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Livro de Fisioterapia na saúde da Criança

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Prévia do material em texto

Indaial – 2021
Fisioterapia na saúde 
da Criança
Profª. Juliana Rosa Nascimento
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2021
Elaboração:
Profª. Juliana Rosa Nascimento
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
N244f
Nascimento, Juliana Rosa
 
 Fisioterapia na saúde da criança. / Juliana Rosa Nascimento. – 
Indaial: UNIASSELVI, 2021.
 
 204 p.; il.
 ISBN 978-65-5663-390-9
 ISBN Digital 978-65-5663-391-6
 
 1. Desenvolvimento infantil. - Brasil. 2. Fisioterapia. – Brasil. II. 
Centro Universitário Leonardo da Vinci. 
 CDD 615
apresentação
Seja bem-vindo à disciplina de Fisioterapia na Saúde da Criança. 
Nesta disciplina, dividiremos o nosso estudo em três unidades. 
Na Unidade 1, serão abordadas as fases do desenvolvimento infantil, 
com seus marcos motores, reflexos primitivos e patológicos, bem como os 
fatores que podem alterar o processo do desenvolvimento normal. Além 
disso, aprenderemos também, como realizar uma adequada avaliação 
fisioterapêutica de infantes e neonatos. 
Na Unidade 2, discutiremos as principais patologias que acometem 
as crianças, sendo estas de origem neurológica, respiratória, ortopédica, 
reumatológica, entre outras. Estudaremos também as condutas do 
fisioterapeuta frente a essas patologias, pois é fundamental a escolha correta 
da conduta a ser utilizada pelo profissional de saúde no tratamento de 
pacientes pediátricos. 
Por fim, a Unidade 3 refere-se às terapias complementares e assistência 
humanizada na saúde da criança. Nesta etapa, aprenderemos algumas 
terapias complementares muito utilizadas atualmente na reabilitação de 
pacientes pediátricos, tais como a equoterapia, hidroterapia, musicoterapia, 
técnicas de integração sensorial etc. Além disso, discutiremos também o 
papel do fisioterapeuta no processo do aleitamento materno, a saúde da 
criança nos três níveis de atenção à saúde e a relação da fisioterapia com a 
equipe multiprofissional na atenção à saúde da criança. 
Portanto, o foco da nossa disciplina será capacitar o aluno para 
a compreensão da atuação do fisioterapeuta no tratamento de infantes e 
neonatos com patologias pediátricas, nos diversos níveis de atenção à saúde. 
Desejamos a você um ótimo estudo. Aliás, lembre-se sempre: 
“O sucesso é o acúmulo de pequenos esforços, repetidos dia a dia”.
Robert Collier
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi-
dades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra-
mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui 
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilida-
de de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assun-
to em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você 
terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complemen-
tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
sumário
UNIDADE 1 — DESENVOLVIMENTO MOTOR INFANTIL E SEMIOLOGIA
 PEDIÁTRICA E NEONATOLÓGICA ................................................................... 1
TÓPICO 1 — CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO ............................................................. 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 DESENVOLVIMENTO MOTOR ..................................................................................................... 5
2.1 FASES DO DESENVOLVIMENTO MOTOR ............................................................................. 6
2.2 FATORES PRÉ-NATAIS QUE AFETAM O DESENVOLVIMENTO ..................................... 11
2.3 FATORES PÓS-NATAIS QUE AFETAM O DESENVOLVIMENTO .................................... 13
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 15
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 16
TÓPICO 2 — DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR NORMAL
 E PATOLÓGICO .......................................................................................................... 17
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 17
2 DESENVOLVIMENTO PRÉ-NATAL............................................................................................. 18
2.1 PREMATURIDADE VERSUS DESENVOLVIMENTO ........................................................... 18
3 CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO NO PRIMEIRO ANO DE VIDA ...................... 19
3.1 REFLEXOS PRIMITIVOS E POSTURAIS ................................................................................. 19
3.2 CARACTERÍSTICAS DO LACTENTE ..................................................................................... 31
3.2.1 O neonato de 0 a 10 dias .................................................................................................... 31
3.2.2 Primeiro mês ........................................................................................................................ 32
3.2.3 Segundo mês ........................................................................................................................ 32
3.2.4 Terceiro mês ......................................................................................................................... 33
3.2.5 Quarto mês .......................................................................................................................... 34
3.2.6 Quinto mês ........................................................................................................................... 34
3.2.7 Sexto mês .............................................................................................................................. 36
3.2.9 Sétimo mês ............................................................................................................................ 37
3.2.10 Oitavomês .......................................................................................................................... 38
3.2.11 Nono mês ............................................................................................................................ 39
3.2.12 Décimo mês ........................................................................................................................ 40
3.2.13 Décimo primeiro e décimo segundo mês ....................................................................... 40
4 CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO NA PRIMEIRA E SEGUNDA INFÂNCIA.......... 42
4.1. PRIMEIRA INFÂNCIA (1 A 6 ANOS) ..................................................................................... 42
4.2 SEGUNDA INFÂNCIA (seis A 12 ANOS) ................................................................................ 43
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 44
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 45
TÓPICO 3 — SEMIOLOGIA E PRINCIPAIS INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO
 EM PEDIATRIA E NEONATOLOGIA .................................................................... 47
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 47
2 AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL ............................................................. 48
2.1 AVALIAÇÃO DA MOTRICIDADE ........................................................................................... 48
2.2 AVALIAÇÃO DO TÔNUS MUSCULAR ................................................................................... 48
2.3 AVALIAÇÃO DAS REAÇÕES E REFLEXOS PRIMITIVOS .................................................. 49
2.4 AVALIAÇÃO DOS MARCOS DO DESENVOLVIMENTO MOTOR ................................... 50
2.5 INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO MOTOR ........................ 52
2.6 DESENVOLVIMENTO COGNITIVO E DE LINGUAGEM .................................................. 54
2.7 AVALIAÇÃO RESPIRATÓRIA ................................................................................................... 54
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 57
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 62
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 63
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 65
UNIDADE 2 — INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NAS PRINCIPAIS
 AFECÇÕES PEDIÁTRICAS E NEONATAIS ..................................................... 69
TÓPICO 1 — FISIOTERAPIA APLICADA ÀS AFECÇÕES NEUROLÓGICAS ..................... 71
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 71
2 PATOLOGIAS NEUROLÓGICAS NA INFÂNCIA ................................................................... 71
2.1 PARALISIA CEREBRAL .............................................................................................................. 72
2.2 PARALISIA CEREBRAL ESPÁSTICA OU PIRAMIDAL ....................................................... 73
2.3 PARALISIA CEREBRAL DISCINÉTICA OU ATETOIDE ...................................................... 74
2.4 PARALISIA CEREBRAL ATÁXICA OU CEREBELOSA ........................................................ 75
3 DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE ................................................................................ 78
4 SÍNDROME DE DOWN................................................................................................................... 81
5 ESPINHA BÍFIDA ............................................................................................................................. 84
5.1 MIELOMENINGOCELE ............................................................................................................. 85
5.2 HIDROCEFALIA ........................................................................................................................... 89
5.3 MICROCEFALIA ......................................................................................................................... 92
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 94
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 95
TÓPICO 2 — FISIOTERAPIA APLICADA ÀS AFECÇÕES ORTOPÉDICAS ......................... 99
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 99
2 PRINCIPAIS PATOLOGIAS ORTOPÉDICAS PEDIÁTRICAS .............................................. 99
2.1 LUXAÇÃO CONGÊNITA DO QUADRIL OU DISPLASIA DO
 DESENVOLVIMENTO DO QUADRIL ..................................................................................... 99
2.2 TORCICOLO CONGÊNITO ..................................................................................................... 103
2.3 PÉ TORTO CONGÊNITO .......................................................................................................... 104
2.4 PARALISIA OBSTÉTRICA ........................................................................................................ 107
2.5ARTRITE IDIOPÁTICA JUVENIL ........................................................................................... 108
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 111
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 112
TÓPICO 3 — FISIOTERAPIA APLICADA ÀS AFECÇÕES RESPIRATÓRIAS
 E CARDIOVASCULARES........................................................................................ 115
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 115
2 PRINCIPAIS PATOLOGIAS RESPIRATÓRIAS E CARDIOVASCULARES ...................... 115
2.1 BRONQUIOLITE VIRAL AGUDA (BVA) ............................................................................... 115
2.2 DISPLASIA BRONCOPULMONAR ....................................................................................... 117
2.3 CARDIOPATIAS CONGÊNITAS (CC) .................................................................................... 118
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 120
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 125
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 126
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 128
UNIDADE 3 — TERAPIAS COMPLEMENTARES E ASSISTÊNCIA
 HUMANIZADA NA SAÚDE DA CRIANÇA ................................................. 135
TÓPICO 1 — RELAÇÃO DA FISIOTERAPIA NA EQUIPE DE ATENDIMENTO
 À CRIANÇA NOS DIVERSOS NÍVEIS DE ATENÇÃO À SAÚDE ................ 137
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................137
2 FISIOTERAPIA NOS DIVERSOS NÍVEIS DE ATENÇÃO À SAÚDE................................. 137
2.1 ATUAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA NO NÍVEL PRIMÁRIO .............................................. 138
2.2 ATUAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA EM NÍVEL SECUNDÁRIO E TERCIÁRIO ............ 139
2.2.1 Método mãe-canguru ........................................................................................................ 140
2.2.2 Fisioterapia pediátrica hospitalar .................................................................................... 142
RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 144
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 145
TÓPICO 2 — TERAPIAS COMPLEMENTARES EM PEDIATRIA .......................................... 147
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 147
2 TERAPIA ASSISTIDA POR ANIMAIS ..................................................................................... 148
2.1 EQUOTERAPIA ......................................................................................................................... 150
3 MUSICOTERAPIA ......................................................................................................................... 153
4 PEDIASUIT ....................................................................................................................................... 156
5 CONCEITO NEUROEVOLUTIVO BOBATH ........................................................................... 160
6 MÉTODO PADOVAN .................................................................................................................... 167
7 INTEGRAÇÃO SENSORIAL ...................................................................................................... 171
7.1 DISFUNÇÃO DE INTEGRAÇÃO SENSORIAL ................................................................... 171
7.1.1 Intervenção ......................................................................................................................... 172
7.1.2 Materiais ............................................................................................................................. 173
8 HIDROTERAPIA ............................................................................................................................ 174
8.1 PROPRIEDADES FÍSICAS DA ÁGUA .................................................................................... 174
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 179
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 180
TÓPICO 3 — ALEITAMENTO MATERNO .................................................................................. 183
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 183
2 BENEFÍCIOS DO ALEITAMENTO MATERNO ....................................................................... 184
3 ANATOMIA E FISIOLOGIA DA LACTAÇÃO ........................................................................ 185
4 POSTURA NA AMAMENTAÇÃO .............................................................................................. 186
5 TÉCNICA DA ORDENHA MANUAL ....................................................................................... 188
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 191
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 196
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 197
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 199
1
UNIDADE 1 —
DESENVOLVIMENTO MOTOR INFANTIL 
E SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA
E NEONATOLÓGICA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• compreender as fases do desenvolvimento embrionário fetal e 
desenvolvimento intrauterino de órgãos e sistemas corporais;
•	 identificar	os	 reflexos	primitivos,	adquiridos	e	patológicos	no	primeiro	
ano de vida;
•	 identificar	 os	 principais	 marcos	 do	 desenvolvimento	motor	 durante	 o	
primeiro ano de vida e na primeira e segunda infância; 
•	 conhecer	 os	 principais	 fatores	 pré-natais	 e	 pós-natais	 que	 alteram	 o	
processo normal do desenvolvimento infantil;
•	 entender	 as	 fases	 do	 desenvolvimento	 motor	 que	 ocorrem	 durante	 a	
lactância,	primeira	e	segunda	infância;
•	 realizar	uma	adequada	avaliação	pediátrica	e	neonatológica	através	da	
realização	de	um	exame	físico;
•	 realizar	uma	adequada	avaliação	pediátrica	e	neonatológica	através	da	
utilização	dos	principais	instrumentos	e	escalas	de	avaliação	pediátricas	
e neonatológicas.
