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MANIFESTAÇÕES CULTURAIS GÍMNICAS - E-BOOK 3

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e-Book 3
Cíntia Regina de Fátima
MANIFESTAÇÕES 
CULTURAIS GÍMNICAS
Sumário
INTRODUÇÃO ������������������������������������������������� 3
OS DIFERENTES TIPOS DE GINÁSTICAS 
DESENVOLVIDAS: DO AMBIENTE 
ESCOLAR AO CLUBE �������������������������������������� 4
CONSIDERAÇÕES FINAIS ����������������������������41
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS & 
CONSULTADAS ��������������������������������������������42
3
INTRODUÇÃO
O termo ginástica se refere a um campo extenso e 
complexo. Por isso, neste e-book, você conhecerá 
um pouco mais sobre as federações que a regu-
lamentam, em âmbito mundial e nacional, quais 
são as modalidades gímnicas e suas principais 
características. Nesse sentido, ao fim da leitura, 
você será capaz de diferenciar os tipos de ginástica 
e saberá como trabalhar os seus fundamentos em 
escolas e clubes.
Além disso, você também aprenderá como adap-
tar os materiais e equipamentos da ginástica, 
pois algumas modalidades caracterizam-se pela 
utilização de aparelhos, mas nem sempre as ins-
tituições podem atender às condições desejadas, 
sendo necessário criar outras estratégias para que 
a modalidade seja vivenciada.
44
OS DIFERENTES 
TIPOS DE GINÁSTICAS 
DESENVOLVIDAS: DO 
AMBIENTE ESCOLAR AO 
CLUBE
A estruturação da Ginástica no mundo: 
esporte e lazer
A Federação Internacional de Ginástica (FIG) é uma 
das federações mais antigas do mundo, sendo 
considerada o órgão responsável por normatizar 
e regulamentar a ginástica. Além disso, também 
promove eventos e é responsável pela modalidade 
nos Jogos Olímpicos. Vinculada à FIG existem 
as federações nacionais, que representam cada 
país, e as federações continentais, responsáveis 
pelos continentes, tais como a União Asiática 
de Ginástica, União Pan-americana de Ginástica, 
União Europeia de Ginástica e União Africana de 
Ginástica (SOUZA, 1997).
Particularmente, a Confederação Brasileira de 
Ginástica (CBG) é o órgão máximo da ginástica 
no Brasil, criado em 1978. A CBG é subordinada à 
FIG e tem como missão “administrar, fomentar e 
expandir a prática da ginástica em todo o território 
nacional, contribuindo para o desenvolvimento 
55
da cidadania e da ginástica brasileira ao nível de 
excelência esportiva mundial” (CBG, 2020). Cada 
estado também possui seu órgão representativo, 
com os mesmos objetivos, porém direcionados 
à sua região especificadamente. A CBG possui, 
atualmente, 24 federações estaduais filiadas. En-
tão, como você pode perceber, a ginástica possui 
vários órgãos que, hierarquicamente, garantem sua 
representatividade em âmbito internacional (FIG), 
continental (União Pan-Americana de Ginástica), 
nacional (CBG) e estadual (federações de cada 
estado), com o objetivo de orientar, regulamentar 
e promover eventos e difundir a sua prática.
As modalidades gímnicas regulamentadas pela FIG 
podem ser organizadas em dois grupos, tendo em 
vista as suas intencionalidades: ginásticas de com-
petição e ginásticas de demonstração. No primeiro 
grupo estão a ginástica artística (GA) – dividida 
em GA masculina e a GA feminina –, a ginástica 
rítmica (GR), a ginástica de trampolim (GT), a gi-
nástica acrobática (GACRO) e a ginástica aeróbica 
(GAE). O segundo grupo, de caráter demonstrativo, 
é representado pela ginástica para todos (GPT). 
Recentemente, em 2017, a FIG incluiu o parkour 
como modalidade federalizada internacionalmente, 
com fins competitivos. 
66
Figura 1: Modalidade gímnicas regulamentadas pela FIG. 
FIG
GA GR GT GACRO GAE GPT PARKOUR
FEM� MASC�
Fonte: elaborado pela autora
Agora que você já entendeu quais são os órgãos 
representativos da ginástica no Brasil e no mundo, 
bem como as modalidades que as regulamentam, 
você vai compreender, no próximo tópico, as ca-
racterísticas de cada ginástica e como podem ser 
ensinadas nos diferentes espaços.
As modalidades gímnicas: da 
competição ao lazer
Embora o universo da ginástica seja extenso e 
complexo, existem movimentos básicos e comuns 
entre as diferentes modalidades gímnicas, que são 
denominados de Padrões Básicos de Movimentos 
(PBMs). Eles são: posições estacionárias, aterris-
sagem, salto, deslocamento, rotação e balanço. Os 
PBMs caracterizam-se por agrupar movimentos 
que possuem o mesmo princípio mecânico e que 
são base para a realização de habilidades mais 
complexas. Dessa forma, são uma proposta de 
organização dos conteúdos fundamentais a serem 
ensinados nas ginásticas.
77
É importante destacarmos que uma habilidade 
altamente complexa na ginástica se caracteriza 
pela combinação desses padrões de movimento. 
O mortal para frente, por exemplo, é resultado 
de: salto dos pés + rotação no eixo transversal + 
aterrissagem sobre os pés.
Apesar de todas as ginásticas apresentarem os 
seis PBMs, a forma de utilizá-los (com ou sem 
aparelhos) e a frequência em que aparecem podem 
variar em cada modalidade, fazendo com que al-
guns PBMs se destaquem mais em determinados 
tipos de ginástica.
