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MALU YORRANA CAMPOS SAMPAIO Capítulo 35 - Sistemas de informação em Saúde. O QUE É E PARA QUE SERVE UM SISTEMA DE INFORMAÇÃO? 1) O QUE É SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE AGRAVOS DE NOTIFICAÇÃO – SINAN? O SINAN tem como objetivo coletar, transmitir e disseminar dados gerados pelo Sistema de Vigilância Epidemiológica das três esferas de governo, por intermédio de uma rede informatizada, para apoiar o processo de investigação e dar subsídios à analise das informações de vigilância epidemiológica das doenças de notificação compulsória, além de vir a indicar os riscos aos quais as pessoas estão sujeitas, contribuindo, assim, para a identificação da realidade epidemiológica de determinada área geográfica. Como o SINAN é alimentado? O Sinan é alimentado pela Ficha Individual de Notificação (FIN) e pela Ficha Individual de Investigação (FII) de casos de doenças e agravos que constam da Lista Nacional de Doenças de Notificação Compulsória (INDC), conforme a Portaria 204, de 17 de fevereiro de 2016, sendo facultada a estados e municípios a inclusão de outros agravos e problemas de saúde regionais importantes para o estado. Quais são os campos de preenchimento obrigatório e como funciona o fluxo de informações? Campo de preenchimento obrigatório refere-se quando a ausência de dado impossibilita a inclusão da notificação ou da investigação do agravo no Sinan. Campos-chave do sistema (identificam cada registro): • Agravo • Número da notificação • Data de notificação • Município de notificação As unidades notificantes enviam, semanalmente, as fichas de notificação/investigação ou, se for informatizada, o arquivo de transferência de dados por meio eletrônico para as Secretarias Municipais de Saúde. Estas, por sua vez, transmitem, semanalmente, as respectivas informações às regionais/Secretaria de Estado da Saúde (SES). Os arquivos de transferência do Sinan são encaminhados pelas SES para o Ministério da Saúde (MS), via Sisnet, semanalmente, conforme calendário anual pactuado entre a SVS/MS e as SES. 2) O QUE É SISTEMA DE INFORMAÇÃO SOBRE MORTALIDADE – SIM? MALU YORRANA CAMPOS SAMPAIO O Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), desenvolvido pelo Ministério da Saúde em 1975, é produto da unificação de mais de quarenta modelos de Declaração de Óbito utilizados ao longo dos anos, para coletar dados sobre mortalidade no país. Como o SIM é alimentado? A DO(Declaração de Óbito) é o documento básico para gerar os dados de mortalidade, sendo implantada como instrumento único para alimentação do SIM. Desde sua implantação, várias modificações ocorreram no documento, tanto na formulação de variáveis como com a introdução de outras que se fizeram necessárias e imprescindíveis para a epidemiologia. Quais são os campos de preenchimento obrigatório e como funciona o fluxo de informações? Fluxo conforme a característica do óbito • Fluxo 1: quando o óbito for por causa natural ocorrido em estabelecimento de saúde, o preenchimento da DO é de responsabilidade do médico que prestava assistência ao paciente e, em sua ausência ou impedimento, o médico substituto. A terceira via (rosa) é arquivada no prontuário do falecido da ocorrência do evento. • Fluxo 2: em caso de óbito por causa natural ocorrido fora do estabelecimento de saúde com assistência médica, o preenchimento é realizado pelo médico responsável pela assistência ou pelo designado pela instituição que prestava assistência ou pelo pertencente ao programa ao qual o paciente estava cadastrado ou o da Estratégia Saúde da Família (ESF) ou Unidade de Família mais próxima do local onde ocorreu o evento ou do Serviço de Verificação de Obitos (SVO). A terceira via é encaminhada para arquivamento na SMS. • Fluxo 3: em caso de óbito por causa natural ocorrido fora de estabelecimento de saúde, sem assistência médica, em localidade com SVO, a DO é preenchida pelo médico do SVO. A terceira via é arquivada no SVO. • Fluxo 4: em caso de óbito por causa natural ocorrido fora de estabelecimento de saúde, sem assistência médica, em localidade sem SVO, a DO é preenchida pelo médico do serviço público de saúde mais próximo ao local onde ocorreu o evento ou pelo designado pela SMS ou por qualquer médico da localidade. A