Esta	unidade	está	dividida	em	três	tópicos.	No	decorrer	da	unidade,	
você	 encontrará	 autoatividades	 com	 o	 objetivo	 de	 reforçar	 o	 conteúdo	
apresentado.
TÓPICO 1 – CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO 
2
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
TÓPICO 2 – DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR NORMAL
 E PATOLÓGICO
TÓPICO 3 – SEMIOLOGIA E PRINCIPAIS INSTRUMENTOS DE 
 AVALIAÇÃO EM PEDIATRIA E NEONATOLOGIA
3
TÓPICO 1 — 
UNIDADE 1
CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO
1 INTRODUÇÃO
Olá,	acadêmico!	Estamos	iniciando	uma	nova	disciplina	e	com	ela	novos	
conhecimentos	 e	 aprendizados.	 Neste	 primeiro	 tópico,	 trataremos	 de	 como	
ocorre	o	processo	de	crescimento	e	desenvolvimento	dos	seres	humanos,	porque,	
geralmente,	associamos	os	termos	“crescimento”	e	“desenvolvimento”.	
Realmente,	 os	 dois	 acontecem	 ao	 mesmo	 tempo,	 entretanto,	 embora	
indissociáveis,	são	processos	distintos.	O	crescimento	físico	refere-se	ao	aumento	
do	tamanho	do	corpo	(por	exemplo,	peso	e	altura)	ou	de	partes	específicas	do	
corpo	(exemplo:	crescimento	de	órgãos	internos).
Conforme	 as	 crianças	 crescem,	 o	 corpo	 delas	 aumenta	 de	 tamanho	 e	
volume.	Essas	alterações	são	decorrentes	de	três	processos,	sendo	eles:
1)	Hiperplasia:	 corresponde	 ao	 aumento	 do	 número	 de	 células,	 resultante	 da	
divisão celular denominada mitose.
2)	Hipertrofia:	corresponde	ao	aumento	do	tamanho	das	células,	em	decorrência	
do	aumento	de	proteínas	e	células	no	seu	interior.	
3)	Agregação:	corresponde	ao	aumento	ou	acréscimo	de	substâncias	dentro	das	
células,	como	colágeno	e	elastina,	que	agrupam	as	células	em	redes	complexas	
(exemplo:	fibras	musculares).
Dessa	forma,	o	estudo	do	crescimento	envolve	a	observação	e	avaliação	de	
aspectos	como	o	tamanho	atingido	em	estatura,	tamanho	da	muscular	e	corporal,	
porcentagem	de	gordura,	entre	outros	(BACIL;	SILVA;	MAZZARDO,	2020).		
O crescimento não ocorre na mesma velocidade nos diferentes tecidos cor-
porais.	Alguns	sistemas,	como	o	respiratório,	muscular,	esquelético	e	digestório	
apresentam	um	rápido	crescimento	no	início	da	infância	(0	a	6	anos),	com	estag-
nação	do	crescimento	após	a	adolescência.	No	entanto,	as	características	sexuais	
primárias	(mulheres:	ovários,	tubas	uterinas,	útero	e	vagina;	homens:	testículos,	
vesícula	seminal,	próstata	e	pênis)	e	secundárias,	como	seios	e	pelos	pubianos,	
apresentam	um	 crescimento	 pequeno	 até	 a	 pré-adolescência,	 com	 crescimento	
rápido	a	partir	dos	12-14	anos	de	idade	(BACIL;	SILVA;	MAZZARDO,	2020).		
UNIDADE 1 — DESENVOLVIMENTO MOTOR INFANTILE SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA
E NEONATOLÓGICA
4
O	estudo	do	desenvolvimento	trata	do	que	acontece	no	organismo	huma-
no	durante	sua	jornada,	e	também	o	modo	como	isso	acontece.	O	desenvolvimen-
to	é	um	processo	contínuo,	que	abrange	todas	as	dimensões	inter-relacionadas	
de	nossa	existência.	Os	elementos	da	maturação	e	da	experiência	desempenham	
papéis-chave	 no	 processo	 de	 desenvolvimento	 (GALLAHUE;	OSMUN;	GOO-
DWAY,	2013).
O desenvolvimento é um processo contínuo que inicia com a concepção e 
termina apenas com a morte.
ATENCAO
A	maturação	é	caracterizada	por	uma	ordem	de	progressão	fixa,	em	que	
o	ritmo	pode	variar,	mas	a	sequência	de	surgimento	das	características,	em	geral,	
não	 varia.	 Por	 exemplo,	 a	 progressão	 e	 a	 idade	 aproximada	 em	que	um	bebê	
começa	a	sentar,	a	ficar	de	pé	e	a	caminhar	são	muito	influenciadas	pela	maturação.	
A	 sequência	 de	 surgimento	 dessas	 capacidades	 de	 movimento	 geralmente	 é	
fixa	e	resistente	a	mudanças,	sendo	que	apenas	o	ritmo	do	surgimento	se	altera	
em	 função	 de	 influências	 ambientais,	 como	 o	 aprendizado	 e	 a	 experiência.	A	
maturação	 refere-se	 a	 mudanças	 que	 permitem	 a	 progressão	 até	 níveis	 mais	
elevados	 de	 funcionamento,	 é	 primordialmente	 inata;	 ou	 seja,	 é	 determinada	
geneticamente	 e	 resistente	 a	 influências	 externas	 ou	 ambientais	 (GALLAHUE;	
OSMUN;	GOODWAY,	2013).
Já	 a	 experiência,	 refere-se	 a	 fatores	 externos	 do	 ambiente	 que	 podem	
alterar	 o	 aparecimento	 de	 várias	 características	 do	 desenvolvimento	 ao	 longo	
do	processo	de	aprendizado.	Refere-se,	então,	ao	que	foi	vivenciado	pela	criança	
e	que	pode	afetar	o	aparecimento	de	certos	padrões	de	comportamento.	Dessa	
forma,	 as	 diferentes	 oportunidades	 e	 os	 estímulos	 internos	 e	 externos	 que	 a	
criança	vivencia	contribuirão	para	sua	melhor	capacidade	de	aprendizagem	de	
determinada	situação.	
Segundo	Hayhood	e	Getchell	(2016),	o	desenvolvimento:
• é	um	processo	contínuo	de	mudanças	na	capacidade	funcional;
• está	relacionado	com	a	idade,	porém	não	depende	dela,	ou	seja,	ocorre	à	medida	
que	a	idade	avança,	mas	não	estaciona	em	determinada	idade	e	continua	ao	
longo da vida;
• envolve	 mudanças	 ordenadas	 e	 sequenciais,	 que	 são	 resultados	 entre	 as	
características	do	indivíduo	e	do	ambiente.	
TÓPICO 1 — CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO
5
De	acordo	com	Gallahue,	Osmun	e	Goodway	(2013)	existem	três	domínios	
do	 comportamento	humano,	 sendo	 eles:	domínio	psicomotor	 (comportamento	
motor),	 cognitivo	 (comportamento	 intelectual)	 e	 afetivo	 (comportamento	
socioemocional).	Devemos	ter	sempre	em	vista	a	natureza	inter-relacionada	do	
desenvolvimento	e	dos	três	domínios	do	comportamento	humano.	
O	domínio	psicomotor	 inclui	os	processos	de	mudança,	 estabilização	 e	
regressão	na	estrutura	física	e	no	funcionamento	neuromuscular.	Este	domínio	
envolve	todas	as	mudanças	físicas	e	fisiológicas	ocorridas	ao	longo	da	vida.	
O	 domínio	 cognitivo,	 aplicado	 ao	 estudo	 do	 comportamento	 motor,	
envolve	 a	 relação	 funcional	 entre	 a	 mente	 e	 o	 corpo.	 Por	 último,	 o	 domínio	
afetivo,	está	relacionado	ao	estudo	do	movimento	humano,	envolve	sentimentos	
e	emoções	aplicadas	ao	próprio	indivíduo	e	aos	outros	por	meio	do	movimento	
(GALLAHUE;	OSMUN;	GOODWAY,	2013).
2 DESENVOLVIMENTO MOTOR
O	 desenvolvimento	 motor	 pode	 ser	 caracterizado	 como	 a	 mudança	
contínua	 no	 comportamento	 motor	 ao	 longo	 do	 ciclo	 da	 vida.	 O	 estudo	
do	 desenvolvimento	 motor	 perpassa	 os	 campos	 da	 fisiologia	 do	 exercício,	
biomecânica,	aprendizado	e	controle	motor,	assim	como	os	campos	da	psicologia	
do desenvolvimento e da psicologia social. 
Compreender	 como	 adquirimos	 o	 controle	motor	 e	 a	 coordenação	 dos	
movimentos é fundamental para compreendermos como vivemos. Quando 
entendemos	o	processo	de	desenvolvimento	de	um	indivíduo	típico,	assimilamos	
orientações	fundamentais	para	a	eficácia	do	ensino-aprendizagem.	Para	indivíduos	
com	deficiências	de	desenvolvimento,	a	compreensão	do	desenvolvimento	motor	
fornece	 uma	 base	 sólida	 de	 intervenção,	 terapia	 e	 medicação	 (GALLAHUE;	
OSMUN;	GOODWAY,	2013).
Para	 Haywood	 e	 Getchell	 (2016),	 o	 desenvolvimento	 motor	 pode	 ser	
definido	 como	 as	 alterações	 de	 desenvolvimento	 no	 movimento	 contínuo	
relacionadas	 à	 idade,	 bem	 como	 os	 fatores	 responsáveis	 por	 essa	 mudança.	
Segundo	Gallahue,	Ozmun	e	Goodway	(2013),	o	desenvolvimento	motor	refere-
se	à	alteração	ao	longo	da	vida	do	comportamento	motor.	Essas	modificações	no	
comportamento	motor	resultam	da	interação	entre	as	características	do	indivíduo	
(hereditárias,	físicas	e	mentais),	as	influências	do	ambiente	(fatores	de	experiência	
e	 aprendizagem	vivenciados)	 e	 as	 tarefas	ou	atividades	motoras	que	 induzem	
essas	mudanças.	
Os	 comportamentos	 das	 crianças	 são	 geralmente	 classificados	 em	
escalas	de	 tempo	aproximadas.	A	confiança	no	aparecimento	de	determinados	
comportamentos	 em	 um	dado	 período	 de	 tempo	 não	 leva	 em	 consideração	 a	
individualidade	biológica	do	indivíduo	(BACIL;	SILVA;	MAZZARDO,	2020).		
UNIDADE 1 — DESENVOLVIMENTO MOTOR INFANTIL E SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA
E NEONATOLÓGICA
6
Caro	acadêmico,	 como	citado	anteriormente,	 o	desenvolvimento	motor	
está	relacionado	à	idade.	Todavia,	não	ocorre	de	forma	igual	para	todas	as	pessoas,	
sendo	caracterizado	como	um	processo	dinâmico,	ou	seja,	cada	indivíduo	possui	
seu	período	de	tempo	para	desenvolver	as	habilidades.	
Faixas	 etárias	 típicas	de	desenvolvimento	 somente	 representam	escalas	
de	tempo	aproximadas,	nas	quais	certos	comportamentos	podem	ser	observados.	
