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Avaliação fisioterapêutica do recém-nato e da criança

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DESCRIÇÃO
Formas de classificação e avaliação do recém-nascido e da criança sob o olhar do
fisioterapeuta.
PROPÓSITO
Compreender as principais formas de avaliação em saúde da criança e suas técnicas de
realização, além de suas implicações clínicas, necessárias ao profissional de saúde com
atuação na área pediátrica.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Identificar a classificação do recém-nato e os fatores de risco
MÓDULO 2
Reconhecer as formas de avaliação dos reflexos primitivos e as etapas do desenvolvimento
motor
MÓDULO 3
Analisar as estratégias de avaliação fisioterapêutica em saúde da criança
INTRODUÇÃO
A avaliação fisioterapêutica é a chave para a tomada de decisão e elaboração de planos de
tratamento. A partir dos fatores testados e analisados durante a avaliação, o profissional
elabora seu raciocínio clínico que é a base do gerenciamento do paciente. Esse raciocínio
envolve alguns processos, tais como habilidades, experiências, conhecimento e especialidade
do profissional, além de sua capacidade de traçar estratégias de solução de problemas.
Quando estudamos as maneiras de avaliação em saúde da criança, é importante destacarmos
algumas particularidades. Além do exame físico que envolve testes neurológicos específicos e
exames motores clássicos da fisioterapia, também devemos compreender as maneiras de
avaliação da criança recém-nascida, como suas classificações e perfis de risco, avaliação
relacionada à integridade dos reflexos primitivos e avaliação do desenvolvimento motor, para
sermos, então, capazes de identificar os possíveis quadros e sintomatologias ligadas aos
diversos tipos de lesões, além de possíveis atrasos no desenvolvimento.
A seguir, veremos como realizar uma avaliação fisioterapêutica em saúde da criança, além de
identificar, a partir dos sinais e sintomas levantados, a topografia da lesão e os impactos
desses achados para a prática clínica, como também para a elaboração de estratégias e
planos de tratamento.
MÓDULO 1
 Identificar a classificação do recém-nato e os fatores de risco
CLASSIFICAÇÃO DO BEBÊ RECÉM-
NASCIDO
Existem algumas formas de classificar o bebê a partir do momento do nascimento e, para tal,
os dados antropométricos são bastante utilizados.
TAMANHO OU ESTATURA
O comprimento do recém-nascido varia em média entre 45 e 53 centímetros. Cerca de 60% do
comprimento equivale à cabeça e ao tronco, sendo os outros 40%, portanto, equivalentes aos
membros superiores e inferiores. O crescimento não se distribui de maneira igual entre os
primeiros meses de vida.
Espera-se que, no primeiro trimestre, haja um ganho de cerca de 9 centímetros; no segundo
trimestre, um ganho de 7 centímetros; no terceiro, de 5 centímetros; no quarto, cerca de 3
centímetros. Entre o primeiro e segundo ano de vida, estima-se um ganho médio de cerca de
10 centímetros.
 
Foto: shutterstock.com
Observe a imagem que caracteriza a curva de crescimento intrauterino:
 
Imagem: Manual de assistência ao recém-nascido. BRASIL, 1994, pág. 159
 Curva de crescimento intrauterino.
PESO
Também podemos classificar o recém-nascido de acordo com o peso ao nascer.
 
Foto: shutterstock.com
Um peso considerado dentro dos parâmetros de normalidade está igual ou acima de 2,5
quilogramas (kg) e menor que 4kg, sendo o peso acima de 4kg considerado macrossômico.

 
Foto: shutterstock.com
É classificado como baixo peso estando maior ou igual a 1,5kg e menor que 2,5kg.
Há algumas subcategorias quando avaliamos um bebê com baixo peso ao nascer, sendo
considerado como muito baixo peso ao nascer quando seu peso varia entre 1kg e 1,5kg, e
também pode ser considerado como extremo baixo peso ao nascer, quando o peso é inferior
a 1kg.
PERÍMETRO CEFÁLICO
Importante medida que avalia o crescimento do crânio e suas estruturas internas nos dois
primeiros anos de vida. A partir dessa idade, o perímetro cresce lentamente e sua medida não
reflete alterações importantes. Para realização dessa medida, deve-se posicionar uma fita
métrica sobre a proeminência occipital e sobre o arco das sobrancelhas, fixar a cabeça da
criança e envolver a fita ao redor do osso frontal sobre o sulco supra orbital, passando-a ao
redor da cabeça, no mesmo nível de cada lado, e colocando-a sobre a proeminência occipital
máxima.
A partir dos parâmetros de normalidade observados na curva de Fenton 2013 (de acordo com
o sexo), muito utilizada atualmente, é possível classificar como perímetro cefálico normal ou
quadros de microcefalia, por exemplo.
FENTON 2013
Curva para prematuros mais utilizada atualmente que considera dados do
desenvolvimento fetal dentro do útero materno. “Em 2013, o gráfico de Crescimento
Prematuro de Fenton 2003 foi atualizado por uma meta-análise rigorosa que incluiu
3.986.456 nascimentos da Alemanha, Estados Unidos, Itália, Austrália, Escócia e
Canadá. Ao fazê-lo, eles atualizaram os escores z para comprimento, perímetro cefálico e
peso; esses novos escores z podem ser facilmente calculados pelas calculadoras on-line”
(PROAÑO et al., 2014).
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Foto: Shutterstock.com
IDADE GESTACIONAL
Não deixa de ser uma maneira de classificar o recém-nato, oferecendo parâmetros importantes
sobre o acompanhamento pré e pós-natal. O recém-nascido é considerado:
A termo - quando nasce a partir de 37 semanas até 42 semanas de gestação.
Pós-termo - quando o bebê nasce a partir de 42 semanas.
Pré-termo (ou prematuro, um termo bastante conhecido) - quando o nascimento ocorre
em tempo inferior a 37 semanas. Este pode ser subclassificado como:
PRÉ-TERMO LIMÍTROFE
Entre 35 e 36 semanas de idade gestacional.
PRÉ-TERMO MODERADO
Entre 31 e 34 semanas.
PRÉ-TERMO EXTREMO
Com nascimento abaixo de 30 semanas de gestação.
 ATENÇÃO
Atenção para a importância da correção da idade gestacional em crianças prematuras,
fundamental para que a avaliação e a identificação de atrasos motores não sejam realizados
de maneira equivocada. A idade cronológica é a data contada a partir do dia do nascimento
do bebê, considerada a “idade real”. A idade corrigida é a ajustada ao grau de prematuridade,
ou seja, é a idade que o bebê teria se tivesse nascido a partir de 37 semanas.
Para a realização desse cálculo de correção da idade do bebê prematuro, utilizamos a seguinte
fórmula:
IDADE CORRIGIDA = IDADE CRONOLÓGICA – (40 –
IDADE GESTACIONAL)
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
ESSES VALORES DE IDADE CRONOLÓGICA E
GESTACIONAL DEVEM ESTAR EXPRESSOS
SEMPRE EM SEMANAS, E O NÚMERO 40 DA
FÓRMULA SE REFERE AO VALOR DE
REFERÊNCIA DE 40 SEMANAS DE UM BEBÊ
QUE NASCEU A TERMO.
 EXEMPLO
Vamos supor que queremos corrigir a idade de um recém-nascido que apresente idade
cronológica de 6 meses e 1 semana, ou seja, 25 semanas, e que tenha nascido com idade
gestacional de 8 meses, ou seja, de 32 semanas:
IDADE CORRIGIDA = 25 – (40 – 32)
IDADE CORRIGIDA = 17 SEMANAS
Ou seja, a idade corrigida do recém-nascido do exemplo acima é de 4 meses e 1 semana. Para
fins clínicos, essa informação é muito relevante e necessária, como, por exemplo, ao avaliar as
etapas do desenvolvimento motor dessa criança, deve-se levar em conta os parâmetros de
normalidade que deverão ser encontrados em um bebê na faixa dos 4 meses, ao invés de um
bebê de 6 meses, mesmo sendo sua idade cronológica.
ESSE CONHECIMENTO É FUNDAMENTAL PARA
O ESTABELECIMENTO DO DIAGNÓSTICO
CINESIOLÓGICO, PROGNÓSTICO E PLANO DE
TRATAMENTO, SE FOR NECESSÁRIO.
No próximo módulo, iremos discutir e conhecer os principais marcos do desenvolvimento que
devemos observar em cada faixa etária.
RELAÇÃO ENTRE O PESO AO NASCER E A IDADE
GESTACIONAL
Por fim, outro modo de classificar o recém-nascido, envolve a relação entre o peso ao nascer
e a idade gestacional, podendo ser então considerado como:
Pequeno para idade gestacional (abaixo do percentil 10).
Adequado para idade gestacional (entre os percentis 10 e 90).
Grande para idade gestacional (maior que o percentil 90).
Essa classificaçãose dá a partir da observação da curva de adequação peso/idade
gestacional, segundo Battaglia e Lubchenco (1967). Por exemplo, um recém-nascido de 32
semanas pesando 1,6kg está adequado para idade gestacional de acordo com a observação
da curva de adequação. Já um recém-nascido de 36 semanas pesando os mesmos 1,6kg é
classificado como pequeno para a idade gestacional.
ESSAS CLASSIFICAÇÕES AUXILIAM O
PROFISSIONAL DE SAÚDE NA ANTECIPAÇÃO
DE ALTERAÇÕES CLÍNICAS, PROGNÓSTICO DE
CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO. ALÉM
DE AJUDAR NA BUSCA DE ALGUMA POSSÍVEL
ANOMALIA CONGÊNITA QUE NÃO ESTEJA
EVIDENTE OU APARENTE.
TESTE DE APGAR
Em 1953, a médica inglesa Virgínia Apgar criou um método de avaliação do recém-nascido,
realizado logo após o nascimento, que é amplamente difundido e utilizado no mundo todo. Seu
objetivo é basicamente investigar a capacidade de ajuste e adaptação imediata do recém-
nascido à vida fora do ambiente uterino.
Esse teste avalia as condições fisiológicas do neonato e ajuda a identificar os que necessitam
de reanimação ou de cuidados especiais. É realizado no primeiro e no quinto minuto de vida,
podendo, em alguns casos, também ser repetido no décimo minuto de vida.
A avaliação envolve cinco aspectos: frequência cardíaca, esforço respiratório, tônus muscular,
irritabilidade reflexa e coloração da pele. A pontuação varia de 0 a 2 e somando os pontos de
cada item se obtém uma nota mínima de 0 e máxima de 10 pontos. Quanto maior a pontuação,
melhor o quadro clínico do bebê.
 