terceira via é encaminhada e arquivada na SMS. • Fluxo 5: em caso de óbito por causa natural ocorrido em localidade sem médico, a DO é preenchida pelo oficial de registro do cartório. A terceira via é recolhida no cartório pela SMS. • Fluxo 6: em caso de óbito por causa natural ocorrido em aldeia indígena com assistência médica, a DO é preenchida pelo médico atestante da aldeia indígena. A terceira via é arquivada no Distrito Sanitário Especial Indígena. MALU YORRANA CAMPOS SAMPAIO • Fluxo 7: em caso de óbito por causa acidental e/ou violenta ocorrido em localidade com IML, a DO é preenchida pelo médico do IML. A terceira via é arquivada no IML. • Fluxo 8: em caso de óbito por causa acidental e/ou violenta ocorrido em localidade sem IML, a DO é preenchida pelo médico da localidade ou outro profissional investido pela autoridade judicial ou policial na função de perito legista eventual (ad hoc). A terceira via é encaminhada e arquivada na SMS. A transmissão dos dados do SIM é enviada mensalmente, pelo menos um lote, por meio eletrônico da SMS para o nível regional, do qual é enviada para o nível estadual, utilizando a ferramenta Sistema de Controle de Envio de Lotes (Sisnet), e automaticamente retransmitida para o nível federal. 3) O QUE É SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE NASCIDOS VIVOS – SINASC? O sistema de Informação sobre Nascidos Vivos tem como objetivo realizar o cadastramento das declarações de Nascidos Vivos (DN) para subsidiar o conhecimento da situação de saúde em relação aos nascimentos ocorridos no país. Ele ainda tem como objetivo aumentar a cobertura e a qualidade das informações possibilitando o melhor conhecimento da realidade sociosanitária e a possibilidade de atuar na resolução dos problemas de saúde da população. Como o SINASC é alimentado? A DN (Declaração de Nascido Vivo) é um documento oficial e padronizado em todo o território nacional para lavratura da Certidão de Nascimento pelos Cartórios de Registro Civil e, portanto, para a garantia dos direitos de cidadania, como também é o instrumento de coleta de dados utilizado pelo Sinasc. Quais são os campos de preenchimento obrigatório e como funciona o fluxo de informações? O fluxo da DN tem início no município de ocorrência do estabelecimento de saúde, domicílio, aldeia indígena ou de vias públicas. De acordo com a característica do local de ocorrência do nascimento (hospital, outros estabelecimentos de saúde, via pública, domicílio ou outro, em consenso com o Campo 7 do Bloco II), existem diferentes fluxos para a terceira via (rosa); no entanto, a primeira e segunda vias não têm seu fluxo modificado. A primeira via (branca) é sempre recolhida pela SMS para digitação no sistema e arquivo posterior, enquanto o pai ou responsável legal recolhe a segunda via (amarela) para o cartório de registro civil e emissão da certidão de nascimento, a qual fica arquivada no cartório. Fluxo conforme local de ocorrência do nascimento • Fluxo 1: em caso de parto hospitalar ou domiciliar com assistência hospitalar posterior, o preenchimento da DN deve ser realizado por profissional de saúde que prestou assistência ao parto hospitalar ou à gestante logo após o parto. A MALU YORRANA CAMPOS SAMPAIO terceira via é arquivada no prontuário da mãe no estabelecimento de saúde onde ocorreu o evento. • Fluxo 2: em caso de parto domiciliar com assistência prestada por profissional de saúde ou parteira tradicional, a DN deve ser emitida por profissional de saúde ou parteira tradicional que prestou assistência ao parto domiciliar. O pai ou o responsável legal apresenta a terceira via na primeira consulta na Unidade de Saúde para serarquivada e monitorada. • Fluxo 3: em caso de parto domiciliar sem assistência prestada por profissional de saúde ou parteira tradicional, o preenchimento da DN é feito pelo oficial de registro do cartório. O pai ou o responsável legal apresenta a terceira via na primeira consulta na Unidade de Saúde para ser arquivada e monitorada. Nos casos de nascimentos sem assistência, ocorridos em famílias cadastradas na ESF ou no Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS), a DN deverá ser emitida por um profissional de saúde devidamente habilitado, pertencente à equipe ou à unidade à qual a mãe da criança esteja vinculada. • Fluxo 4: para parto domiciliar de indígena aldeiado com assistência a DN deve ser emitida por profissional de saúde ou parteira tradicional que prestou assistência ao parto domiciliar de indígena aldeiado. O pai ou o responsável legal apresenta a terceira via na primeira consulta na Unidade de Saúde para ser arquivada e monitorada. 