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Identificação criminal

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3 Investigação Preliminar 
Identificação criminal 
 
Conceito 
A identificação criminal é o gênero do qual são espécies 
a identificação datiloscópica – feita com base nas 
saliências papilares da pessoa –, a identificação 
fotográfica e a identificação do perfil genético, 
introduzida pela Lei nº 12.654/12; abrange uma sessão 
fotográfica, a coleta de impressões digitais do indivíduo 
e, em algumas hipóteses, a coleta de material biológico 
para a obtenção do perfil genético; através dela, é feito 
o registro dos dados identificadores da pessoa que 
praticou a infração penal sob investigação, possibilitando 
o conhecimento ou a confirmação de sua identidade, a 
fim de que, ao término da persecução penal, lhe sejam 
impostas as sanções decorrentes do delito praticado. 
Art. 5º, XLV, 1ª parte: nenhuma pena pode passar da 
pessoa do condenado. 
* A fotografia deve ser usada como método auxiliar de 
identificação, não sendo possível que a autoridade policial 
a utilize de maneira exclusiva, dispensando a 
identificação datiloscópica. 
Identificação criminal ≠ qualificação do investigado; a 
identificação criminal diz respeito à identificação 
datiloscópica, fotográfica e genética, e só é possível nos 
casos previstos em lei (CF, art. 5º, LVIII); a qualificação 
do investigado deve ser compreendida como sua 
individualização, através da obtenção de dados como 
nome completo, naturalidade, filiação, nacionalidade, 
estado civil, domicílio, etc. 
Identificação criminal ≠ reconhecimento de pessoas; 
nas hipóteses de identificação datiloscópica e do perfil 
genético, há o emprego de técnica científica, sendo que 
o ato de identificação pressupõe conhecimentos 
técnicos por parte do identificador; no reconhecimento 
de pessoas, não se exige habilidade específica, cuidando-
se de mera comparação leiga feita com a finalidade de 
se encontrar semelhanças entre pessoas ou coisas 
(CPP, art. 226). 
Leis relativas à identificação criminal 
• CF, art. 5º, LVIII: o civilmente identificado não 
será submetido à identificação criminal, salvo 
nas hipóteses previstas em lei; 
• Art. 109 do Estatuto da Criança e do 
Adolescente: o adolescente civilmente 
identificado não será submetido a identificação 
compulsória pelos órgãos policiais, de proteção 
e judiciais, salvo para efeito de confrontação, 
havendo dúvida fundada; 
• Lei nº 12.037/09: hipóteses; 
• Lei nº 12.654/12: introduziu no ordenamento 
pátrio a possibilidade de coleta de material 
biológico para a obtenção do perfil genético; 
• Art. 9º-A da Lei de Execução Penal (Lei n. 
7.210/1984): “os condenados por crime 
praticado, dolosamente, com violência de 
natureza grave contra pessoa, ou por qualquer 
dos crimes previstos no art. 1º da Lei nº 
8.072/90 serão submetidos, 
obrigatoriamente, à identificação do perfil 
genético, mediante extração de DNA – ácido 
desoxirribonucleico, por técnica adequada e 
indolor”. 
Documentos atestadores da identificação civil 
Se o indivíduo não se identificar civilmente, com a 
apresentação de um dos documentos listados, será 
possível sua identificação criminal, quando se envolver 
com alguma prática delituosa. 
Art. 2º da Lei nº 12.037/09: rol de documentos; 
carteiras expedidas por órgãos fiscalizadores do 
exercício profissional, criados por lei federal (Lei nº 
6.206/75); documento de identidade profissional ou a 
carteira funcional; cédula de identidade; qualquer outro 
documento público que permita a identificação do 
indiciado. 
 
