Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CONCEITO CRITÉRIOS PARA DIAGNÓSTICO OSTEONECROSE DOS MAXILARES RELACIONADA A MEDICAMENTOS (OMRM) É uma complicação oral caracterizada pela exposição óssea ou osso que pode ser sondado através de fístula intraoral ou extraoral na região maxilofacial e que tem persistido por mais de oito semanas, em pacientes que fizeram ou fazem uso de medicamentos utilizados para tratar doenças, como: Os medicamentos têm papel fundamental no equilíbrio entre a reabsorção e neoformação óssea. Entretanto fatores sistêmicos, fatores locais e relacionados aos fármacos, como a quantidade de dose, tempo de uso e tipo de administração dos medicamentos, podem levar a cicatrização inadequada ou insuficiente, caracterizando a Osteonecrose. Osteoporose; Tumores ósseos; Doenças reumatológicas; Neoplasias malignas; Osteopenia; Metástases ósseas; Doença de Paget; Trombose venosa da retina. É necessário confirmar a presença dos três seguintes critérios: FATORES DE RISCO OSTEONECROSE DOS MAXILARES RELACIONADA A MEDICAMENTOS (OMRM) Pacientes que fizeram ou fazem uso de medicamentos com agentes modificadores ósseos, como bisfosfonatos, denosumab ou um antiangiogênico. Presença de osso necrótico exposto ou osso que pode ser sondado através de uma fístula intraoral ou extraoral na região maxilofacial e que tem persistido por mais de 8 semanas. Ausência de histórico de radioterapia nos maxilares ou doença metastática para os maxilares. 1. Extrações dentárias e instalação de implantes dentários; 2. Infecção pulpar ou periodontal; 3. Traumas causados por próteses dentárias removíveis (próteses totais e próteses parciais); 4. Traumas provocados por alimentos pontiagudos. 1. Uso prolongado de corticoides; 2. Idade superior a 65 anos; 3. Diabetes mellitus. Fatores de risco locais: Fatores de risco sistêmicos: OSTEONECROSE DOS MAXILARES RELACIONADA A MEDICAMENTOS (OMRM) MEDICAMENTOS ASSOCIADOS À OSTEONECROSE DOS MAXILARES Fosamax (Msd), Alendronato de sódio (Legrand, Biosintética, Sandoz, Germed, Nova Química, Brainfarma, Biolan Sanus), Bonalen (União Química), Minusorb (UCI Farma), Cleveron (Trb Pharma), Ostenan (Marjan), Bonagran (Legrand), Ostra T (Teuto), Ossomax (Globo), Alenost (Wyeth), Endrostan (Delta), Ostelox (Melcon), Boneprev (Sandoz), Osteoral (Aché), Osteoform (EMS), Alendil (Farmoquímica), Alendrus (Brainfarma), Alendósseo (EMS), Endronax (Solvay Farm), Terost (Bio Ativus) Aredia (Novartis) Boniva/Bonviva (Roche), Ibandronato de sódio (Aché) Prolia (GlaxoSmithKline), Xgeva (Amgen) NOMES COMERCIAIS (LABORATÓRIOS) Actonel (Aventis), Osteotrat (Aché), Risedronato sódico (Prati,Donaduzzi, Biossintética, EMS, Sigma Pharma, Germed, Legrand) Zometa (Novartis), Ácido Zoledrônico (Eurofarma, TKS), Zolibbs (Libbs), Zobone (TKS), Blaztere (Dr. Reddy’s), Aclasta (Novartis), Reclast (Novartis) Oral Injetável Oral Injetável VIAS DE ADMINISTRAÇÃO Oral Injetável Alendronato Pamidronato Ibandronato Denosumab CLASSE FARMACOLÓGICA Risendronato Zoledronato Bisfosfonatos Outros Antireabsortivos OSTEONECROSE DOS MAXILARES RELACIONADA A MEDICAMENTOS (OMRM) COMO SE MANIFESTA A OSTEONECROSE DOS MAXILARES Avastin (Roche) Sutent (Pfizer) Revlimid (Celgene) *Adaptado de VILELA-CARVALHO et al. (2018) Injetável Oral Oral Bevacizumab Sunitinib Lenalidomida Antiangiogênicos A doença possui vários estágios clínicos de progressão, porém, os sinais e sintomas mais comuns são: dor, infecção com secreção purulenta, desconforto nos maxilares, parestesia, mau odor, local de extração dentária que não cicatriza e feridas associadas a próteses mal adaptadas. Exposição óssea na boca (com ou sem dor) (Figura 1). Sinais como fístulas intra ou extra orais, com ou sem drenagem de pus (Figura 2). Figura 1: Área de osteonecrose em rebordo alveolar superior. (Fonte: arquivo da clínica de Estomatologia da UNIFAL-MG) Figura 2: Formação de fístula extra-oral. (Fonte: arquivo da clínica de Estomatologia da UNIFAL-MG) OSTEONECROSE DOS MAXILARES RELACIONADA A MEDICAMENTOS (OMRM) ASPECTOS IMAGINOLÓGICOS DA OMRM COMO PREVENIR A OMRM? Algumas características imaginológicas, embora inespecíficas, estão associadas a OMRM, como regiões escleróticas irregulares delimitadas por um contorno radiolúcido, indicando a formação de um possível sequestro ósseo (Figura 3); cicatrização deficiente do alvéolo pós extração, diminuição da atenuação do Figura 3: Radiografia panorâmica mostrando área de sequestro ósseo. (Fonte: arquivo da clínica de Estomatologia da UNIFAL-MG) Antes de se iniciar a utilização dos medicamentos que podem causar a OMRM, todo paciente deve passar por uma avaliação odontológica criteriosa. O cirurgião-dentista deverá realizar instruções de higiene bucal, além de eliminar possíveis focos de infecção, extrair dentes comprometidos e fazer ajustes de próteses removíveis. osso abaixo do local da extração e reação periosteal. Além disso, deve fazer um acompanhamento odontológico periódico visando manter sua gengiva e dentes saudáveis. Durante e após o uso dos medicamentos, procedimentos cirúrgicos que envolvam exposições ósseas devem ser evitados. OSTEONECROSE DOS MAXILARES RELACIONADA A MEDICAMENTOS (OMRM) TRATAMENTO DA OSTEONECROSE DOS MAXILARES O Cirurgião-Dentista deve também fazer os ajustes necessários nas próteses removíveis para se evitar traumas sobre a mucosa bucal. Embora não haja um protocolo universal para o tratamento da OMRM, os objetivos do manejo são eliminar a dor, controlar a infecção e minimizar a progressão da necrose óssea. A escolha da melhor terapia dependerá do estágio da osteonecrose, da condição sistêmica do paciente e do tipo de droga utilizada. Existem duas modalidades de terapia: tratamento medicamentoso e cirúrgico. No entanto, existe controvérsia na literatura sobre qual é a melhor abordagem. A seguir algumas possibilidades de orientação/intervenção: O sítio operatório deve ser preparado previamente para redução de agentes infecciosos (remoção de cárie ativa, cálculo e biofilme); Orientação quanto à higiene oral; Uso de enxaguatórios bucais de ação antibacteriana (ex. Gluconato de Clorexidina 0,12%); Manejo sistêmico quanto ao uso de analgésicos, antiinflamatórios e antibióticos; Profilaxia antibiótica é recomendada e o uso de antibiótico deve persistir até completo reparo do leito cirúrgico; Debridamento cirúrgico ou ressecção; O trauma cirúrgico deve ser reduzido, tanto quanto possível, e todo o esforço deve ser feito visando um completo recobrimento da loja cirúrgica.
Compartilhar