Imagem: Shutterstock.com
FREQUÊNCIA CARDÍACA
Avaliada por meio dos batimentos cardíacos por minuto, sendo a pontuação 0 obtida com
ausência desses batimentos. A pontuação 1 é recebida quando ocorre menos de 100
batimentos por minuto e a pontuação 2, quando os batimentos estão acima de 100 por minuto.
ESFORÇO RESPIRATÓRIO
Já a respiração é avaliada por meio do choro fraco ou vigoroso, sendo a pontuação 0 quando
este está ausente, pontuação 1 quando há resposta fraca ou irregular e pontuação 2 quando
há resposta forte e com choro.
TÔNUS MUSCULAR
Avaliado a partir da flexibilidade e movimentação das pernas. Quando o recém-nato se
apresenta flácido em todos os segmentos, recebe pontuação 0; quando apresenta flexão dos
segmentos distais de membros superiores e inferiores, recebe pontuação 1; quando apresenta
boa flexão geral e movimento ativo, atinge pontuação 2.
IRRITABILIDADE REFLEXA
A resposta reflexa é observada por meio das caretas, tosse ou espirro após uma estimulação
específica. Quando não há resposta à estimulação de vias aéreas, recebe pontuação 0;
quando apresenta algum movimento, como caretas durante o estímulo, recebe 1 ponto; ao
tossir ou espirrar durante a estimulação, recebe 2 pontos.
COLORAÇÃO DA PELE
A cor da pele se refere à palidez ou coloração azulada, que recebe pontuação 0; pele rosada
no corpo e azulada apenas nas extremidades, que recebe pontuação 1; pele rosada em todo o
corpo, que recebe pontuação 2.
 SAIBA MAIS
Notas entre 8 e 10 significam nenhuma asfixia; entre 4 e 7 indicam que o neonato é
considerado de risco e necessita de maiores cuidados; escores entre 0 e 3 apontam para a
necessidade de procedimentos de ressuscitação imediatos.
O resultado do teste observado no primeiro minuto é considerado como um diagnóstico da
situação presente, podendo traduzir sinal de asfixia e da necessidade de suporte ventilatório.