Dessa	forma,	o	desenvolvimento	depende	da	interação	de	algumas	características	
da	 criança,	 como	 suas	 habilidades	 físicas	 e	mentais,	 a	 exigência	 da	 tarefa	 e	 o	
ambiente	no	qual	está	inserida	(BACIL;	SILVA;	MAZZARDO,	2020).		
Há	 consenso	de	 que	 o	 desenvolvimento	da	 criança	depende	de	 outros	
fatores	além	da	maturação	do	sistema	nervoso	central	(SNC),	tais	como	fatores	
biológicos,	afetivos,	contextuais	e	ambientais.	Pode-se	dizer,	então,	que	a	aquisição	
de	marcos	 de	 desenvolvimento	 pelas	 crianças	 depende	 do	 funcionamento	 do	
SNC	e	de	outras	dimensões	do	funcionamento	orgânico,	bem	como	da	carga	e	
da	qualidade	dos	estímulos	e	das	relações	que	a	criança	vivencia.	Naturalmente,	
fatores	 endógenos	 e	 exógenos	 que	 perturbem	 o	 desenvolvimento	 podem	
provocar,	com	maior	ou	menor	intensidade,	transtornos	nesse	processo	(BACIL;	
SILVA;	MAZZARDO,	2020).			
De	 acordo	 com	Barros	 e	Victora (2008),	 a	 criança	deve	 atravessar	 cada	
estágio	seguindo	uma	sequência	regular,	ou	seja,	os	estágios	de	desenvolvimento	
são	sequenciais.	Afinal,	o	desenvolvimento	infantil	se	dá	à	medida	que	a	criança	
vai crescendo e vai se desenvolvendo de acordo com os meios onde vive e os 
estímulos	 deles	 recebido.	 Em	 vista	 disso,	 é	 de	 suma	 importância	 o	 estudo	 e	
compreensão dos marcos e processos de desenvolvimento em cada etapa da vida. 
2.1 FASES DO DESENVOLVIMENTO MOTOR 
O processo de desenvolvimento motor é apresentado por Gallahue e Oz-
mun	(2005)	em	uma	forma	de	ampulheta.	Os	autores	apresentam	faixas	etárias	
que	representam	escalas	de	tempo	nas	quais	são	observados	alguns	comporta-
mentos.	Certa	cautela	deve	ser	utilizada	ao	assumir	tais	escalas	de	tempo,	pois	
assumir	faixas	etárias	como	fixas	negaria	os	conceitos	de	continuidade,	especifici-
dade	e	individualidade	no	processo	de	desenvolvimento.	“Entretanto,	a	descrição	
proposta	apresenta-se	confiável	e	reflete	a	 trajetória	de	movimentos	realizados	
pela	maioria	absoluta	de	crianças	e	adolescentes”	(GALLAHUE;	OZMUN,	2005).
TÓPICO 1 — CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO
7
FIGURA 1 – MODELO DA AMPULHETA DE DESENVOLVIMENTO MOTOR
OS ESTÁGIOS DE
FONTE: Gallahue e Ozmun (2005, p. 69)
A	ampulheta	é	preenchida	com	areia,	que	simboliza	a	vida.	A	areia	vem	
de	dois	recipientes,	um	que	apresenta	a	hereditariedade,	e	outro	que	representa	o	
ambiente.	O	recipiente	dahereditariedade	representa	que	a	estrutura	genética	do	
indivíduo	é	determinada	no	momento	da	concepção	e	não	pode	ser	modificada	
nem	aumentada	com	o	tempo.	Já	o	recipiente	do	ambiente	simboliza	a	experiência	
e	 fatores	 externos	 que	 influenciam	 o	 movimento	 humano.	 Assim,	 a	 vida	 é	
decorrente	tanto	de	fatores	internos	(hereditariedade),	quanto	externos	(fatores	
ambientais).
Analisando	o	modelo	da	ampulheta	heurística,	podemos	observar	que	o	
desenvolvimento	é	um	processo	ordenado	e	contínuo.	No	entanto,	um	indivíduo	
pode estar em estágios diferentes dependendo da habilidade e encontra-se em 
estágios	diferentes	de	desenvolvimento	da	mesma	habilidade.	Por	exemplo,	na	
habilidade	de	correr,	uma	criança	pode	estar	em	um	estágio	maduro	e,	na	habi-
lidade	de	saltar,	em	um	estágio	elementar	(BACIL;	SILVA;	MAZZARDO,	2020).			
	O	modelo	da	ampulheta	busca	analisar	e	explicar	a	progressão	da	aquisi-
ção	de	habilidades	motoras	pelo	indivíduo	por	meio	de	fases	e	estágios.	Entretan-
to,	as	faixas	etárias	indicadas	para	cada	fase	de	desenvolvimento	motor	devem	
ser	consideradas	como	orientações	gerais	e	servem	apenas	como	forma	ilustra-
tiva.	Cada	 criança	deve	 ser	 analisada	 individualmente	 e	de	 forma	progressiva	
(BACIL;	SILVA;	MAZZARDO,	2020).		
UNIDADE 1 — DESENVOLVIMENTO MOTOR INFANTIL E SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA
E NEONATOLÓGICA
8
Assim,	 é	 possível	 refletirmos	 como	 o	 avanço	 da	 idade	 cronológica,	 a	
maturação	 dos	 sistemas	 biológicos,	 os	 fatores	motivacionais	 e	 as	 dificuldades	
das	 tarefas	 podem	 influenciar	 na	 superação	 das	 fases	 e	 dos	 estágios	 do	
desenvolvimento. 
1) Fase motora reflexiva: 
A	primeira	fase	é	denominada	como	fase	dos	movimentos	reflexos	e	dura	
até	aproximadamente	um	ano	de	idade.	São	involuntários	por	serem	realizados	
sem	 a	 consciência	 do	 indivíduo.	 São	 controlados	 subcorticalmente	 e	 formam	
a	 base	 das	 fases	 do	 desenvolvimento	motor.	 Por	meio	 da	 atividade	 reflexa,	 o	
bebê	 consegue	 informações	 sobre	 o	 ambiente	 imediato.	As	 reações	 do	 bebê	 a	
toques,	 luz,	 sons	e	mudanças	de	pressão	disparam	a	atividade	do	movimento	
involuntário.	Esses	movimentos,	combinados	com	a	crescente	sofisticação	cortical	
nos	primeiros	meses	da	vida	pós-natal,	desempenham	papel	um	importante	no	
processo	de	aprendizagem	do	próprio	corpo	e	o	mundo	externo	da	criança.
Existem	dois	tipos	de	reflexos:	reflexos	primitivos	de	sobrevivência,	que	
estão	 intimamente	 associados	 à	 obtenção	 de	 alimento	 e	 proteção	 do	 bebê;	 e	
reflexos	primitivos	posturais	que	 fornecem	para	o	 indivíduo	a	manutenção	de	
uma	posição	ereta	com	relação	ao	seu	ambiente,	além	de	estarem	associados	ao	
comportamento	motor	voluntário	posterior	(GALLAHUE;	OZMUN,	2005).
Os reflexos são as primeiras formas do movimento humano e, por não serem 
aprendidos, são considerados como “capacidades” e não como “habilidades”.
IMPORTANT
E
2) Fase de movimentos rudimentares: 
As primeiras formas do movimento voluntário são as rudimentares. 
A referência cronológica para fase do movimento rudimentar estende-se de 
um	a	dois	anos	de	 idade.	Esses	movimentos	 se	 caracterizam	pela	 inibição	dos	
movimentos	reflexos	e	pelo	o	aparecimento	de	movimentos	voluntários,	porém	
ainda	 descontrolados	 e	 grosseiros.	 Com	 aproximadamente	 um	 ano	 de	 idade,	
as	crianças	começam	a	realizar	seus	movimentos	com	certa	precisão	e	controle,	
aprendendo	 a	 manter	 o	 equilíbrio,	 a	 manipular	 objetos	 e	 a	 locomover-se	
(GALLAHUE;	OZMUN,	2005).
TÓPICO 1 — CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO
9
Os principais marcos motores dessa fase demonstram as capacidades de 
lidar	contra	a	força	da	gravidade,	de	permitir	o	deslocamento	pelo	ambiente	e	de	
manipular	objetos.	Nessa	fase,	são	adquiridas	habilidades	estabilizadoras	(como	
o	controle	de	tronco	e	da	cabeça,	ficar	em	pé),	locomotoras	(arrastar-se,	ficar	em	
pé	e	caminhar)	e	manipulativas	(alcançar,	segurar	e	soltar	etc.).
Nessa	fase,	as	crianças	realizam	atividades	motoras	de	forma	grosseira,	
por	 isso,	 a	 estimulação	 incentiva	 e	 acelera	 o	 processo	 do	 desenvolvimento	 de	
habilidades	motoras.	Devemos	ficar	atentos	a	quantas	possibilidades	de	interação	
com	o	mundo	são	criadas	para	as	crianças	quando	elas	conseguem	superar	os	
marcos	do	desenvolvimento,	como	equilibrar-se	sentadas,	rastejar,	ficar	em	pé	e,	
finalmente,	caminhar	(BACIL;	SILVA;	MAZZARDO,	2020).		
3) Fase de movimentos fundamentais: 
O	período	da	infância	se	estende	até	12	anos	de	idade	e	pode	ser	dividido	
em	 período	 inicial	 da	 infância	 (primeira	 infância	 –	 até	 seis	 anos	 de	 idade)	 e	
período	posterior	da	infância	(segunda	infância	–	de	seis	a	12	anos).	A	terceira	
etapa	é	denominada	“fase	dos	movimentos	fundamentais”.	Esta	estende-se	dos	
dois aos sete anos idade e é a continuidade da fase dos movimentos rudimentares. 
Esse	é	um	período	em	que	as	crianças	experimentam,	exploram	e	descobrem	as	
reações	do	corpo	durante	o	movimentar-se.	A	ampulheta	heurística	de	Gallahue	
e	Ozmun	(2005)	apresenta	uma	subdivisão	em	três	níveis	qualitativos:	os	estágios	
inicial,	elementar	e	proficiente.
O estágio inicial representa as primeiras tentativas de realizar movimen-
tos	mais	complexos.	Os	movimentos	são	caracterizados	por	serem	exagerados	e	
pouco	eficazes	(dois	a	três	anos).	
Os estágios elementares emergentes envolvem	 a	 aquisição	 de	
maior	 controle	 motor	 e	 coordenação	 rítmica	 das	 habilidades	 do	 movimento	
fundamental,	 por	 volta	 dos	 três	 a	 cinco	 anos.	A	 sincronização	 dos	 elementos	
temporais	 e	 espaciais	 do	movimento	melhora,	mas	 os	padrões	do	movimento	
durante	 esses	 estágios	 ainda	 são,	 em	geral,	 restritos	 ou	 exagerados,	 apesar	de	
melhor	coordenados.	A	evolução	superior	em	diferentes	domínios	de	habilidades	
motoras	é,	normalmente,	fruto	das	experiências	das	crianças	nos	anos	iniciais	do	
desenvolvimento	(GALLAHUE;	OZMUN,	2005).	
O estágio proficiente,	 na	 fase	do	movimento	 fundamental,	 caracteriza-
se	por	performances	mecanicamente	 eficientes,	 coordenadas	 e	 controladas.	As	
habilidades	 do	 movimento	 fundamental	 proficiente	 são	 maduras	 nesses	 três	
aspectos	do	processo	(GALLAHUE;	OZMUN,	2005).
