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Aula 2 - Diagnóstico, conceito de risco e cárie

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Odontopediatria – 31 de Agosto de 2022 
Diagnóstico, conceito de risco/atividade de cárie e controle mecânico do 
biofilme 
 
➢ Contextualização: 
• A cárie é a doença crônica mais comum na infância atingindo bebês e 
crianças em idade pré-escolar e se constitui um problema de saúde 
pública. 
• Para as crianças e adolescentes ela tem um impacto negativo na sua 
qualidade de vida em função da ocorrência de dor, dificuldade de comer 
e de dormir, irritação, além de afetar sua autoestima, bem-estar e causar 
um desconforto e constrangimento ao sorrir e se relacionar com outras 
pessoas. 
 
➢ Cárie dentária – conceito: 
• É uma doença dinâmica mediada pelo biofilme, modulada pela dieta, 
multifatorial e não transmissível, que resulta na perda mineral dos 
tecidos duros do dente. 
• A lesão é um sinal da doença. 
• É uma doença crônica de progressão lenta. La é raramente 
autolimitante, ou seja, sem tratamento vai ocorrer a destruição total da 
estrutura dentária. 
• A cárie é considerada uma disbiose, pois se caracteriza pelo 
desequilíbrio da microbiota residente da cavidade bucal, visto que os 
microrganismos relacionados à doença estão presentes mesmo em 
situações de normalidade, não apresentando características de 
patogenicidade nesses casos. 
• A cárie é resultado de um desequilíbrio entre biofilme e dieta. Uma dieta 
rica em carboidratos muda o comportamento de uma bactéria que 
sempre esteve presente na boca, sem fazer mal algum. 
 
➢ Etiologia: 
• A cárie dentária ocorre por um conjunto de fatores. Entre eles, existem 
fatores biológicos, psicossociais e ambientais. 
• 1960 – Fatores Primários (Bactéria + Dente + Dieta). 
• Depois disso, foram incluídos os fatores psicossociais e ambientais, que 
modulam a doença, deixando um indivíduo mais suscetível ou menos 
suscetível a desenvolver a doença. 
• A doença cárie é basicamente, comportamental e causada por hábitos. 
• Fatores: 
▪ Anatomia dos dentes – hospedeiro; 
▪ Consistência e frequência do alimento – dieta; 
▪ Colonização (espécies microbianas) – bactéria; 
▪ Capacidade tampão e fluxo salivar; 
▪ Fatores socioeconômicos, fatores que podem influenciar o 
desenvolvimento da cárie e a polarização da doença. 
 
➢ Fatores do Hospedeiro: 
• Alguns fatores importantes são: o fluxo salivar, os hábitos e costumes. 
• Anatomia dentária; 
• Posição dos dentes na arcada; 
• Idade dentária – maturação pós-eruptiva (até 2 anos após a erupção 
dentária) – Período crítico. 
• Importância da orientação aos pais sobre a escovação dos dentes, 
ensinar a escovar e mostrar a importância. 
• O primeiro molar permanente demora bastante a atingir o plano oclusal. 
 
➢ Dieta: 
• Carboidratos como amido, glicose, frutose e sacarose (fermentável) 
aumentam a chance dos pacientes de desenvolverem lesões de cárie. 
• Além disso, a forma de ingestão, o horário e a frequência de ingestão 
desses alimentos são determinantes e muito importantes no controle da 
cárie. 
• Entre uma boa dieta e uma higiene adequada, os dois são muito 
importantes no controle e tratamento, mas devemos sempre incentivar 
uma alimentação adequada e equilibrada. 
• Devemos incentivar a ingestão de alimentos protetores: fibras, frutas e 
legumes. 
 
➢ Microbiota: 
• A definição de biofilme bacteriano é: “comunidades de microrganismos 
aderidas a uma superfície” como é o exemplo do biofilme dental. 
• Uma outra definição pode ser: “Microrganismos espacialmente 
organizados em uma estrutura tridimensional inclusa em uma matriz de 
material extracelular derivado das próprias células e do ambiente. 
• O que pode ser feito em relação ao biofilme dentário é a desorganização 
mecânica dele, com a escovação manual e a utilização do fio dental. 
 