Além dos PBMs, existem as Posições Básicas do 
Corpo, que também são comuns a todas as ginás-
ticas. Essas posições podem estar presentes em 
vários movimentos (ou acrobacias), assim como 
podem ser realizadas em aparelhos, no ar, em dife-
rentes superfícies e eixos, sendo denominadas por:
 y Posição grupada: quadril flexionado, joelhos 
fletidos próximo ao corpo (como se formasse a 
letra “O” com o corpo);
 y Posição carpada: quadril flexionado, joelhos 
estendidos (como se formasse a letra “L” com o 
corpo);
 y Posição estendida: o corpo alongado, joelhos 
estendidos e conectados como se formasse a letra 
“I” com o corpo);
88
 y Posição afastada: o quadril flexionado, pernas 
afastadas e joelhos estendidos (como se formasse 
a letra “T” invertida com o corpo);
Antes de trabalhar os PBMs é importante ensinar-se 
as posições corporais, uma vez que, dependendo 
do padrão de movimento, pode-se solicitar que 
seja realizado em uma ou outra posição. Por 
exemplo, o salto pode ser realizado na posição 
grupada, carpada, estendida ou afastada e, assim, 
sucessivamente.
No próximo tópico, você vai compreender as carac-
terísticas das principais modalidades da ginástica 
e como podem ser trabalhadas em diferentes 
espaços.
Ginástica artística (GA)
A GA, também conhecida no Brasil como ginásti-
ca olímpica, pode ser compreendida tanto como 
um esporte quanto uma atividade física. Observe 
na imagem a seguir o que caracteriza e quais as 
finalidades de ambas as perspectivas:
99
Figura 2: Perspectivas da ginástica olímpica. 
Ginástica olímpica
Atividade física Esporte
Formativa Ao alcancede todos
Preparação
física
Preparação
física Iniciação
Nível
Intermediário
Nível
Intermediário
Estimular
educar e 
preparar
Opção
Recreação/
lazer
Geral e 
específica/
para outras
modalidades
Escolar e
escola de
esportes
Competições
regras 
adaptações
Competições
regras 
oficiaisEstripulias
da
infância
Fonte: adaptado de Sawasato e Castro (2010, p. 386).
Enquanto esporte, a GA pode ser praticada nas 
escolas (como atividade extracurricular) e em 
clubes, sendo estabelecidos diferentes níveis 
(iniciante, intermediário e avançado) e objetivos 
de aprendizagem (SAWASATO; CASTRO, 2010). De 
modo geral, direciona-se à formação de atletas e 
à preparação para as competições. Nesse caso, 
existem programas de ensino voltados principal-
mente ao desenvolvimento técnico e estético do 
movimento, visando à evolução progressiva do 
aluno/atleta nos elementos gímnicos.
O esporte de alto rendimento (no nível avançado), 
por se tratar de competições oficiais, apresenta 
normas específicas e, por isso, a preparação de 
1010
atletas exige um treinamento exclusivo e muita 
disciplina. As regras e códigos de pontuação nas 
competições são estabelecidos pela FIG e podem ser 
adaptadas pelas federações nacionais e estaduais.
A principal característica da modalidade é a exe-
cução de habilidades em aparelhos de grande 
porte. De acordo com a FIG, a GA é dividida em 
GA feminina e GA masculina. O que as diferencia 
são as provas realizadasnos aparelhos oficiais, 
sendo os aparelhos masculinos: solo, cavalo com 
arções (alças), argolas, mesa de salto, paralelas 
simétricas e barra fixa (NUNOMURA et al., 2009); os 
aparelhos femininos são: mesa de salto, paralelas 
assimétricas, trave de equilíbrio e solo.
Figura 3: Aparelhos da ginástica artística masculina. 
Fonte: Encyclopædia Britannica, 2020. Disponível em: https://
escola.britannica.com.br/artigo/gin%C3%A1stica/481437 
(Adaptado)
https://escola.britannica.com.br/artigo/gin%C3%A1stica/481437
https://escola.britannica.com.br/artigo/gin%C3%A1stica/481437
http:// (Adaptado) 
http:// (Adaptado) 
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Figura 4: Aparelhos da ginástica artística feminina. 
Fonte: Encyclopædia Britannica, 2020. Disponível em: https://
escola.britannica.com.br/artigo/gin%C3%A1stica/481437 
(Adaptado)
É importante destacarmos que entre os anos 
2000 e 2010 a GA se popularizou no Brasil pelo 
desempenho dos(as) atletas Daiane dos Santos, 
Daniele Hypólito, Diego Hypólito e Jade Barbosa 
nas competições. Atualmente, muitos outros atle-
tas brasileiros têm se destacado na modalidade.
 
Você sabia que a ex-atleta brasileira Daiane dos Santos 
tem dois saltos batizados com o seu nome, pois foi a 
primeira atleta a realizá-los em competição? O salto “Dos 
Santos” é um duplo twist carpado, no qual a atleta gira 
em torno de si (twist), seguido de um mortal duplo na 
SAIBA MAIS
https://escola.britannica.com.br/artigo/gin%C3%A1stica/481437
https://escola.britannica.com.br/artigo/gin%C3%A1stica/481437
http://(Adaptado) 
1212
posição carpada. O salto “Dos Santos 2” é um duplo twist 
esticado, em que a atleta realiza um giro em torno de si 
(twist), seguido de um mortal duplo na posição esticada.
Em 2004, na cidade de Birmingham (Inglaterra), a atleta 
se destacou no solo, ao som de Brasileirinho (de Waldir 
Azevedo), tornando-se campeã mundial.
Acesse o link abaixo e veja o vídeo do solo, apresentado 
nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008:
https://www.youtube.com/watch?v=81hloMXvdmM
Por outro lado, enquanto atividade física, a GA se 
refere ao desenvolvimento de habilidades motoras 
partindo dos movimentos espontâneos (caminhar, 
correr, pular, engatinhar) para movimentos mais 
elaborados (PBMs). Nesse caso, há uma preocu-
pação com o processo e não com o resultado, por 
isso deve-se propiciar experiências enriquecedo-
ras e criativas aos participantes. De acordo com 
Sawasato e Castro (2010), a GA, como atividade 
física, pode ser caracterizada como: formativa, ao 
alcance de todos e preparação física.