Para	atingir	o	estágio	proficiente	de	desenvolvimento	(entre	cinco	e	sete	
anos),	 é	 necessária	 uma	 combinação	 de	 fatores,	 como	 prática,	 encorajamento,	
motivação	 e	 instrução	 de	 qualidade.	 O	 estágio	 proficiente	 em	 habilidades	
UNIDADE 1 — DESENVOLVIMENTO MOTOR INFANTIL E SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA
E NEONATOLÓGICA
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locomotoras	e	manipulativas	pode	ser	atingido	quando	são	superadas	barreiras	
individuais,	 como	 a	 maturação	 de	 sistemas	 sensório-motores,	 principalmente	
aqueles	relacionados	ao	acompanhamento	visual	e	a	interceptação	de	objetos.	
Em	uma	situação	favorável,	as	crianças	atingem	o	nível	de	exigência	da	
fase	do	movimento	especializado	quando	as	restrições	do	ambiente	e	do	indivíduo	
permitem um desenvolvimento integral. A seguir estão descritas as principais 
características	e	estágios	dessa	fase	(GALLAHUE;	OZMUN,	2005).
4) Fase de movimentos especializados: 
A	quarta	e	última	fase	é	denominada	fase	dos	movimentos	especializados,	
que	 acontece	 a	 partir	 dos	 sete	 anos	 em	 diante.	 Essa	 fase	 é	 consequência	 da	
fase	de	movimentos	 fundamentais.	 E,	 para	que	ocorra	progresso,	 é	 necessário	
principalmente o desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais 
maduras,	além	de	fatores	relacionados	à	tarefa,	indivíduo	e	ambiente.	Gallahue	
e	Ozmun	 (2005)	 citam	esse	período	como	“um	período	em	que	as	habilidades	
estabilizadoras,	locomotoras	e	manipulativas	fundamentais	devem	ser	refinadas,	
combinadas	e	elaboradas	para	o	uso	em	situações	crescentemente	exigentes”.	Os	
movimentos	 especializados	 também	 são	 divididos	 em	 três	 estágios:	 transição,	
aplicação	e	utilização	para	a	vida	diária.	
No estágio transitório (entre	sete	e	oito	anos),	começam	a	ser	observadas	
nas	atividades	das	crianças	a	combinação	e	a	aplicação	dos	padrões	de	movimentos	
fundamentais,	com	melhorasna	forma,	na	precisão	e	no	controle.	
No estágio de aplicação (aproximadamente	 dos	 11	 aos	 13	 anos),	 as	
crianças	começam	a	buscar	a	participação	em	atividades	em	que	vão	obter	sucesso,	
fundamentadas	em	suas	condições,	as	tarefas	e	aos	ambientes.	São	enfatizados	
forma,	habilidade,	precisão	e	aspectos	quantitativos	do	desenvolvimento	motor.	
“Esta	é	a	época	para	refinar	e	usar	habilidades	mais	complexas	em	jogos	avançados,	
atividades	de	liderança	e	em	esportes	escolhidos”	(GALLAHUE;	OZMUN,	2005).	
Por	fim,	o	estágio de utilização ao longo da vida da fase especializada do 
desenvolvimento	motor	começa	em	torno	dos	14	anos	e	continua	por	toda	a	vida	
adulta. Esse estágio representa o ápice do processo do desenvolvimento motor e 
é	caracterizado	pelo	uso	do	repertório	de	movimento	adquirido	pelo	indivíduo	
ao	longo	da	vida.	Esse	estágio	é	marcado	pelas	oportunidades,	pela	motivação	
e	melhora	das	capacidades	físicas	do	indivíduo.	As	relações	entre	crescimento,	
maturação	e	desenvolvimento	se	intensificam	(GALLAHUE;	OZMUN,	2005).
TÓPICO 1 — CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO
11
2.2 FATORES PRÉ-NATAIS QUE AFETAM O 
DESENVOLVIMENTO 
O	desenvolvimento	 e	 o	 refinamento	 dos	 padrões	 e	 das	 habilidades	 de	
movimento	 são	 influenciados	 de	 modo	 complexo,	 podendo	 ser	 afetados	 por	
diversos	 fatores	 e/ou	 condições.	Este	 comprometimento	pode	ocorrer	 tanto	no	
período	pré-natal	quanto	pós-natal	e	são	oriundos	de	fatores	internos	e	externos.	
Uma	série	de	fatores	pré-natais,	muitos	dos	quais	podem	ser	controlados,	afetam	
o desenvolvimento motor do bebê e sua vida futura.
Entre	os	fatores	internos	podemos	destacar	as	condições	maternas	durante	
o	pré-natal	e	as	influências	genéticas.	Já	entre	os	fatores	externos,	alguns	hábitos	
como	a	alimentação,	o	álcool,	o	tabagismo	e	as	drogas	ganham	destaque,	pois	sabe-
se	que,	embora	o	feto	esteja	protegido	pela	placenta,	certas	substâncias	podem	
penetrá-la	 e	 causar	 reações	 negativas	 como	 deformidades	 físicas	 e	 disfunções	
comportamentais	(GABBARD,	2000).	
Um	agente	causador	de	deformidades	físicas	ou,	até	mesmo,	a	morte	de	um	
feto	é	denominada	teratógeno	(GABBARD,	2000).	Para	Gallahue	e	Ozmun	(2001),	
teratógenos	são	quaisquer	substâncias	que	possam	fazer	o	bebê	desenvolver-se	
de	maneira	anormal.	Entre	os	fatores	teratogênicos	estão:	as	drogas	e	medicações,	
as	doenças	maternas	e	a	nutrição.	Os	maiores	riscos	para	o	desenvolvimento	pré-
natal	ocorrem	entre	a	terceira	e	a	oitava	semana	de	gestação,	uma	vez	que	este	
período	é	considerado	como	o	momento	em	que	o	embrião	está	mais	suscetível	a	
possíveis	danos	causados	por	fatores	teratogênicos.
O	 desenvolvimento	 e	 crescimento	 humano	 podem,	 também,	 ser	
afetados	 por	 fatores	 chamados	 erros	 genéticos.	 Entre	 estes,	 estão	 a	 desordem	
cromossômica,	desordem	cromossômica	sexual	e	a	desordem	genética.	Além	dos	
fatores	teratogênicos	e	dos	erros	genéticos,	outros	fatores,	tais	como:	(1)	a	idade	
da	mãe,	(2)	paridade,	(3)	nutrição,	(4)	incompatibilidade	de	Rh,	(5)	anormalidades	
genéticas,	 (6)	posição	 fetal,	 (7)	estresse	materno,	 (8)	ocupação	da	mãe	 também	
podem	afetar	o	desenvolvimento	humano	(GABBARD,	2000).
A	idade	materna	apresenta	também	uma	relação	com	o	desenvolvimento	
humano.		De	acordo	com	Gabbard	(2000),	mulheres	acima	dos	35	anos	apresentam	
um	risco	maior	de	darem	à	luz	a	crianças	com	Síndrome	de	Down	ou	crianças	
com	 problemas	 para	 desenvolver	 suas	 habilidades	 motoras	 finas.	 Isto	 pode	
estar	relacionado	com	os	órgãos	reprodutores,	uma	vez	que	estes	possam	estar	
afetados	 pela	 ação	 de	 envelhecimento	 ou	 pela	 exposição	 a	 agentes	 químicos	
danosos,	drogas	e	outros	fatores.	Já	em	mulheres	com	menos	de	18	anos,	o	sistema	
reprodutivo	pode	não	estar	suficientemente	maduro,	implicando	partos	longos	e	
prematuros	 e	 os	 bebês,	 na	maioria	das	vezes,	 nascem	abaixo	do	peso	normal.	
Segundo	Gabbard	(2000),	a	melhor	época	para	a	mulher	ter	um	bebê	é	entre	vinte	
e dois e vinte e nove anos.
UNIDADE 1 — DESENVOLVIMENTO MOTOR INFANTIL E SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA
E NEONATOLÓGICA
12
A	incompatibilidade	de	Rh	também	é	um	fator	que	deve	ser	considerado	
no	desenvolvimento	humano.	Embora	o	sangue	da	mãe	não	se	misture	em	excesso	
com	o	do	feto,	existe	a	possibilidade	de	surgir	problemas	de	incompatibilidade	de	
Rh	quando	mãe	e	pai	apresentam	os	mesmos	grupos	Rh.	Outra	forma	de	ocorrer	
incompatibilidade	é	quando	a	mãe	e	o	bebê	apresentam	fator	Rh	diferenciados	
(incompatíveis),	 pois,	 no	 processo	 de	 nascimento,	 os	 sangues	 de	 ambos	 se	
misturam.	 Neste	 caso,	 o	 corpo	 da	 mãe	 pode	 reagir	 ao	 fator	 Rh	 estranho	 do	
bebê,	criando	anticorpos.	Estes,	em	uma	próxima	gravidez,	se	o	bebê	apresentar	
novamente	o	mesmo	fator	Rh,	podem	atravessar	a	placenta	causando	danos	ao	
feto	(GABBARD,	2000).	
Além	 dos	 fatores	 intrínsecos	 já	 citados,	 a	 nutrição	 da	 mãe	 também	
desempenha	um	papel	 fundamental	 no	desenvolvimento	do	 feto,	 já	 que	 ela	 é	
única	fonte	alimentar	que	ele	recebe.	Tudo	o	que	a	mãe	gestante	ingere	afeta	a	
criança	em	gestação	de	alguma	forma.	A	má	nutrição	pré-natal	é	causa	comum	
de	dificuldades	futuras	no	desenvolvimento,	em	todo	o	mundo.	A	má	nutrição	
materna	está	associada	com	inadequações	na	ingestão	nutricional	da	mãe	durante	
a	gestação,	assim	como	com	o	seu	nível	geral	de	nutrição.
Uma	dieta	balanceada	e	nutritiva	é	absolutamente	essencial	para	a	saúde	
da	mãe	e	da	criança	em	gestação.	A	mãe	deve	receber	orientações	nutricionais	
adequadas,	 pois	 uma	 má	 nutrição	 pode	 trazer	 consequências	 graves,	 como	
prematuridade,	crescimento	lento	de	estruturas	como	o	esqueleto,	funcionamento	
mental	pobre	e	até	mesmo	óbito	fetal	(GABBARD,	2000).	Para	Gallahue	e	Ozmun	
(2001),	 além	da	má	 nutrição	maternal,	 outros	 dois	 fatores	 também	devem	 ser	
levados	em	consideração	com	relação	à	nutrição:	(1)	a	má	nutrição	placentária,	
que	 significa	 problemas	 associados	 com	 o	 fornecimento	 e	 com	 o	 transporte	
de	nutrientes	da	placenta	para	o	 feto,	e	 (2)	a	má	nutrição	 fetal,	que	significa	a	
dificuldade	ou	inabilidade	do	feto	em	utilizar	os	nutrientes	que	estão	disponíveis	
para	ele.	No	mundo	inteiro,	a	má	nutrição	placentária,	fetal	e	materna	afeta	de	
forma negativa o desenvolvimento humano.
Com	relação	aos	 fatores	externos,	Gabbard	 (2000)	e	Gallahue	e	Ozmun	
(2001),	 consideram	 que	 as	 infecções	 e	 doenças,	 bem	 como	 as	 drogas	 e	 as	
substâncias	químicas	como	os	fatores	mais	prejudiciais	ao	desenvolvimento.	A	
parede	da	placenta	é	porosa,	e	as	substâncias	químicas	podem	penetrar	por	ela,	
provocando	trágicos	resultados	para	a	criança	em	gestação.	Os	autores	destacam	
o	fumo	e	o	álcool	como	os	maiores	agentes	externos	causadores	de	deformidades	
no	feto.	Mães	fumantes	apresentam	maior	risco	de	dar	à	luz	a	bebês	prematuros	
e	com	baixo	peso.	Além	disso,	o	uso	do	cigarro	pode	causar	ao	feto	problemas	de	
memória	e	aprendizado	mais	tarde	(pós-natal),	aborto,	má	formação	do	coração	
e	outros	órgãos	e	um	aumentado	risco	de	defeitos	ao	nascimento.	Já	em	relação	
ao	álcool,	estes	autores	deixam	claro	que	este	composto	pode	afetar	diretamente	
o	desenvolvimento	infantil,	pois	pode	atravessar	a	placenta	e,	como	o	fígado	do	
feto	 ainda	 está	 imaturo,	 o	 álcool	permanece	por	muito	 tempo	no	 seu	 sistema.	