Já a observação do quinto e do décimo minuto é considerada mais acurada e gera
informações relacionadas ao prognóstico neurológico.
Devemos considerar que há diferentes níveis de escore de Apgar baixo, de acordo com as
alterações fisiopatológicas, sendo sua pontuação também dependente da maturidade do
recém-nato. Outro aspecto que pode influenciar no escore do teste é a condução materna,
como por exemplo, o uso de medicações e obviamente as condições do próprio bebê, como as
malformações neurológicas e complicações cardiorrespiratórias.
Por fim, a pontuação no teste de Apgar junto com as outras maneiras de classificação do
recém-nascido, como peso ao nascer e idade gestacional, são altamente associadas à
morbimortalidade ou expressam o bem-estar do bebê, além do sucesso da reanimação, caso
ocorra, e de sua maturação.
FATORES DE RISCO
Agora, vamos discutir brevemente alguns dos principais fatores de risco que podem ocorrer
durante o período pré-natal, perinatal e pós-natal, comprometendo a saúde tanto materna
quanto infantil.
PERÍODO PRÉ-NATAL
O período pré-natal compreende toda a gestação, antes do nascimento. Durante essa etapa,
podem ocorrer alguns fatores considerados de risco, como a anemia materna, que ocorre em
mais de um terço das mulheres durante o terceiro trimestre de gestação, normalmente, devido
à deficiência de ferro e/ou folato.
A anemia pode se apresentar de maneira crônica, podendo gerar quadro de anoxia cerebral e
danos cerebrais leves ao feto, ou de forma aguda, considerada mais agressiva, podendo
também levar a quadro de anoxia cerebral associado a lesões cerebrais mais graves.
Outro fator de risco durante esse período é a hipertensão gestacional, que pode desenvolver a
partir da vigésima semana um quadro bastante conhecido, a pré-eclâmpsia, podendo evoluir
para a eclâmpsia, que é uma alteração vascular generalizada. Isso gera um descontrole da
pressão arterial, colocando em risco a vida da mãe e do bebê, pois está associada a quadros
de proteinúria, quando ocorre a perda excessiva de proteínas por meio da urina, e a quadros
de convulsões do tipo tônico-clônicas, com perda súbita de consciência.
O diabetes gestacional também é considerado um fator de risco, que ocorre devido às
adaptações na produção hormonal materna para o desenvolvimento do bebê. As mulheres que
desenvolvem o diabetes gestacional apresentam aumento do nível de glicose no sangue, já
que não ocorre de maneira adequada a produção de insulina pelo pâncreas. Este deveria
produzir mais durante esse período, pois alguns hormônios desenvolvidos pela placenta
reduzem a ação da insulina.
Sendo assim, quando o bebê é exposto a quantidades elevadas de glicose no ambiente
intrauterino pode ocorrer o que é conhecido como macrossomia fetal, ocorrendo um aumento
do tamanho e peso do feto, o que pode favorecer a partos traumáticos e problemas no controle
de glicose da criança, podendo estar associado a quadros de obesidade e até mesmo de
diabetes na vida adulta.
Algumas outras alterações durante esse período podem ser consideradas fatores de risco,
como a placenta prévia, que ocorre quando esta se insere em uma porção mais baixa do
útero, obstruindo o colo de modo total ou parcial, sendo a hemorragia sua principal
complicação, o que pode ocorrer em qualquer momento da gestação.
Não podemos deixar de citar as infecções maternas, tais como doenças venéreas, quadros
de infecção urinária, toxoplasmose e citomegalovírus, por exemplo, que apresentam potencial
de ocasionar complicações ao feto. O consumo de álcool, drogas e o tabagismo estão
associados ao aumento do risco de partos prematuros, complicações durante o parto e
malformações congênitas.
PERÍODO PERINATAL
O período perinatal compreende entre as 22 semanas completas de gestação e os 7 dias
completos após o nascimento. Durante esse período, os principais fatores de risco são os
quadros de anoxia, que podem ocorrer por bloqueio mecânico, como a circular de cordão e a
desproporção cefalo-pélvica, quando o perímetro cefálico do feto é maior que a pelve da mãe,
por exemplo.
Nesse período, também pode ocorrer o descolamento prematuro da placenta, que
normalmente representa uma emergência obstétrica, podendo gerar quadros de hemorragias e
aumento do tônus da parede uterina – o que pode induzir o trabalho de parto precoce, devendo
ser rapidamente diagnosticado e tratado, devido a sua associação com o aumento do risco de
morbimortalidade da mãe, do feto ou do recém-nascido.
PERÍODO PÓS-NATAL
Já no período pós-natal, as principais alterações e complicações quesão consideradas fatores
de risco para o recém-nascido são as alterações metabólicas e sanguíneas, os quadros de
desidratação, icterícia, cardiopatias congênitas, problemas neurológicos devido à trauma,
convulsão, hemorragia, hidrocefalia, meningite, entre outras, além de prematuridade e sepse.
 
Foto: Shutterstock.com
COMO CLASSIFICAR O RECÉM-NASCIDO?
A especialista Isabela Andrelino apresentará as principais maneiras de classificar o recém-
nascido logo após o nascimento, com exemplos práticos sobre as possíveis complicações que
podem ocorrer quando a classificação foge dos padrões de normalidade.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. EXISTEM ALGUMAS MANEIRAS DE CLASSIFICAR O RECÉM-NASCIDO,
COMO PELO PESO, TAMANHO, PERÍMETRO CEFÁLICO E IDADE
GESTACIONAL. QUANDO AVALIAMOS A CRIANÇA LEVANDO EM CONTA
A RELAÇÃO ENTRE O PESO E A IDADE GESTACIONAL, É POSSÍVEL
IDENTIFICAR SE O PESO ESTÁ ADEQUADO PARA IDADE, A PARTIR DA
OBSERVAÇÃO DA CURVA DE ADEQUAÇÃO DESENVOLVIDA POR
BATAGLIA E LUBCHENCO. ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA SOBRE
ESSE TEMA:.
A) Pequeno para a idade gestacional é quando a relação se encontra abaixo do percentil 50.
B) Grande para a idade gestacional é quando a relação se encontra acima do percentil 50.
C) Adequado para a idade gestacional é quando a relação se encontra entre o percentil 50 e
90.
D) Adequado para a idade gestacional é quando a relação se encontra entre o percentil 10 e
90.
E) Adequado para a idade gestacional é quando a relação se encontra entre o percentil 10 e
50.
2. O TESTE DE APGAR É UM DOS PARÂMETROS UTILIZADOS NA
AVALIAÇÃO DO RECÉM-NASCIDO NO MOMENTO DO NASCIMENTO.
SOBRE ESSE ÍNDICE, ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA:
A) Os sinais avaliados são frequência cardíaca, respiração, tônus, resposta reflexa e cor da
pele.
B) O teste é realizado após 5 minutos de vida e repetido após 20 minutos de vida.
C) A pontuação total do teste pode chegar a 15 pontos e quanto maior a pontuação melhor o
quadro do bebê.
D) Pontuações abaixo de 8 indicam boa vitalidade e ausência de quadros de hipóxia.
E) A anoxia neonatal pode ocorrer quando o escore estiver entre 12 e 15.
GABARITO
1. Existem algumas maneiras de classificar o recém-nascido, como pelo peso, tamanho,
perímetro cefálico e idade gestacional. Quando avaliamos a criança levando em conta a
relação entre o peso e a idade gestacional, é possível identificar se o peso está
adequado para idade, a partir da observação da curva de adequação desenvolvida por
Bataglia e Lubchenco. Assinale a alternativa correta sobre esse tema:.
A alternativa "D " está correta.
 
Um bebê é considerado com o peso adequado para a idade gestacional quando essa relação é
observada na curva de adequação entre os percentis 10 e 90. Abaixo do percentil 10, é
considerado pequeno para idade gestacional e, acima do percentil 90, grande.
2. O teste de Apgar é um dos parâmetros utilizados na avaliação do recém-nascido no
momento do nascimento. Sobre esse índice, assinale a alternativa correta:
A alternativa "A " está correta.
 
O teste é realizado no primeiro, quinto e décimo minuto de vida. Cada um dos cinco itens
apresentados na letra A podem apresentar pontuação máxima de 2 pontos, totalizando 10,
sendo que, quanto maior a pontuação, melhor se encontra o paciente.
MÓDULO 2
 Reconhecer as formas de avaliação dos reflexos primitivos e as etapas do
desenvolvimento motor
AVALIAÇÃO DOS REFLEXOS PRIMITIVOS
Os movimentos do recém-nascido são dominados reflexos inatos e reflexos primitivos.
Reflexos primitivos são reações não intencionais, ou seja, involuntárias, que se apresentam
como respostas automáticas após determinado estímulo externo. Muitos são ativos durante o
período pré-natal e continuam presentes ao nascimento, auxiliando o lactente a aprender a
organizar o comportamento motor, facilitando sua interação com o ambiente em que está
inserido.
 