A GA, em uma perspectiva formativa, tem como 
objetivo possibilitar à criança o acesso à cultura 
corporal e ampliar o seu repertório motor de forma 
segura e consciente, considerando as características 
de cada etapa do desenvolvimento. A GA também 
pode ser considerada ao alcance de todos, como 
atividade de recreação e lazer, uma vez que pode 
1313
ser praticada por pessoas de qualquer faixa etária, 
sexo e nível de habilidade. Além disso, propicia 
experiências corporais e utilização de materiais 
diversos, seja em grupo ou individual, que podem 
contribuir para o desenvolvimento motor, cog-
nitivo e afetivo. Por fim, a GA também pode ser 
utilizada como forma de preparação física para 
outras práticas esportivas, pois além de melhorar 
o desempenho físico e motor, ainda desenvolve 
a conscientização corporal e noções de espaço, 
essenciais em qualquer esporte.
Nunomura et al. (2009) apresenta alguns aparelhos 
auxiliares e adaptados que podem ser utilizados 
no processo de aprendizagem da GA e, também, 
em competições não oficiais. Dentre eles, os prin-
cipais são:
 y Minitrampolim (ou mini-tramp) e trampolim 
acrobático (ou cama elástica): são aparelhos 
utilizados para saltos, aterrissagem e elementos 
que exijam propulsão;
 y Plinto: é um aparelho versátil, pois pode ser 
utilizado em diversas situações, principalmente 
para aprendizagem de saltos, aterrissagem e pre-
paração física;
 y Plano inclinado (ou rampa): é útil na aprendi-
zagem de rotações;
1414
 y Octogonal (octógono): aparelho para apren-
dizagem de rotações, parada de mão, reversões, 
pontes e na preparação física;
 y Cogumelo e potrinho: é utilizado na aprendi-
zagem dos elementos realizados no cavalo com 
arções e na progressão de saltos simples;
 y Banco sueco: utilizado na aprendizagem de 
elementos realizados na trave de equilíbrio, além 
disso, também é utilizado em atividades de des-
locamento, equilíbrio e preparação física;
 y Espaldar: aparelho útil na preparação física 
e nas atividades de flexibilidade, força, posições 
estáticas, deslocamentos etc.;
 y Colchões; proteção de trave e proteção de pa-
ralela: materiais utilizados para proteger impactos 
na realização das aterrissagens.
A aprendizagem da GA envolve a exploração de 
movimentos específicos sobre esses aparelhos. 
Para isso, o professor deve utilizar progressões 
pedagógicas de modo que a aprendizagem dos 
elementos gímnicos avance gradativamente, do 
mais simples para o mais complexo, garantindo a 
segurança do aluno (NUNOMURA et al., 2009). A 
aprendizagem de um elemento corporal complexo 
da GA pode ficar comprometida caso um funda-
mento (ou PBM) ainda não tenha sido consolidado 
e automatizado, por isso é importante respeitar as 
progressões pedagógicas.
1515
Você deve estar se perguntando: o que deve ser 
ensinado nas aulas de GA? Lembre-se que os PBMs 
são base do ensino da ginástica. Então, nas aulas, 
você deve explorar esses movimentos sobre os 
aparelhos, ou criar aparelhos alternativos para que 
esses movimentos sejam vivenciados. Confira a 
seguir algumas possibilidades para o ensino de GA:
Tabela 1: O conteúdo de ensino da GA. 
PBM TIPOS SUGESTÕES
Aterrissagens
- Sobre os pés
- Sobre as mãos
- Em rotação
- Sobre as costas
Variações:
- Altura: baixa, 
média, alta
- Direção: frente, 
trás, lado, diagonal
- Posição do corpo: 
estendido, grupado, 
carpado, afastado
- Superfície
- Equipamento
Posições estáticas
- Equilíbrios
- Apoios
- Suspensões
- Equilíbrio: sobre 
os pés, quadris, 
ombros, cabeça e 
mãos
- Apoio: de frente 
e de costas, ponte, 
sentado e em pé
- Suspensão: 
alongado e in-
vertido, diversas 
empunhaduras
Variações: super-
fície, equipamen-
tos, posições do 
corpo, apoio e/ou 
empunhadura.
1616
Balanços - Em suspensão- Em apoio
Variações:
- Empunhadura: 
dorsal, mista, 
palmar, cruzada, 
cruzada e mista, 
cubital
- Posições do 
corpo: grupada, 
carpada, estendida, 
afastada
Deslocamentos
- Sobre os pés
- Em apoio
- Em suspensão
Variações:
- Sobre os pés 
(agachado, 
estendido)
- Sobre as mãos 
(em suspensão, em 
rotação, invertido)
- Sobre mãos e 
pés (variando o 
sentido)
- Em diferentes 
equipamentos
- Em outros PBM: 
em rotação, saltan-
do etc.
Saltos
- Duas pernas
- Uma perna
- Mãos
Variações:
- Sobre obstáculos
- Equipamentos
- Altura
- Posição do corpo: 
grupada, carpada, 
estendida, afastada
Rotações
- Eixo longitudinal
- Eixo transversal
- Eixo 
ântero-posterior
Variações:
- Direção (frente, 
trás, lado)
- Posição do corpo: 
grupada, carpada, 
estendida, afastada
- Apoio: cabeça, 
mãos, pés etc.
Fonte: adaptado de Nunomura e Tsukamoto (2009).
1717
É importante que o planejamento da aula contemple 
sempre um aquecimento no início e um relaxamento 
no final. Além disso, não se esqueça que as aulas 
devem ser divertidas e adequadas para cada faixa 
etária, respeitando sempre as potencialidades e 
limites de cada aluno.
Ginástica rítmica (GR)
A ginástica rítmica (GR) também é uma modalidade 
olímpica, por isso está entre as mais populares. 
Caracteriza-se, principalmente, pela combinação 
entre a execução de elementos corporais (gímnicos 
e acrobáticos), o manejo de aparelhos e o acom-
panhamento musical (TOLEDO, 2009).