➢ Formação e estrutura do biofilme dental: 
• O biofilme demora para ser formado, não é do dia para a noite. Temos 
um tempo de até duas semanas para que o biofilme desenvolva uma 
patogenicidade. Por isso a escovação diária é importante. 
• Primeiro temos a formação da película, depois a adesão de células 
bacterianas simples, essas bactérias aderidas crescem levando à 
formação de microcolônias distintas. Depois disso, ocorre a sucessão e 
coagregação microbiana, com alta diversidade de espécies e um 
crescimento continuado das microcolônias. Em até duas semanas a 
comunidade atinge seu clímax e a placa está madura. 
 
➢ Sucessão microbiana: 
• Sobre a dieta rica em sacarose e o um biofilme maduro, a sacarose 
facilita a formação da placa dental. 
• A sacarose torna a placa mais porosa. 
• A sacarose torna o biofilme dental mais cariogênico. 
• A sacarose é mais facilmente metabolizada pelas bactérias 
cariogênicas, tendo ácidos como produtos. 
 
➢ Fatores de risco: 
• Os fatores de risco (probabilidade de as lesões surgirem ou 
progredirem) são as características que aumentam a probabilidade de 
a doença acontecer. São elas: 
▪ Idade do paciente; 
▪ Acúmulo de biofilme dental; 
▪ Alta frequência de ingestão de sacarose; 
▪ Não exposição aos fluoretos; 
▪ Fluxo salivar e capacidade tampão deficientes; 
▪ Experiência anterior de cárie (mais importante pois uma criança que 
já teve cárie antes mostra que ela não teve hábitos corretos). 
• Entre os fatores de risco estão a estagnação do biofilme dentário em 
locais onde os depósitos bacterianos não são frequentemente removidos 
ou desorganizados por forças mecânicas (mastigação, atrição, abrasão 
pela escovação e utilização de fio dental). As áreas de acúmulo de 
biofilme, geralmente são na margem gengival, em fóssulas e fissuras, 
em dentes em fase de erupção, abaixo do ponto de contato (proximal) e 
em locais de apinhamento dentário. 
• Um outro fator de risco é a higiene bucal ineficiente, o que aumenta a 
suscetibilidade individual do desenvolvimento de lesões de cárie. 
• Outro fator de risco, como já dito, é a dieta cariogênica, com consumo 
de carboidratos fermentáveis, consumo de açúcar entre as refeições e 
sob a forma física retentiva por um período prolongado. 
• Não existe comprovação científica que diga que um paciente deve 
retornar ao dentista a cada 6 meses. O que dita o tempo de retorno é o 
risco que o paciente tem de desenvolver lesões. 
 
➢ Dieta cariogênicas: 
• A dieta influencia na produção de ácidos, na quantidade e composição 
do biofilme bacteriano e na quantidade e qualidade da secreção salivar. 
• Logo, a dieta influencia diretamente na ocorrência de cárie dentária. 
• Quando um paciente consome uma dieta balanceada convencional, 
ocorre o equilíbrio do processo de desmineralização e remineralização 
do dente, que é normal e ocorre o tempo inteiro e mantido pela saliva. 
• Com a alta frequência de ingestão de carboidratos, o que ocorre é que 
eles serão fermentados pelas bactérias, resultando na produção de 
ácidos, tornando ácido o pH da boca e facilitando a proliferação de 
bactérias acidogênicas e acidúricas. Por conta disso, ocorre o 
desequilíbrio do processo DES/RE, acarretando da desmineralização do 
dente, na perda de minerais dos dentes para o meio. 
 
 
 
 
➢ Práticas alimentares saudáveis em relação à saúde bucal: 
• Estudos mostram que a apresentação precoce do açúcar leva a uma 
predileção por elementos doces. Por isso, devemos adiar o máximo 
possível essa introdução. 
• Estimular o aleitamento materno exclusivo até 6 meses e então iniciar a 
introdução de alimentos sólidos; 
• Retardar a introdução da sacarose, preferencialmente, somente após os 
12 meses; 
• Racionalizar o uso do açúcar, quando for inevitável sua introdução na 
alimentação (sobremesas); 
• Manter intervalos regulares entre as refeições, gerando um retorno do 
pH à neutralidade e garantindo o equilíbrio do processo DESxRE. 
 