4) O QUE É O SISTEMA DE INFORMAÇÕES HOSPITALARES DO SUS – SIH-SUS? O SIH foi desenvolvido com o objetivo de armazenar dados mensais sobre as informações do atendimento ao paciente internado na rede do SUS pelos estabelecimentos de saúde públicos, privados e filantrópicos, conveniados e contratados que realizam internações, tendo como instrumento de coleta de dados a Autorização de Internação Hospitalar (AIH). O sistema não foi concebido com a finalidade epidemiológica, mas sim para pagamento de serviços prestados pelos hospitais privados contratados/conveniados. Como o SIH-SUS é alimentado? Autorização de Internação Hospitalar (AIH) A AI é utilizada pelos gestores e prestadores de serviço SUS com o objetivo de realizar pagamento por valores fixos dos procedimentos e outras informações de interesse epidemiológico. Quais são os campos de preenchimento obrigatório e como funciona o fluxo de informações? As AIH são de dois tipos: • AIH tipo 1 (inicial): instrumento que registra a admissão inicial do paciente. • AIH tipo 5 (continuidade): destinada à internação de longa permanência (por exemplo, tuberculose, psiquiatria) e renovada mensalmente. A data de MALU YORRANA CAMPOS SAMPAIO internação na AIH 5 permanece a mesma da AIH 1, representando uma única internação. Em geral, a base de dados contida no SI tem grande importância na determinação do perfil dos atendimentos da rede hospitalar, contribuindo como fonte notificadora para vigilância epidemiológica e propiciando a construção de indicadores para fins epidemiológicos. Entre os principais indicadores fornecidos pelo sistema podem ser citados: frequências absoluta e relativa da morbimortalidade, coeficiente de internação hospitalar (sexo, faixa etária e causas), coeficiente de mortalidade hospitalar (sexo, faixa etária e causas), letalidade hospitalar, tempo médio de permanência por causa específica e valor médio da internação. 5) O QUÉ O SISTEMA DE INFORMAÇÃO AMBULATORIAL – SIA? Implantado em todo o país em 1995, o SIA registra os atendimentos realizados em âmbito ambulatorial por meio do Boletim de Produção Ambulatorial (BPA). Seu processamento ocorre de forma descentralizada, ou seja, cada estado e cada município, devidamente habilitados pelas normas operacionais do SUS, podem cadastrar, programar, processar e pagar a produção de seus estabelecimentos de saúde sob sua gestão. Como o SIA é alimentado? Quais são os campos de preenchimento obrigatório e como funciona o fluxo de informações? Sistemas de base utilizados: • Sistema de Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde (SCNES): possibilita efetuar o cadastramento de todos os estabelecimentos de saúde e de profissionais prestadores ou não de serviço ao SUS, além de identificar os estabelecimentos de saúde quanto aos aspectos de estrutura física, recursos humanos, equipamentos, profissionais e serviços ambulatoriais e hospitalares. • Sistema de Gerenciamento da Tabela de Procedimentos do SUS (Sigtap): disponibiliza a tabela de procedimentos do SUS, com todos os seus atributos, aos estabelecimentos de saúde credenciados no SUS. Aplicativos de captação: • Boletim de Produção Ambulatorial Magnético (BPA-Mag): permite o registro dos procedimentos de atenção básica (AB) e média complexidade (MC) e é composto de dois módulos de captação: BPA consolidado (BPA-C) e BPA individualizado (BPA-I). • Autorização de Procedimentos Ambulatoriais Magnética (APAC- Mag): permite o registro de procedimentos que exigem autorização prévia do gestor local para sua execução pelo estabelecimento de saúde. Nesse módulo é digitada a maioria dos procedimentos de alta complexidade (AC) e alguns de média complexidade (MC). Além disso, registram-se também o código da Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) de quem realizou o procedimento, o quantitativo de MALU YORRANA CAMPOS SAMPAIO procedimentos realizados, o CID principal, o código do motivo de saída/permanência e a data da alta, que é