A GR, como uma modalidade esportiva e de com-
petição, possui um regulamento elaborado pela 
FIG, denominado Código de Pontuação, o qual 
determina que a GR é praticada apenas pelo sexo 
feminino e as coreografias devem ser individuais 
ou em conjunto (cincoginastas) com duração 
máxima de 1m30s e 3m30s, respectivamente.
Por outro lado, é possível que a GR seja praticada 
sem fins competitivos, tanto em clubes quanto em 
escolas, e, nesse caso, as regras são reestabele-
cidas de acordo com os interesses da instituição. 
Portanto, não há limites em relação ao sexo, tempo 
de coreografia ou quantidade de pessoas. Toledo 
(2009) ressalta a importância de se incentivar a 
1818
prática nos diferentes espaços, para que a moda-
lidade seja acessível a todos. Além disso, a GR é 
uma atividade gímnica que contribui para o desen-
volvimento de capacidades físicas, habilidades 
motoras, rítmicas e artísticas.
Pode-se considerar como fundamentos da GR os 
PBMs (elementos corporais), o ritmo musical e 
o manejo de aparelhos. O manejo de aparelhos 
caracteriza-se como uma especificidade desta 
modalidade, por isso, é o principal fundamento 
da GR, em particular. A seguir, você vai conhecer 
os aparelhos oficiais e os tipos de manejos, que 
estão diretamente relacionados às características 
físicas de cada objeto. Os aparelhos são: arco, 
bola, corda, fita e maças.
Figura 5: Aparelhos da ginástica rítmica. 
Fonte: Imagem de Macrovector por Freepik. (Adaptado)
O arco, também conhecido como bambolê, é um 
aparelho circular confeccionado com conduíte, 
microfibra, madeira ou metal e possui aproxima-
http://Imagem de Macrovector por Freepik. (Adaptado) 
1919
damente 70 a 90 cm de diâmetro. A bola é feita 
de borracha, com textura lisa ou áspera, com peso 
mínimo de 400 g e 18 a 20 cm de diâmetro. A fita 
possui duas partes, que são o estilete (50 a 60cm 
de comprimento, 10mm de diâmetro) e a fita de 
seda ou cetim (entre 4 e 6cm de largura e compri-
mento máximo de 6m), unidos por um girador e um 
gancho pequenos. As maças, compostas pelo par 
idêntico, são feitas de madeira, borracha ou micro-
fibra e possuem de 40 a 50 cm de comprimento, 
pesando, no mínimo, 150g cada, constituídas por 
três partes denominadas de cabeça (uma “bolinha” 
de 30mm de diâmetro), pescoço (parte cilíndrica e 
alongada) e corpo (estrutura arredondada e maior). 
A corda é um aparelho individual, que mede o 
dobro do tamanho do praticante, com um nó em 
cada extremidade para empunhadura (CBG, 2020c; 
TOLETO, 2009).
É importante destacar-se que, nos espaços em que 
a prática não possui finalidade de competição, os 
aparelhos podem ser adaptados, inclusive, serem 
construídos conjuntamente com os alunos. Para 
isso, é necessário apresentar, por imagens ou 
vídeos, o aparelho oficial e, a partir disso, pensar 
em estratégias para adaptá-los com materiais al-
ternativos, utilizando a imaginação e a criatividade. 
Dentre algumas possibilidades estão: bambolê 
de plástico (arco), garrafa pet (maças), barbante 
2020
(cordas), papel crepom (fitas), bola de jornal e 
bexiga (bola) etc.
Agora que você conheceu quais são os aparelhos 
e suas características físicas, veja quais são os 
tipos de manejos possíveis (TOLEDO, 2009):
 y Balancear: movimento contínuo, formando a 
imagem de um semicírculo no ar (semelhante ao 
pêndulo);
 y Batidas: movimento intencional de impacto 
entre os aparelhos ou do aparelho com o solo, de 
forma ritmada (sequenciada) ou não.
 y Circundar: realizar um movimento circular (uma 
volta de 360º) com o aparelho;
 y Dobrar: criar angulações com um aparelho 
flexível, de forma a apresentá-lo em partes sobre-
postas ou não;
 y Envolver no corpo: colocar um aparelho flexí-
vel em contato com o corpo ou com suas partes, 
envolvendo-os;
 y Equilibrar: manter a estabilidade de um aparelho 
sobre um segmento corporal;
 y Espirais: sucessão de movimentos circulares 
que formam um espiral com o aparelho;
 y Formar figuras: são desenhos (geométricos, 
abstratos etc.) que se formam a partir do contato 
entre um aparelho flexível e segmentos corporais;
 y Lançar: ocorre em três fases, isto é, impulsão 
(energia advinda de algum segmento corporal para 
2121
impulsionar o aparelho), fase aérea (perda de con-
tato com o aparelho, que realiza uma trajetória no 
ar) e recuperação (retoma o contato do aparelho 
por meio de um segmento corporal); 
 y Movimento assimétrico: refere-se à movimenta-
ção de dois aparelhos, ao mesmo tempo, de modos 
diferentes (em relação ao plano, altura e direção);
 y Movimento em oito: realizar um movimento 
circular, desenhando o formato do número oito no 
ar (plano vertical ou horizontal) com o aparelho;
 y Pequeno círculos e molinetes: é um movimento 
pequeno realizado com dois aparelhos (um em 
cada mão), formando dois oitos (um com cada 
aparelho), simultaneamente, fazendo com que as 
mãos se entrecruzem;
 y Prensar: consiste em prender um aparelho entre 
dois segmentos corporais ou entre um segmento 
corporal e o chão, estabilizando-o. Geralmente é 
realizado após a execução de outro manejo, como 
forma de recuperar o aparelho, encaixando-o no 
corpo.
 y Quicar: é o ato de impulsionar, intencionalmen-
te, um aparelho contra o solo/superfície de modo 
que, no seu retorno involuntário, é novamente 
recuperado por um segmento corporal;
 y Rolar: movimento contínuo realizado por um 
aparelho em determinada superfície, seguindo uma 
trajetória intencional;
2222
 y Rotação: movimento giratório de um aparelho 
em torno do seu próprio eixo (transversal ou lon-
gitudinal), iniciado pelo impulso de um segmento 
corporal;
 y Serpentinas: movimento contínuo do aparelho 
em forma de zigue-zague, que pode ser realizado 
em diferentes planos;
 y Solturas: são perdas instantâneas de contato 
com o aparelho, que são retomadas imediatamente. 