➢ Funções da saliva (fator protetor): 
• Lubrificação; 
• Remineralização; 
• Neutralização de ácidos; 
• Gustação; 
• Excreção de toxinas; 
• Balanço hídrico;• Digestão; 
• Ação antimicrobiana; 
• Autolimpeza. 
• O fatores protetores da saliva estão realmente atrelados a proteção. 
• Em relação ao microrganismo, a saliva vai atuar controlando o pH pela 
sua capacidade tampão, neutralizando os ácidos e com ação 
antimicrobiana. 
• Em relação a dieta, o fluxo salivar permite que haja uma limpeza dos 
resíduos de alimentos. 
• Em relação a individualidade do hospedeiro e sua suscetibilidade, a 
saliva faz a reposição de minerais, realizando a remineralização. Isso é 
potencializado pela exposição dos fluoretos. 
 
➢ Importante – experiência passada de cárie!! 
• Fator de risco, indicador de risco, fator preditor de cárie: experiência 
anterior de cárie – cárie precoce. 
• Cuidado com amamentação noturna e alimentação inadequada. 
• A experiência passada de cárie é o fator preditor mais importante. 
Aumenta a probabilidade de crianças ou adolescentes terem novas 
lesões de cárie no futuro. 
 
➢ Desenvolvimento da lesão: 
• O dente hígido possui acúmulo microbiano, os microrganismos ali 
presentes começam a metabolizar restos alimentares e a produzir 
ácidos, se inicia a diminuição do pH, até eu ele fica menor que o pH 
crítico (5,5) e ocorre a desmineralização. 
 
➢ Tempo x Alterações no esmalte: 
• 1ª semana – Acúmulo de biofilme: 
▪ Sinais de dissolução direta da superfície externa do esmalte (ultra 
estrutural). Não conseguimos observar sem o uso do microscópio. 
• 14 dias: 
▪ Alterações esbranquiçadas e opacas causadas pelo aumento da 
porosidade. Já visível macroscopicamente. 
• 3-4 semanas: 
▪ Aumento do espaço intercristalino; perda mineral mais extensa, em 
constante aumento. 
• Se não fizermos nada para controlar a situação da desmineralização, o 
que vai ocorrer é que passaremos de uma lesão não visível a olho nu, 
para uma lesão esbranquiçada, para uma lesão que vai ficando cada 
vez mais visível até a cavitação. 
 
➢ Diagnóstico precoce: 
• A importância do diagnóstico precoce da lesão de cárie reside na 
possibilidade de modificar o processo carioso pelo tratamento não 
invasivo, evitando a progressão da lesão. 
• Quando identificamos uma lesão precocemente, podemos atuar 
interferindo no processo de doença e mudando os hábitos da criança, 
sem necessidade de maiores intervenções, de intervenções menos 
invasivas. 
• Quanto mais cedo identificarmos a lesão, mais conservadora a 
abordagem. 
 
➢ Níveis de diagnóstico das lesões de cárie: 
• É o limiar de diagnóstico que determina o que é registrado como doente 
ou sadio. 
• Utilizando a metáfora da ponta do iceberg, é fácil ver o problema, a cárie 
quando ela já está instalada, visível e cavitada. O importante é saber 
identificar o problema quando ele está no início, ainda é apenas uma 
lesão de mancha branca visível só com o foco e o ente bem seco. 
• D1 – Nível clinicamente detectável com lesões de esmalte iniciais; 
• D2 – Ainda estão localizadas no esmalte, mas já tem uma cavidade; 
• D3 – Lesão branca em dentina, cavitada. 
• D4 – Lesão que pode atingir a polpa. 
• Quando temos lesões em esmalte, se não detectarmos, estaremos 
subestimando a doença e não reconhecendo algo que existe. 
 
