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DO AUTOR DO BEST- SELLER “GOMO FALAR CORRET AMENT E E SEM INIBIÇÕES” OlltO r ✓ P A R A A D V O G A D O S E EST UDANT ES DE DIREIT O P t l í Editora P S a r a iví ORATÓRIA PARA ADVOGADOS I: ESTUDANTES DE DIREITO Re ina ldo Polito, além de desta cado especialista no ensino da expres são verbal, projetou- se no Brasil e no mundo como autor das melhores e mais procuradas obras sobre a arte de falar em público. Seus livros, c| ue somados atingiram centenas de edições e mais de um milhão de exemplares, perma neceram longos períodos nas listas dos mais vendidos, foram aprovados por rigorosos programas educacionais do governo e adotados pelas mais impor tantes instituições de ensino do país. Seu estilo simples, direto e bem- humorado envolverá você desde as primeiras páginas, motivando- o ao apri moramento de suas habilidades de co municação. Você lerá com prazer Oratóriapara adivgados t estudantes de Direito e hcará tão satisfeito cjue passará a usá- lo como obra de consulta permanente. P A R A A D V O G A D O S E E ST U D A N T E S D E D I R E I T O Editora Saraiva ISBN 978- 85- 02- 07121- 6 C o p y r ig h t © R e in a ld o P o li to , 2 0 0 8 D ire ito s d e s ta e d iç ã o : S A R A IV A S .A . — L iv re iro s E d ita re s , S ão Pau lo . T o d o s o s d ir e ito s re s e rv a d o s G e re n te e d i to r ia l: R og é r io C a r lo s G a s ta ld o d e O liv e ira A s s is te n te e d i to r ia l e p re p a ra ç ã o d e te x to : K a n d y S ga rb i S a ra iva A u x il ia re s d e s e rv iç o s e d i to r ia is : A n d ré ía Pe re ira R u te d e B rito R evisão : P ed ro C unha Jr. (coo rd .) A lb e r t in a P iva R ita G o rga ti C o n s u lto r ia ju r íd ic a e re v is ão té c n ic a : J ô n a ta s Ju n q u e ira d e M e llo G e rê n c ia d e a r te : N a ir d e M e d e iro s B a rbosa P ro je to g rá f ic o e d ia g ram a ç ã o : U lh o a C in tra C om u n ic a ç ã o V is ua l C apa : C om m c e p ta D e s ig n Ilu s t ra ç õ e s : A d o la r Dados Internacionais de Catalogação na Publicação ( CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Polito , R e ina ldo O ra tó ria pa ra ad vogados e es tu dan te s de D ire ito / R e ina ldo Polito. — S ão Paulo : Sa ra iva , 2008. B ib lio g ra fia . ISBN 978 -85 -02 -07121 -6 1. F a la rem púb lico 2. L in g ü ís t ic a fo ren se 3. O ra tó ria fo ren se I. T ítu lo . 0 8 -0 4 5 74 CDD -808 .51 I ridice para catálogo sistemático: 1. O ra tó ria pa ra ad vogados : R e tó rica 808.51 ano: 2011 20 1 0 20 0 9 2008 tiragem : 4 3 2 1 ca E d i t o r aSara iva A v . M a r q u ê s d e S ã o V ic e n te , 1 6 9 7 - C E P 0 1 1 3 9 -9 0 4 - B a r ra F u n d a - S a o P a u lo - S P T e l. : P A B X (0 * * 1 1 ) 3 6 1 3 - 3 0 0 0 - F a x : ( 0 * * 1 1 ) 3 6 1 1 - 3 3 0 8 T e ie v e n d a s : ( 0 * * 1 1 ) 3 6 1 3 - 3 3 4 4 - F a x V e n d a s : ( 0 * * 1 1 ) 3 6 1 1 - 3 2 6 8 A te n d im e n t o a o p r o f e s s o r : ( 0 * * 1 1 ) 3 6 1 3 - 3 0 3 0 G r a n d e S ã o P a u lo 0 8 0 0 - 0 1 1 7 8 7 5 D e m a is lo c a l id a d e s w w w .e d i t o r a s a r a i v a . c o m .b r - E -m a i l : a te n d p r o f@ e d i t o r a s a r a iv a . c o m .b r http://www.editorasaraiva.com.br mailto:atendprof@editorasaraiva.com.br De d ic o e s ta o b ra aos m e us p r im o s e am ig o s L u is A lb e rto C ab au e R e n ato E d u a rd o Saes. Agradecimentos À m inha mulhe r , Mar le ne T he odoro, que , de sde a pr ime ira e d ição d a obra que de u or ige m a este livro, le u incans ave lme nte ca da p ág ina e, com s ua s e ns ib ilidade , v is ão e conhec ime nto, suge r iu modificaçõe s s e mpre opor tunas e e nr ique ce doras . Suas pe squis as , pr inc ipa lme nte t r aduzindo obras e m inglês e francês, pe rmit ir am in cluir neste livro o que exis te de mais a va nça do na c om unic a ção em todo o m undo . Ao Professor Os w a ldo Me lantonio, e m que m se ins pir ou m i nha a t iv idade profiss ional. Ao Professor Ja iro De l Santo Jorge , pe la co laboração com que sempre conte i para aplicar me us es tudos e pe squisas e m sala de aula. A Rogér io Gas ta ldo , Ge re nte Editor ia l de Lite ra tura Juve nil, Paradidát icos e Interesse Ge ra l d a Edito ra Sa ra iva , pe lo cr itér io p r o fis s ional e e fic iente com que te m p la ne ja do os me us livros. A fonoa ud ióloga S ôn ia Corazza , que há tantos anos enr ique ce o nos s o Curs o de Expre s s ão Verbal com s uas aulas admiráve is , pe la ge ntileza de ter re visado o capítulo sobre voz. À Dra. Le ny Kyrillos , u m a das maiore s especialis tas no e ns ino e no t ra tame nto de voz e m todo o país , pe las opor tuna s suges tões . À Profe ssora Ed na Mar ia Ba r ian Perrotti, pe la fo rma eficiente e muito compe te nte com que te m pa r t ic ipado na re visão e o rganiza ção dos livros que te nho publicado. Ao Dr. Jôna ta s Junque ir a de Me llo, pe las exce lentes suges tões sobre a prát ica jud ic iár ia . Ao Dr. Rube ns Ca lix to , que a va liou este livro com a e x pe r iên cia de mais de quinze anos c om o magis trado. 7 Ao Dr. Edils on Mouge no t Bonfim, jur is ta, profes sor e escr itor r e noma do , po r ter ana lis ado este livro sob a luz da s ua admiráve l compe tênc ia n a áre a do Dire ito. Ao Dr. Jos é P aulo Magano , ju iz de Dire ito e m São P aulo , pe la le itura cr ít ica e pe las suges tões que fez a es ta obra. 'alavra! Prefácio No pr inc íp io e ra o Ve rbo, e o Ve rbo e s tava com De us. E o Ver b o e ra De us . A pr ime ira e a ma is for te re fe rência à força da pa lavra apare ce na Bíb lia . A t r ans fo rmação do ve rbo e m De us de no ta que a pa lavra é a grande he rança da h um a n ida de . So b o impér io d a p a lavra — ora l, escr ita —• for jaram- se as c iv ilizações , expandiram- se as cuíturas , dis s e minaram- se os valores , escreveram- se as his tór ias dos povos . Co m a pa lavra , cons truíram- se os c aminhos da Gue r ra e d a Paz. Pe la pa la vra , firmaram- se as bas e s do Amor , d a Ve rdade , d a Jus t iça , do Pe rdão, da Ca r idade , do Civis mo, d a Cida da n ia , da Fé e da Es pe rança. Ar is tóte les dizia que s ome nte o home m , entre todos os a n i mais , poss ui o d o m da pa lavra ; a voz ind ica tão- só dor e praze r, e por essa razão n ão foi outo rga da aos outros a nima is. A pa lavra , con tudo, te m a fina lidade de faze r e nte nde r o que é útil o u pre judic ia l, o que é jus to e injus to. Faço essas pr ime iras re fe rências pa r a ate s tar a im po r tânc ia de s ta obra que te nho a s at is fação de pre fac ia r e que , fund a m e n ta l me nte , trata do do m ín io da pa la vra : O r a t ó r ia p a r a a d v o g a d o s e e s tu d an t e s d e D ire ito . A pa la vr a exerce e x traordinár io pode r . E o me c an is mo bás ico que , a g indo nos he mis fé r ios cerebrais , a jus ta o ser h um a n o a o me io ambie nte e à v ivênc ia social: c ond ic iona , provoca re açõe s , induz, s e duz, mot iva , suge s tiona, h ipnot iza , inte gra, ha rmoniza , d á s e gu rança. A pa r da carga ps icos s omática que traz pa ra o e quilíb r io do ser hum a no , a pa la vr a pre e nche os ciclos d a his tór ia c om as idéias , os valores e os pr inc íp ios que funda m e nta r a m as conquis tas das ci- 9 Re inaldo Polito viiizaçõe s e que pos s ibilita ram avanços e de scobe r tas e m todos os c a m po s do conhe c ime nto unive rs al. A his tór ia d o h o m e m é, por ass im dizer , a própr ia his tór ia da e vo luçãoda pa lavra . Na Ant iguidade , a pa lavra e x pr im ia g r a nde za e e ra s obe rana, Era for te a expre ss ão de De mós tene s (384- 322 a.C.), grande orador e polít ico grego, na Agora. Era incande s ce nte a loc ução de Cíce ro (106- 43 a.C.), no Fórum romano; foi de incr íve l be le za a s ona ta de a mor d itada por Cr is to no Se r m ão d a Monta nha : “Be m- ave nturados os que têm fome e sede de jus t iça ”. As pla té ias da Ant igu ida de se e mbe ve c iam e se e ncantavam c om a ar te dos grande s mes tres da pa lavra . O Es tado- Cidade de u lugar ao Es tado- Nação. Para a tende r aos m ilhõe s de c idadãos e s pa lhados pe los ma is dis tante s lugares, a pa la vra e x pa nd iu s uas fronte iras, ga nho u força com a inve nção da impre ns a e, ass im, a c o m p a nha nd o os pas sos do te mpo, che gou às o nda s do r ád io e da te levisão. Mas , a o longo de todos os ciclos e volutivos , ja m a is de ix ou de ter pape l pre ponde rante na tess itura dos fios d a Flis tór ia. Da me s ma forma que no pas s ado, nes tes noss os te mpos de c om un ic a ção e le trônica, a pa la vra cont inua a exercer e x traord inár io pode r de s e dução, pr inc ipa lme nte q uan d o se a m p a r a nos atr ibutos centrais da b o a oratór ia. E que atr ibutos s ão esses? Qua is as condiçõe s , as técnicas , os mé todos , os processos , os recursos , e nfim, qua l é o apara to ne ce s s á r io pa r a obte r sucesso jun to às ma is dife rentes e exigentes pla té ias? A re spos ta se es tende pe las pág ina s de s ta obra de autor ia do Re ina ldo Polito, o ma io r espe cia lis ta bras ile iro no e ns ino sobre a ar te de fa lar e m público. Aqu i e s tá, ve rdade irame nte , a Bíb lia d a Ora tór ia par a a d v o gados , e is que apre s e nta abrange nte conte údo sobre o d o m d a p a lavra e que s tõe s mais específicas , ine rentes a o m únus advocatíc io . Os treze capítulos , dis tr ibuídos de fo rma d idát ica e h a r m ôn ic a pe las duas par tes des te livro, cons titue m o mais de ns o e qua lificado c o n jun to de informaçõe s , or ie ntaçõe s e re flexões sobre a ar te de fa la r e m público. Trata- se de le itura obr iga tór ia pa ra o advogado. Luiz Flávio Borges D ’Urso A d v o g a d o cr im in al i st a, m est r e e d o u t o r p el a U SP e p r esi d en t e da O r d em d o s A d v o g a d o s d o B r a si l - Sec ç ã o d e São Pa u l o 1 0 Sumário Agrade cime ntos .................................................................................... 