Este fato vem demonstrando grandes anormalidades no desenvolvimento. Esta 
mesma	reação	é	observada	para	as	mães	usuárias	de	drogas.	
TÓPICO 1 — CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO
13
O	uso	de	drogas	ilícitas	pela	gestante	pode	causar	danos	devastadores	na	
criança	em	gestação.	Estudos	 indicam	que	os	bebês	expostos	à	cocaína	correm	
maior	 risco	 de	 mortalidade,	 morbidade	 e	 problemas	 de	 desenvolvimento	 e	
comportamento a longo prazo. Esses problemas incluem peso de nascimento 
baixo,	 sintomas	 de	 abstinência,	 hipertensão,	 incapacitação	 mental,	 paralisia	
cerebral	e	malformação	do	trato	urinário	(MOD,	2010).
Entre	as	infecções	e	doenças	estão	a	citomegalovírus	(que	pode	causar	o	
nascimento	deum	feto	morto,	aborto,	baixo	peso	e	irregularidade	no	sistema	ner-
voso),	microcefalia	(cabeça	excessivamente	pequena,	e	baço	e	fígado	maiores	que	
o	normal),	diabetes	(que	aumentam	em	50%	a	probabilidade	de	morte	do	feto),	
sífilis	(que	ataca	o	sistema	nervoso	do	feto).	HIV/aids	é	a	mais	mortal	entre	as	vá-
rias	doenças	sexualmente	transmissíveis.	As	mães	com	HIV/aids	correm	risco	de	
transmitir	o	vírus	durante	a	gravidez,	o	nascimento	ou	a	amamentação.	Por	fim,	a	
mãe	que	foi	infectada	com	rubéola	durante	o	primeiro	trimestre	de	gravidez	pode	
ter	um	bebê	surdo,	cego	ou	apresentar	retardo	mental	devido	à	interferência	no	
desenvolvimento	sensorial	e/ou	cognitivo	durante	o	período	embrionário	ou	o	
início	do	período	fetal	(GALLAHUE;	OSMUN;	GOODWAY,	2013).
2.3 FATORES PÓS-NATAIS QUE AFETAM O 
DESENVOLVIMENTO 
O	desenvolvimento	motor	dos	bebês	e	crianças	pode	ser	influenciado	pela	
cognição	e	ambiente	em	que	ela	está	inserida.	O	desenvolvimento	motor	não	é	
um	processo	estático,	mas	um	produto	de	fatores	biológicos	e	ambientais.	
Ao	longo	dos	últimos	anos,	muitas	pesquisas	têm	focado	nos	efeitos	dos	
comportamentos	dos	pais	sobre	o	bebê	e	a	criança	no	início	da	infância,	e	como	
isso	influencia	o	funcionamento	subsequente	dela,	já	que	condições	extremas	de	
carência	ambiental	podem	romper	tanto	a	sequência	como	o	ritmo	da	aquisição	
das	habilidades	de	movimento	(GALLAHUE;	OSMUN;	GOODWAY,	2013).
Um	 estudo	 realizado	 por	 Pereira,	 Saccani	 e	 Valentini	 (2016)	 mostrou	
resultados	 que	 apontam	 para	 uma	 tendência	 que	 já	 vem	 sendo	 observada	 na	
literatura:	 um	ambiente	 rico	 em	estímulos	 é	 capaz	de	minimizar	 os	 efeitos	da	
vulnerabilidade	 biológica,	 bem	 como	 ambientes	 com	 oportunidades	 restritas	
podem potencializar riscos de atrasos no desenvolvimento. 
Dentre	 os	 fatores	 ambientais,	 o	 estudo	 chama	 atenção	 para	 alguns	
aspectos	que	afetam	o	desenvolvimento,	tais	como	o	espaço	do	domicílio,	fatores	
como	 o	 nível	 de	 escolaridade	 dos	 pais,	 renda	 familiar	 e	 aleitamento	materno,	
sendo	 que	 bebês	 aleitados	 por	 mais	 tempo	 apresentaram	 superioridade	 no	
desenvolvimento	cognitivo	e	motor.	Além	disso,	os	autores	relataram	que	os	bebês	
que	 frequentaram	 creches/escola	 apresentaram	 desenvolvimento	 superior	 aos	
que	não	a	frequentaram.	Este	achado	se	justifica	pelo	fato	de	que	a	escola	infantil	
pode	propiciar	vivências	de	tarefas	mais	variadas	que	o	domicílio,	estimulando	a	
motricidade	das	crianças	(PEREIRA;	SACCANI;	VALENTINI,	2016).
UNIDADE 1 — DESENVOLVIMENTO MOTOR INFANTIL E SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA
E NEONATOLÓGICA
14
Além	dos	fatores	citados	no	estudo,	Gallahue,	Ozmun	e	Goodway	(2013)	
citam	 o	 nascimento	 prematuro,	 transtornos	 alimentares	 (como	 a	 anorexia	 e	
bulimia),	obesidade,	níveis	de	aptidão	física	e	fatores	biomecânicos,	entre	outros	
fatores	que	influenciam	no	desenvolvimento	da	criança.
15
Neste tópico, você aprendeu que:
RESUMO DO TÓPICO 1
• O crescimento está relacionado com o aumento do tamanho do corpo e o 
desenvolvimento	é	o	processo	de	um	organismo	crescer	e	se	modificar	ao	longo	
da vida. 
•	 O	 desenvolvimento	 motor	 é	 a	 alteração	 do	 comportamento	 motor	 com	 o	
decorrer	 do	 tempo	 em	 virtude	 das	 influências	 do	 ambiente,	 da	 tarefa	 e	 do	
indivíduo.	
•	 	A	maturação	é	o	processo	de	 tornar-se	maduro,	e	a	experiência	é	o	que	 foi	
vivenciado	 pela	 criança	 e	 os	 fatores	 que	 podem	 afetar	 o	 aparecimento	 de	
características	do	comportamento	motor	de	um	indivíduo.	
•	 Existem	 maneiras	 de	 classificar	 o	 desenvolvimento	 motor,	 que	 levam	 em	
consideração	 o	 processo	 de	 desenvolvimento	 biológico	 do	 indivíduo,	 como	
o	 modelo	 teórico	 da	 ampulheta	 heurística	 de	 Gallahue,	 que	 descreve	 a	
sequência	do	desenvolvimento	motor	em	fases	(reflexiva,	fase	de	movimentos	
rudimentares,	 fase	 de	 movimentos	 fundamentais	 e	 fase	 de	 movimentos	
especializados).	
•	 Existe	uma	ampla	variedade	de	fatores	pré-natais	e	pós-natais	que	possuem	
impacto sobre o desenvolvimento posterior em geral e o desenvolvimento 
motor em particular.
16
1	 O	crescimento	diz	respeito	às	alterações	no	tamanho	do	corpo	ou	de	partes	
específicas	do	corpo	da	criança,	tornando-as	mais	pesadas	e	altas	devido	ao	
aumento dos órgãos e dos tecidos corporais. Este crescimento é decorrente 
de três processos. Um desses processos é caracterizado como o aumento 
do	 número	 de	 células	 decorrente	 da	 mitose	 celular.	 Sobre	 como	 este	 é	
chamado,	assinale	a	alternativa	CORRETA:
a)	(			)	 Acréscimo.
b)	(			)	 Agregação.
c)	 (			)	 Hipertrofia.
d)	(			)	 Hiperplasia.
e)	 (			)	 Aumento.
2 A chamada Ampulheta do Desenvolvimento Motor – ou Ampulheta 
da	 Vida	 (GALLAHUE;	 OZMUN;	 GOODWAY,	 2013)	 –	 objetiva	 ilustrar	
as	 fases	 de	 desenvolvimento	 que	 adquirimos	 ao	 longo	 da	 vida	 (e	 até	 a	
morte).	Os	autores	comparam	cada	idade	as	suas	esperadas	características.	
Com	 base	 neste	 assunto,	 a	 ampulheta	 heurística	 de	 Gallahue	 explica	 o	
desenvolvimento motor majoritariamente fundamentado em:
a)	(			)	 Fases	e	nos	estágios	de	desenvolvimento.
b)	(			)	 Mudanças	de	funcionamento	dos	processos	neurológicos/cognitivos.
c)	 (			)	 Interação	entre	as	pessoas	e	o	meio	em	que	vivem.
d)	(			)	 Maturação	biológica.
e)	 (			)	 Idade	cronológica.
3	 Há	 uma	 fase	 característica	 de	 desenvolvimento	 em	 que	 as	 habilidades	
manipulativas,	 locomotoras	 e	 de	 estabilização	 são	 combinadas	 com	
movimentos	 complexos.	 Sobre	 como	 esta	 fase	 é	 chamada,	 assinale	 a	
alternativa CORRETA:
a)	(			)	 Reflexiva.
b)	(			)	 Rudimentar.
c)	 (			)	 Fundamental.
d)	(			)	 Especializada.
e)	 (			)	 Aplicação	permanente.
AUTOATIVIDADE
17
TÓPICO 2 — 
UNIDADE 1
DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR NORMAL 
E PATOLÓGICO
1 INTRODUÇÃO
Caro	acadêmico!	No	Tópico	1,	nós	estudamos	as	fases	do	desenvolvimento	
e	 os	 fatores	 que	 o	 influenciam.	Neste	 tópico,	 abordaremos	detalhadamente	 as	
características	do	desenvolvimento	normal	e	patológico,	bem	como	os	marcos	e	
habilidades	esperadas	para	cada	fase.	Preparados?	Então	vamos	lá!
Em	geral,	considera-se	que	o	período	neonatal	abrange	as	primeiras	duas	
a	quartas	semanas	da	vida	pós-natal.	O	bebê	típico,	nascido	no	prazo	normal,	tem	
48	a	53	cm	de	comprimento,	e	a	cabeça	corresponde	por	um	quarto	dessa	medida.	O	
tamanho	proporcionalmente	grande	da	cabeça	dificulta	a	aquisição	e	manutenção	
do	equilíbrio.	O	comprimento	restante	do	corpo	obedece	à	proporção	de	quatro	
terços	do	tronco	em	relação	aos	membros	inferiores.	Os	olhos	representam	cerca	
de	metade	do	tamanho	quando	adulto,	e	o	corpo,	a	cerca	de	um	vinte	avos	da	
futura dimensão adulta.
O	peso	normal	de	um	recém-nascido	está	entre	2.000g	e	os	2.800-4.000g,	
segundo	a	idade	gestacional.	O	peso	de	nascimento	dos	meninos	é	cerca	de	4%	
maior	do	que	o	das	meninas.	Outras	classificações	quanto	ao	peso	ao	nascer	são:	 
Extremo	baixo	peso	(EBP)	<	1.000g;	Muito	baixo	peso	(MBP)	<	1.500g	e	Baixo	peso	
(BP)	<	2.500g.	Durante	o	primeiro	ano	da	criança,	há	ganhos	rápidos	tanto	de	peso	
como de comprimento.