Nesse caso, tem-se pouca amplitude de movimento 
ou uma das extremidades do aparelho mantém 
contato com o corpo.
Embora as propriedades físicas dos aparelhos 
indiquem quais as suas possibilidades de mani-
pulações e movimentos, o quadro abaixo sintetiza 
tais informações, apresentando os manejos cor-
respondentes a cada aparelho:
Tabela 2: Os tipos de aparelhos e manejos na GR. 
Manejo 
ARCO BOLA CORDA FITA MAÇAS
Aparelho
Balancear X X X X X
Batidas X X X X
Circundar X X X X X
Dobrar X X
Envolver 
no corpo X X
Equilibrar X X X
Espirais X X
2323
Formar 
figuras X X
Lançar X X X X X
Movimento 
assimétrico X
Movimento 
em oito X X X X X
Pequenos 
círculos X
Prensar X X X X
Quicar X X X
Rolar X X X
Rotação X X X
Serpentinas X X X
Solturas X X
Fonte: Toledo (2009, p. 149).
Nas aulas de GR, além de trabalhar as diferentes 
formas de manejo dos aparelhos, também é possível 
variar as estratégias de manipulação, explorando 
(TOLEDO, 2009):
 y Os eixos (transversal ou longitudinal);
 y Os planos (vertical ou horizontal);
 y A trajetória que percorre no lançar ou rolar (por 
exemplo, no ar ou solo, em linha reta, diagonal, 
círculo ou parábola etc.);
 y O local de contato (solo, segmento corporal);
 y A amplitude do manejo;
 y A posição do aparelho em relação aos planos 
anatômicos (frontal, transversal, dorsal, superior 
ou face lateral; alto, médio ou baixo).
2424
É importante, inicialmente, deixar o aluno se familia-
rizar com o aparelho e criar, de forma espontânea, 
possibilidades de manipulações e movimentos, 
para depois apresentar as técnicas de manejo 
características de cada um. Além disso, para viven-
ciar a GR de maneira integral, deve-se combinar o 
manejo de aparelhos com os outros fundamentos 
(elementos corporais gímnicos e a musicalidade), 
construindo composições coreográficas.
Ginástica acrobática (GACRO)
A ginástica acrobática (GACRO) pode ser carac-
terizada a partir de três princípios fundamentais 
(MERIDA F.; NISTA-PICCOLO; MERIDA M., 2008, 
p. 160):
 y A formação de figuras ou pirâmides humanas;
 y A execução de acrobacias, elementos de for-
ça, flexibilidade e equilíbrio para transitar de uma 
figura à outra;
 y A execução de elementos de dança, saltos e 
piruetas ginásticas como componente coreográfico.
Diferentemente das modalidades apresentadas 
anteriormente, a GACRO não está inclusa nas Olim-
píadas. Apesar disso, é uma modalidade competitivaem Jogos Mundiais e possui cinco provas oficiais, 
determinadas pelo Código de Pontuação da FIG: 
pares femininos; pares masculinos; pares mistos; 
trios (sexo feminino); quartetos (sexo masculino).
2525
A GACRO não possui aparelhos, sendo que seu 
principal instrumento é o corpo. Nesse sentido, 
os ginastas apresentam funções específicas nas 
séries, que são denominadas de base, intermediário 
e volante. Antes de entender as características de 
cada função, observe a ilustração abaixo:
Figura 6: Funções da GACRO. 
Fonte: http://ginasticaefd.blogspot.com/2010/01/funcoes-dos-
-ginastas-na-ginastica.html. (Adaptado)
Na função de base estão aqueles ginastas que 
sustentam a pirâmide e projetam os outros ginas-
tas nos elementos aéreos; o intermediário auxilia 
na sustentação e projeção, mas também realiza 
determinadas posições intermediárias, e o volante 
é o ginasta sustentado e projetado, que está no 
ponto mais alto (geralmente mais instável) das 
pirâmides. Dependendo da figura que se deseja 
formar, pode-se ter um ou mais atletas em cada 
http://ginasticaefd.blogspot.com/2010/01/funcoes-dos-ginastas-na-ginastica.html
http://ginasticaefd.blogspot.com/2010/01/funcoes-dos-ginastas-na-ginastica.html
2626
função. Nas competições oficiais, existem regras 
específicas para se estabelecer a função de cada 
atleta, sendo que altura e idade são fatores determi-
nantes (MERIDA, 2009; MERIDA F.; NISTA-PICCOLO; 
MERIDA M., 2008).
Além das funções, na GACRO também existe o 
grupo de exercícios obrigatórios que compõem as 
séries coreografadas. São eles: elementos indivi-
duais, exercícios estáticos, exercícios dinâmicos e 
exercícios combinados. Os elementos individuais 
são os exercícios que devem ser realizados por 
cada atleta, tais como: tumbling (acrobacias), 
flexibilidade, equilíbrio (dois segundos) e coreo-
gráficos. Os exercícios estáticos se referem às 
figuras (ou pirâmides) compostas pelos ginastas 
que devem durar três segundos na posição estáti-
ca. Os exercícios dinâmicos se caracterizam pelas 
pirâmides dinâmicas constituída pelas fases de 
voo, lançamentos e recepções. De acordo com a 
FIG, os elementos dos exercícios dinâmicos são 
classificados em cinco categorias (de parceiro 
para parceiro; do chão para o parceiro; do parcei-
ro para o chão; do parceiro para o chão, após um 
breve contato com o parceiro e do chão, com breve 
assistência do parceiro, para o chão novamente). 