➢ Antes não se considerava a atividade da lesão, a cárie era associada a 
presença de cavidade. E o foco era em restaurar qualquer lesão que 
houvesse. O tratamento era padronizado para qualquer e, se houvesse 
dúvida no diagnóstico, abriam para restaurar. 
➢ O foco agora é na paralização da doença e restauração apenas das lesões 
cavitadas ativas. Sempre devemos preservar o remanescente dentário. 
➢ Importante nos atentar a porosidade da superfície do esmalte, para não 
cavitarmos uma lesão inicial. Essas lesões são passíveis de 
remineralização. 
➢ Cárie Oclusal: 
• Devido a anatomia do dente, pode ocorrer o acúmulo de biofilme em 
fóssulas e fissuras estreitas e inacessíveis gerando as chamadas “cáries 
de fissuras”. 
• Como as lesões iniciam-se nos locais onde acúmulos bacterianos estão 
mais protegidos contra o desgaste funcional, as fóssulas e fissuras são 
locais mais vulneráveis à ocorrência de cárie. 
• Fatores importantes para o acúmulo de placa e início de cárie nas 
superfícies oclusais: estágio de erupção ou uso funcional dos dentes, 
anatomia específica do dente. 
• Muitas vezes, realizamos o selamento oclusal para impedir que novas 
bactérias penetrem e se instalem ali. Porém, não podemos selar 
preventivamente, apenas quando o paciente já possui risco de 
desenvolver a doença. 
 
➢ Progressão da lesão na superfície oclusal: 
• Inicia através das fissuras e progride como um triângulo, onde a base é 
voltada para a dentina e o vértice para a superfície externa. Ela evolui 
em direção ao tecido pulpar. 
 
➢ Cárie de superfícies lisas (vestibular e lingual ou palatina: 
• Lesões localizadas acompanhando a margem gengival; 
• Lesões localizadas em áreas de acúmulo de biofilme. 
 
➢ Cárie de superfícies proximais: 
• Lesões localizadas abaixo do ponto de contato 
das faces proximais; 
• Lesões localizadas em áreas de acúmulo de 
biofilme. 
• Em primeiro molar decíduo é complicado pois 
acomete toda uma face. Muitas vezes 
condenamos um dente mesmo que a cárie nem 
tenha atingido a polpa. 
• Na radiografia, a base do triângulo está voltada 
para a superfície externa e o ápice para a 
dentina. Isso pois a desmineralização segue os 
prismas de esmalte. 
 
➢ Progressão da lesão cárie em dentes decíduos: 
• Nos dentes decíduos, a progressão é mais rápida. Se formos comparar 
ao dente permanente, os dentes decíduos possuem: 
▪ Menor quantidade de mineral; 
▪ Menor espessura do esmalte e dentina; 
▪ Presença do esmalte aprismático; 
▪ Maior amplitude da câmara pulpar. 
▪ Menor espaço a percorrer até chegar na polpa. 
 
➢ Diagnóstico de cárie dentária: 
• “A arte ou o ato de identificar uma doença a partir de seus sinais e 
sintomas”. 
• Sempre que formos diagnosticar uma lesão cariosa devemos considerar: 
▪ A progressão da lesão de cárie; 
▪ O risco e atividade de cárie (ativas ou inativas); 
▪ Os métodos de diagnóstico. 
 
➢ Diagnóstico correto: 
• Para diagnosticar e tratar corretamente as lesões, precisamos ter: 
▪ Compreensão dos processos biológicos envolvidos na doença; 
▪ Saber quão sensível o método de diagnóstico é; 
▪ Conversar com o paciente; 
▪ Realizar o exame clínico dos dentes; 
▪ Utilizar ferramentas auxiliares de diagnóstico da cárie. 
• Devemos ter muita atenção ao realizar o diagnóstico pois é ele que irá 
nortear todo o planejamento do tratamento. 
 
➢ Métodos de diagnóstico: 
• Métodos tradicionais: 
▪ Exame clínico tátil-visual; 
▪ Exame radiográfico. 
• Existe, ainda, transiluminação com fibra óptica, laser... 
 
➢ Métodos de diagnóstico: 
• Na prática clínica mesmo sem ferramentas especiais para a detecção 
um dentista é capaz de observar visualmente os desvios iniciais de um 
esmalte hígido, expressos como mudanças no brilho, cor ou textura da 
superfície. 
 
➢ Métodos de diagnóstico: 
• Alterações perceptíveis no esmalte: 
▪ “Aumento da porosidade da subsuperfície do esmalte, e diminuição 
da reflexão da luz na área desmineralizada”. 
▪ Para conseguirmos observar isso, os dentes devem estar limpos, 
secos e sob boa iluminação. 
• Quando temos uma lesão ativa em progressão podemos precisar lançar 
mão de um cuidado operatório ou não operatório. 
• Quando temos lesões estáveis ou inativas, que não precisam de 
tratamento, é sinal de que a remineralização foi mais forte que a 
desmineralização. 
 