Foto: Shutterstock.com
Com o passar dos meses de vida, espera-se que essas respostas sejam inibidas e há
tendência à normalidade quando esses reflexos deixam de estar presentes e visíveis. Essa
frase pode nos dar a falsa impressão que eles desaparecem, porém, o correto é dizer que eles
se integram. Esses reflexos são integrados e “silenciados” e, caso haja alguma lesão
neurológica ao longo da vida, alguns deles podem voltar a aparecer.
 ATENÇÃO
É importante que ocorra a inibição dessas respostas reflexas, pois, muitas vezes, são
substituídas pelas reações posturais e pelos movimentos voluntários e, caso persistam, podem
gerar alguns efeitos negativos.
A partir de agora vamos aprender quais são os principais reflexos primitivos, bem como e em
que período eles surgem e se integram, além da maneira como testá-los e qual resposta deve
ser observada. Esse entendimento é importante para a prática clínica do fisioterapeuta, pois
ajuda na avaliação da integridade física e neurológica da criança.
A reação automática ou reflexo de defesa está presente no recém-nascido e persiste
durante toda a vida. Ao colocar o bebê em posição prona, observa-se um esforço para a
realização de rotação da cabeça, a fim de liberação das vias aéreas.
O reflexo de busca, também conhecido como pontos cardeais ou veracidade, também está
presente a partir do nascimento e se integra no segundo mês de vida. Para testar esse reflexo,
deve-se estimular a região da face ao redor da boca do bebê com o dedo ou algum objeto, por
exemplo, uma chupeta. Observa-se a abertura da boca e a rotação da cabeça para o estímulo,
na tentativa de buscar o objeto.
Associado ao reflexo de busca, normalmente, testa-se na sequência o reflexo de sucção,
presente desde o nascimento até o quarto mês de vida. Observa-se a sucção vigorosa do
objeto estimulante, que pode ser uma chupeta, o dedo do examinador ou o seio da mãe, por
exemplo. Sua persistência pode dificultar a aprendizagem e evolução da motricidade oral,
impactando no desenvolvimento dos músculos mastigatórios.
O reflexo de Galant também está presente desde o nascimento e sua integração ocorre no
segundo mês de vida. O teste é realizado com o bebê em posição prona e, ao realizar o
estímulo manual na lateral do tronco, observa-se uma inclinação de tronco homolateral ao
estímulo.
Outro reflexo que também se integra no segundo mês é chamado de glabelar. Após o toque
entre as sobrancelhas do bebê, os olhos tendem a se fechar e é possível detectar durante o
teste quadros de paresias faciais.
O reflexo de marcha está presente desde o nascimento e se integra entre o segundo ou
terceiro mês de vida. É considerado um pré-programa para a marcha voluntária. Ao colocar o
bebê em pé sobre uma superfície e realizar a inclinação anterior do tronco, são observados
passos curtos, ritmados e cruzados, sem extensão de joelho e quadril, que se assemelha à
marcha.
Presente a partir do nascimento e integrado aos 3 meses de vida, o reflexo dos olhos de
boneca apresenta relação com o desenvolvimento das coordenações sensórios-motoras. É
observado, após rodar a cabeça do recém-nascido, que os olhos permanecem na posição
inicial, sem acompanhar a rotação da cabeça.
O reflexo magnético está presente desde o nascimento e permanece até o terceiro mês. Após
colocar o bebê em posição supina, com os quadris e joelhos fletidos e comprimir os polegares
do examinador sobre a planta do pé do recém-nato, é observado, ao retirar lentamente os
polegares, que os membros inferiores se estendem, mantendo o contato entre a planta do pé e
o polegar do avaliador.
Outro reflexo bastante conhecido é a preensão palmar, presente desde o nascimento e que
deve ser integrado no quarto mês de vida. Após um estímulo tátil na palma da mão do recém-
nascido, observa-se a flexão dos dedos durante o estímulo.
Na mesma linha, há o reflexo de preensão plantar, que está presente até o oitavo mês,
sendo observada a flexão plantar dos artelhos, após o estímulo tátil no nível dos metatarsos do
bebê.
O reflexo tônico-cervical assimétrico, também conhecido como reflexo do esgrimista,é
desencadeado após o examinador realizar a rotação da cabeça do recém-nascido para um dos
lados, observando a extensão do membro superior do mesmo lado da rotação e a flexão do
membro superior contralateral. Esse reflexo está presente desde o nascimento até o quarto
mês de vida e está ligado à descoberta de estímulos ambientais.
O reflexo de Moro está presente desde o nascimento e sua integração ocorre no quarto mês
de vida, podendo também ser conhecido como reflexo do susto, pois a maneira de avaliar essa
resposta reflexa é por meio da suspensão em supino da criança e a simulação de uma queda
brusca. É observada uma reação semelhante a um susto, uma vez que a criança realiza a
extensão e abdução dos membros inferiores. A persistência desse reflexo pode dificultar o
aparecimento das aquisições das reações de equilíbrio e proteção.
Ao pressionar a planta dos pés do recém-nascido, na postura prona e com os membros
inferiores fletidos, é possível investigar a presença da integridade da reação de propulsão,
presente até o quarto mês de vida. Como resposta a esse estímulo, observa-se a extensão dos
membros inferiores, simulando o “rastejar”.
Outro reflexo também presente até o quarto mês é o tônico labiríntico. Após posicionar o
bebê em prono e realizar a extensão cervical, observa-se a extensão do tronco e membros.
Depois da flexão da cervical, observa-se a flexão de tronco e membros.
O reflexo primitivo que persiste por mais tempo na criança é o cutâneo plantar, também
conhecido como Babinsky, presente até o primeiro ano de vida. Sua resposta é a extensão do
hálux após o estímulo na lateral da região plantar. Depois de sua integração, esse reflexo pode
retornar no indivíduo após uma lesão no sistema nervoso central, sendo considerado um sinal
patognomônico de lesão da nossa principal via motora, a via córtico-espinhal (DORETTO,
2001).
Além dessas atividades reflexas, o bebê também apresenta algumas reações, que apresentam
íntima relação com o controle postural. Uma dessas reações é chamada de Landau, que se
apresenta a partir dos 4 meses de vida, e deixa de estar evidente a partir de 1 ano. Essa
reação é observada ao colocar a criança em suspensão ventral e observar como resposta a
extensão de tronco e membros.
A reação do anfíbio também surge a partir dos 4 meses e permanece. É observada após a
estimulação da crista ilíaca, com o bebê em decúbito ventral, uma elevação da pelve do lado
estimulado, associada à flexão e à abdução do membro inferior.
A partir de 5 meses de vida, as reações de equilíbrio começam a surgir e permanecem,
podendo ser avaliadas ao colocar a criança sentada ou em pé em alguma superfície, de
preferência instável, e provocar mudança do centro de gravidade para frente, para trás e para
os lados. Então, observa-se a movimentação do tronco e membros da criança em sentidos
opostos, a fim de manter o equilíbrio.
Por fim, as reações de proteção, também conhecidas como reações de paraquedas, também
surgem após 5 meses e permanecem. Essas reações envolvem respostas anteriores,
presentes aos 5 meses de vida; respostas laterais, presentes a partir de 8 meses de vida;
respostas posteriores, presentes a partir dos 10 meses. Para investigar a presença das
reações de proteção, pode-se posicionar a criança sentada e provocar deslocamentos
anteriores, laterais e posteriores, e observar o uso dos membros superiores para se proteger
contra a queda.
AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO
MOTOR
No primeiro ano de vida, a criança apresenta grande potencial para prevenir, reverter ou
minimizar a instalação de distúrbios. Logo, a avaliação é essencial, pois, a partir dela, é
possível traçar o diagnóstico fisioterápico e organizar as intervenções adequadas para cada
caso, de maneira precoce. Assim, minimiza-se as consequências de curto, médio e longo prazo
das desordens motoras.
Agora, vamos aprender sobre as principais aquisições motoras que devemos observar, de
acordo com a faixa etária, quando realizamos a avaliação de uma criança até 1 ano de vida. É
importante compreendermos o processo e as etapas do desenvolvimento motor dentro dos
padrões de normalidade, para então sermos capazes de detectar as alterações e
comprometimentos nesse sistema.
 