Os exercícios combinados são a integração dos 
três elementos anteriores em uma série.
2727
Na GACRO existem dois elementos técnicos es-
senciais que parecem estar em segundo plano em 
relação à estética das acrobacias e figuras, mas 
que são essenciais para a execução correta do 
exercício e, inclusive, para a segurança dos atletas:
 y Técnicas de monte e desmonte: o monte é uma 
técnica para subir no parceiro, seja para realizar 
um movimento aéreo ou para utilizá-lo como apoio 
na acrobacia; o desmonte é a técnica de perda de 
contato com o parceiro que perpassa uma fase de 
voo. Existem diferentes possibilidades para ambos, 
mas é preciso primar pela segurança;
 y Técnicas de pegada e suporte: esse elemento 
tem relação direta com o primeiro, pois dá mais 
estabilidade e segurança na execução de figuras 
acrobáticas e no monte e desmonte. As pegas são: 
de punhos, de mãos, frontal, transversa, aperto de 
mãos, pé/mão, braços, cotovelos, de estafa (para 
lançamentos) e entrelaçada (para lançamentos). 
Observe os exemplos na figura abaixo:
2828
Figura 7: Técnicas de pegada. 
Fonte: Merida (2009, pp. 177-178).
As pirâmides podem ser classificadas de acordo 
com sua altura (MERIDA, 2009):
 y Pirâmides de solo: figuras em que o ponto de 
apoio do volante está abaixo da cintura do ginasta 
base;
 y Pirâmides de meia altura: figuras em que o 
ponto de apoio do volante está exatamente na 
linha da cintura do ginasta base;
 y Pirâmides de primeira altura: figuras em que o 
ponto de apoio do volante está na linha do ombro 
do ginasta base;
 y Pirâmides de uma altura e meia: figuras em que 
o ponto de apoio de um dos ginastas está na linha 
da cintura e o outro na linha dos ombros;
2929
 y Pirâmides de segunda altura: figuras em que o 
ponto de apoio do volante está na linha dos ombros 
do intermediário e o intermediário com ponto de 
apoio na linha dos ombros do base;
 y Pirâmides de duas alturas e meia: figuras em 
que o ponto de apoio de um ginasta está na linha 
da cintura e os outros na linha dos ombros;
 y Pirâmides de terceira altura: figuras em que o 
volante e intermediário estão apoiados na linha 
dos ombros do base.
Nas aulas de GACRO, em espaços que não têm fins 
competitivos, não é necessário seguir as regras 
estabelecidas pelas federações. No entanto, é ne-
cessário muito cuidado e atenção às orientações 
para uma prática segura. É importante enfatizar-se 
o aprendizado das técnicas de monte e desmon-
te, para que os alunos aprendam a identificar os 
lugares mais seguros de subida e descida (no 
início sempre com um colega para auxiliar), e de 
pegadas, para ter mais estabilidade.
Outro aspecto fundamental é experimentar diferentes 
bases (de diferentes apoios), deixando os alunos 
criarem a partir das suas vivências corporais e da 
forma que se sentem mais seguros. Nesse caso, 
o professor deve ficar atento e orientar os pontos 
em que os volantes e intermediários podem se 
apoiar no base, tendo em vista que determinadas 
regiões são frágeis e podem sofrer lesões graves.
3030
Para turmas iniciantes, deve-se introduzir inicial-
mente as pirâmides de solo e avançar gradativa-
mente. É possível trabalhar-se com imagens (de 
revistas, figuras geométricas etc.) e pedir que os 
alunos as reproduzam corporalmente, construin-
do, em grupos, figuras humanas. Além disso, não 
se esqueça que é necessário trabalhar os PBMs, 
pois são fundamentos básicos para se realizar 
qualquer acrobacia.
Merida F., Nista-Piccolo e Merida M. (2008) ainda 
mencionam as contribuições da prática da GACRO 
nos diferentes espaços, ressaltando que:
As características da GACRO, aqui apresentadas, 
legitimam-na como uma prática rica e altamente 
positiva para o contexto escolar e dos clubes. Isto 
porque pode oferecer inúmeras possibilidades de 
exploração motora, além de estimular as noções 
espaciais e rítmicas, as diversas capacidades físicas 
e principalmente a criatividade, tanto em relação à 
composição de figuras como à elaboração de pequenas 
coreografias. Quanto aos aspectos sócio-afetivos, 
destacamos a cooperação, a confiança em si e 
nos outros, a autonomia e o prazer que permeiam 
todo este processo. Ao inserir situações-problema 
adequadas neste contexto, permite-se que o aluno 
seja estimulado a demonstrar sua capacidade de 
resolução corporal. Desse modo, ainda que de forma 
precária, podem nascer os primeiros momentos 
3131
de prazer e alegria na prática esportiva, gerando 
sensações de sucesso que se estendem à vida 
como um todo, fato que se mostra importante 
para a formação do cidadão e relevante na atual 
sociedade (p. 177).
Ginástica de trampolim (GT)
A ginástica de trampolim também é conhecida por 
trampolim acrobático ou cama elástica. Além de 
ser uma modalidade de competição, com regras 
específicas, também pode ser utilizado como apa-
relho auxiliar na aprendizagem de elementos aéreos 
em outros esportes acrobáticos. As provas da GT 
são: trampolim individual, trampolim sincronizado, 
duplo minitrampolim e tumbling (BROCHADO F.; 
BROCHADO M, 2009).
O trampolim acrobático oficial, utilizado nas compe-
tições, tem a estrutura com bordas arredondadas, 
sendo que a rede é confeccionada com tiras ou 
cordões trançados e fixados. As regiões de salto 
são demarcadas. As molas e as extremidades 
são protegidas com colchões de segurança. Além 
disso, cada parte do trampolim acrobático possui 
medidas específicas.