A vigilância do desenvolvimento infantil é fundamental pois o 
conhecimento	do	desenvolvimento	normal	da	criança	possibilita	a	identificação	
de	 atrasos,	 desvios	 e	 transtornos	 que	 permeiam	 esse	 processo	 biopsicossocial	
(GALLAHUE;	OSMUN;	GOODWAY,	2013).
Na	primeira	etapa	de	vida,	a	avaliação	deve	ser	feita	mês	a	mês,	e	falhas	
persistentes	 em	 alcançar	 os	 marcos	 do	 desenvolvimento,	 podem	 indicar	 a	
necessidade	de	encaminhar	o	lactente	para	serviços	de	maior	complexidade,	que	
visam	à	estimulação	precoce	neuropsicomotora,	essencial	para	um	prognóstico	
favorável	(GALLAHUE;	OSMUN;	GOODWAY,	2013).
18
UNIDADE 1 — DESENVOLVIMENTO MOTOR INFANTIL E SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA
E NEONATOLÓGICA
2 DESENVOLVIMENTO PRÉ-NATAL
De	acordo	com	os	embriologistas,	o	período	pré-natal	pode	ser	dividido	
em	três	períodos,	sendo	eles	o	período	pré-embrionário	(fecundação	até	terceira	
semana	de	desenvolvimento),	períodoembrionário	 (quarta	à	oitava	 semana)	e	
fetal	(terceiro	mês	até	o	final	da	gestação).
O	 período	 pré-embrionário	 corresponde	 ao	 tempo	 que	 se	 inicia	 no	
momento	 da	 fertilização	 e	 termina	 com	 a	 nidificação	 da	 blástula	 na	 mucosa	
uterina. A segunda fase designa-se fase embrionária e engloba o primeiro 
trimestre	 de	 desenvolvimento,	 período	 ao	 longo	 do	 qual	 todos	 os	 órgãos	 do	
corpo	vão	sendo	formados.	A	suscetibilidade	para	malformações	induzidas	por	
teratógenos	é	maior	durante	a	formação	dos	órgãos.	Durante	esta	fase,	o	novo	
ser	é	denominado	embrião	(ZANINI	et al.,	2002).	
A	terceira,	mais	prolongada	e	última	fase	é	caracterizada	como	fase	fetal,	
compreendendo	o	tempo	que	resta	até	o	momento	do	nascimento.	Corresponde	
ao	 período	 de	 amadurecimento,	 ao	 longo	 do	 qual	 os	 órgãos,	 já	 formados	 na	
etapa	anterior,	acabam	de	adquirir	a	sua	estrutura	definitiva,	alcançando	a	sua	
plena	atividade,	fatores	essenciais	para	possibilitar	uma	vida	independente	fora	
do	organismo	materno.	Ao	longo	desta	fase,	o	produto	da	fertilização	deve	ser	
denominado	feto	(ZANINI	et al.,	2002).
Segundo	Zanini	et al.	(2002),	a	partir	da	28ª	semana	de	idade	gestacional,	há	
uma	maior	aceleração	do	processo	de	mielinização	das	grandes	vias	subcorticais	
durante	 o	 desenvolvimento	 fetal,	 o	 que	 resulta	 em	uma	maior	movimentação	
contra	as	paredes	elásticas	do	útero	encontrando	nelas	certo	grau	de	resistência,	o	
que	contribui	para	desenvolver	sua	força	muscular,	principalmente	dos	membros	
inferiores.	Além	disso,	ocorre	nesta	fase	o	desenvolvimento	funcional	da	maioria	
dos	 órgãos	 e	 sistemas;	 características	 que	 justificam	 a	 crucial	 importância	 das	
últimas	doze	semanas	no	desenvolvimento	global	de	um	bebê.	
2.1 PREMATURIDADE VERSUS DESENVOLVIMENTO 
Prematuridade ou pré-termo é um conceito utilizado para denominar 
crianças	nascidas	antes	das	37ª	semanas	completas	de	 idade	gestacional.	Esses	
recém-nascidos	 (RN)	 podem	 ser	 classificados	 em	 três	 grupos:	 prematuridade	
limítrofe	 com	 gestação	 de	 35	 a	 37	 semanas,	 prematuridade	 moderada	 com	
gestação	de	31	a	34	semanas	e	prematuridade	extrema	com	gestação	inferior	a	30	
semanas (MARCONDES et al.,	2003).
As	causas	da	prematuridade	são	muitas,	e	os	principais	fatores	de	risco	
incluem	 uma	 assistência	 pré-natal	 inadequada,	 pré-eclâmpsia,	 baixo	 nível	
socioeconômico,	 anemia	 e	 doenças	 maternas,	 gestação	 múltipla,	 infecções,	
complicações	durante	o	parto,	hemorragias	e	sofrimento	fetal	(CASTRO,	2004).	
TÓPICO 2 — DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR NORMAL E PATOLÓGICO
19
O	 desenvolvimento	 do	 SNC	 tem	 início	 no	 período	 embrionário,	
continuando esse processo após o nascimento. O bebê prematuro pode 
apresentar	 imaturidade	 nos	 sistemas	 corporais,	 por	 não	 ter	 tido	um	 completo	
desenvolvimento	 intrauterino.	 Com	 isso,	 torna-se	 mais	 susceptível	 ao	
aparecimento	 de	 complicações	 e	 deficiências	 físicas,	 neurológicas	 e	 cognitivas	
podendo	acarretar	sequelas	e	atraso	em	sua	evolução.
O	 RN	 pré-termo	 pode	 ser	 acometido	 por	 alterações	 pós-natais,	
apresentando	 sofrimentos	 clínicos,	 dentre	 eles,	 podem-se	 citar:	 hemorragia	
intra	 e	 periventricular,	 doenças	 respiratórias	 e	 cardíacas,	 infecções,	 distúrbios	
metabólicos,	 hematológicos,	 gastrintestinais,	 dificuldade	 na	 manutenção	 da	
temperatura	corpórea	e	asfixia	perinatal	(GARCIA;	FREITAS;	FORMIGA,	2005).	
Essas	alterações	podem	prejudicar	significativamente	o	desenvolvimento	
neuropsicomotor	da	criança,	levando	a	distúrbios	como	retardo	mental,	paralisia	
cerebral,	perda	visual	e	auditiva,	problemas	neurológicos	mais	leves	e	distúrbios	
da	coordenação	motora,	tendo	assim	uma	evolução	desigual	em	relação	a	uma	
criança	nascida	a	termo	(GARCIA	et al.,	2005).	
3 CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO NO PRIMEIRO 
ANO DE VIDA
No	primeiro	 ano	de	vida	ocorrem	 inúmeras	modificações	 estruturais	 e	
anatômicas	neste	novo	ser	que	está	em	formação.	Estudaremos	a	partir	de	agora	
essas	 características	 de	 forma	 detalhada,	 a	 fim	 de	 proporcionar	 a	 você,	 caro	
acadêmico,	uma	completa	compreensão	deste	conteúdo	tão	importante	para	área	
da	fisioterapia	pediátrica.	
3.1 REFLEXOS PRIMITIVOS E POSTURAIS 
Os	reflexos	primitivos	são	chamados	dessa	forma	porque	são	controlados	
pelas	partes	mais	primitivas	do	cérebro,	e	servem	como	fonte	primária	de	informa-
ções,	as	quais	se	armazenam	no	córtex	em	desenvolvimento.	Possuem	um	padrão	
muito	imaturo	de	caráter	automático	e	refletem	a	maturação	do	sistema	nervoso	
central	(SNC),	que	é	quando	as	estruturas	neurológicas	mais	recentes	vão	se	tor-
nando	funcionais	à	medida	que	há	o	processo	de	mielinização,	arborização	e	for-
mação	de	novas	sinapses.	Os	reflexos	são	precursores	de	movimentos	voluntários,	
e	muitos	estão	relacionados	ao	instinto	de	sobrevivência,	como	veremos	a	seguir.	
 
Os	reflexos	estão	presentes	ao	nascimento,	mas	devem	ser	 inibidos	nos	
primeiros	meses	de	vida,	quando	surgem	os	reflexos	posturais	(voluntários),	ou	
seja,	 o	bebê	passa	 a	 apresentar	 respostas	 controladas	 corticalmente	 em	vez	de	
respostas	reflexas	do	tronco	encefálico.	Desse	modo,	a	presença	desses	reflexos	
demonstra	 integridade	do	sistema	nervoso	central;	entretanto,	sua	persistência	
poderá	indicar	prejuízos/distúrbios	neurológicos	(COLE;	COLE,	2004).
20
UNIDADE 1 — DESENVOLVIMENTO MOTOR INFANTIL E SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA
E NEONATOLÓGICA
Os reflexos são a primeira forma de movimento humano e fornecem dicas 
interessantes sobre o processo de desenvolvimento motor.
IMPORTANT
E
Nos	 primeiros	meses	 de	 vida,	 a	 intensidade	 e	 simetria	 desses	 reflexos	
podem ser usadas para avaliar a integridade do sistema nervoso central e 
para	 detectar	 anormalidades	 periféricas,	 como	 alterações	 musculoesqueléticas	
congênitas	 ou	 lesões	 nervosas.	 Se	 algum	 reflexo	 estiver	 ausente	 ou	 irregular	
suspeita-se	de	disfunção	neurológica.	A	ausência	de	movimentos	reflexos	normais	
ou	da	continuação	prolongada	de	vários	reflexos	além	dos	seus	períodos	normais	
faz	os	profissionais	da	saúde	suspeitarem	de	algum	comprometimento	ou	dano	
neurológico	 na	 criança.	 É	 possível	 então,	 suspeitar	 de	 disfunção	 neurológica	
quando	algumas	condições	surgem,	tais	como	a	ausência	completa	de	um	reflexo	
que	deveria	aparecer	no	determinado	período,	respostas	muito	fortes	ou	muito	
fracas,	respostas	assimétricas	nos	lados	do	corpo	e	a	permanência	de	um	reflexo	
além	do	tempo	em	que	já	deveria	ser	integrado	(COLE;	COLE,	2004).
A	avaliação	dos	 reflexos	primitivos	em	neonatos	 compreende	um	 fator	
primordial	na	luta	contra	a	mortalidade	neonatal,	tendo	em	vista	que	a	ausência	
de	algum	deles	pode	 caracterizar	 anormalidades	que	podem	 levar	 à	morte	da	
criança.	Os	reflexos	podem,	conforme	sua	evolução,	ser	divididos	em	três	grupos:	
• manifestações	 normais	 durante	 algum	 tempo	 e	 que	 desaparecem	 com	 a	
evolução,	 somente	 reaparecendo	 em	 condições	 patológicas:	 reflexo	 tônico	
cervical	e	de	retificação	corporal,	ambos	desaparecendo	com	um	ou	dois	meses	
de	idade;	reflexo	de	Moro,	que	desaparece	em	torno	de	quatro	a	seis	meses;	e	o	
sinal	de	Babinski	que,	quando	bilateral,	pode	ser	normal	até	18	meses;	
• reflexos	que	existem	normalmente,	desaparecem	com	a	evolução	e	reaparecem	
como	 atividades	 voluntárias:	 reflexo	 de	 preensão,	 sucção	 e	 marcha,	 por	
exemplo;	
• manifestações	que	persistem	por	toda	a	vida:	os	vários	reflexos	profundos	e	os	
reflexos	cutâneos	abdominais	(COLE;	COLE,	2004).
Tipos	mais	comuns	de	reflexos	primitivos	e	posturais:	
• Reflexo de preensão palmar:	examinador	coloca	o	dedo	index	na	palma	da	mão	
da	criança,	obtendo	como	resposta	a	flexão	dos	dedos.	Deve	desaparecer	entre	
quatro	e	seis	meses,	quando	se	torna	um	movimento	voluntário	de	preensão	
(CORIAT,	2001).