obrigatória para as seguintes situações: em caso de alta, óbito, transferência para outro estabelecimento de saúde e mudança de procedimento. Aplicativos intermediários: • Ficha de Programação Orçamentária Magnética (FPO-Mag): aplicativo que possibilita ao gestor local registrar a programação física orçamentária ambulatorial de cada estabelecimento de saúde que presta atendimento ao SUS. A programação deve estar coerente com a Programação Pactuada Integrada (PPI) e baseada em contrato/convênio com o SUS. • DE-PARA: aplicativo auxiliar que efetua a comunicação do CNES com o SIA. Através deste as informações dos estabelecimentos de saúde são alimentadas nos bancos de dados do SIA para execução do processamento. • VERSIA: aplicativo auxiliar que faz as críticas da produção processada pelo SIA e gera a remessa da produção aprovada para o Datasus BDSIA: pacote de tabelas com as atualizações mensais dos bancos de dados do SIA, principalmente dos procedimentos do Sigtap. TRANSMISSOR: aplicativo que possibilita o envio dos arquivos de banco de dados dos sistemas (CIH, SIA, SIHD), visando alimentar o banco de dados nacional desses sistemas de informação. O SIA emite uma série de relatórios que auxiliam os gestores no desenvolvimento das ações de planejamento, programação, regulação, avaliação, controle e auditoria, possibilitando a construção de diferentes indicadores que registram os atendimentos e tratamentos realizados em cada estabelecimento de saúde no âmbito ambulatorial. nas variáveis procedimentos, frequência, valor aprovado, quantidade e valores apresentados, cálculo de valor médio por procedimento e cálculo dos indicadores assistenciais. 6) O QUE SÃO OS REGISTROS DE CÂNCER? São centros sistematizados de coleta, armazenamento e análise da ocorrência e das características de todos os casos novos de câncer em uma população. Como o RCBP é alimentado? Base geográfica e fontes: • Área de abrangência: população bem definida, normalmente residente em determinada região geográfica (país, região, município), de onde surgem os casos e que fornecem os denominadores para o cálculo de coeficientes de incidência. Esses sistemas incluem dados de pacientes do SUS, convênios e particulares. • Fontes: as principais incluem: (1) serviços de tratamento: hospitais (públicos e privados), clínicas, consultórios; (2) serviços de diagnóstico: MALU YORRANA CAMPOS SAMPAIO laboratórios de patologia, hematologia e bioquímica, serviços de imagem, policlínicas; certificados de óbito do SIM. • Coleta: ativa: quando o pessoal do registro visita e coleta os dados na fonte; passiva: quando as fontes enviam a base de dados ao registro. Quais são os campos de preenchimento obrigatório e como funciona o fluxo de informações? Operacões do registro de câncer • Cruzamento de notificações: objetiva a reunião das notificações que se referem ao mesmo indivíduo e tumor a fim de verificar se se trata de tumor (caso) já registrado ou denovo tumor primário. Entendem-se por cruzamento de notificação todos os processos referentes a notificações múltiplas (vários registros do mesmo paciente com o mesmo tumor primário, recebidos de fontes diferentes), tumores múltiplos (vários tumores primários no mesmo paciente) e registros duplos (vários registros do mesmo paciente com o mesmo tumor primário, pertencentes à mesma fonte). Cada tipo exige abordagens diferentes. • Organização das informações Codificação: para garantir a comparabilidade entre os registros são utilizados sistemas de codificação reconhecidos nacional e internacionalmente: a CID-O para classificar os tumores, a CBO para classificar as profissões e a classificação do IBGE para localidades. Validação das informações: identificação de informações inválidas. como códigos inválidos. A incorporação de críticas no programa informatizado facilita os processos de organização das informações dos registros. • Armazenamento e processamento das informações: desde 1986 os RCBP brasileiros têm à disposição sistema informatizado, desenvolvido pelo INCA, que garante a padronização no processamento dos dados coletados de acordo com as normas técnico-operacionais preconizadas pelo Ministério da Saúde. Esse sistema foi desenvolvido a partir do instrumento de coleta de dados definido por consenso entre especialistas, tendo