de outros setores. Por se tratar de um setor de apoio operacional, a
prioridade do almoxarifado sempre será atender as solicitações de consumo
com um alto nível de serviço e para que isso aconteça os materiais deverão
antecipadamente estar armazenados de forma organizada, com rápida
localização e acesso facilitado.
Dessa forma, na configuração do armazém, é imprescindível que tenha
delimitada uma área exclusiva para o recebimento para que durante esse
processo não haja interferência na atividade principal do almoxarifado que é
atender as requisições de consumo de material. É muito difícil estabelecer
uma fórmula para delimitar o tamanho adequado da área de recebimento
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Gestão de Materiais Permanentes (Bens Móveis)
devido à concorrência cada vez maior com a disponibilidade para área de
armazenagem.
Definição da capacidade de recebimento
Delimitada uma área de recebimento, já se pode saber o quanto é
possível descarregar de uma só vez para que seja efetuada a inspeção de
recebimento. É recomendável que esta área seja dividida em quadrantes
visando facilitar o controle dos volumes inspecionados, muitas vezes a carga
é menor que a área delimitada, ou pode-se receber cargas de várias origens
em um mesmo descarregamento. A divisão em quadrantes ajuda no
sequenciamento da operação e na divisão de trabalho do pessoal envolvido.
Outra questão a considerar na definição da capacidade de recebimento é a
disponibilidade de pessoal qualificado para proceder as conferências de
recebimento (quantitativa e qualitativa), a regularização e registro no controle
de estoque assim como a armazenagem dos materiais. E finalmente
estabelecer o tempo necessário para que todo esse ciclo seja cumprido, até
que a área de recebimento esteja desocupada para um novo
descarregamento. A capacidade de recebimento é expressa em quadrante
hora, evidentemente que esta medida poderá variar em função da
quantidade de pessoal envolvido, mas se

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