3 Investigação Preliminar 
* Certidão de nascimento, por si só, não é capaz de 
identificar civilmente o indivíduo – ausência de 
fotografia. 
* Art. 3º, II, da Lei nº 12.037/09: autoriza a 
identificação criminal quando o documento apresentado 
for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado. 
* Cópia de documento de identificação, desde que 
devidamente autenticada, é capaz de suprir a ausência 
do original. 
Hipóteses autorizadoras da identificação criminal 
Poderá ocorrer identificação criminal quando (art. 3º da 
Lei nº 12.037/09): 
• o documento apresentar rasura ou tiver indício 
de falsificação; 
• o documento apresentado for insuficiente para 
identificar cabalmente o indiciado; 
• o indiciado portar documentos de identidade 
distintos, com informações conflitantes entre 
si; 
• a identificação criminal for essencial às 
investigações policiais, segundo despacho da 
autoridade judiciária competente, que decidirá 
de ofício ou mediante representação da 
autoridade policial, do MP ou da defesa; 
Hipótese que depende de prévia autorização judicial; não 
exclui a possibilidade de o ofendido representar pela 
identificação criminal nas hipóteses de crimes de ação 
penal privada (quando inviabilizar o exercício do direito 
de queixa); contra essa decisão judicial, cabe habeas 
corpus (investigado) e mandado de segurança 
(acusação); 
Nesta hipótese, a identificação criminal poderá incluir a 
coleta de material biológico para a obtenção do perfil 
genético (Lei nº 12.037/09, art. 5º, parágrafo único); 
cabe à autoridade judiciária demonstrar a impossibilidade 
de se obter a prova da autoria por método menos 
invasivo, funcionando a coleta de material genético como 
medida de ultima ratio; 
• constar de registros policiais o uso de outros 
nomes ou diferentes qualificações; 
• o estado de conservação ou a distância 
temporal ou da localidade da expedição do 
documento apresentado impossibilite a 
completa identificação dos caracteres 
essenciais; 
* Lei nº 12.037/09: deixou de estabelecer a espécie 
de crime como critério para a determinação da 
identificação criminal. 
* Presente uma das hipóteses, e recusando-se o 
investigado a colaborar, é possível sua condução 
coercitiva, sem prejuízo de eventual responsabilidade 
criminal pelo delito de desobediência. 
Art. 260 do CPP: se o acusado não atender à intimação 
para o interrogatório, reconhecimento ou qualquer 
outro ato que, sem ele, não possa ser realizado – é o 
caso da identificação criminal – a autoridade poderá 
mandar conduzi-lo à sua presença. 
Art. 23 do CPP: ao fazer a remessa dos autos do 
inquérito ao juiz competente, a autoridade policial 
oficiará ao Instituto de Identificação e Estatística, ou 
repartição congênere, mencionando o juízo a que 
tiverem sido distribuídos, e os dados relativos à infração 
penal e à pessoa do indiciado. 
Art. 7º da Lei nº 12.037: no caso de não oferecimento 
da denúncia, ou sua rejeição, ou absolvição, é facultado 
ao indiciado ou ao réu, após o arquivamento definitivo do 
inquérito, ou trânsito em julgado da sentença, requerer 
a retirada da identificação fotográfica do inquérito ou 
processo, desde que apresente provas de sua 
identificação civil. 
Art. 7º-A da Lei nº 12.037/09: a exclusão dos perfis 
genéticos dos bancos de dados ocorrerá: I – no caso de 
absolvição do acusado; ou II – no caso de condenação do 
acusado, mediante requerimento, após decorridos 20 
(vinte) anos do cumprimento da pena. 
Identificação do perfil genético (Lei nº 12.654/12) 
Lei nº 12.654/12 – passou a permitir a possibilidade de 
coleta de material biológico para obtenção de perfil 
genético como forma de identificação criminal. 
 
3 Investigação Preliminar 
Art. 5º-A da Lei nº 12.037/09: os dados relacionados 
à coleta do perfil genético deverão ser armazenados 
em banco de dados de perfis genéticos, gerenciado por 
unidade oficial de perícia criminal; 
* Não poderão revelar traços somáticos ou 
comportamentais das pessoas, exceto determinação 
genética de gênero (normas constitucionais e 
internacionais sobre direitos humanos, genoma humano 
e dados genéticos); caráter sigiloso, respondendo civil, 
penal e administrativamente aquele que permitir ou 
promover a utilização dos dados para fins diversos dos 
previstos nesta Lei ou em decisão judicial; as 
informações obtidas a partir da coincidência de perfis 
genéticos deverão ser consignadas em laudo pericial 
firmado por perito oficial devidamente habilitado. 
* Discussão doutrinária – autoincriminação;posicionamento – validade condicionada à forma de 
coleta do material biológico: amostras de sangue, urina, 
cabelo, ou de outros tecidos orgânicos, descartadas 
voluntária ou involuntariamente pelo investigado na cena 
do crime ou em outros locais – não há óbice em sua 
coleta; o acusado não é obrigado a praticar nenhum 
comportamento ativo capaz de incriminá-lo, nem 
tampouco a se submeter a provas invasivas sem o seu 
consentimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Autoria: Gabriela Medeiros 
Doutrina: LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: volume 
único / Renato Brasileiro de Lima – 8. ed. rev., ampl. e atual. – Salvador: 
Ed. JusPodivm, 2020.

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