7 Pre fácio ..................................................................................................9 P ouco mais de duas pa lavras ........................................................ 17 I a P A R T E - A t r i b u t o s d a b o a o r a t ó r ia d o a d v o g a d o In t r o d u ç ã o - P o r q u e s e t o r n a r u m a d v o g a d o c o m d o m í n i o d a o r a t ó r i a.................................................................. 23 C a p í t u l o 1 - A c r e d ib i l id a d e ................................................ 27 N a t u ra lid ad e .................................................................................... 29 E m o ç ão e e n v o lu im e n t o ................................................................ 33 Im a g e m b e m c o n s t r u íd a.................................................................. 35 C o n h e c im e n t o e au t o r id a d e s o b re o assunto ..............................36 C o n f ia n ç a.......................................................................................... 41 Co m o com bate r o m e do de falar e m p úb lic o .................................. 44 O m e do n ão d e s ap are c e.................................................................. 45 C o e rê n c ia e c o n d u t a p e s s o a l e x e m p la r........................................ 45 C a p í t u l o 2 - A v o z .................................................................... 48 A r e s p ir a ç ão.......................................................................................49 O f u n c io n a m e n t o d o a p a re lh o f o n a d o r ........................................ 51 A n os s a v oz , u m a d e s c o n h e c id a.................................................... 51 A p r e n d a a c o lo c a r a v oz ................................................................ 51 P r o n u n c ie b e m as p a la v ras ............................................................ 53 A jus te o v o lu m e ...............................................................................56 E n c o n t re a s ua v e lo c id a d e.............................................................. 58 A lte rn e o v o lu m e e a v e lo c id a d e.................................................... 59 1 1 Re inaldo Polito P o n h a ê n fas e nas pa/auras ............................................................ 61 Pronunc iar a palav ra com m ais ou m e nos in t e n s id ad e....................62 Pronunc iar mais pau- sa- da- men- te as s ílabas da palav ra ................62 De s tacar a palav ra entre pausas ...................................................... 63 A p a u s a n a c o m u n ic a ç ã o................................................................ 63 O q u e f a z e r c o m o s o t aq u e ............................................................ 64 M in h a e x pe riênc ia pe s s oal .............................................................. 65 S o taque inte riorano e cre dibilidade ................................................ 66 O risco de com prom e te r a naturalidade .......................................... 67 Qu an d o o s otaque de v e ser e lim inado ............................................ 67 • A com pre e ns ão da p r o n ú n c ia...................................................... 68 • O efe ito da av aliação dos ouv inte s .............................................. 68 • A pos s ibilidade de res is tência dos ouv inte s .................................. 68 • Entre tanto......................................................................................69 Co m o agir no contato com pessoas de outros p aís e s........................ 70 Um cons e lho f in al s obre o s otaque ................................................ 70 C o m o us ar b e m o m ic ro fo n e ........................................................71 Microfone s colocados em pe des tais ................................................ 72 Co m o segurar o m ic rofone ............................................................ 73 Microfone s de la p e la........................................................................ 74 C a p í t u l o 3 - 0 v o c a b u lá r io ..................................................76 A u t o m a t is m o d a f a la e o p ilo t o au t o m át ic o ................................ 77 Os conce itos do autom at is m o da fala e do p ilo to autom ático apre s e ntam dife renças ace ntuadas ..................................................78 T odos nós estamos suje itos ao p ilo to autom át ico ............................ 80 Co m o e s capar do p ilo to a u t o m át ic o................................................ 82 • E se você não quise r ou não p ud e r inve rte r a o rde m ? ................83 Pagando pe la conce ntração — um a ane dota p ara de s contrair ........84 Para incorporar palav ras ao autom atis m o da fala é preciso prat icar . 85 Co m o a m p lia r o v o c a b u lá r io.............................. ............................86 O p a la v r ão e a g ír ia ........................................................................90Os t e rm o s in c o m u n s........................................................................ 92 O v o c ab u lár io t é c n ic o......................................................................93 O c h a v ão e as f ras e s v u lg are s ........................................................95 O s t iq ue s e os v íc io s........................................................................96 Um a his tória s obre o uso ad e quado da palav ra .............................. 98 1 2 Sumár io C a p í t u l o 4 - A e x p r e s s ã o c o r p o r a l ........................................99 O c u id a d o c o m as r e g r a s.............................................................. 100 O p ro c e s s o n a tu ra l d a g e s t ic u la ç ão.............................................. 100 Os d o is m aio re s e rro s d a g e s t ic u laç ão ........................................ 101 A aus ênc ia de ges tos .................................................................. 101 O ex cesso de ge s t iculação .......................................................... 101 A t it ud e s d e s a c o n s e lh áu e is............................................................ 101 A b o a e x p re s s ão c o rp o ra l p a ra f a l a r............................................ 104 Faça um ges to p ara cada info rm ação pre dom inante na frase ........104 N ão te nha pressa d e voltar à posição de a p o io.............................. 105 Ges ticule com os braços ac im a da linha da c in t u r a........................ 106 Faça o m ov im e nto a part ir d o o m b ro.............................................. 106 V arie os gestos .............................................................................. 107 V arie a pos ição de a p o io................................................................ 108 M arque o ritm o da fala com os braços na f re nte d o corpo ............108 Es tabe le ça um s inc ronis m o harm on ios o e ntre o gesto, a v oz e a m e ns age m .................................................................................... 109 Pos icione- se naturalm e nte s obre as duas p e r n a s............................109 Use o s e m blante para se c om unic ar com m ais e x pre ss iv idade . . . 110 Olhe para os o u v in t e s.................................................................... 111 C o m o f a la r s e n tad o ...................................................................... 112 C a p í t u l o 5 - A a p a r ê n c i a...................................................... 117 D ú v id a s q u a n t o à r o u p a p ro v o c a m in s e g u r a n ç a........................118 Vis ta- se d e ac o rd o c o m s u a a t iv id ad e p ro f is s io n al ....................118 C o n s id e re a f o r m a lid a d e d a c ir c u n s t ân c ia.................................. 120 L e v e e m c o n ta a é p o c a e m q u e v o c ê u iv e ................................ 122 De ta lh e s q u e f a z e m a d if e r e n ç a.................................................... 122 C o r ....................................................................................................122 M e ia s ................................................................................................ 123 Acessórios .......................................................................................124 Óc ulos .......................................................... .......................124 Veja tudo com ante ce dênc ia ........................................................... 