TÓPICO 2 — DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR NORMAL E PATOLÓGICO
21
FIGURA 2 – REFLEXO DE PREENSÃO PALMAR
FONTE: <https://www.fcm.unicamp.br/fcm/sites/default/files/2016/page/mao.jpg>.Acesso em: 
28 set. 2020.
• Reflexo de preensão plantar: o	examinador	pressiona	o	polegar	contra	a	sola	
do	pé	da	criança,	logo	abaixo	dos	artelhos.	Observa-se	a	flexão	dos	dedos.	Deve	
desaparecer	com	15	meses	de	vida.
FIGURA 3 – REFLEXO DE PREENSÃO PLANTAR
FONTE: <https://www.fcm.unicamp.br/fcm/sites/default/files/2016/page/pe.jpg>. Acesso em: 
28 set. 2020.
• Reflexo cutâneo-plantar ou Sinal de Babinski: o	 examinador	 aplica	 um	
estímulo	tátil	(que	não	deve	chegar	a	ser	doloroso,	nem	causar	desconforto	ou	
lesão	na	pele)	à	sola	lateral	do	pé.	Com	isso,	existem	três	respostas	possíveis:
1)	Flexão:	os	dedos	do	pé	curvam-se	para	baixo.	Esta	é	a	resposta	normal	observada	
em	adultos	hígidos.
2)	Indiferente:	não	há	resposta	ou	difícil	de	classificar.
3)	Extensão:	o	hálux	realiza	uma	extensão	para	cima.	A	esta	resposta,	atribui-se	o	
nome	de	sinal	de	Babinski.	
22
UNIDADE 1 — DESENVOLVIMENTO MOTOR INFANTIL E SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA
E NEONATOLÓGICA
A	extensão	do	hálux	é	uma	reação	considerada	normal	em	crianças	de	até	
dois	anos,	pois	o	trato	corticoespinhal	não	está	completamente	mielinizado,	então	
o	reflexo	não	é	inibido	pelo	córtex	cerebral.	Já	a	presença	do	reflexo	em	adultos,	
indica	lesão	neurológica	(CORIAT,	2001).
FIGURA 4 – SINAL DE BABINSKI NEGATIVO
FONTE: Adaptada de <https://bit.ly/2MzGzAb>. Acesso em: 28 set. 2020.
FIGURA 5 – SINAL DE BABINSKI POSITIVO
FONTE: <https://bit.ly/394513Y>. Acesso em: 28 set. 2020.
• Reflexo da procura ou voracidade:	para	avaliar	esse	reflexo,	o	qual	também	é	
chamado	de	reflexo	dos	pontos	cardeais	ou	da	busca,	o	examinador	deve	tocar	
a	região	perioral	da	criança,	o	que	fará	com	que	ela	vire	a	cabeça	em	direção	ao	
estímulo,	abrindo	a	boca	e	realizando	uma	tentativa	de	sucção	com	protrusão	
da	língua.	Deve	desaparecer	por	volta	dos	quatro	meses	de	vida.
TÓPICO 2 — DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR NORMAL E PATOLÓGICO
23
FIGURA 6 – REFLEXO DE BUSCA: RESPOSTA BUCAL E ROTAÇÃO CEFÁLICA
FONTE: Coriat (2001, p. 56)
• Reflexo de sucção:	 é	desencadeado	pela	 estimulação	dos	 lábios.	Observa-se	
sucção	vigorosa.	Sua	ausência	é	sinal	de	disfunção	neurológica	grave.
FIGURA 7 – REFLEXO DE SUCÇÃO
FONTE: <https://www.fcm.unicamp.br/fcm/sites/default/files/2016/page/succao.jpg>. Acesso 
em: 28 set. 2020.
• Reflexo de conexão entre as mãos e a boca:	consiste	na	rotação	da	cabeça	para	
a	 linha	média,	 acompanhada	 da	 abertura	 da	 boca	 como	 resposta	 à	 pressão	
exercida	pelos	polegares	do	observador	sobre	as	palmas	das	mãos	do	lactente.	
O	 reflexo	 se	 atenua	 progressivamente	 no	 decorrer	 do	 terceiro	 mês,	 para	
desaparecer	no	quarto.	Nesta	fase	se	estabelece	a	coordenação	sensório-motora	
entre	as	mãos,	olhos	e	a	boca.	Crianças,	desde	o	3º	mês,	levam	à	boca	todos	os	
objetos	que	apanham	com	suas	mãos,	para	obter	maior	conhecimento	de	sua	
consistência,	textura	(CORIAT,	2001).
24
UNIDADE 1 — DESENVOLVIMENTO MOTOR INFANTIL E SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA
E NEONATOLÓGICA
Os reflexos de sucção e deglutição alterados são sinais inespecíficos e podem 
estar associados a uma variedade de distúrbios. Esses reflexos são muito importantes para 
a amamentação.
IMPORTANT
E
• Reflexo de Moro:	este	reflexo	deve	estar	presente	em	recém-nascidos	e	deve	
ser	 integrado	 por	 volta	 do	 quinto	 mês	 de	 vida.	 Pode	 estar	 diminuído	 ou	
aumentado	devido	a	distúrbios	no	SNC.	Além	disso,	a	assimetria	desse	reflexo	
quando	 comparamos	 os	 dois	 lados	 pode	 ocorrer	 em	 bebês	 com	 patologias	
como	lesão	de	plexo	braquial	e	trauma	de	clavícula	e	ombro.
Como avaliar? 
Colocamos	 a	 criança	 em	 posição	 supina,	 suspendemos	 a	 cabeça	 da	
criança.	Em	um	movimento	súbito,	soltamos	a	criança,	simulando	uma	queda	e	
presenciando	o	reflexo	de	Moro	em	condições	normais,	mas	logo	em	seguida	já	
sustenta	a	cabeça	da	criança	novamente.	Observa-se	movimentos	de	extensão	e	
abdução	dos	membros	superiores	com	abertura	das	mãos,	seguidas	de	adução	e	
flexão	dos	membros	superiores	(GALLAHUE;	OSMUN;	GOODWAY,	2013).	
FIGURA 8 – REFLEXO DE MORO
FONTE: <https://www.fcm.unicamp.br/fcm/sites/default/files/2016/page/moro.jpg>. Acesso em: 
28 set. 2020.
• Reflexo Tônico-Cervical Assimétrico:	esse	reflexo	primitivo,	também	conhecido	
como	 reflexo	 do	 esgrimista	 ou	 reação	 de	 Magnus-Kleijn	 é	 desencadeado	
por	rotação	da	cabeça	do	bebê	em	posição	supina	enquanto	a	outra	mão	do	
examinador	 estabiliza	 o	 tronco	do	 recém-nascido.	O	 reflexo	 será	perceptivo	
pela	extensão	ipsilateral	(à	rotação)	dos	membros	superior	e	inferior	e	flexão	
contralateral	do	membro	superior	e	inferior	(MAFRA;	PEREIRA,	2007).
TÓPICO 2 — DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR NORMAL E PATOLÓGICO
25
• Esse	 reflexo	deve	ser	 integrado	até	o	 terceiro	mês	de	vida,	podendo	 indicar	
algum comprometimento neural caso se torne persistente.
• Esse	reflexo	é	uma	resposta	ligada	a	atividades	extensoras	da	cervical	e	cintura	
escapular,	portanto,	sua	persistência	pode	dificultar	o	uso	das	mãos	na	linha	
média,	entre	outras	dificuldades	de	movimentação,	sendo	comum	em	pacientes	
neuropatas,	hipertônicos	e	de	tônus	flutuante	(MAFRA;	PEREIRA,	2007).
• A	persistência	de	atitude	de	esgrimista,	rígida	e	estereotipada,	mesmo	na	idade	
em	que	sua	presença	é	fisiológica,	sugere	patologia,	geralmente	lesão	cerebral;	
ao	 contrário,	 sua	 ausência	 se	 observa	 em	 alterações	 congênitas	 do	 sistema	
nervoso,	 como	 na	 maioria	 dos	 lactentes	 afetados	 pela	 síndrome	 de	 Down	
(CORIAT,	2001).
FIGURA 9 – REFLEXO TÔNICO CERVICAL ASSIMÉTRICO (RTCA)
FONTE: <https://www.fcm.unicamp.br/fcm/sites/default/files/2016/page/cervicalassim.jpg>. 
Acesso em: 28 set. 2020.
FIGURA 10 – RTCA INVERSO EM DECÚBITO VENTRAL
FONTE: Coriat (2001, p. 41)
• Reflexo tônico-cervical simétrico (RTCS):	o	reflexo	tônico	simétrico	do	pescoço	
pode	ser	provocado	na	posição	sentada,	com	apoio.	A	extensão	da	cabeça	e	
do	pescoço	produz	a	extensão	dos	braços	e	a	flexão	das	pernas	(GALLAHUE;	
OSMUN;	GOODWAY,	2013).
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UNIDADE 1 — DESENVOLVIMENTO MOTOR INFANTIL E SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA
E NEONATOLÓGICA
FIGURA 11 – REFLEXO TÔNICO-CERVICAL SIMÉTRICO
FONTE: Gallahue, Osmun e Goodway (2013, p. 129)
• Reflexo de marcha:	 o	 avaliador	 deve	 segurar	 e	 suspender	 a	 criança	 pelo	
tronco,	mas	permitindo	que	ela	toque	os	pés	em	uma	superfície.	Observa-se	
cruzamento	das	pernas,	uma	à	 frente	da	outra.	Esse	 reflexo	está	presente	 já	
nos	primeiros	dias	de	vida,	desaparecendo	por	volta	dos	dois	meses	de	idade	
(GALLAHUE;	OSMUN;	GOODWAY,	2013).	
FIGURA 12 – REFLEXO DE MARCHA
FONTE: <https://www.fcm.unicamp.br/fcm/sites/default/files/2016/page/marchareflexa.jpg>. 
Acesso em: 28 set. 2020.
• Reflexo de Galant (encurvamento do corpo): para	avaliação	desse	reflexo,	a	
criança	deve	estar	em	decúbito	ventral,	suspensa	pelo	examinador.	É	desen-
cadeado	por	um	estímulo	tátil	na	região	dorsolateral.	Como	resposta,	tanto	o	
quadril	quanto	o	tronco	se	direcionarão	para	o	lado	no	qual	ocorreu	o	estímulo,	
ou	seja,	será	observado	um	encurtamento	do	tronco	ipsilateral.	Deve	ser	inte-
grado	até	os	dois	meses	de	vida	(GALLAHUE;	OSMUN;	GOODWAY,	2013).	
TÓPICO 2 — DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR NORMAL E PATOLÓGICO
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FIGURA 13 – REFLEXO DE ENCURVAMENTO DO CORPO (GALANT)
FONTE: <https://bit.ly/3ol7L3x>. Acesso em: 28 set. 2020.
• Reflexo de colocação ou placing: posição	de	teste:	criança	suspensa	verticalmente	
pelo	examinador.	Estimulação:	tocar	o	dorso	do	pé	da	criança	na	borda	da	mesa.	
Observa-se	elevação	do	pé	como	se	estivesse	subindo	um	degrau	de	escada.	
É	o	único	 reflexo	primitivo	 com	 integração	 cortical	 (GALLAHUE;	OSMUN;	
GOODWAY,	2013).	
FIGURA 14 – REFLEXO DE COLOCAÇÃO OU “PLACING”
FONTE: Adaptado de <https://bit.ly/357foDd>. Acesso em: 28 set. 2020.
