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O caso dos exploradores de caverna - Resumo

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NOME: DEBORA DE FATIMA DO CARMO 
TURMA: 01/DR1U68 RA: D4851A2 
CURSO: DIREITO CAMPUS: PARAISO 
SEMESTRE: 1º TURNO: NOTURNO 
 
 
ANÁLISE CRÍTICA DA OBRA O CASO DOS EXPLORADORES DE CAVERNAS 
DE LON. L. FÜLLER 
 
Nesta análise crítica, irei comentar sobre o livro o caso dos exploradores de cavernas, 
escrito pelo ilustre professor da Faculdade de Direito de Harvard, Lon. L. Füller, 
publicado em 1949 e que desde então tem sido um grande sucesso visto que é uma 
obra primordial aos estudantes e operadores do Direito, tratando-se de um ótimo 
material didático sobre casos difíceis de serem julgados e introdução a conflitos 
jurídicos. 
A história do livro é fictícia, contudo, se baseia em casos reais como US vs. Holmes 
(1842) e Regina vs. Dudley e Stephens (1884) que basicamente são casos de 
naufrágios, onde foram praticados os crimes de homicídio e canibalismo. 
Adentrando a obra vamos encontrar uma sociedade no ano de 4299, onde os 
personagens principais são cinco homens que exploravam uma caverna calcaria, na 
qual em um determinado momento há um deslizamento de terra, causando total 
bloqueio a saída. Desta forma, estes homens permanecem presos no local por muito 
tempo visto que a caverna era de difícil acesso ao resgate, tanto que em uma tentativa 
de resgatá-los, ocorreu um novo deslizamento de terra causando a morte de mais dez 
homens, operários que tentavam salvar os que estavam presos. 
Durante todo este período, o único modo de comunicação entre os escavadores e o 
mundo externo era um rádio comunicador, onde em uma das conversas com a equipe 
de resgate um dos homens presos, Roger Whetmore, questiona quanto tempo ainda 
faltava para o salvamento ser realizado, na qual é informado que por conta da 
dificuldade de acesso ao local, seria necessário ao menos mais dez dias. Por conta do 
tempo já decorrido e a situação em que se encontravam, os exploradores tinham 
mínima chance de vida até que o resgate fosse concluído, então Roger questiona um 
dos médicos responsáveis pelo resgate, se caso houve o consumo de carne humana a 
chance de sobrevivência aumentaria, onde o médico muito relutante diz que 
provavelmente sim. Ao ouvir a resposta, Roger se volta aos demais e propõe que 
houvesse um jogo de dados – eles coincidentemente levaram dados até a caverna – e 
quem perdesse seria morto e serviria de alimentos para o restante do grupo. 
Momentos antes da partida, o próprio Roger desiste da ideia, mas seus colegas não, 
fazendo o jogo entre eles e jogando por ele, onde Whetmore sai perdedor, sendo 
assassinado e comido pelos demais. Algum tempo depois o resgate é efetuado com 
sucesso, onde os quatro sobreviventes são salvos e levados aos cuidados médicos 
para cuidarem de seus traumas e desnutrição. 
Ocorreu que em um certo tempo, os sobreviventes foram indiciados pelo 
homicídio/canibalismo cometidos contra Whetmore, sendo levados a julgamento pelo 
júri de primeira instância, onde foram condenados a pena de morte através da forca. 
Pela comoção social do caso, o próprio júri e o juiz enviaram uma petição ao Chefe do 
Poder Executivo pedindo a modificação da pena para seis meses de reclusão. 
Contudo, nada o Poder Executivo fez, cabendo o caso ser levado a Suprema Corte. 
Ao chegar o caso na corte, vamos nos deparar com um “antigo” embate entre 
positivismo e jusnaturalismo, como veremos a seguir. A Suprema Corte é composta 
por cinco juízes, onde dois votam por manter a condenação, dois votam para absolver, 
e um se abstêm. Ao declararem seus votos é possível perceber que um juiz é 
jusnaturalista, um é realista e os outros três são positivistas. 
A votação começa com o juiz Truepenny, que é o relator do caso e recomenda que 
seja mantida a condenação, mas recomenda que o Chefe do Poder Executivo comute 
a pena para os seis meses de reclusão. Importante mencionar que o Chefe do Poder 
Executivo possui a legalidade para realizar tal ato. Neste momento dá para perceber 
que ele é um positivista, visto que deu seu voto baseado na lei intrínseca, não 
deixando se levar pelas emoções ou valores que o referido caso trazia, tenho a 
sensação que ao recomendar a comutação, o juiz Truepenny sentiu medo de estar 
cometendo um erro. 
Em segundo lugar na votação, se apresenta o juiz Foster que exprime a favor da 
absolvição dos condenados, trazendo consigo dois argumentos: os condenados 
enquanto presos na caverna não estavam submetidos as leis jurisdicionais, estando 
em estado de natureza e que a finalidade da punição ao homicídio é a preservação da 
vida, o que não aconteceria caso os quatro homens fossem mortos. Ali dá para 
perceber que Foster é jusnaturalista, preservando as condições do ocorrido acima da 
lei crua. 
O terceiro a votar é o juiz Tatting, que percebemos ser positivista também com receio 
do seu voto, uma vez que ele se abstém de sua decisão, logo após ficar confuso pois 
inicialmente iria decidir conforme a lei, mas suas emoções dizem ao contrário. 
Logo após em quarto lugar, vota o juiz Keen, que refuta todos os argumentos 
colocados por Foster, criticando Truepenny pela recomendação de comutação e 
sendo um positivista vota na literalidade da lei mantendo a condenação por homicídio. 
O último a votar é o juiz Handy, que ao votar se fez pelo senso comum, uma vez que 
ao pesquisar sobre o caso junto a sociedade, mais de 90 por cento da população 
achava que os réus tinham que ser absolvidos, foi o juiz que olhou o caso com certo 
realismo. 
Ao final da história temos dois juízes votando a favor da absolvição, dois pela 
condenação e um se absteve de julgar, tendo como resultado a manutenção da 
condenação dos réus, uma vez que uma regra daquele tribunal em caso de empate. E 
assim ocorreu a execução daqueles homens. 
Como dito antes, Lon. L. Füller nos faz refletir sobre as diversas opiniões e formas de 
julgamento contidas na nossa justiça, inclusive a que ele em vida defendeu que era o 
realismo. Como é difícil julgar sobre a vida de outras pessoas, sendo que há de se 
pesar todas as questões que levaram ao crime, como no caso dos exploradores, o 
estado psicológico e físico (dias sem se alimentar, a beira da morte). 
Uma bela obra e reflexão.

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