125 Entre com se u es tilo ....................................................................... 125 S iga seu c a m in h o............................................................................. 126 U m a h is to r in h a p a ra e n c e r r a r......................................................... 126 Re s umo ..............................................................................................128 Exercícios de fixação ........................................................................131 Respos tas dos exercícios de f ix a ç ã o ............................................ 135 1 3 Re inaldo Polito 2~ P A R T E - T é c n ic a s d e a p r e s e n t a ç ã o e a s c i r c u n s t â n c ia s e s p e c ia is C a p í t u l o 6 - P l a n e j a n d o a p r e s e n t a ç õ e s ........................141 In ic ie c o m os c u m p r im e n t o s ........................................................ 141 C o n q u is t e........................................................................................ 142 In f o r m e s o b re o q u e uai f a la r ...................................................... 143 Faça u m re t ro s p e c to o u le v an te u m p ro b le m a re lac io n ad o co m o t e m a ............................................................................................144 In d iq u e as p art e s q u e p re te n d e c u m p r ir n o d e s e n v o lvim e n to d o as s un t o ...................................................................................... 144 A p re s e n te o as s un t o c o m ar g u m e n to s e d e f o r m a c o n c a te n a d a 144 A o rd e m d o s a rg u m e n to s q u e d e v e s e r u t iliz ad a p e lo a d v o g a d o 145 O c u id a d o c o m o s e x c e s s o s.......................................................... 145 R e fu te p o s s ív e is o b je ç õ e s..............................................................148 O m o m e n t o e m q u e o a d v o g a d o d e v e re fu tar ..........................150 A s fo rm as de r e f u t a r...................................................................... 150 A re futação de acordo com a qualidade dos argum e ntos ..............151 R e c a p it u le e m u m a o u d u a s f ras e s o q u e a c a b o u d e d iz e r . . 152 E n c e r re c o m in fo rm aç õe s c ons is te nte s , q u e p o s s am lev ar à re f le x ão o u à a ç ã o............................................................................ 152 N o Tr ib u n a l d o Jú r i ........................................................................ 152 C a p í t u l o 7 - R e c u r s o s a u d io u is u a is ................ ..............154 C u id a d o c o m o e x a g e r o.................................................................. 155 Q u a n d o us ar u m v is ual .................................................................. 156 C o n t e c o m os recursos u is u a is........................................................ 156 D e z re g ras b ás ic as p a ra p ro d u z ir u m b o m v is u a l........................157 O r ie n t a ç ão p a r a p ro je t a r b e m o u is u a l.......................................... 159 C a p í t u l o 8 - T é c n ic a s d e a p r e s e n t a ç ã o...........................161 A p r e n d a a f a la r d e im p ro v is o ........................................................ 161 Fale antes s obre um assunto de seu d om ín io ..................................162 • Outras funçõe s d o as s unto de apo io ............................................ 164 T am bém serue para o im prov is o .................................................... 165 A p r e n d a a le r e m p ú b lic o .............................................................. 165 Mante nha contato uisual com os o u v in t e s........................................ 166 Mante nha o p ape l na altura corre ta ................................................ 166 1 4 Sumário Faça pouc os g e s to s........................................................................ 167 Faça m arcaçõe s ............................................................................ 167 E se você t re me r?.......................................................................... 167 N ão se canse de t re in ar.................................................................. 168 Situações e m que a le itura é re com e ndáv e l .................................. 168 R e c u rs o s d e a p o io.......................................................................... 170 C a p í t u l o 9 - F a la s c i r c u n s t a n c ia is .................................... 173 C o m o faz e r u m a h o m e n a g e m...................................................... 173 Co m o ag rad e c e r u m a h o m e n a g e m ............................................ 176 C o m o faz e r u m d is c u rs o d e d e s p e d id a ...................................... 178 C o m o ap re s e n tar u m o r a d o r........................................................ 180 C o m o e n t re g ar u m p r ê m io .......................................................... 182 Ou t ra h is tór ia p a r a e n c e rra r ........................................................ 184 C a p í t u l o 1 0 - C o m o f a l a r c o m a i m p r e n s a..................186 O in íc io é d if íc il p a ra q u as e t o d o s .............................................. 186 O jo rn alis t a d e s e ja ap e n as f a z e r b e m o s e u t rab a lh o ................189 R e c e b a b e m o jo rn a lis ta . ............................................ 190 C a p í t u l o 1 1 - C o m o f a l a r c o m jo r n a l is t a s d a im p r e n s a e s c r it a ...................................................................... 192 P re p are as in fo rm aç õe s c o m an te c e d ê n c ia ................................ 192 Co n u e rs e n a t u ra lm e n t e ................................................................ 192 F a le c o m e n tus ias m o , e n v o lv a e até a ju d e o jo r n a list a ..............193 S ó f a le o q u e d e s e jar v e r p u b l i c a d o............................................ 195 T e n h a c u id a d o c o m as in f o rm aç õe s e m o f f ................................ 197 F iq u e a t e n t o.....................................................................................197 N ão in v e n te re s p o s t as.....................................................................198 E s c o lh a b e m a ro u p a .................................................................... 198 Não abo rre ça o re pórte r d e p o is d a e n t re v is t a................................199 C a p í t u l o 1 2 - C o m o f a l a r n o r á d i o...................................... 200 Pre pare - s e p a ra a e nt re v is ta ............................................................ 201 N ão p e rc a t e m p o c o m c u m p r im e n t o s e ag rad e c im e n to s d e m o r a d o s.......................................................................................... 202 Ouça c o m a t e n ç ão as p e r g u n t a s...................................................... 202 E v ite d a r o p in iõe s c o m p r o m e t e d o r a s..............................................202 1 5 Re inaldo Polito Fale s obre a im portânc ia do as s u n t o.................................................. 202 Es clareça p o r que n ão p od e dar s ua o p in ião...................................... 203 R e v e le s e u inte re s s e p e lo be m - e s tar s oc ia l .................................... 203 A b o r d e a q u e s t ão p e lo lad o p o s it iu o .............................................. 204 C a p í t u l o 1 3 - C o m o f a l a r d ia n t e d a s c â m e r a s d e t e le v is ã o .................................................................................... 205 C o n h e ç a o p r o g r a m a........................................................................ 205 Situe- se d e p o is d e c h e g ar à e m is s o r a .............................................. 206 Es colha a ro u p a c o n v e n ie n t e p a ra te le v is ão ..................................208 C o m u n iq u e - s e c o m n a t u ra lid ad e d ian te d as c â m e r a s..................2 0 9 M a n t e n h a o e q u ilíb r io e m o c io n a !.................................................... 210 R e p it a o q u e q u is e r d e s t a c a r............................................................ 213 Pre p are - s e p a r a e n c e r r a r.................................................................. 213 E n s a ie b a s t a n t e..................................................................................2 1 4 Re s umo .............................................................................................. 215 Exercícios de fix ação ........................................................................2 2 0 Res pos tas dos exercícios de f ix a ç ã o ................................................ 223 Propos ta de traba lho ........................................................................2 2 5 Que s t ionár io de auto- avaliação ......................................................2 2 8 Pos fác io .............................................................................................. 