➢ Critérios para avaliação de atividade e severidade das lesões cariosas: 
• Critérios de Nyvad – combinação de critérios tátil-visuais após cuidadosa 
secagem do dente: 
▪ Integridade da superfície (cavitada ou não); 
▪ Textura (lisa ou rugosa); 
▪ Transluscência/opacidade (brilhosa ou opaca); 
▪ Local da lesão (área de acúmulo de biofilme);▪ Cor da superfície (parcialmente) – não podemos nos basear 
apenas pela cor pois a lesão pode estar pigmentada. 
 
• “É mais severa a lesão que tem a maior perda de minerais”. 
 
➢ Exame clínico intrabucal: 
• Diagnóstico da atividade da lesão: 
• Lesão ativa: 
▪ Esmalte – Opaca e rugosa (branca); 
▪ Dentina – Consistência amolecida (amarelada e alaranjada). 
 
• Lesão inativa: 
▪ Esmalte – brilhante e textura lisa; 
▪ Dentina – Consistência endurecida. 
 
• Lesões ativas comumente estão cobertas por biofilme. ATENÇÃO!!! 
• Não é possível saber se uma lesão é ativa ou inativa apenas por uma 
radiografia. Isso é um diagnóstico clínico. 
 
➢ Exame clínico visual: 
• Devemos fazer uso suave da sonda exploradora (ponta romba) – adição 
de valiosas informações sobre consistência e textura da superfície de 
uma lesão cariosa. Também utilizamos a sonda exploradora para 
realizar a remoção do biofilme que pode estar recobrindo a lesão. 
• A sonda exploradora pode ter efeitos traumáticos irreversíveis e sua 
utilização não aumenta a precisão do exame diagnóstico. 
 
➢ Diagnóstico – Métodos mais refinados: 
• A utilização de métodos auxiliares de diagnóstico mais refinados resulta 
em um maior número de lesões identificadas. 
 
➢ Exame radiográfico: 
• É importante na detecção de lesões ocultas 
clinicamente; 
• Ajuda na estimativa da profundidade da lesão (pode 
subestimar o tamanho). 
• Esse exame deve ser indicado quando necessário e 
não como exame de rotina. Ele não consegue 
determinar se há uma cavitação presente ou se a 
lesão está ativa ou inativa, por exemplo. 
 
➢ Radiografia Panorâmica: 
• Não utilizamos para detectar a presença ou avaliar cárie; 
• Radiografia utilizada para ver o desenvolvimento da oclusão e a relação 
dos permanentes com os decíduos. 
• Além disso, vemos alterações de supranumerários e ausências 
dentárias. 
 
➢ Radiografia oclusal: 
• Muito utilizada para avaliação de traumatismos dentários. 
• Para vermos para onde o dente foi deslocado, se para lingual, para 
vestibular ou se intruiu. 
 
➢ Radiografia periapical: 
• Ideal para analisarmos a relação da cárie com o tecido pulpar. 
• Analisar profundidade, aspectos relacionados a região das raízes. 
 
➢ Técnica interproximal: 
• Ideal para analisarmos lesões de cárie, principalmente lesões proximais. 
• Vantagens: 
▪ Análise de superfícies inacessíveis à inspeção visual (subgengival); 
▪ Conseguimos ter uma ideia da profundidade e relação da lesão 
cariosa com a polpa; 
▪ É um método não invasivo; 
▪ Pode ser arquivada e reexaminada (avaliar progressão); 
 
• Desvantagens: 
▪ Falta de precisão nos estágios iniciais no esmalte; 
▪ Não distingue superfície hígida, lesão cariosa inicial e lesão cavitada 
e hipoplasias; 
▪ Geralmente subestima a profundidade da lesão; 
▪ Não informa se determinada lesão está controlada ou não, 
necessitando de uma segunda tomada. 
 
➢ Outros recursos – separação interdentária: 
• Vamos supor que fizemos exame clínico e radiográfico. No exame 
radiográfico detectamos uma lesão superficial em esmalte. Como o 
paciente já tinha histórico de cárie e não conseguimos uma visão direta 
e tátil da região em questão (interproximal) podemos lançar mão de uma 
separação interdentária. 
• Isto é, introduzir na ameia um elástico ortodôntico com intuito de 
promover uma separação temporária por determinado período. Com 
uma visão direta e tátil da lesão, podemos definir se ela é uma lesão 
ativa, inativa, cavita ou não cavitada e, se ela exige tratamento ou não. 
• Normalmente se deixa por 48 horas, mas como as consultas são 
semanais, precisamos deixar por uma semana para visualizarmos. 
 