como referência as recomendações da International Agency for Research on Cancer (IARC/OMS) e a experiência do programa de Surveillance Epidemiology and End Results (SEER) do National Health Institute (NIH) dos EUA. Esse sistema permite a emissão de relatórios padronizados sobre a incidência do câncer, com número absoluto, taxas brutas e ajustadas, por topografia do tumor primário, faixa etária e sexo. • Seguimento: os casos registrados são seguidos para conhecer o status vital do paciente para o cálculo do tempo de sobrevida. O seguimento pode ocorrer de forma ativa ou passiva. No Brasil, os registros operam com o sistema de seguimento passivo, dependendo basicamente do SIM. 7) O QUE É O Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização – SIPNI Como o SIPNI é alimentado? Quais são os campos de preenchimento obrigatório e como funciona o fluxo de informações? MALU YORRANA CAMPOS SAMPAIO Embora implantado no país em 1973, os registros do Programa Nacional de Imunizações (PNI) provinham de dados agregados, sem possibilitar a avaliação de algumas informações sobre as pessoas vacinadas, como local de residência, e as adequações do esquema vacinal. Para melhor análise dos dados o Datasus desenvolveu um sistema de informação do PNI, o SIPNI. Esse sistema possibilitou o registro da população vacinada por faixa etária em determinado período de tempo, numa área geográfica (rotina e campanhas), e de dados sobre a movimentação de imunobiológicos com fins gerenciais. Atualmente, o PNI encontra-se implantado em todos os municípios brasileiros, porém o sistema (SIPNI) está em fase de implantação desde 2010. Por meio dos dados contidos no sistema é possível o acompanhamento da pessoa vacinada por procedência e a avaliação da cobertura vacinal, das doses aplicadas e da taxa de abandono nos âmbitos federal, estadual e municipal, oferecendo aos gestores envolvidos no programa uma avaliação dinâmica do risco quanto à ocorrência de surtos ou epidemias. O SIPNI representa uma importante contribuição para o controle ou a eliminação de algumas doenças imunopreveníveis, assim como para redução significativa na incidência de outras doenças, representando grande impacto na área da epidemiologia. 8) O QUE É O Sistema de Informação da Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano – Sisagua ? Como o SISAGUA é alimentado? Quais são os campos de preenchimento obrigatório e como funciona o fluxo de informações? O Sisagua é um sistema de vigilância em saúde ambiental do Programa Nacional de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Vigiagua), cujas informações são importantes para a prática da vigilância da qualidade da água para consumo humano, conforme a Portaria MS 2.914/2011. Implantado no Brasil em 2001, o sistema recebeu diversas melhorias ao longo dos anos. Esse sistema disponibiliza informações sobre fontes de abastecimento de água, dados de monitoramento da qualidade da água do SAA (Sistema de Abastecimento de Água), SAC (Solução Alternativa Coletiva) e SAI (Solução Alternativa Individual) e o controle de qualidade da água dos SAA e dos SAC, assim como informações sobre sistemas de abastecimento de água sem tratamento, amostras fora do padrão, acompanhamento da qualidade da água para consumo e fontes de abastecimento que se encontram vulneráveis. No nível nacional, o sistema é da responsabilidade da Coordenação Geral de Vigilância em Saúde Ambiental (CGVAM) do Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador (DSAST) da Secretaria de Vigilância em Saúde. Seus principais objetivos são: reduzir a morbimortalidade por doenças e agravos de transmissão hídrica por meio de ações de vigilância sistemática da qualidade da água consumida pela população; avaliar e gerenciar o risco da saúde associado à qualidade da água destinada ao consumo humano como parte integrante das ações de prevenção de agravos e de promoção da saúde; monitorar sistematicamente a qualidade da água consumida pela população; MALU YORRANA CAMPOS SAMPAIO possibilitar a avaliação conjunta de informações de vigilância ambiental com vigilância epidemiológica, de modo a identificar as situações de risco com o propósito de auxiliar a tomada de decisões sobre ações preventivas e corretivas, assim como avaliar os procedimentos adotados. 