231 índice o n o m ás t ic o ..............................................................................2 3 7 Bibliogra fia ........................................................................................23 9 De po ime ntos sobre o resultado do trabalho do Prof. Re ina ldo P o lit o ....................................................................243 Re ina ldo Polito .................................................................................24 5 1 6 Pouco mais de duas palavras Me u conta to com os advogados re monta a décadas . Durante toda m inha v ida c om o professor de ora tór ia , minis tre i aulas pa ra profiss ionais d a áre a do Dire ito. T e nho s ido contratado pe los m a io res e mais importante s escr itór ios de advocac ia do país , por grupos de promotore s de jus t iça, juizes , procuradore s e s taduais e federais , advogados que pre cisam de fe nde r t raba lhos acadêmicos — como disse rtações de me s trado, teses de douto rado , de cáte dra — o u par tic ipar dos mais dife rentes concursos ofe re cidos para a s ua carre ira, unive rs idades de pra t icame nte todos os Es tados , o u es tudante s que de se jam entrar e m faculdade s de Dire ito que e x ige m exames orais pa ra a aprovação dos candida tos . Entre as inúme ras pales tras que minis tre i, entre tanto, há um a e m particular que foi muito marcante . Fui conv idado para ministrá- la e m Ca m p o Grande , MS, no Ce ntro de Conve nçõe s Rube ns Gil de Camillo , para um a pla té ia de advogados e es tudante s de Dire ito. O fato cur ioso é que , a lém d a pales tra, tive a honra de pres idir o mais espe tacular e be m organizado concurso de ora tór ia de advogados que já presencie i. T odas as faculdade s de Dire ito do Mato Gross o do Sul realizaram concursos inte rnos e e nvia ram os doze vencedore s para um a se mifina l que escolheu os cinco finalis tas. O concurso foi re alizado logo após a m inha pales tra. Co m o pre s idente da mesa ju l gadora, foi e moc ionante obse rvar que , e mbora todos tivessem exce lentes qua lidade s oratór ias , o ve nce dor foi aque le que cons e guiu aliar a técnica ao seu própr io estilo de comunicação. Essa característica e ncantou não só a pla té ia que lo tou aque le grande auditór io como os 1 7 Reinaldo Polito jurados responsáve is pe ia ava liação final. E, como você irá notar , essa qua lida de da comunicação, que a lia a técnica ao estilo pessoal, se rá o aspecto ma isde s tacado e m todos os capítulos deste livro. Este livro advém da obra S e ja u m ó t im o o rad o r e foi totalmente re formulado e a daptado pa ra ser us ado pre fe rencialmente pe los pro fiss ionais da áre a do Dire ito. A par tir de agora, você va i ler e es tudar os capítulos que o aux ilia rão a ter domín io da oratór ia. Es tá e m suas m ãos o me s mo curso que minis tro há tr inta anos , preparando milhares de advogados para falar e m público de forma cone ta e eficiente. O obje t ivo deste livro, p re pa rado a par tir de conceitos tes tados na prática , é ajudá- lo a apr imorar a habilidade de falar nas s ituaçõe s ma is freqüentes à a tua ção do a dvogado , como no conte nc ioso, na m e d ia ção , na conc iliação ou até me s mo e m um a pales tra e m p úb li co, pa ra que pos s a de s e mpe nhar s ua a tiv idade profiss ional de forma mais segura e e ficiente . De po is de e s tudar os diversos capítulos , você e ncontra rá exer cícios de fixação, com respostas, que vão auxiliá- lo a as s imilar e reter to da a maté r ia abordada ; um a propos ta de traba lho, que pos s ibili ta rá pôr e m prática, a partir de exercícios s imples, todos os conce i tos apre ndidos ; e um que s t ionár io de auto- avaliação, pa ra que você pos s a me dir s ozinho tanto o que re alme nte foi as s imilado q ua n to os tópicos que precisam ser revistos. As ilus trações foram e laboradas com a fina lidade de da r a inda ma is leve za ã obra e tornar seus capítulos claros, d idát icos , are jados e atraentes . Embora todas e las se jam impor tante s no conjunto deste tr aba lho, as que tratam d a expressão corpora l s ão mais nume ros as e pos s ue m re le vânc ia especial, po rque esclarecem r apidame nte o s ig nificado dos conce itos apres entados . Le ia com a te nção c ada pág ina deste livro, re flita sobre os con ceitos que for e ncontrando nos dive rsos capítulos , compare com a forma c omo te m se com unic a do ou com o que te m obs e rvado na comunic ação de outros advogados , faça os exercícios r e come nda dos e, no final — espe ro que a propos ta de s ta obra se concretize p le name nte — , que você se ja um a dvoga do ou um a a dvoga da com do m ín io d a oratór ia. 1 8 Pouco mais de duas palavras Um a cur ios idade sobre a or ige m deste livro. Conte i à Cr is tina Alme ida , advog a da e sóc ia d o Mas s imiliano Pilotti (Max) na Italiano- va, editora que pub lica me us livros na Itália, c om o a idé ia des ta obra fora be m ace ita pe los advogados no Bras il. Ela me re ve lou um fato muito interessante: “Caro Prof. Polito , fico feliz com as notíc ias sobre o O ra t ó r ia p a ra ad v o g ad o s e e s t ud an te s d e D ire ito . Ante s de ser escrito, ele foi pe ns ado na be la c idade de Bo lonha , c idade dos es tudante s e um dos maiore s centros culturais da Itália. A ma io r caracter ís tica d a cidade , a o me nos no centro, s ão as arcadas que ve mos por todos os lados. Em um a livraria a o lado do préd io d o T r ibuna l local, fa lávamos [ela e o Max] sobre o seu t raba lho e, e ntão , ima g inamos seu livro vo ltado para a áre a do Dire ito” . Max me pe d iu pa ra que escrevesse um livro de ora tória pa ra os advogados ita lianos , O Luiz F láv io Borges D ’Urso, pre s idente da OAB- SP, ao tomar conhe c ime nto do fato, disse que a idé ia seria exce lente ta m bé m pa ra o Bras il. Aqui es tá o livro. Conc e b ido e m Bo lonha , escrito e m Arara- quara , no inte r ior de S ão P aulo , e pub lic a do pa ra os advogados e estudantes de Dire ito do Bras il. Reinaldo Polito 19 I a P ART E Atr ibutos da boa oratór ia do advogado Por que se tomar um advogado com domínio da oratória Introdução Dific ilme nte um a dvog a do ficar ia inte re ssado e m domina r a ora tór ia se não estivesse cons ciente dos be ne fíc ios que s ua carre ira ter ia dedicando- se a o apre nd izado e a o ape r fe içoamento d a arte de falar e m público. Cons ide ra ndo que , c om o a dvogado , você precisará enfrentar s ituações de pres são e até de ne rvos is mo, c omo na d in âm i ca das audiênc ias trabalhis tas e na s us te ntação oral pe rante os tr ibu nais supe riores , o u até me s m o nas teses de de fesa ou de acus ação no T r ibunal do Júr i, n ão se rá difícil de duzir , já nes tas pr ime iras páginas , os motivos que o le var iam a es tudar essa ar te tão fasc inante para tornar- se um profiss ional que sabe usar be m a pa lavra e m público. Em sua obra Ens aios sobre a e lo q üê n c ia ju d ic iár ia , Maur ice Gar- çon é bas tante severo ao falar da necess idade da pre paração oratór ia do advogado: “Pass ado o estágio, o advogado é entregue a si própr io. S e n ão comple tar s ua e ducação apre nde ndo recursos de um a arte que te rá de praticar sem lhe ter apre ndido os segredos, se n ão exercer sobre seu pe ns ame nto, e sobre a fo rma que lhe empres tar , u m a fisca lização r igorosa, pe rmane ce rá se m progredir , o me s mo home m que era, e antes a ume nta rá seus de fe itos do que suas qua lidade s ” . 0 Professor Emesto Leme, em conferência que proferiu na Sala do Estudante da Faculdade de Direito de São Paulo, discorrendo sobre “As velhas tradições da Acade mia”, assim se referiu à oratória dos advogados: “Es ta Es cola se m pre fo i um be rço de oradore s . T ivemo- los no pas s ado, e os te m os no pre s e nte , e ntre os seus m estres e e ntre os seus dis c ípulos . 2 3 Re inaldo Polito Da e loqüê nc ia dos lentes de outrora, inv ocare i ape nas um e x e m plo : Jo s é B onifác io . Mais próx im os de nós , os te ntou a Cong re gação os uultos de Jo ão M onte iro , B ras ílio M ac hado e R e y naldo Por- chat. Entre os discípulos, re sum ire m os a oratória acadêm ic a e m três figuras : M artim Cabral, M arinho de A ndrade e Cés ar B ie rre nbach. Isso p ara n ão falarm os de Cas tro A lues, e m R u i B arbos a, e m Jo aq u im N abuco , irm ãos na cam panha pe la re de nção dos cativos e os dois últim os na luta e m p ro l da Fe de ração das Prov íncias. N ad a d ire i quan to aos oradore s d o m e u te m po, ne m d o nosso. Eu os conhe c i e os conhe ço. E pode m o s p roc lam ar com orgulho , que esta Cas a m antém inalte ráv e l a s ua v e lha trad ição de e lo q üê n c ia”. Essa é a image m que a inda pe rdura sobre a qua lida de ora tór ia dos advogados . Que m os vê as s omando a tr ibuna, o u to m a nd o a pa lavra e m um tr ibuna l, o u pe rorando e m um a me s a de ne goc iação, te m se mpre a expectativa de um a comunic ação e loqüe nte e a r re ba tadora , Me nos é de ce pção. O própr io Es tatuto d a Advocac ia e d a OAB (Le i n. 8 .906 , de 4/7 /1994), e m seu ar tigo 7 .