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UNIDADE 1 — DESENVOLVIMENTO MOTOR INFANTIL E SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA
E NEONATOLÓGICA
• Reflexo tônico-labiríntico (RTL): pode ser testado nas posturas prona ou 
supina.	 Com	 a	 criança	 em	 supino	 sobre	 as	 mãos	 do	 examinador,	 busca-se	
observar	presença	de	aumento	da	atividadeextensora,	fletindo	os	membros	
superiores	 e	 inferiores,	 observando-se	 a	 resistência	 a	 esses	movimentos	 e	 à	
flexão	passiva	da	cabeça.	Na	postura	supina,	analisa-se	o	aumento	da	atividade	
flexora,	 observando	 a	 resistência	 à	 extensão	da	 cabeça	 e	 de	membros.	Caso	
o	reflexo	esteja	presente	com	hipertonia,	é	sempre	patológico	 (GALLAHUE;	
OSMUN;	GOODWAY,	2013).	
FIGURA 15 – REFLEXO TÔNICO LABIRÍNTICO
FONTE: Flehmig (2002, p. 24)
• Reflexo de Landau:	 é	 desencadeado	 com	 a	 criança	 em	 suspensão	 ventral	
(posição	 prona).	 Quando	 o	 examinador	 eleva	 a	 cabeça	 do	 bebê	 acima	 do	
tronco	é	observada	a	retificação	e	extensão	das	pernas.	Quando	o	examinador	
flete	a	cabeça,	as	pernas	se	fletem.	Esta	reação	é	uma	combinação	das	reações	
de	 retificação	 e	 dos	 reflexos	 tônicos.	 Corresponde	 a	 um	 reflexo	 postural	
fundamental	 para	 sentar	 e	 andar.	 Está	presente	 a	partir	 de	 quatro	 ou	 cinco	
meses	de	idade	(GALLAHUE;	OSMUN;	GOODWAY,	2013).
FIGURA 16 – REFLEXO DE LANDAU
FONTE: <https://bit.ly/3hL6NuU>. Acesso em: 28 set. 2020.
TÓPICO 2 — DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR NORMAL E PATOLÓGICO
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• Apoio lateral: é desencadeado lateralizando-se o tronco do bebê sentado. 
Observa-se	 extensão	 do	 braço	 ipsilateral	 ao	 lado	 da	 queda,	 com	 apoio	 da	
palma da mão na maca. Está presente a partir de seis ou oito meses de idade 
(GALLAHUE;	OSMUN;	GOODWAY,	2013).	
FIGURA 17 – APOIO LATERAL
FONTE: <https://bit.ly/3rVNZxJ>. Acesso em: 28 set. 2020.
• Reflexo de colocação das mãos ou “paraquedas”: é desencadeado colocando 
a	criança	suspensa	pelo	examinador.	Observa-se	a	extensão	dos	braços	para	
frente,	como	se	para	amparar	a	queda.	É	o	último	reflexo	postural	a	aparecer.	
Está presente a partir de oito a nove meses de idade. Deve estar obrigatoriamente 
presente	aos	12	meses	(GALLAHUE;	OSMUN;	GOODWAY,	2013).
FIGURA 18 – REFLEXO DO PARAQUEDISTA
FONTE: <https://bit.ly/3hK9IE5>. Acesso em: 28 set. 2020.
Reação de retificação
Atribuímos	a	estas	reações	a	capacidade	que	possui	o	lactente	de	manter	
a	cabeça	e	o	corpo	em	relação	ao	espaço,	bem	como	de	conservar	as	relações	das	
diferentes	partes	do	corpo	entre	si	(GALLAHUE;	OSMUN;	GOODWAY,	2013).	
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UNIDADE 1 — DESENVOLVIMENTO MOTOR INFANTIL E SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA
E NEONATOLÓGICA
• Reação cervical de endireitamento:	pode	ser	 testada	com	o	bebê	em	supino,	
segurando-o	delicadamente	pelo	occipital	e	rodando	sua	cabeça	para	o	lado.	O	
restante	do	corpo	move-se	reflexivamente	na	mesma	posição	da	cabeça;	primei-
ro,	os	quadris	e	pernas	alinham-se,	seguidos	pelo	tronco.	Com	faixa	de	normali-
dade	do	quarto	ao	sexto	mês	de	vida,	é	a	única	reação	que	desaparecerá,	dando	
lugar	à	reação	corpo	sobre	corpo	(GALLAHUE;	OSMUN;	GOODWAY,	2013).	
FIGURA 20 – REAÇÃO POSTURAL CERVICAL
FONTE: Flehmig (2002, p. 23)
• Reação labiríntica e óptica de retificação:	ambas	as	reações	são	testadas	nas	
posturas	prona,	supina	e	decúbito	lateral,	com	a	criança	suspensa	na	postura	
desejada	 e	 com	 olhos	 vendados.	Na	 reação	 labiríntica,	 a	 partir	 do	 estímulo	
dos	canais	semicirculares,	ela	busca,	com	sua	maturação,	a	verticalização	da	
cabeça.	Na	reação	óptica,	ela	é	orientada	por	algum	objeto	de	seu	 interesse.	
Em	ambas,	a	 faixa	de	normalidade	é	a	partir	do	primeiro	mês,	em	prono,	e	
aproximadamente	entre	o	quinto	e	o	sexto	mês,	em	supino	e	decúbito	lateral.
• Reação de anfíbio:	com	a	criança	na	postura	prona,	essa	reação	é	testada	levan-
tando-se	um	lado	da	cintura	pélvica.	Como	resposta,	haverá	flexão	de	tronco	
e	do	membro	inferior	do	mesmo	lado.	Essa	reação	permite	o	desenvolvimento	
do	arrastar	e	do	engatinhar,	sendo	normal	a	partir	do	sexto	mês.	
• Reações protetoras:	 são	movimentos	protetores	dos	membros	na	direção	da	
força	que	se	desloca,	como	reação	a	uma	súbita	força	deslocadora	ou	quando	
o	equilíbrio	não	pode	mais	ser	mantido.	Pode	ser	testada	nas	posturas	prona,	
prona	para	os	lados,	supina	e	sentada.	Na	postura	prona,	o	bebê	é	posicionado	
35	com	os	braços	para	frente,	respondendo	com	apoio	de	mãos	e	elevação	da	
cabeça;	reação	normal	a	partir	do	terceiro	mês.	O	teste	da	reação	em	supino,	
normal	a	partir	do	sexto	mês,	é	realizado	posicionando-se	a	criança	sobre	o	rolo	
e	deslocando-a	para	um	dos	 lados;	 como	resposta	ao	estímulo,	 ela	 realizará	
apoio	do	membro	superior	do	lado	do	deslocamento	e	tentará	a	verticalização	
da	cabeça.	Com	a	criança	sentada,	o	examinador	a	desloca	anterior,	posterior	
e	lateralmente;	a	resposta,	normal	do	sexto	ao	nono	mês,	será	sempre	o	apoio	
dos	braços	 e	mãos	espalmadas	protegendo	o	 corpo	e	 livrando	a	 face	 com	a	
verticalização	da	cabeça.	
TÓPICO 2 — DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR NORMAL E PATOLÓGICO
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• Reação de equilíbrio:	 testada	da	mesma	 forma	que	a	 reação	anterior,	nessa	
reação,	busca-se	observar	a	procura	da	criança	pela	verticalização	e	aumento	
da	 base,	 através	 do	 afastamento.	 Sua	 faixa	 de	 normalidade	 é	 do	 sétimo	 ao	
décimo	oitavo	mês,	nas	posturas	prona,	supina,	sentada,	gatas,	de	joelhos	e	de	
pé	(GALLAHUE;	OSMUN;	GOODWAY,	2013).	
3.2 CARACTERÍSTICAS DO LACTENTE 
O	primeiro	ano	de	vida	de	uma	criança	é	fortemente	marcado	por	mudan-
ças	fisiológicas,	metabólicas	e	psíquicas.	O	crescimento	é	acelerado,	as	capacida-
des	psicomotoras	e	neurológicas	são	rápidas	e	desse	modo,	torna-se	imprescin-
dível	um	estudo	detalhado,	a	fim	de	relatar	os	avanços	que	elas	apresentam	em	
cada fase. 
3.2.1 O neonato de 0 a 10 dias 
O	 bebê	 que	 nasce	 entre	 38	 a	 42	 semanas	 de	 gestação	 é	 considerado	
a	 termo.	 O	 recém-nascido	 a	 termo	 é	 altamente	 influenciado	 pela	 gravidade,	
apresenta	muitos	movimentos	ocasionais,	mas	pouco	controle	independente	de	
qualquer	parte	do	corpo.	A	postura	é	dominada	pela	flexão	das	extremidades,	
resultado	da	maturação	do	sistema	nervoso	central	durante	a	vida	intrauterina.	
O	recém-nato	não	é	passivo.	Ao	acordar,	ele	se	move	casualmente	com	grande	
arco	de	movimento,	às	vezes,	bastante	vigoroso.	Estes	movimentos	se	observam,	
inicialmente,	mais	na	postura	supina.	Além	dos	movimentos	esporádicos,	existem	
outros	mais	complexos,	geralmente	gerados	por	alguma	atividade	reflexa,	que	
são	a	base	de	movimentos	mais	elaborados	adiante	(FLEHMIG,	2002).
Em	supino,	o	recém-nato	demonstra	a	flexão	fisiológica,	principalmente	
nas	extremidades.	Ainda	não	tem	uma	flexão	ativa	e	graduada	do	pescoço	e	não	
é	capaz	de	manter	a	cabeça	na	linha	mediana.	A	cabeça	virada	para	o	lado	facilita	
o	contato	da	mão	à	boca.	A	mão	se	apresenta	em	flexão	com	os	dedos	aduzidos.	
Há	presença	do	reflexo	de	preensão	palmar.	Os	membros	inferiores	se	encontram	
em	flexão,	abdução,	e	rotação	externa	(FLEHMIG,	2002).
Quando	 levantado	 para	 a	 posição	 sentada,	 o	 bebê	 tenta	 iniciar	 o	
movimento	de	flexão	da	cabeça,	mas	perde	o	controle	e	a	cabeça	cai	para	trás,	
devido	ainda	à	ausência	do	controle	do	tronco.	Na	posição	prona,	a	postura	é	
bem	fletida.	A	pelve	está	em	retroversão,	e	os	joelhos	estão	dobrados	e	geralmente	
próximos	ao	abdômen.	Esta	atitude	faz	com	que	o	peso	corpóreo	seja	deslocado	
para	a	face.	O	bebê	consegue	liberar	as	vias	aéreas	levantando	a	cabeça,	virando-a	
para	 a	 direita	 e	 esquerda,	 promovendo	 uma	 forte	 estimulação	 proprioceptiva	
(FLEHMIG,	2002).
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UNIDADE 1 — DESENVOLVIMENTO MOTOR INFANTIL E SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA
E NEONATOLÓGICA
3.2.2 Primeiro mês 
Muitas	mudanças	ocorrem	durante	o	primeiro	mês	de	vida	do	lactente,	
está	mais	alerta,	e	começa	a	responder	e	se	adaptar	mais	ao	ambiente.	A	melhora	
da	acuidade	visual	estimula	o	lactente	a	olhar	mais	para	os	lados	fazendo	com	que	
aumente	a	mobilidade	da	cabeça	e	coluna	cervical.	O	tônus	proximal	dos	ombros	
e	quadris	diminui	o	suficiente	para	permitir	que	os	ombros	rodem	externamente	
e	os	quadris	estendam.
Permanecem	 os	 reflexos	 de	 Moro,	 busca,	 sucção	 e	 deglutição;	 Reação	
Cervical	de	Retificação;	Reflexo	de	Galant;	Reflexo	de	preensão	palmar	e	plantar.	
O	RTCA	pode	aparecer,	mas	ainda	é	mais	comum	durante	o	segundo	mês.
Na	posição

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