9) O QUE É O Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional – Sisvan? Como o SISVAN é alimentado? Quais são os campos de preenchimento obrigatório e como funciona o fluxo de informações? A Vigilância Alimentar e Nutricional (VAN) consiste na descrição contínua e na predição de tendências nas condições de alimentação e nutrição da população e seus fatores determinantes. A VAN surgiu na década de 1970 por recomendação da OMS, da Organização Pan- Americana da Saúde (OPAS) e da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) a partir da necessidade de obter informações para subsidiar as ações do governo, sendo também proposta a implantação de um Sistema de Informações para a Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan). Sua implantação ganhou reforço com a Lei 8.080, que incluiu a VAN no âmbito do SUS. Nesse mesmo momento o Sisvan tornou-se pré-requisito para o financiamento e a implantação de programas assistenciais com foco na recuperação da desnutrição e no cuidado de crianças e gestantes em risco nutricional. Desde 2008, a avaliação do estado nutricional da população atendida na atenção básica ocorre por meio do Sisvan Web. Trata-se do sistema informatizado que disponibiliza dois tipos de acesso: público e restrito. O acesso público ocorre através de relatórios consolidados, os quais estão disponíveis a qualquer pessoa no endereço eletrônico do Departamento de Atenção Básica. Através do "Acesso Restrito" é registrado o tipo de acompanhamento realizado, como o atendimento de usuários da atenção básica, de beneficiários do Programa Bolsa Família c/ou de outras estratégias, como as Chamadas Nutricionais. Todos os dados sobre o acompanhamento nutricional dos beneficiários do Programa Bolsa Família, que é feito no módulo de gestão desse programa, são importados para o Sisvan Web. O Ministério da Saúde recomenda que o Sisvan seja utilizado para o acompanhamento do estado nutricional de indivíduos em todas as fases da vida, incluindo gestantes e nutrizes. Os indicadores coletados pelo Sisvan dizem respeito à cobertura do estado nutricional dos indivíduos acompanhados em todos os ciclos de vida e ao consumo alimentarda população. 10) O QUE É O Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica – SISAB/E-SUS? Como o SISAB/E-SUS é alimentado? Quais são os campos de preenchimento obrigatório e como funciona o fluxo de informações? MALU YORRANA CAMPOS SAMPAIO Em 2013, o SISAB passou a ser o sistema de informação da atenção básica vigente para fins de financiamento e de adesão aos programas e estratégias da Política Nacional de Atenção Básica, substituindo o Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB). O SISAB integra a estratégia denominada e-SUS Atenção Básica, que propõe o incremento da gestão da informação, a automação dos processos, a melhoria das condições de infraestrutura e a melhoria dos processos de trabalho. O e-SUS AB é composto por dois sistemas de software que instrumentalizam a coleta dos dados que serão inseridos no SISAB. São eles: • Coleta de Dados Simplificados (CDS). • Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC). • Aplicativos (App) para dispositivos móveis, estando atualmente disponível o app AD (Atenção Domiciliar). Nesse sentido, os sistemas e-SUS AB foram desenvolvidos para atender aos processos de trabalho da atenção básica para a gestão do cuidado em saúde, podendo ser utilizados por profissionais de todas as equipes de AB, pelas equipes dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (Nasf), do Consultório na Rua (CnR), de Atenção à Saúde Prisional e da Atenção Domiciliar (AD), além dos profissionais que realizam ações no âmbito de programas como o Saúde na Escola (PSE) e a Academia da Saúde. Com o SISAB é possível obter informações da situação sanitária e de saúde da população do território por meio de relatórios de saúde, bem como de relatórios de indicadores de saúde por estado, município, região de saúde e equipe. No intuito de potencializar as ações da atenção básica e evitar o retrabalho gerado pela digitação da mesma informação em diferentes sistemas de informação em saúde foram intensificadas as medidas para estabelecer a integração entre o e-SUS Atenção Básica e os mais variados sistemas.
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