°, q ua nd o trata dos direitos d o a dvoga do , estabe lece a lgumas s ituaçõe s e m que o profiss ional po de se manife s tar oralme nte : IX - sus te ntar oralm e nte as razõe s de qualque r recurso ou p ro cesso, nas sessões de ju lgam e nto , após o voto d o relator, e m ins tânc ia ju d ic ia l ou adm inis trativ a, p e lo p raz o de quinz e .minutos, s alv o se p ra z o m aio r fo r conce dido; X - usar da palav ra, p e la o rde m , e m q ualque r ju íz o o u tribunal, m e diante inte rv e nção s um ária, para esclarece r e quívoco o u d úv ida s urg ida e m re lação a fatos , docum e ntos o u af irm ações que in f luam no ju lg am e nto , be m com o para re plicar acus ação ou ce nsura que lhe fo re m fe itas; X I - rec lam ar, v e rbalm e nte ou p o r escrito, pe rante q ualque r ju íz o , tr ibunal o u auto ridade , contra a inobs e rv ância de pre ce ito de le i, re gulam e nto ou re gim e nto; X II - falar, se ntado ou e m pé , e m juíz o , tribunal ou órgão de de li be ração cole tiva da A dm in is tração Públic a ou do Pode r Legis lativo. São ape nas alguns e xemplos que mos trarn be m a impor tância que a comunic ação oral te m pa ra o advogado. E se, nessas circuns tâncias , o profiss ional não se apre se ntar de fo rma compe te nte , as cons e qüênc ias para as causas que de fe nde ou para s ua própr ia car re ira pode r ão ser negativas. 2 4 Introdução Provave lme nte você n ão va i cons eguir se le mbrar de mais de cinco ou seis advogados que se pro je ta ram e m suas ativ idade s me s m o se m ter dom ín io d a oratór ia. Você já deve ter re fle tido sobre a impor tânc ia desse te ma. Não h á alte rnativa: pa ra se sair be m no exe rcício d a advocac ia , um a das condiçõe s essenciais é sabe r falar be m. Trata- se de um a habilidade tão importante que , se m ela, você n ão cons e guirá valor izar tudo o que apre nde u e s tudando o u t r aba lhando. A b o a com unic a ção de ve rá acompanhá- lo e m todas as etapas impor tante s d a vida . Vamos imag ina r que você esteja e s tudando e, graças ao a po io dos pais ou de um pare nte , pos s a se de dicar a pe nas à v ida unive rs itár ia. Se pe ns ar que , pe lo fato de a ind a estar nos bancos de um a faculdade , te rá condiçõe s de pe rmane ce r ca lado o te mpo todo, es tá muito e nga na do . Ca da vez mais as faculdade s de Dire ito exigem que os a lunos apre s e nte m ora lme nte seus traba lhos , e, se a c om unic a ção for de fic iente , pode rá até comprome te r a nota de ava liação. Significa que , me s mo antes de dar os pr ime iros passos na carre ira, a com unic a ção se rá e xigida. Agora vamos s upor que já te nha s a ído d a faculdade e es te ja p roc ur ando e mpre go. Piorou! Advoga do que n ão sabe se c omunica r be m dific ilme nte cons egue ser se le cionado. Você va i par t ic ipar de d inâm ica s de grupo, entrevistas e, para ter sucesso, de pe nde r á ess enc ia lme nte da b oa oratór ia. Ufa! Cons e guiu se e nca ixar no me rcado de traba lho. Agora é re laxar! Que nada ! Qua n to ma is você crescer e se pro je ta r como advogado, mais de pe nde rá d a e fic iência d a s ua comunic a ção . Para advogados bem- suce didos , a profissão adquire novos desafios , às vezes até dis tantes da áre a técnica do Dire ito. Você prec isará par t ic ipar c ada vez mais de re uniõe s , de processos de ne goc iação, fa rá apre se ntaçõe s de p r o je tos , de p lanos de t raba lho — se mpre fa la ndo e s e ndo ava liado por s ua comunic ação . E a te nção pa r a es ta notíc ia importante : se n ão fizer expos ições orais de b o a qua lidade , pe rde rá as pos içõe s que conquis tou ou, no m ín imo , n ão cont inuará crescendo. Enfim, inde pe nde nte me nte d a áre a do Dire ito que te nha e scolhido ou ve nha a escolher, sempre precisará d a bo a qua lidade da comunic ação para progredir e se realizar. Mais ce do ou mais tarde , e, c om certeza, be m antes do que você imagina , precisará estar com a comunic a ção afiada. 2 5 Re inaldo Poiito E a his tór ia não te rmina por aí. A convivênc ia soc ial ta m bé m va i exigir que você fale be m. Qua n d o nos re lac ionamos com a m i gos , de ntro ou fora d a áre a do Dire ito, que s abe m conversar , contar his tór ias interessantes, se ntimos praze r e m estar com eles, e o te mpo pas s a se m que n ingué m olhe pa ra o re lógio. Ao contrár io, q ua n d o as pessoas são muito quie tas e ficam e m volta da me sa, um a o lha ndo pa ra a cara da outra sem saber o que dizer, é duro de agüe nta r . Que r ma is ? Até pa ra sabe r a hora de ficar quie to e ouvir de mane ir a a te nta e inte re ssada o que as outras pessoas têm a dizer você de pe nde r á de u m a comunic ação be m de s e nvolvida. E, pa ra dar o e xe mplo, vo u pa r a ndo por aqui. Mas n ão espere mais : come ce a e s tudar cada u m dos próx imos capítulos . Dedique - se desde já ao apr imorame nto da s ua comunic ação , pois , fa lando me lhor , você se rá um a dvoga do mais compe te nte e m uito mais feliz. Agora que você já sabe por que é impor tante falar be m e m p ú blico, pode mo s analis ar os atr ibutos que pre cisam ser de s e nvolvidos pa r a que te nha o dom ín io d a ora tór ia judic iár ia . Estudare mos cada um de les is o ladame nte , a fim de a te nde r a um a ne ce ss idade d idát ica . Co n tudo , de ve rão ser obs e rvados sempre de acordo com o conjunto que es tabe lece o seu perfil característico. Os a tr ibutos mais impor tante s pa ra que você do m ine a o r a tór ia são: * a cre dibilidade ; * a voz; * o vocabulár io ; * a expressão corporal; * a aparênc ia . 2 6 Capítulo 1 A credibilidade Os polít icos que me procuram com o obje tivo de se pre pa rar pa ra as c am pa nha s e le itorais conc orda m comigo que a classe a que pe r te nce m n ão é lá muito acre ditada. Por isso, já nos pr ime iros ins tantes do tre iname nto, explico que , se eles quise re m ter a lguma chance de vitór ia, pre cisarão investir na conquis ta da cre dibilidade . Da í pa ra a frente todo o es forço para de se nvolve r e apr imorar a co municação , pas s ando pe la es trutura da fala, organização dos recur sos de apo io , us o a de q ua d o d a voz, d a express ão corpora l e até da e scolha das pa lavras pa ra compor o voc abulár io mais apropr iado, te rá c omo pr inc ipa l obje t ivo a conquis ta da cre dibilidade . Não se assuste; este livro n ão fo i e labora do com o obje tivo de pre parar polít icos , c ont inua s e ndo um a obra de s t inada a advogados . Es tou c itando os polít icos s ome nte c om o e xe mplo, porque são eles que mais apare ce m à noss a frente fa lando no r ád io e na te levisão e, po r isso, se trans formam e m um impor tante c a m po de es tudo e de a pre nd iza do da comunic ação . E ve rdade . Qu a n d o che ga a época das c a m pa nha s políticas , a c om unic a ção ga nha impor tânc ia especial, pois , a o ve rmos os can d ida tos des filarem seu charme te nta ndo conquis ta r o vo to dos e le i tores, pode mo s até, a par t ir dos seus erros e ace rtos , apre nde r mais sobre a arte de falar . Em bor a o c ompor ta me nto de quas e todos se ja muito pare c ido, o cer to é que , e nqua n to uns ga nha m , outros pe rde m ele ições . Você já de ve ter no ta do c om o eles age m: ante s de apre se ntar suas propos tas, fa lam de mane ira ind igna da das que s tõe s que aflige m a p o p u 2 7 Re inaldo Polito la ção, p roc ur a ndo sempre encontrar os culpados para c ada u m dos proble mas . Se for cand ida to d a opos ição, a tare fa fica mais s imples, já que , nesse caso, bas tará acusar que m está no pode r . Se estiver comprome t ido com a turma d a s ituação, precisará identificar outros culpados , que , normalme nte , es tarão e m outros entes d a fe de ração. Por e xe mplo, se a c a m pa nha for pa ra a pre fe itura, as vidraças se rão os gove rnos e s taduais o u o gove rno federal. Se, entre tanto, houve r a pa r t ic ipação de cor re ligionár ios de todos os âmbitos g ove r na m e n tais , o a taque va i se voltar pa ra que m esteve nas gestõesante r iores o u pa ra as suntos além- mar, e m que a vilã se rá a crise inte rnac iona l. Che ga a ser cur ioso obse rvar o cand ida to de u m a cidadezi- n h a pe rd ida lá no inte rior , que te m s ua c a m pa nha financ ia da pe lo a tua l pre fe ito, re ve lando c om o aque le que a inda está no cargo foi hab ilidos o nas me didas que tom ou pa ra se safar das cons e qüênc ias d a turbulênc ia d o me rcado finance iro as iático. Be m, cada u m luta c om as armas de que dis põe . Em todos os casos, a regra é falar o que as pe ssoas de s e jam ouvir . Para isso, de pe nde ndo d o ta m a nh o d a c idade , o discurso va i se nor te ar pe los resultados das pe squisas qua lita tivas , que indica rão os te mas que de ve rão ser abordados . E, q u a n d o m e nc iono o fato de todos tocare m e m assuntos a par t ir do re s ultado de pes quisas e que s e rão mais be m recebidos pe las pe ss o as, n ão e s tou d ize ndo que os candida tos de vam ser falsos, me nt ir o sos e manipuladore s . Qua lque r um de nós que estivesse d is puta ndo um a e leição, a o de te rminar um a pla ta forma polít ica , entre os inúme ros proble mas que pre tendesse s olucionar , e lege ria aque le s que mais chamas s e m a a te nção d a com unidade . De n a d a ad ianta rá dize r aos moradore s d o centro d a c idade que a pr io r idade do gove rno se rá o s ane ame nto bás ico, se o que os pre ocupa é a que s tão da se gurança. Se todos os