 
➢ Métodos auxiliares de diagnóstico: 
• Radiografias digitais; 
• Métodos baseados na aplicação de luz (FOTI); 
• Fluorescência a laser (DIAGNODENT); 
• Passagem de corrente elétrica. 
 
➢ Diagnóstico adequado: 
• Exige o conhecimento do processo da doença, sua progressão e 
controle. 
• Exame clínico visual-tátil criterioso + exame radiográfico de qualidade é 
o necessário para a detecção da maioria das lesões. 
 
➢ Diagnóstico diferencial: 
• Mancha branca x Fluorose; 
• A fluorose dentária é uma patologia que afeta 
os dentes e que se desenvolve durante a sua 
formação, é desencadeada pela presença 
em excesso de fluoreto (ou flúor). 
▪ Distribuição das lesões – simetria; 
▪ Padrão – linhas horizontais ou flocos de neve. 
▪ Localização – áreas não associadas ao acúmulo de biofilme. 
 
➢ Selamento biológico ou cárie oculta? 
• Cárie oculta – é uma cárie que não foi detectada clinicamente, mas que 
apareceu em uma proporção significativa de acometimento do exame 
radiográfico. 
• Selamento biológico – Não é cárie. É uma deposição de microbiota nos 
sulcos e fissuras que foi pigmentado. 
• Não é porque existe selamento biológico que não possa haver uma cárie 
por baixo. Tudo depende de mudanças de hábito do paciente. 
• A cárie oculta pode se mostrar com opacidades e translucidez do 
esmalte delineando o sulco, associado a microcavidades. Existe uma 
maior prevalência devido aos fluoretos (dentifrícios). 
• O selamento biológico ocorre por conta da mineralização do biofilme em 
fissuras, obliterando-as e causando a pigmentação escura característica. 
• As fissuras que permanecem isentas de cárie nos 1ºs anos após a 
erupção são, posteriormente, menos susceptíveis à cárie. 
 
➢ Prevenção da cárie dentária e controle da progressão da doença. 
• Para realizar a prevenção e o controle podemos atuar nos fatores 
biológicos. 
• Com uma boa instrução de higiene, adequada para a faixa etária, 
estimulando o uso de dentifrícios etc. 
 
• Podem atuar no: 
▪ Controle do biofilme: 
o Escovação + fio dental; 
▪ Controle da dieta: 
o Recomendar a redução do consumo de carboidratos e açúcares 
fermentáveis. 
 
▪ Uso de fluoretos: 
o Dentifrícios (domiciliar); 
o Gel, verniz (profissional). 
 
▪ Selantes: 
o Ionoméricos; 
o Resinosos (em oclusão). 
 
➢ Controle de biofilme dentário: 
• O biofilme dental é o acúmulo de microrganismos nas superfícies 
dentais formando colônias bacterianas distintas envoltas em uma matriz 
extracelular composta de glicoproteínas e polissacarídeos. Tanto a cárie 
quanto a doença periodontal são mediadas pela presença de 
microrganismos. 
• O controle mecânico consiste na remoção do biofilme dental a níveis 
aceitáveis através de meios mecanizados, principalmente escova e fio 
dental. 
• Temos que promover a desorganização do biofilme dental para um bom 
controle. Dessa forma, a instrução de higiene oral deve ser parte da 
educação do paciente. 
 
➢ Seleção da escova em odontopediatria: 
• Selecionar escovas infantis de acordo com a faixa etária da criança, 
entretanto respeitando-se a regra básica: 
▪ Cabeça pequena (compatível com a boca da criança); 
▪ Cabo longo (facilita a empunhadura); 
▪ Cerdas macias. 
• Nos preocupar sempre com o contexto social daquela família. 
 
➢ Preocupação: 1º molar permanente em erupção: 
• A maior suscetibilidade ao desenvolvimento de cárie nessa faixa deve-
se ao maior acúmulo de biofilme porque o dente está abaixo do plano 
oclusal, sendo inacessível à escovação convencional. 
• Alternativas para limpar adequadamente o dente nessa época são: 
▪ Uso de escovas uni ou bitufos; 
▪ Implementação da escovação diferenciada para molares 
permanentes. 
 