Brochado F. e Brochado M. (2009) assinalam três 
conceitos técnicos pertencentes à ginástica de 
trampolim: fases do salto; formas de aterrissagens 
3232
e asposições. Os saltos, particularmente, possuem 
a fase de impulsão, fase de acrobacia e fase de 
aterrissagem. As aterrissagens permitidas são: em 
pé, sentada, em decúbito dorsal (de costas) e em 
decúbito ventral (frontal). Por último, as posições 
aceitas nos trampolins são: grupada, carpada, 
semigrupada e estendida.
É preciso muito cuidado na iniciação da modalidade, 
sendo imprescindíveis os exercícios de adaptação 
ao aparelho e de como frear o impulso. Brochado 
F. e Brochado M. (2009) sugerem como exercícios 
de adaptação: caminhar para diferentes direções 
sobre a rede, correr, fazer rolamento, saltitos em 
zigue-zague, de um pé para o outro etc.
O trampolim acrobático é um aparelho com maior 
custo-benefício e mais difícil de ser adaptado, talvez 
por isso seja uma modalidade menos acessível 
e, por isso, menos popular. Apesar disso, é muito 
divertida e prazerosa, além de contribuir para o 
desenvolvimento da coordenação motora e cons-
ciência cinestésica dos participantes.
Ginástica aeróbica esportiva (GAE)
A ginástica aeróbica esportiva (GAE) é uma mo-
dalidade de competição, regulamentada pela FIG, 
que tem como objetivo apresentar uma rotina 
coreográfica de aproximadamente 1’20’’ (com 
tolerância de mais ou menos 5s), de acordo com 
3333
a CBG (2020). Observe no quadro abaixo quais 
elementos compõem uma rotina coreográfica.
Tabela 3: A rotina coreográfica da GAE. 
ROTINA CARACTERÍSTICAS
Música
Duração: entre 1’45’’ e 1’10’’ 
(+/- 5”)
Adequação musical: a cada 
pulso, um movimento
Estilo: músicas alegres e 
dançantes
Velocidade: entre 130 e 165 
bpm
Contagem: geralmente quatro 
blocos de 8 tempos (frase mu-
sical), totalizando 32 tempos
3434
Passos básicos
Marcha: movimento suave de 
ponta-calcanhar
Corrida ou Jog: joelhos flexio-
nados, alinhados ao quadril 
(frente) e calcanhar próximo 
ao quadril (atrás)
Elevação de joelho: flexão de 
quadril 90º, joelho elevado 
e pé alinhado ao joelho da 
perna de base
Chute alto: chute realizado 
pela articulação do quadril e 
perna estendida
Polichinelo: pernas são afas-
tadas lateralmente e joelhos 
semiflexionados voltados 
para fora
Afundo ou Lunge: pernas 
afastadas em que a ponta de 
um dos pés toca atrás, frente 
ou ao lado, sendo que a perna 
da frente fica levemente fle-
xionada e a outra estendida
Chutinho ou Skip: flexão da 
articulação do quadril, joelhos 
estendidos, com a perna pou-
co elevada
Elementos de dificuldade
Grupo A – Força dinâmica: fle-
xões de braços, quedas livres, 
círculos de pernas e cortadas
Grupo B – Força estática: 
esquadros e pranchas
Grupo C – Força explosiva: 
saltos
Grupo D – Flexibilidade: espa-
catos e variedades
3535
Elevações
Elevação A: duas pessoas 
em pé e a outra elevada em 
pé, apoiada nas pernas das 
“bases”
Elevação B: uma pessoa em 
pé apoiada nas costas de 
duas pessoas em dois apoios 
(sobre os pés)
Figuras
Pose ou elementos de dificul-
dade que ocorre com um ou 
mais participantes, durante a 
rotina (início, meio ou final)
Transições e ligações
Transições e ligações inte-
gram os padrões de movimen-
tos da GAE de forma ininter-
rupta, harmoniosa e contínua. 
A transição é o movimento 
utilizado para mudar de nível 
(solo, superfície e aéreo). 
Ligações são os movimentos 
combinados que ligam uns 
aos outros.
Movimentos proibidos
São aqueles movimentos 
não característicos da GAE, 
por exemplo: de outra mo-
dalidade, rotações no eixo 
transversal e ântero-posterior, 
propulsões etc.
Fonte: adaptado de Mattos (2009).
A GAE é uma modalidade muito prazerosa que pode 
ser facilmente aplicada em diferentes espaços, 
pois não exige nenhum aparelho específico. Além 
disso, combina diferentes elementos (musicalidade, 
figuras, movimentos de força e flexibilidade e cria-
tividade) que contribuem para o desenvolvimento 
cognitivo, afetivo e motor dos praticantes.
3636
Ginástica para todos (GPT)
A ginástica para todos (GPT), diferentemente das 
demais, não possui códigos de pontuação, por isso 
caracteriza-se como uma prática, essencialmente, 
demonstrativa, uma vez que é livre de regras e tem 
como foco a criatividade coletiva. Nesse sentido, 
a utilização de aparelhos, a quantidade de parti-
cipantes, a vestimenta, o estilo musical, a faixa 
etária e as habilidades não são pré-determinadas 
(TOLEDO; TSUKAMOTO; GOUVEIA, 2009).
É difícil estabelecer um conceito único e/ou con-
sensual para a GPT, já que o objetivo é, de fato, 
não estabelecer limites. Apesar disso, Toledo, 
Tsukamoto e Gouveia (2009) estabelecem os 
fundamentos que caracterizam a GPT:
 y Base na ginástica: é o fundamento que ca-
racteriza a GPT como uma modalidade gímnica. 