concorrentes fa lam o que os e le itores de s e jam ouvir, como explicar, e ntão, os motivos que le vam um a c a m pa nha a tornar- se vitor iosa e a outra, pe rde dora? Aqui é que res ide o grande segredo que de te rmi na r á o sucesso o u a de rrota do candida to: a credibilidade . Essa qua lida de na comunic ação não é re sponsáve l apenas pe las conquis tas ou fracassos dos polít icos : e la pode de te rminar os r umos da s ua carre ira e até o re sultado dos seus relac ioname ntos 2 8 A credibilidade pessoais . Por tanto, o seu grande obje tivo como a dvoga do de ve ser transmitir um a informação de tal fo rma que e la se ja ace ita pe los o u vintes. Ass im, te nha e m me nte que você s ó cons e guirá conve nce r ou pe rs uadir se trans mitir c re dib ilidade e m s ua mane ira de falar, Fica e vide nte que a cre dib ilidade é um dos fatores fundame nta is pa ra o sucesso da comunic a ção. Por isso, é impor tante sabe r qua is os requis itos pa ra conquis tar a confiança das pessoas , cons truir sua re puta ção como advogado que inspire respe ito, c re dib ilidade e fazer com que a me ns age m se ja ace ita se m res istências. Para que você conquis te cre dib ilidade , fa la ndo de ntro ou fora dos tr ibunais , precisará de pe lo me nos seis requis itos fundame nta is : • natura lidade ; • e m oção e e nvolvime nto; • ima ge m be m cons truída; • conhe c ime nto e auto r ida de sobre o assunto; • confiança ; • coe rência e conduta pe ssoal exe mplar . Na tu r a lidade Essa é a mais impor tante qua lida de da ora tór ia do advogado. N ão existe técnica e m c om unic a ção — por ma is e laborada e precisa que se ja — mais re levante que a na tura lidade . Supo nha , po r h ipóte se, que você se ja conv ida do po r um a faculdade de Dire ito a minis trar pales tra e m um a da ta especial c om o a “Se m a na Jur íd ic a ” , ou dis correr sobre as últ imas m uda nça s na legis lação, ou op ina r a respeito d a e ficác ia d a s úm u la v inculante . Em circuns tâncias c om o essas, os professores, a lunos e a dvoga dos c onvidados e spe ram que você se expresse c om de s e nvoltura e e s pontane idade . Se a pla té ia pe rce be r qua lque r s ina l de ar tific ia lis mo no seu c ompor ta me nto como orador , pode rá de sconfiar de seus propós itos e le vanta r barre iras aos a rgu me ntos que você de fe nde . Por tanto, obse rve que , onde que r que se apres ente , pa ra cons truir e proje ta r s ua image m de um b o m advog a do , você precisa ser um orador na tura l e e s pontâne o. Esse c ompor ta me nto é e x igido ta m bé m e e s pe cialme nte no exercício e fe tivo d a a t iv idade d o a dvo g a do durante s ua manife s ta 2 9 Re inaldo Polito ção n o Júr i. Por isso, sobre esse ass unto, diz com propr ie dade o e mi ne nte promoto r Edils on Mouge no t Bonfim: “A jus tiça n ão se d o n a na artif ic ialidade dos rituais d o faz- de- conta, e agrade ce aos que a re spe itam . (...) O Jú r i é v ida. A de m ais , de ix e- se à s ince ridade d o m om e nto o te s te m unho de um a v ida de s inc e ridade — e n ão um m om e nto fo rçado , de ‘c o n v o c ação ’ de s in ce ridade —, p o rq u e m e s m o o trav am e nto, o ‘b ran c o ’, o u o e rro s e rão av aliáue is , de s contados , confrontados e até elog iados pe los ju rad o s q uan d o o que e les bus cam é esta e x ata s inceridade , au te n tic idade , m u ito m ais que a técnica. E ne nhum a p io r do q ue que re r p are c e r s ince ro, sabe ndo- se que part ic ipa de um a fars a. O Jú r i n ão é te atro n ão ”. Ao receber os advogados que pe la pr ime ira vez proc ura m o noss o Curs o de Oratór ia , procuro de ixá- los be m à vonta de pa r a que pos s a m agir e se expressar e xatame nte como faze m no dia- a- dia, q ua n d o e s tão conve rs ando com as pessoas mais íntimas . Ass im, de pois de a lgum te mpo, é possíve l sabe r como fa lam com e s pontane i dade , se m artificialismos. Após essa ide ntificação inic ial, pos so colocá- los diante d o p ú blico pa ra fazer o que já s abe m. Falta ape nas apre nde re m a se e x pressar e m um a tr ibuna d a me s ma mane ira c omo se compor tam no co t id iano, ou se ja, com natura lidade . A ma ior ia se mos tra surpresa ao descobr ir que é tão s imples falar e m público . Muitos desses advogados apare ce m pre ocupados , im a g ina ndo que de ve rão enfre ntar um processo de apre ndizage m pa ra se rem diferentes . Outros ficam pe rplexos q ua n do de s ve ndam esse pre cios o segredo da bo a comunicação: qua nto mais fize rem o que já s abe m, quanto mais próx imos d a sua ve rdade ira image m c o n se guirem chegar, mais e ficientes se rão como comunicadore s . Para sabe r se você cons egue ser natura l qua nd o fala e m p úb li co, reflita be m sobre es ta que s tão: “Se rá que no exercício d a m inha profissão de a dvoga do e u falo com as pessoas d a me sma mane ir a como falar ia se estivesse diante de qua tro ou cinco amigos muito que r idos , na sala de vis itas de m inha casa, t r a tando desse me s mo as s unto?” . 3 0 A credibilidade Fale em público como se estivesse diante de um grupo de amigos. Se a respos ta for ne gativa , concentre- se na idé ia de estar fa lan do pa ra esse grupo de amigos até cons eguir na tura lidade . Fre qüe nte me nte , inte r rompo a apre s e ntação dos advogados q ua nd o es tão fa lando de mane ir a ar tificia! e pe rgunto: “E ass im que você se expressar ia d iante de um grupo de am igos ?” . Co m o resposta, cos tumam sorrir, ba la nça ndo ne gativame nte a cabe ça. Após essas inte rrupçõe s , a jus tam o comportame nto até cons eguire m falar com e s pontane idade . N ão impor ta s ua e s pe c ia lidade e a que m te nha de dirigir a p a lavra; nas dive rsas fases de um process o e m que precise intervir, dis- ponha- se a se expressar c om o se estivesse conve rs ando e n ão como se quisesse “falar e m púb lic o ” . Se pre te nde r “fa la r e mpúb lic o ” , dific ilme nte cons eguirá ser você me s mo, pois pare ce rá a si própr io um a pe ssoa es tranha, c om a qua l n ão está acos tumado, e esse je ito dife rente de ser pode rá tomá- lo inse guro e dis tante dos ouvinte s . Robe r to Lyra, no livro Co m o ju lg a r , c o m o d e fe n d e r, c o m o ac us ar, a lém de conde nar o ar tific ia lismo, ironiza os cursos que pre te nde m cons truir certos mode los oratór ios pa ra os advogados : 3 1 Reinaldo Polito “Em audiênc ias e sessões da Jus tiça sofro o autom atis m o, o es v az iam e nto , a de s pe rs onalização, s obre tudo de jove ns de fe nsore s e acusadore s . M uitos de les conue rsam e escrevem com viv ac idade crí tica e c riadora, m as, q uand o têm a palav ra, s upe re stim am o aplomb, a m ím ica, o ritm o dom e s ticados . M uitos v o ltam ao m us e u ‘c lás s ico ’, p igarre ando para lim par a garganta, e s pigando o corpo, ajus tando a grav ata, e s ticando o pale tó. N ão se trans portam à tribuna c om o são, c om o es tav am , ao natural. E o re sultado inconfundíve l da m is tif icação dos que se p ro p õe m a fo rm ar ‘o radore s ’ até com apare lhos e apos tilas , s ubm e te ndo o ve rbo à ve rba, f raud and o a im pos tação cív ica, s e ntim e ntal, inte lectual, cultural. De gradam a arte o ratória a se rv iço, m ecaniza- se a palav ra. Co nd ic io nam a fo rça e luz d a inte ligênc ia, c o n te ndo e d irig indo os arre batam e ntos e le m e ntare s d o ju ris ta". Ser natural, entre tanto, não s ignifica, por e xe mplo, levar pa ra a a ud iê nc ia os erros e as ne gligências d a c om unic ação de fic iente . Os de fe itos de estilo e as incorreções de linguage m de que m a bra ça a carre ira do Dire ito pre cisam ser combat idos com e s tudo, e x pe r iênc ia , dis c iplina e traba lho pers is tente . Entretanto, na procura do ape r fe içoame nto, a o corr igir os de fe itos de dicção, pos tura , gestos, você pre cisará ficar a te nto para não se de sviar das suas caracte r ís ti cas pessoais . Se , qua nd o você ar ticular me lhor as palavras , o ouvinte pe r ce be r que você está se e s forçando pa ra ter b o a pronúnc ia , e le ide n tificará nesse compor tame nto um a at itude ar tificial e talvez passe a duv ida r das suas inte nções . Da me s ma forma, o gesto corre to, mas cons c ie nte me nte m e d ido e p lane ja do , ou qua lque r outro proc e di me nto pe rce bido c omo técnica pre me ditada pode rão colocar e m você o ma is inde se jáve l dos rótulos : advoga do artificial. Preste a te nção e m como você se compor ta q ua n d o es tá à v o n tade , conve rs ando com as pessoas com as qua is se relac iona no dia- a- dia. De pois , procure “se copia r ”, ag indo da me s ma mane ir a e m sua v ida profiss ional, que r e m um a audiênc ia , e m um congresso, ou na r e união c om outros advogados no escr itór io. Entre tanto, n ão se iluda. Embora , como e u disse há pouco, se ja s imples ser natura l — pois bas ta que se apresente s e ndo você me s mo e m todas as circuns tâncias — , s a iba que , de todas as qua li dade s de que você necess itará para falar be m, a na tura lidade é a que lhe da rá mais traba lho pa ra ser conquis tada. Por mais que os a dvo 3 2 A credibilidade gados s a ibam que não de ve m ser artificiais , no m om ento de falar no processo, de mane ira ge ral, a lguns pe rde m tota lme nte a e s pontane i dade — é quas e um vício da