➢ Fio dental: 
• Seleção do fio: Fios encerados com sabor (menta, tutti-frutti etc.) são 
bem aceitos pelas crianças. 
• O fio é indispensável para a remoção do biofilme localizado abaixo dos 
pontos de contato interproximais. 
• Crianças de 3 a 6 anos não possuem coordenação motora adequada 
para o uso do fio, por isso os responsáveis são importantes. 
• A utilização do fio dental é um hábito que deve ser ensinado para toda a 
família, pois é a família que vai escovaros dentes da criança nessa fase. 
 
➢ Quem deve realizar a escovação? 
• Até a idade escolar a escovação deve ser, idealmente, realizada pelos 
responsáveis. Isso ocorre porque as crianças ainda não desenvolveram 
uma coordenação motora adequada. 
 
➢ Posição para a escovação: 
• 0 a 3 anos – posição joelho a joelho; 
• Crianças com mais de 3 anos – Posição de Starkey (a criança em pé 
olhando para o espelho e o responsável escovando por trás da criança); 
• A grande vantagem da realização da escovação pelos responsáveis é o 
melhor acesso às áreas críticas para o acúmulo de biofilme, como as 
superfícies oclusais. 
 
➢ Técnicas de escovação: 
• Fones – Preconizada para bebês e crianças em idade pré-escolar. 
Movimentos circulares para as faces vestibular/lingual/palatina e vai e 
vem para a oclusal. 
• Stillman modificada – indicada para crianças com certa habilidade 
manual – escova é colocada com longo eixo das cerdas lateralmente 
contra a gengiva deslocando para oclusal e movimento ântero-posterior 
para oclusal. 
• Bass – Semelhante a Stillman, mas com movimentos vibratórios. 
• Importante sempre adequar a linguagem para melhor compreensão dos 
pais e responsáveis. 
 
➢ Como fazer a higienização das crianças em cada idade? 
• 0 a 6 meses – Higienização com a utilização de dedeiras (não são mais 
preconizadas), pelo responsável que vai fazendo uma massagem na 
gengiva e higienizando a língua. 
• 6 meses a 3 anos – Higienização com a utilização de escovas e fio 
dental (nos contatos) feita pelo responsável. 
• 3 a 6 anos – Higienização com escova e fio dental realizada pela própria 
criança com o responsável supervisando e complementando (quando 
necessário). 
• A partir dos 7 anos utilizar escovas convencionais e fio dental. A 
escovação deve ser feita pela própria criança com a supervisão de um 
adulto até os 9 anos de idade. 
 
➢ Dentifrícios: 
• “Os dentifrícios na forma de pastas, cremes ou géis, são considerados a 
forma mais racional de uso de fluoretos, pois complementam a 
deficiências mecânicas da escovação, controlando físico-quimicamente 
a cárie.” – Kramer, 1998. 
• Todas as crianças devem utilizar pasta de dentes contendo flúor. Há 
pastas de dentes com diferentes formulações. Porém, o flúor é um 
medicamento e todo medicamento tem uma dose certa. 
• Crianças devem usar pastas de dentes com 1000 a 1100 ppm de 
fluoreto de sódio (nem mais, nem menos). 
• Também são indicadas para crianças as pastas contendo 1450 a 1500 
ppm de monoflúorfosfato de sódio (MFP). 
 
➢ Quantidade de pasta de dente fluoretada x idade: 
• 0-3 anos de idade devemos utilizar uma quantidade de 
“grão de arroz”. 
• Para crianças maiores de 3 anos de idade podemos 
utilizar a quantidade de um “grão de ervilha”. 
• Nunca devemos colocar pasta de dente em excesso na 
escova, nunca fazer como nos comerciais de pasta de 
dentes. 
 
➢ Motivação do núcleo familiar: 
• A participação do núcleo familiar é indispensável para o sucesso do 
tratamento; 
• As orientações fornecidas pelo profissional são de fundamental 
importância para a implementação dos métodos de higienização; 
• As orientações incluem: 
▪ Discussão a respeito da importância de dentes decíduos e 
permanentes; 
▪ Importância da saúde bucal para a qualidade de vida; 
▪ Ênfase para dentes em erupção devido ao maior risco de cárie.

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