Nesse sentido, as aulas ou as coreografias devem 
apresentar movimentos específicos, que podem 
ser realizados com ou sem aparelhos;
 y Composição coreográfica: a criação de um 
“produto” é valorizada como síntese do processo 
e, ao mesmo tempo, como forma de motivar os 
praticantes. A composição geralmente parte de 
um tema, que orienta todo o processo;
 y Estímulo à criatividade: a ausência de regras 
pré-estabelecidas favorece a criatividade dos par-
3737
ticipantes que, coletivamente, decidem a música, 
o material, a vestimenta, os movimentos etc.
 y Número indefinido de participantes: o que de-
termina a quantidade de participantes é o espaço 
disponível para a prática e os objetivos do grupo. A 
GPT valoriza muito a relação interpessoal e a troca 
de experiências na construção do conhecimento.
 y Liberdade de vestimenta: não existe uma ves-
timenta específica, desde que seja segura e não 
impeça a movimentação do corpo; 
 y Uso de materiais: embora não seja obrigatório, 
a utilização de materiais (convencionais e alter-
nativos) amplia as possibilidades de expressão e 
movimentação, o que também permite a construção 
de novos significados.
 y Diversidade musical: não há especificação das 
características musicais, exceto pelo tempo da 
coreografia (máximo de 5 min.), então, a escolha 
da música pode estar relacionada tanto ao gosto 
ou aspectos culturais do grupo, quanto ao tema da 
coreografia ou do evento que vai participar;
 y Inserção de elementos da cultura: ao mesmo 
tempo que o grupo se apropria da cultura por meio 
da GPT, também expressa os costumes, linguagens, 
gestos, regras, concepções de mundo, de corpo e 
de ginástica, que vão são construídos em conjunto, 
formando a identidade do grupo.
 y Não competitividade e favorecimento da inclu-
são: apesar de existir algumas competições de GPT, 
3838
previstas pela FIG, a sua principal característica é 
a não competividade que favorece a participação 
de todos, independente da classe social, idade, 
sexo, nível de habilidade, etnia etc.
 y Formação humana: a GPT, quando direcionada 
a um trabalho inclusivo, coletivo, democrático e 
criativo contribui para a formação humana, desen-
volvendo a responsabilidade, cooperação, respeito, 
solidariedade, confiança, criatividade etc.
 y Prazer pela prática: as características da mo-
dalidade (sociabilidade, criatividade e inclusiva) 
já favorecem o sentimento de prazer pela prática, 
além disso, também permitem vivências motoras 
desafiadoras, sentimento de pertencimento a um 
grupo, construção de amizades, apresentações etc.
 
O Grupo de Ginástica de Diamantina (GGD) é um proje-
to de extensão universitária muito conhecido entre os 
praticantes da GPT pelo seu caráter político e democrá-
tico nas construções coreográficas, problematizando 
questões sociais e desvelando a realidade do Vale do 
Jequitinhonha, onde se constituiu.
O GGD foi criado em 2011 e é composto por adultos da 
comunidade de Diamantina, docentes e universitários 
da UFVJM (Universidade Federal dos Vales do Jequiti-
nhonha e Mucuri).
SAIBA MAIS
3939
Fonte: https://ggdufvjm.wixsite.com/ggdufvjm/projeto
Veja uma das coreografias apresentadas pelo grupo no 
Fórum Internacional de GPT: https://www.youtube.com/
watch?v=Y0vzZShq6_Y.
Como você pôde perceber, a GPT é uma modali-
dade que permite a vivência plena da ginástica, 
trabalhandoobrigatoriamente os seus fundamen-
tos, seja através dos PBMs, seja por meio de uma 
modalidade em particular (como a GR, GA, GACRO), 
mas tudo de forma livre, democrática, inclusiva, 
criativa, formativa e prazerosa.
Parkour
A discussão acerca da federalização do parkour, em 
2017, pela FIG, como uma ginástica competitiva, 
tem causado muita controvérsia e debate sobre 
esse assunto. Neste e-book o parkour não será 
aprofundado, visto que priorizamos as modalidades 
gímnicas consolidadas e mais populares.
 
Você poderá conhecer mais sobre o parkour no texto 
indicado abaixo, de autoria de Pereira, Honorato e Auric-
chio, que discute um pouco da trajetória do parkour até 
sua federalização como ginástica competitiva:
SAIBA MAIS
https://ggdufvjm.wixsite.com/ggdufvjm/projeto
https://www.youtube.com/watch?v=Y0vzZShq6_Y
https://www.youtube.com/watch?v=Y0vzZShq6_Y
4040
https://periodicos-des.cecom.ufmg.br/index.php/licere/
article/view/19690.
https://periodicos-des.cecom.ufmg.br/index.php/licere/article/view/19690
https://periodicos-des.cecom.ufmg.br/index.php/licere/article/view/19690
41
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A junção dos conhecimentos abordados neste 
e-book permitiu que você compreendesse os fun-
damentos das modalidades gímnicas e, ao mesmo 
tempo, como é possível ensiná-los em espaços 
com diferentes finalidades e estruturas.
Os PBMs constituem a base de todas as ginásti-
cas, por isso, é fundamental abordá-los ao longo 
do seu processo de ensino-aprendizagem. Todas 
as modalidades possuem fundamentos que as 
diferenciam, de forma explícita, das demais, por 
exemplo: a GA é execução de habilidades sobre 
aparelhos de grande porte, a GR envolve o manejo 
de aparelhos, a GACRO é a construção de figuras e 
pirâmides humanas, a GT é a execução de saltos 
e acrobacias no trampolim, a GAE se refere aos 
movimentos aeróbicos complexos e ritmados e 
a GPT está relacionada à criatividade e ao prazer 
pela prática, livre de regras e padronização.
Nas aulas de ginástica, independentemente do 
espaço, é necessário verificarmos as medidas de 
segurança e respeitar a progressão pedagógica de 
cada habilidade. Além disso, é importante pensar-
mos em estratégias de adaptação dos aparelhos 
oficiais, construindo-os com materiais alternativos 
(não convencionais) para que os alunos tenham 
acesso e possam experimentar diferentes práticas 
gímnicas.
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	Os diferentes tipos de ginásticas desenvolvidas: do ambiente escolar ao clube
	Considerações finais
	Referências Bibliográficas & Consultadas