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No primeiro mês de vida, esperamos que o recém-nascido realize pouca movimentação,
apenas em bloco, de modo bastante simétrico e ainda com um padrão flexor, sem alinhamento
da cabeça, mantendo-a inclinada para um dos lados. Nessa fase, portanto, não devem ser
observados movimentos rápidos ou exagerados, nem padrões extensores de tronco e
membros ̶ fortes indicativos de comprometimento neurológico.
A partir do segundo mês, espera-se observar chutes alternados, movimentos mais seletivos e
suaves e com maior intensidade respondendo aos estímulos, além de diminuição do padrão
flexor. O bebê que permanece com uma postura flexora global, com presença de opistótono,
ombros retraídos e punhos fechados com o polegar aduzido, possivelmente apresenta
comprometimento no sistema nervoso central.
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3
Espera-se que, com três meses, a criança consiga trazer as mãos na linha média e
permanecer com elas abertas, e que a extensão de cabeça, tronco e membros já esteja mais
efetiva, podendo ser observado o início do apoio sobre o antebraço, quando colocada em
posição prona. Nessa fase, podem aparecer sinais importantes de comprometimento
neurológico, como os movimentos serpenteantes nas extremidades – conhecido como atetose,
que veremos no próximo módulo – além de, quando puxada para se sentar, a criança não
conseguir sustentar a cabeça e realizar o recrutamento da musculatura extensora.
Aos quatro meses, além das mãos serem trazidas à linha média, o bebê alcança os joelhos e
começa a explorar suas partes do corpo. Ele já pode começar a rolar e, em posição prona,
sustenta bem a cabeça, realizando extensão de quase 90 graus. Quando tracionado para se
sentar, apresenta ótimo controle de cabeça. Os sinais de comprometimento neurológico nessa
faixa etária costumam se apresentar como pouca movimentação, tendência à extensão,
nistagmo, estrabismo e descarga de peso no tronco superior, quando colocado em posição
prona, ao invés dos membros superiores.
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5
Com cinco meses de vida, a criança vira-se facilmente para os lados, sendo capaz de rolar da
posição prona para supina, eleva a cabeça e inicia a ponte, realiza movimentos natatórios em
prona, alternando a movimentação de membros superiores e inferiores. Nessa fase, são sinais
de comprometimento neurológico quando observado quadro de aumento ou diminuição do
tônus muscular de maneira expressiva, assimetria entre os membros e dificuldade da cabeça
em acompanhar os movimentos do corpo, além de não colaboração ao ser tracionado para se
sentar.
No sexto mês de vida, o bebê realiza o uso funcional das mãos na posição prona, colabora
muito quando tracionado para se sentar. Na posição sentada, consegue permanecer sem apoio
de tronco e alguns segundos sem o apoio das mãos.
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A partir do sétimo mês, a criança muda-se constantemente de decúbito e pode começar a
engatinhar. Já no oitavo mês, espera-se que a criança consiga realizar o movimento de
pivotear, ou seja, girar sobre o próprio eixo corporal, engatinhar ainda sem dissociação de
cinturas e na posição sentada iniciar rotação de tronco.
Entre os nove e dez meses de vida, a criança é capaz de passar da postura supina para
sentada, com ou sem rolar, além de conseguir realizar a passagem para a postura em pé com
apoio e realizar a pinça, ainda que de maneira grosseira.
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Entre o décimo primeiro e décimo segundo mês, espera-se que a criança realize o gato de
maneira madura, consiga realizar a marcha lateral com apoio e que se abaixe e levante de
cócoras. Nesses últimos meses do primeiro ano de vida, sinais de atraso no desenvolvimento
podem se apresentar como ausência de reações de proteção e equilíbrio, abaixar com muito
descontrolee, ao final do primeiro ano, não esboçar a marcha.
NISTAGMO
Movimentos involuntários repetitivos e não controlados, que variam de intensidade. Os
movimentos podem seguir em várias direções e em diferentes velocidades,
impossibilitando o paciente fixar o olhar em algo imóvel.
Vimos neste final do módulo quais são os movimentos que compõem o repertório motor de
uma criança até um ano de vida e a avaliação desses movimentos se dá por meio de
observação profissional, ao colocar o bebê nas diversas posturas de análise (prona, supina,
sentada e em pé). Também é possível usar materiais que estimulem a criança a realizar
determinada atividade que se pretende observar, como o uso do chocalho que oferece estímulo
visual e auditivo com a intenção de observar o rolar, por exemplo.
REFLEXOS PRIMITIVOS
A especialista Isabela Andrelino apresentará o papel dos reflexos e AS reações primitivas do
bebê no desenvolvimento motor, bem como as maneiras de avaliar e quais as repercussões
negativas caso essas respostas permaneçam.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. OS REFLEXOS PRIMITIVOS ESTÃO PRESENTES NOS RECÉM-
NASCIDOS E SUA AVALIAÇÃO É IMPORTANTE, PODENDO
REPRESENTAR A INTEGRIDADE DO SISTEMA NEUROLÓGICO DA
CRIANÇA. ASSINALE A ALTERNATIVA INCORRETA SOBRE A MANEIRA
DE AVALIAR A RESPOSTA REFLEXA DE ALGUNS DELES.
A) Moro – realiza-se anteriorização do tronco da criança, em pé sobre uma superfície plana, e
observa-se passos ritmados e alternados.
B) Galant – com o bebê em posição prona realiza uma estimulação na lateral do tronco e
observa-se uma inclinação homolateral ao estímulo.
C) Cutâneo plantar – o estímulo é realizado na planta do pé, no sentido lateral para medial e
observa-se a extensão do hálus.
D) Preensão palmar – realiza o estímulo na palma da mão do bebê e é observado a flexão dos
dedos.
E) Reflexo de defesa – o estímulo é realizado com o bebê em posição prona, onde esboça um
esforço para a realização de rotação da cabeça, a fim de liberação das vias aéreas.
2. ESPERA-SE QUE A CRIANÇA SEJA CAPAZ DE PASSAR DA POSTURA
SUPINA PARA SENTADA, COM OU SEM ROLAR, QUE CONSIGA
REALIZAR A PASSAGEM PARA A POSTURA EM PÉ COM APOIO E INICIE
A REALIZAÇÃO DA PINÇA AINDA GROSSEIRA. ESSAS AQUISIÇÕES
MOTORAS SÃO ESPERADAS A PARTIR DE QUAL FAIXA ETÁRIA?
A) 3 meses
B) 5 meses
C) 7 meses
D) 9 meses
E) 15 meses
GABARITO
1. Os reflexos primitivos estão presentes nos recém-nascidos e sua avaliação é
importante, podendo representar a integridade do sistema neurológico da criança.
Assinale a alternativa incorreta sobre a maneira de avaliar a resposta reflexa de alguns
deles.
A alternativa "A " está correta.
 