profiss ão. Ass im, s iga as or ientaçõe s que acabe i de passar, que s ão as me s mas que te nho us ado para tre inar a c om unic a ção dos advogados a o longo das últ imas décadas , e n ão desis ta se sentir d ificuldade s . Sa iba que e las apare ce rão, mas ta mbém pode rão ser s upe radas . Emoção e e nvo lv im e nto Você já de ve ter ouv ido pe la impre ns a e spor tiva que “o time só va i entrar e m c a m po pa ra cumpr ir ta be la ” . Esse ant igo ja rgão do me io futebolís tico po de ser be m aprove itado na comunic a ção. Advo gado que fala s ó po r falar, sem de mons tra r interesse e e nvolvime nto pe la me ns age m que trans mite , é c om o um time de futebol que não precisa ma is dos resultados , mas que de ve joga r apenas por força de obr igação contratual. N ão come ta o erro de falar s ó po r falar , c om o se fosse obr iga do a se de s incumbir d a tare fa pe s ada e livrar- se de um fa rdo que não gos tar ia nunc a de estar ca r re gando. Es te ja cer to de que , se você falar como se estivesse ape nas se de s obr igando de um a incumbênc ia , por mais e x traordinár ia que se ja s ua me ns age m, n ão conse guirá e nvol ver e tocar as pessoas . Por tanto, pa ra ter c re dib ilidade c omo advogado, não bas ta falar com natura lidade . Se você falar com na tura lidade , mas a p e n as com na tura lidade , só irá transmitir as suas informaçõe s pa ra os ouvintes . Qu a n d o estiver de fe nde ndo seu cliente , n ão de se jará a pe nas esse obje t ivo, mas , s im, fazer c om que s ua tese se ja ace ita , de tal fo rma que os inte r locutores ace ite m seus pr inc ípios , abrace m s ua causa e c om ungue m com você seus ideais , se jam esses ouvinte s o juiz, as e ve ntuais te s te munhas ar roladas , o promotor o u os sete ju r a dos d o Cons e lho de Se nte nça . Por isso, a lém da na tura lidade , você pre cisará falar com dis pos ição, c om e ne rgia, c om e nvolv ime nto, com e moção. Co m o é que , po r e xe mplo, e m u m a aud iê nc ia de conc ilia ção n a Jus t iça do T raba lho, você cons e guirá fazer va le r os interesses do re clamante o u do re c lamado se ne m me s mo o a dvogado de les se mos tra inte ressado pe la própr ia tese jur íd ica? Antes de e nvolve r as 3 3 Re inaldo Polito pe ssoas com a s ua me ns age m, você pre cisará de mons tra r que ta m b é m está e nvolv ido e interessado. Só ass im, fa lando de mane ira na tura l e com e nvolv ime nto, fará com que os ouvinte s par t ic ipe m e fe tivamente d a s ua caus a e pode rá cons e guir o que dese ja: o voto do jura do , a se nte nça favoráve l do juiz, o dire ito d o cliente, e nlim, o e nga jame nto a suas a le gaçõe s . Se , por e xe mplo, um a dvoga do apre se ntar um proje to e m u m a re união , d iante dos seus pare s o u sócios do escr itór io onde a tua , cuja im p la n ta ção es te ja ce rcada de riscos, ex ija vultosos inves timentos finance i ros, de m a nde muito te mpo e traba lho de todos , dificilme nte esse pro je to se rá aprovado se m que a e xpos ição se ja dis pos ta e e nvo lve n te. Da me s ma mane ira , sem ene rgia e dis pos ição d iante dos jurados , te r ia d ificuldade pa ra convencê- los sobre e ve ntua l caus a de e xc lus ão da ilic itude ou a inocênc ia do seu cliente . Pois , nessas circuns tâncias tom a da s como e xe mplo, é prováve l que ape nas a na tura lidade não fosse sufic iente pa ra levar ao sucesso. Reve le sua e moção pe lo entus iasmo com que abraça uma causa, pe lo e nvo lv ime nto que de mons tra na de fesa de suas idéias e pe lo in teresse que de dica ao assunto sobre o qua l escolheu ou precisa falar. Interpre te a s ua própr ia ve rdade . T ransmita- a com a força da im por tânc ia que e la representa. N ão trate de assuntos que n ão m e re çam s ua e m oção , e, se resolver abordá- los porque re pre se ntam um me io pa r a at ingir a lgum obje tivo maior , concentre- se neste últ imo. Lembre - se de que , a cada palavra, se as a le gaçõe s em de fesa de seu clienten ão fore m expos tas com e moção, talvez n ão abram as por tas que de ve r iam levar você ao obje tivo pre te ndido. Ao publicar no Bras il o livro A in f lu ê n c ia d a e m o ç ão d o o ra d o r n o p ro c e s s o d e c o n q u is ta d o s o u v in te s , que se or ig inou da m inha disse r tação de me s trado, de me s mo título, me nc ione i o e xe mplo de um advogado ame r icano c ha m a do Gerry Spe nce que , e m mais de quare nta anos de carre ira, nunc a pe rde u um a ún ica caus a cr imina l. Em s ua obra C o m o a rg u m e n t a r e v e n c e r s e m p re , ele re lata, a par tir de s ua extensa expe r iênc ia, com a cre dibilidade de que m pra t ica me nte só obte ve vitór ias : 3 4 A credibilidade “Conce ntradas e m seus se ntim e ntos , as pe ssoas que es tão d i z e ndo a ve rdade falam com o coração, que é incapaz de c om por p re c is am ente o rac ioc ín io line ar de um cére bro laborios o. E ao o uv ir o que é ex presso p e lo coração, o ouv in te tam bém é le vado a ouv ir com o c oração". T rans mitir a me ns age m com e m o ção pre s supõe a coe rênc ia de todos os aspectos d a comunic ação . A e m o ção precisará estar pre sente e m cada de talhe : na e ntona ção da voz, na c om unic a ção vis ual e no s e mblante , na força pe rs uas iva da paus a , que conquis ta pe lo s ilêncio a ade s ão do s e ntime nto d o ouvinte e o le va a refletir sobre a in formação que a c a bou de ser comunic ada . Talvez um dos aspectos mais de licados e sutis do uso da e m o ção es te ja no fato de que , a o se vale r de la , você pre cisará parece r sempre ve rdade iro. Re afirmo: p re c is a rá p a re c e r, porque va le rá p o u co dize r que está triste o u alegre se os ouvinte s não identificare m na s ua comunic a ção o s e nt ime nto de tr is teza o u de alegr ia. Por esse motivo, no exercício d a s ua a t iv idade c om o a dvoga do, e m a lgumas ocas iões você de ve rá ser o intérpre te do seu própr io s e ntime nto, isto é, a lém de dize r o que sente , na mane ira de comunica r o que está s e ntindo precisará usar toda s ua d is pos ição, e ne rgia e vontade para que suas pa lavras e ncontre m re spa ldo e m seu compor tame nto . Le m bre- se de que você n ão comunic a a me ns age m a si me smo, mas, s im, aos ouvinte s , e, pa ra que eles se e nvo lvam com ela, prec is am identificar a e m o ção no s e ntido das pa lavras e na de mons tração do se ntime nto de que m as utiliza. N ão te nho ne nhum a dúv ida e m afirmar que , se dese jar ser vitor ioso com s ua c om unic a ção , ma is do que se compor ta r sempre de mane ir a natura l e e s pontâne a , você de ve rá falar ta m b é m com e m oção . T e rá, na con jugação desses dois aspectos d a c om unic a ção — na tura lidade e e m o ção — , a solidez de um a base cons is tente que pe rmit ir á at ingir um dos maiore s e ma is impor tante s obje tivos d a c om un ic a ção do a dvoga do: a cre dib ilidade . Imag e m b e m c o ns t r u íd a Já pa rou pa ra pe ns ar sobre a impre s s ão que as pessoas têm de você c om o a dvoga do? Obse rve que e s tou e nfa t izando a impre s são 3 5 Re inaldo Polito que e las t ê m de você, n ão ape nas que m você é. P ouco a d ianta rá ser um a dvoga do hone s to, d inâm ico , sociáve l, compe te nte e c um pr idor de suas obr igaçõe s se os outros não tive re m essa o p in ião a se u respe ito. Na polít ica, existe a pos s ibilidade de pode r conta r com o t r aba lho dos marque te iros pa ra fazer com que os ele itores te nha m essa op in ião pos itiva e m re lação a o candida to. S ão profiss ionais pre pa ra dos pa ra cuidar de todos os de talhe s que pos s am influe nc ia r a a va lia ção das pessoas , c omo a mane ira de vestir, o je ito de fa lar, os te mas que de ve rão ou n ão ser tratados , a forma de reagir às agressões dos adversár ios , e nfim, todos os aspectos que cons truirão a ima ge m do candida to diante da op in ião pública . N a a t iv idade do advog a do , no e ntanto, e nas re lações pessoais , salvo exceções , cada u m se rá o responsáve l pe la cons trução d a própr ia image m. H á s ituaçõe s e m que essa image m come ça a ser cons truída já nos bancos escolares. E c om um colegas de faculdade de Dire ito que se pro je ta ram e m de te rminadas organizaçõe s suge r irem a contra ta ção de advogados que se formaram com eles. Por ma is próx imos que te nha m s ido, na hora de escolhe r aque les que gos tar iam de ter a se u lado, ir ão pre ter ir os que n ão se compor ta ram be m, pre fe r indo os que e ntre gavam trabalhos bem- fe itos , e ram aplicados e par t ic i pativos . Da me s ma forma, s ua conduta no exercício da profissão, a qua lida de dos traba lhos que de s e nvo lve u, o re sultado prát ico das causas que abraçou, das açõe s que propôs , o pres tígio que anga r iou com os colegas ta m bé m contr ibue m pa ra formar a o p inião que os ouvinte s têm a seu respe ito, Além d a impor tânc ia dess a re putação cons truída a o longo de to da a v ida , pa ra que: suas pa lavras passe m confia nça às pessoas , no m om e nto e m que estiver fa lando e m púb lic o você de ve rá ficar s e mpre a te nto pa ra transmitir informaçõe s que s e dime nte m a coe rênc ia das suas atitudes e re forcem a ind a mais a ima ge m de um advoga do que poss ui cre dibilidade . Lembre- se de que esse atr ibuto pode rá que brar poss