Para avaliação do reflexo de Moro deve-se simular um “susto” ou uma queda da criança,
quando é possível observar a extensão e abdução dos membros superiores.
2. Espera-se que a criança seja capaz de passar da postura supina para sentada, com ou
sem rolar, que consiga realizar a passagem para a postura em pé com apoio e inicie a
realização da pinça ainda grosseira. Essas aquisições motoras são esperadas a partir de
qual faixa etária?
A alternativa "B " está correta.
 
Uma criança aos 3 meses está iniciando os movimentos extensores de cervical e membros,
aos 5 meses consegue rolar, mas ainda não se senta sem apoio. Aos 7 meses se senta bem
com apoio e faz uso das mãos nessa posição, podendo iniciar o engatinhar. Aos 9 e 10 meses
é capaz de passar da postura supina para sentada, com ou sem rolar, além de conseguir
realizar a passagem para a postura em pé com apoio e realizar a pinça, ainda que de maneira
grosseira. Aos 15, espera-se que a criança realize a marcha de modo mais maduro.
MÓDULO 3
 Analisar as estratégias de avaliação fisioterapêutica em saúde da criança
AVALIAÇÃO FÍSICA
A avaliação física é uma etapa muito importante e fundamental para que o diagnóstico
fisioterapêutico possa ser feito com qualidade e assim possibilitar a criação de intervenções
adequadas para cada criança, além de permitir a intervenção precoce com o objetivo de
minimizar as consequências de curto, médio e longo prazo de desordens motoras.
Vamos agora discutir sobre os principais itens que compreendem o exame físico e neurológico
em saúde da criança. Portanto, não será discutido sobre o momento da anamnese e da coleta
de informações iniciais.
 DICA
Vale lembrar que todo exame físico deve iniciar com a coleta de informações sobre a criança, a
história da gestação e do parto, antecedentes obstétricos e familiares, além da história da
doença atual e da doença pregressa. Também é importante coletar informações sobre a
linguagem, contato social, audição e localização de sons, além de exames complementares e
uso de medicação.
INSPEÇÃO
O exame físico inicia-se a partir da inspeção, no qual o profissional observa alguns dados, tais
como:
Com quem o paciente chegou acompanhado.
Se o paciente se apresenta comunicativo e colaborativo.
Como se locomove e deambula, além da necessidade de algum dispositivo auxiliar para
locomoção.
Se há presença de algum padrão patológico instalado, deformidades, assimetrias, lesões
ou cicatrizes aparentes.
Se a inspeção ocorrer em ambiente hospitalar, é importante coletar informações sobre postura
no leito, uso de acessos e sondas, além de padrões respiratórios e dispositivos auxiliares,
como uso de cateter ou máscaras de oxigenação, ventilação não invasiva ou invasiva.
PALPAÇÃO
Durante a palpação, é possível observar a presença de edemas, dor, temperatura, pulsos
arteriais e trofismo muscular. Vale lembrar que, na avaliação dos pulsos arteriais, os valores de
batimento cardíaco por minuto (bpm) em crianças podem variar conforme a idade, sendo
mais elevado até o primeiro ano de vida, com média de 120bpm.
De 1 a 2 anos, a média é de 110bpm.
Dos 2 aos 6 anos, média de 100bpm.
A partir dos 6 anos, os batimentos se assemelham ao do adulto, com média de 90bpm.
 
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Ainda sobre a palpação, a avaliação de trofismo envolve o toque nos principais grupos
musculares e que tendem a ser mais volumosos, tais como flexores e extensores de cotovelo,
flexores e extensores de joelho, e plantiflexores, devendo sempre ser realizado de maneira
bilateral e de maneira comparativa. Pode ser encontrado o trofismo normal, chamado de
normotrofia; trofismo diminuído, a hipotrofia; ou aumentado, a hipertrofia.
O tônus muscular também deve ser avaliado e representa a integridade neurológica da criança.
Ele envolve a investigação do estado de semicontração basal da musculatura estriada
esquelética, que deve ser realizado a partir da movimentação passiva das articulações, tanto
do membro superior quanto do inferior, e observado o grau de resistência existente. É
importante realizar essa movimentação em diferentes velocidades e graus de amplitude de
movimento, pois o tônus é sensível a esses aspectos, e sempre de modo comparativo com os
dois lados do corpo.
Classificamos como normotonia o tônus muscular considerado normal. Hipotonia, quando está
diminuído ou flácido, comum em doenças que comprometam o Sistema Nervoso Periférico, o
cerebelo e também algumas síndromes, como é o caso da síndrome de Down, por exemplo.
Ainda podemos classificar como hipertonia quando há aumento do tônus, que, por sua vez,
pode ser dividida em dois tipos:
HIPERTONIA ELÁSTICA OU SELETIVA
Conhecida como sinal do canivete, quando há lesão na via piramidal.
HIPERTONIA PLÁSTICA OU GENERALIZADA
Conhecida como cano de chumbo ou roda denteada, que está presente quando há lesão em
vias extrapiramidais.
A avaliação de amplitude de movimento pode ser realizada de algumas maneiras, como de
forma passiva, mobilizando todas as articulações e observando se há limitação de movimento e
por qual motivo, como encurtamentos, deformidades ósseas, bloqueios articulares, tônus
muscular ou dor, por exemplo. Além disso, também é possível realizar a avaliação por meio da
goniometria, com o uso de um instrumento que mensura a angulação articular.
OBSERVAÇÃO
O movimento podeser avaliado por meio da movimentação voluntária, movimentação
solicitada e testes de força muscular. A maneira mais utilizada de avaliação do movimento em
crianças é a partir da observação, levando em conta as fases do desenvolvimento motor,
como discutimos no módulo anterior, além da observação da movimentação de forma global:
se há dissociação, simetria e alinhamento durante os movimentos, mudanças de
postura, controle de tronco e cabeça, entre outros.
 SAIBA MAIS
Também é possível solicitar a movimentação ao paciente, desde que ele apresente algum grau
de compreensão, e assim observar se ele realiza o movimento solicitado, se o faz com bom
controle e coordenação, se completa todo arco de movimento e atinge o alvo proposto.
Se a criança apresentar um bom grau cognitivo e boa colaboração, podem ser realizados
testes específicos de força muscular, colocando o grupo muscular a ser examinado em posição
de teste. Assim, realizando a aplicação de resistência isométrica e graduando o nível de força
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muscular, segundo a escala MRC, além de atribuir graus de força que variam de 0 a 5, uma
vez que 5 é considerado grau de força satisfatória, vencendo a resistência manual do
examinador.
Ainda em relação à motricidade, devemos avaliar as respostas motoras de caráter involuntário,
característico de alterações nas vias extrapiramidais, que é também avaliado por meio de
observação da criança. Os principais movimentos involuntários encontrados são as atetoses,
os movimentos coreicos e as distonias, alterações que cursam com flutuações de tônus.
AVALIAÇÃO DA INTEGRIDADE NEUROLÓGICA
A avaliação da integridade neurológica da criança também envolve as respostas reflexas,
que podem ser os reflexos primitivos, como já estudado no módulo anterior, além dos
superficiais e profundos.
Entre os reflexos superficiais avaliados, destacamos o sinal de Hoffman, que é realizado a
partir da percussão da falange distal do dedo médio; sua presença se expressa com a flexão
dos dedos, sendo um sinal indicativo de lesão na via córtico-espinhal. Destacamos, ainda, o
cutâneo plantar, uma vez que é realizado o estímulo no sentido de lateral para medial da planta
do pé da criança e, se a resposta for em extensão do hálux, também é um indicativo de lesão
na via córtico-espinhal.