íve is res is tências dos ouvinte s e torná- los mais receptivos à sua me ns age m. Co nh e c im e n to e a u to r id a d e s obre o as s un to A s ua cre dibilidade como profiss ional da áre a do Dire ito está in t imame nte r e lac ionada a o conhe c ime nto que você demons tra ter 3 6 A credibilidade sobre o as s unto pe la fo rma c omo se expressa. No caso de um a sus te ntação oral pe rante o T r ibuna l, esta precisa estar e m ba s a da nas informaçõe s que você adquir iu com s ua a t iv idade profiss ional, ex pe r iênc ia o u e s tudos re alizados . Empe nhe - s e para ter muito mais informaçõe s do que aque las de que ne cess itará e m s ua e xpos ição. Le ia, estude , pesquis e , entreviste outros advogados, e nfim, prepare- se com ante ce dênc ia e durante o ma io r te mpo poss ível sobre a tese jur íd ica que irá de fe nde r d iante dos de s e mbargadores o u minis tros de tr ibuna l super ior . Se você, por e xe mplo, é um a dvog a do civilis ta, n ão se a ve n ture e m outra áre a antes de se inte irar das e specific idade s d o dire ito mate r ial e pr inc ipa lme nte process ual d a outra dis c iplina cuja causa pre te nde abraçar . Digamos que se trate, por hipóte se , de um a ação trabalhis ta, pe na l ou até me s mo tr ibutár ia. Ao discursar c om o pa ra nin fo da tur ma de bachare landos de 1938 d a Faculdade de Dire ito da Unive rs idade de S ão Paulo , o P ro fessor Noé Aze ve do citou He nr i Robe r t na obra L ’A uo c a t . Suas o b se rvações pode m ser aplicadas hoje , s e m a ne ce ss idade de m uda r seque r um a única vírgula: “A paro lage m , a p ro lix idade , as inutilidade s são próprias de oradore s de s prov idos de e x pe riênc ia e m é todo, que falam sem nada dize r, que n ão vêe m c laram e nte ao nde vão, ne m tam pouc o onde de v e m parar. Para tratar de um a que s tão com clareza, conc is ão e nitidez , não há com o o háb ito da argum e ntação fore ns e , bas e ada no e s tudo dascausas , c riando um g rande p o d e r de pe ne tração e de apre e ns ão ráp ida dos m ais com ple x os p rob le m as , p o n d o logo e m p le na luz o s e u p o n to c ap ital”. Lembre - se de que , se você fa la r sobre as suntos fora de seu c a m po de conhe c ime nto , por me lhor que se ja a qua lida de de s ua com unic ação , corre o r isco de ser vis to ape nas c om o um pre s unços o e de s qua lificado pa ra a função. Esse é um fato que ocorre fr e qüe nte me nte com escritores que , após granje a re m no tor ie dade e m de te rmi nados assuntos , aprove itam- se d a fa m a pa ra se ave ntura re m a tratar de ques tões sobre as qua is n ão têm expe r iênc ia . Além de correr o r isco de fracassar na nova ave ntura , na m a io r ia dos casos compro me te m o b o m nom e que cons truíram. Ass im, se você for a tuar e m u m processo trabalhis ta, po r e xe mplo, a in d a que conhe ça be m os 3 7 Re inaldo Polito ins titutos jur ídicos e m re fe rência, não pre s s uponha que o ju iz este ja consc iente desse seu pre paro. Encontre u m a mane ir a de faze r com que suas credenciais e e xpe r iência s e jam e fe tivamente conhe c idas . No caso de profer ir um a pales tra sobre qua lque r matér ia do c a m po d o Dire ito, se ja ou não pa ra profiss ionais que a tuam na áre a específica do seu te ma, se houve r a lguém incumbido de faze r sua apre s e ntação, procure revisar as informaçõe s que essa pe s s oa irá ut i lizar. Des ta forma, você te rá certeza de que a autor ida de que poss ui se rá re ve lada de mane ira conve nie nte . Me s mo que te nha e nv ia do seu curr ículo com ante ce dênc ia , n ão confie que ele te nha che gado às m ão s de que m fa rá a apre s e ntação. Por falhas de com unic ação , o apre s e ntador pode rá ter recorr ido às informaçõe s dis poníve is na inte rne t o u a a lguma pub lica ção de satualizada. Ainda que te nha to m a d o a pre caução de e nvia r com ante ce dênc ia seu curr ículo, va le rá a pe na levar um a cóp ia com você, pois não é tão inco m um pe rde re m o que foi m a nda do . Você se rá ava liado antes me s mo de iniciar s ua apre se ntação; po r isso, te nha um a conduta corre ta nos contatos com as pessoas . Nessas conversas pre liminare s , comporte- se com profis s iona lis mo e aprove ite pa ra sutilme nte falar de s ua expe r iênc ia no as s unto que irá abordar . Lembre- se ta m bé m de que a mane ira amáve l, ge ntil e s im pát ica de tratar as pe ssoas pode rá ser um fator impor tante na hora da ava liação. Cu ida do , entre tanto, com o excesso de int imidade s , pois esse compor tame nto pode rá e nfraquece r s ua autor idade . A mane ira c om o você se ves te, cor ta o cabe lo, apa ra a barba , us a maquilage m, ass im c omo o compr ime nto da sa ia e tantos outros deta lhe s d a s ua apa rê nc ia ta m bém pode m ser de te rminante s na ava liação que os o u vinte s fa rão a seu respeito. Ca da é poca e cada re gião, cons ide rando os hábitos e a cultura local, de te rminarão, de maneir a geral, como de ve ser a aparênc ia de um a pe ss oa confiáve l e de outra que precisa ser obs e rvada com reservas e de s confiança. Mais à frente você e n contrará um capítulo inte iro de d icado à aparênc ia . Ouço com fre qüênc ia pessoas cr it icando pales trantes que pas s aram b o a par te d a apre s e ntação fa lando de seus própr ios méritos . Fa lam dos livros que publicaram, dos cursos que re alizaram, das via gens que fize ram, dos prêmios que rece be ram. Se , por um lado, es 3 8 A credibilidade sas conquis tas re forçam a cre dib ilidade d o a dvog a do sobre o ass unto de que irá tratar, po r outro o to r nam ant ipát ico e de s acre ditado de suas inte nções . Se exis te um m o m e nto apropr ia do pa ra usar sutileza, é o ins tante e m que e s tamos diante da pla té ia fa lando de nós me s mos . Ao se apre se ntar d iante do púb lic o , come nte sobre os fe itos que o cre de nc iam a estar ali, mas se ja tão sutil nessa tare fa a ponto de os ouvinte s n ão imag ina r e m que este ja se vang lo riando de suas conquis tas . Procure incluir essas informaçõe s no conte x to de a lguma his tór ia pa ra que a pla té ia n ão as pe rce ba os te ns ivame nte . Ass im, as pessoas s abe rão da autor idade que você te m sobre o ass unto, mas não o cr it icarão por pre s unção. Use de sutileza a o falar de si me s mo, mas não se ja e conôm ico ne m te nha pudore s , ape nas se mostre dis creto na fo rma de se expressar. Embora essas informaçõe s sobre s ua c ompe tênc ia no ass unto pos s am ser dadas a qua lque r m o m e nto da apre s e ntação, o iníc io, entre tanto, é o ins tante ma is a de qua do . Ao come çar a expos ição, d iga qua is s ão suas cre de ncia is pa ra estar ali d iante do público . Nor malme nte , reve lar a áre a e m que a tua c om o a dvog a do pode ser s u fic iente pa ra de mons tra r autor idade no as sunto. Um a dvoga do que se d is ponha a falar sobre Dire ito T r ibutár io e se apresente como o especialis ta nessa áre a no escr itór io que represe nta na tura lme nte estaria c re de nc iado a tratar do te ma. S u a c re dib ilidade pode r ia ser a m p lia da se contasse a lguma his tór ia da é poca e m que fez curso de pós - graduação e m Dire ito T r ibutár io, o u de q ua n d o par t ic ipou de um congresso inte rnac iona l sobre p lane jame nto de açõe s tr ibutár ias e m grande s corporaçõe s . Além de ss a p r o pa g a nda quas e sub lim i nar do seu conhe c ime nto sobre o te ma, va le rá muito o m o d o como a bor da r á o ass unto. A forma convic ta de se expressar, a s e gura nça c om que cons trói o rac ioc ínio , a mane ir a corre ta c om o e labora as frases, conjuga os ve rbos , faz as concordânc ias a juda r ão a pro je ta r um a image m pos it iva e confiante . Por isso, prepare- se o m áx im o que pude r pa ra fa lar sobre um te ma. Apr e nda de tal fo rma a ma té r ia que sobre m informaçõe s . Talvez você ne m as utilize , mas esse conhe c ime nto a d i c iona l contr ibuirá pa r a que se s inta a ind a mais s e guro e conquis te confiança e cre dib ilidade . 3 9 Re inaldo Polito Co m o disse o Professor Clovis Paulo da Roc ha no seu discurso c om o pa ra n in fo da turma da Faculdade Nac iona l de Dire ito da Un i ve rs idade do Brasil: “O adv ogado, ante s de apare ce r e m Ju íz o com um a causa c í ve l, já fo i o m ag is trado que no seu gabine te a e s tudou, apre c io u sua m oralidade e s ua jus tiça, e aquie s ce u em dar- lhe o s eu patroc ín io . Ju lg o u , antes que fosse sobre e la p ro fe rida de c is ão ofic ial. Para be m e x e rce r s ua fu n ç ão é m is te r o conhe c im e nto ex ato d a sua c iê nc ia e, um a vez ace ita a causa, de v e identificar- se com e la, dedicar- se, e s tu dá- la e apresentá- la com roupage m escorre ita e com todos os ângulos ou fe içõe s juríd ic as de v idam e nte apre c iados , a f im de q ue pos s a obte r o ne ces sário êx ito. ” Aprove ite todas as opor tunidade s para demons trar a cons is tên cia do seu conhe cimento. Use estatísticas e pesquisas de fontes idône as, exemplos fiéis, que poss am ser comprovados . Se ja muito cuidados o com os núme ros e os dados que apresentar, pois um a fa lha no resulta do de um es tudo técnico, por exemplo, pode rá pôr tudo a perder . Se encontrar objeções a seu ponto de vis ta, demons
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