Os reflexos profundos são os tendíneos, nos quais o profissional realiza a percussão de
alguns tendões com um instrumento, conhecido como martelo de reflexos. Essa percussão
gera um pequeno estiramento da estrutura tendínea e, a partir disso, observa-se a resposta
reflexa, por meio da ativação do arco reflexo. Assim, essas respostas podem ser classificadas
como hiporreflexia (diminuição), hiperreflexia (aumento) e normorreflexia (normal). Respostas
reflexas exaltadas são sinais de lesões no sistema nervoso central e respostas diminuídas são
características de lesão no sistema nervoso periférico (POUNTNEY, 2008).
Ainda sobre esses reflexos profundos, os principais de membro superior são o bicipital,
tricipital, estiloradial e cubitopronador; os de membro inferior são o adutor, patelar e aquileu.
Também vale lembrar que eles devem ser testados sempre de maneira bilateral e
comparativamente.
AVALIAÇÃO DE CLÔNUS
Na mesma linha das respostas reflexas, devemos conhecer a avaliação de clônus, que é
realizada a partir de um movimento brusco de estiramento nos tendões dos flexores de punho,
tendão patelar e tendão aquileu.
 ATENÇÃO
Em situações como essa, observa-se a presença de uma resposta exagerada da musculatura
agonista e antagonista desse movimento, apontando para lesão no Sistema Nervoso Central.
AVALIAÇÃO DA SENSIBILIDADE
Outro tópico importante da avaliação é sobre a sensibilidade, que pode ser dividida em
superficial ou profunda.
 ATENÇÃO
Vale ressaltar que, embora seja um tópico importante do exame físico, ela depende da
colaboração do paciente, então, a realização desses testes não será fidedigna em crianças
muito pequenas ou com déficits cognitivos.
De uma maneira geral, a sensibilidade superficial investiga a integridade das sensações
táteis nos segmentos corporais. Algumas particularidades devem ser levadas em conta ao
avaliar a sensibilidade superficial após lesão neurológica. Ao avaliar uma criança com lesão
encefálica, o teste de sensibilidade deve ser realizado passando um pincel nos segmentos
corporais, tais como braço, antebraço, mão, tronco, coxa, perna e pé. Essa distribuição segue
a representação das partes do corpo representadas a partir do Homúnculo de Penfield,
localizado no lobo parietal (imagem abaixo). Então, por esse motivo, a avaliação deve ser feita
por segmento corporal.
 
Imagem: OpenStax College/ Wikimedia Commons/ CC BY-SA 3.0
 Homúnculo de Penfield.
Já quando a criança apresenta alguma lesão ou alteração na medula espinhal, o teste de
avaliação sensitiva deve ser realizado a partir dos dermátomos, que irá investigar o local na
medula espinhal em que há a lesão sensitiva. Se a lesão for no Sistema Nervoso Periférico,
comprometendo raízes e nervos, essa avaliação deve ser feita a partir dos territórios de
inervação cutânea dos nervos que estão sendo investigados.
DERMÁTOMOS
Um dermátomo é uma área da pele que é inervada por fibras nervosas que se originam
de um único gânglio nervoso dorsal.
Já a avaliação de sensibilidade profunda é realizada da mesma forma, independentemente
do local da lesão neurológica, e tem como função investigar a propriocepção consciente, que é
a capacidade da criança em reconhecer sua articulação no espaço, se ele está parado ou em
movimento (cinética) e em qual posição se encontra (postural), sem o auxílio da visão. O
membro a ser avaliado deverá ser movimentado e, então, o paciente é questionado se o
mesmo está parado ou em movimento e em qual posição se encontra.
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 ATENÇÃO
A classificação dos testes de sensibilidade, seja superficial ou profunda, se refere: à diminuição
da sensação, chamada de hipoestesia; ao aumento da sensação, conhecida como
hiperestesia; à sensação normal, normoestesia; ou ainda a uma sensação estranha ou
desagradável, chamada de parestesia. Novamente, é importante destacar que a avaliação
deve ser realizada de forma bilateral e comparativamente.
AVALIAÇÃO DE EQUILÍBRIO
A avaliação de equilíbrio pode ser realizada de maneira estática ou dinâmica.
De forma estática, existem alguns testes específicos que podem ser utilizados, como:
A postura em Romberg – é solicitado ao paciente que permaneça com os pés juntos.
A postura em Tanden – realiza-se com um pé posicionado à frente do outro.
A postura unipodal – realiza-se em pé com o apoio apenas de um membro inferior.
ESSES TESTES DEVEM SER
CRONOMETRADOS, REALIZADOS SEMPRE DE
MODO BILATERAL (NAS POSTURAS EM
TANDEN E UNIPODAL), SENDO INCENTIVADA
SUA AVALIAÇÃO TANTO COM OS OLHOS
FECHADOS QUANTO ABERTOS.
Além da informação em segundos sobre o tempo que a criança consegue permanecer em cada
postura, também é importante descrever como foi essa permanência, se ocorreu de forma
estável ou se houve desequilíbrios e reações exageradas para auxiliar na manutenção da
postura, por exemplo.
A avaliação do equilíbrio dinâmico envolve a observação e descrição durante as atividades,
por exemplo, de saltar, correr, caminhar e durante as transições posturais, devendo ser
observada a maneira de realização, se há compensação, como é o alinhamento postural, a
dissociação dos movimentos e a base de suporte.
AVALIAÇÃO DA COORDENAÇÃO MOTORA
Também devemos investigar a coordenação motora, que pode ser feita a partir de alguns
testes especiais, lembrando novamente que, para que a criança consiga realizar o teste, ela
deve apresentar boa função cognitiva. Algumas provas de coordenação são conhecidas como:
A) INDEX-INDEX
O teste de index-index avalia a capacidade do paciente em encontrar os dois dedos
indicadores, a partir da elevação dos membros superiores, de olhos abertos e fechados.
B) INDEX-NARIZAvalia a capacidade de encostar o dedo indicador na ponta do nariz, também com os membros
superiores em elevação.
C) CALCANHAR-JOELHO
Consiste em solicitar que o paciente deslize o calcanhar sobre a tíbia oposta até a altura dos
joelhos e retorne para a posição de início. Esse teste, além do index-index e index-nariz,
quando se encontra positivo, pode ser classificado como com presença de dismetria (quando o
paciente não acerta ou ultrapassa o alvo), ou com presença de decomposição de movimentos
(sinais de incoordenação motora).
D) DIADOCOCINESIA
Diadococinesia é a capacidade que uma pessoa tem em realizar movimentos rápidos,
alternadamente. A prova consiste em solicitar que o paciente repouse suas mãos sobre suas
coxas, uma com a palma virada para cima e a outra virada para baixo, sendo, então, solicitado
que alterne a posição das mãos, com alteração da velocidade. Se o paciente não consegue
realizar o comando, ele apresenta uma adiadococinesia. Se ele realiza, mas com dificuldade,
pode ser classificado como disdiadococinesia, que representa a perda dessa função, além de
ser um sinal característico de lesão cerebelar e de alterações na coordenação motora.
E) RECHAÇO
Por fim, o teste de rechaço consiste em posicionar o membro superior do paciente apoiado em
uma superfície, com flexão de cotovelo. O terapeuta deve aplicar uma resistência manual no
antebraço do paciente, no sentido de uma extensão de cotovelo, e soltar de maneira abrupta,
para observar o controle da musculatura agonista e antagonista em frear o movimento e
impedir que a mão do paciente acerte seu rosto, apontando também deficits de coordenação.
Durante esse teste, é importante que a mão livre do terapeuta esteja protegendo o rosto do
paciente.
Novamente, vale ressaltar que esses testes de coordenação são bastante utilizados, porém,
em algumas crianças, não é possível a realização devido aos níveis de compreensão. Nesses
casos, é possível avaliar a coordenação motora dos pacientes por meio de observação das
atividades realizadas, como durante as passagens de postura, durante a marcha, atividades
com os membros inferiores e atividades manuais.
AVALIAÇÃO DA MARCHA
Para finalizarmos este módulo, não podemos deixar de discutir sobre a avaliação de marcha,
que, de maneira geral é realizada a partir da solicitação para que o paciente caminhe
normalmente, observando-se a maneira como é executada.
É importante analisar e descrever o alinhamento anteroposterior e médio-lateral do tronco, se a
dissociação de cinturas escapular e pélvica está ocorrendo de modo satisfatório, se há
balanceio dos membros superiores, como está a base de suporte, se está alargada ou
diminuída, além de, claro, as fases da marcha.
AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA EM SAÚDE DA
CRIANÇA
A especialista Isabela Andrelino apresentará os principais itens da avaliação neurológica, bem
como suas maneiras de realização, descrevendo a importância para a prática clínica a partir
das respostas encontradas.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. O EXAME FÍSICO É UMA ETAPA MUITO IMPORTANTE DA AVALIAÇÃO
FÍSICA, POIS PERMITE A ELABORAÇÃO DE ESTRATÉGIAS DE
TRATAMENTO A PARTIR DOS SINAIS E SINTOMAS OBSERVADOS, ALÉM
DA POSSIBILIDADE DE INVESTIGAÇÃO DA TOPOGRAFIA DA LESÃO. UM
PACIENTE QUE APRESENTE HIPERTONIA DO TIPO ELÁSTICA PODE TER
SOFRIDO LESÃO EM QUAL ESTRUTURA?
A) Cerebelo
B) Nervos periféricos
C) Vias piramidais
D) Vias extrapiramidais
E) Muscular
2. A AVALIAÇÃO DE RESPOSTAS REFLEXAS DIZ RESPEITO À
INTEGRIDADE DO SISTEMA NEUROLÓGICO DA CRIANÇA. SOBRE ESSE
TEMA, QUAIS OS TIPOS DE REFLEXOS QUE PODEM SER AVALIADOS?
A) Sensitivos profundos e superficiais
B) Proprioceptivos conscientes
C) Primitivos, superficiais e profundos
D) Motricidade voluntária e involuntária
E) Musculares
GABARITO
1. O exame físico é uma etapa muito importante da avaliação física, pois permite a
elaboração de estratégias de tratamento a partir dos sinais e sintomas observados, além
da possibilidade de investigação da topografia da lesão. Um paciente que apresente
hipertonia do tipo elástica pode ter sofrido lesão em qual estrutura?
A alternativa "C " está correta.
 
A hipertonia elástica é um sinal patognomônico de lesão do Sistema Nervoso Central,
especificamente na via córtico-espinhal, que compõe as vias piramidais.
2. A avaliação de respostas reflexas diz respeito à integridade do sistema neurológico da
criança. Sobre esse tema, quais os tipos de reflexos que podem ser avaliados?
A alternativa "C " está correta.
 
Os reflexos avaliados são os de natureza primitiva e superficial, tais como Hoffman e cutâneo
plantar, além de reflexos profundos ou tendíneos.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao fim do estudo dos principais aspectos que devemos levar em conta ao avaliar
uma criança clinicamente, tais como as formas de classificação do recém-nascido e alguns
fatores de risco envolvidos, além das formas de avaliar o desenvolvimento motor infantil, que
leva em conta as respostas reflexas primitivas e o desenvolvimento motor voluntário. Outro
ponto importante e fundamental para a elaboração de um plano de tratamento adequado em
saúde da criança foi a compreensão das formas de realizar uma boa avaliação física e quais as
maneiras de classificação dos achados.
Você compreendeu a necessidade deste assunto como base para o entendimento dos diversos
sinais e sintomas que a criança pode apresentar após algum quadro de lesão.
Consequentemente, quando aprender sobre as principais estratégias de tratamento para essas
afecções, ficará ainda mais clara a necessidade deste estudo.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
BATTAGLIA, F. C.; LUBCHENCO, L. O. A practical classification of newborn infants by
weight and gestational age. J. Pediatr., p. 159-63, 1967.
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual de assistência ao recém-nascido. Brasília, 1994.
Consultado na internet em: 29 abr. 2021.
DORETTO, D. Fisiopatologia clínica do sistema nervoso: fundamentos semiologia. 3. ed.
São Paulo: Atheneu 2001.
POUNTNEY, T. Fisioterapia pediátrica. 1. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
PROAÑO, A.; ARAGÓN, R. E. & PROAÑO, J. L. Z‐Score: Fenton 2013. Atualização de dez
anos. Jornal de Pediatria, Porto Alegre, 2014.
EXPLORE+
Para ampliar seus conhecimentos sobre o conteúdo dado, procure na internet o artigo
Classificação da função motora e do desempenho funcional de crianças com paralisia cerebral,
que investigou o desempenho motor de crianças com paralisia cerebral e utilizou algumas
escalas muito comuns em pediatria
CONTEUDISTA
Isabela Andrelino de Almeida Shigaki
 CURRÍCULO LATTES
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