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stecine.azureedge.net
Introdução ao estudo da atividade
física, saúde e qualidade de vida
82-113 minutos
Introdução ao estudo da atividade física, saúde e qualidade de vida about:reader?url=https%3A%2F%2Fstecine.azureedge.net%2Freposito...
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https://stecine.azureedge.net/repositorio/introducao_ao_estudo_da_atividade_fisica_saude_e_qualidade_de_vida/index.html#imprimir
Descrição
A conceituação de saúde e qualidade de vida e suas relações
com estilos de vida ativos, aptidão física, bem-estar e
envelhecimento saudável.
Introdução ao estudo da atividade física, saúde e qualidade de vida about:reader?url=https%3A%2F%2Fstecine.azureedge.net%2Freposito...
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PROPÓSITO
Compreender os conceitos de saúde e qualidade de vida, a fim de
estabelecer relações entre estilos de vida ativos, aptidão física e
bem-estar ao longo de toda a vida.
OBJETIVOS
Módulo 1
Descrever a evolução teórica das noções de saúde e qualidade de
vida
Módulo 2
Reconhecer os conceitos de atividade física, exercício físico,
aptidão física (fitness) e bem-estar (wellness)
Módulo 3
Identificar as relações entre estilos ativos de vida, aptidão física e
bem-estar para um envelhecimento saudável
Introdução
As intervenções para promover saúde extrapolam estratégias com
a finalidade de melhorar índices de morbimortalidade. A noção de
saúde tornou-se uma espécie de “super categoria” do sentido que
damos à vida. Com isso, muitos autores consideram que o
conceito de saúde assume o estatuto de valor transcultural
(FARINATTI; FERREIRA, 2006).
Existem muitas definições de saúde, frutos da diversidade de
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representações e do entendimento desse conceito. Algumas têm
o mérito de realçar seus aspectos positivos, prospectivos,
coletivos, psíquicos ou sociais. Também há aquelas que enfatizam
os aspectos curativos e negativos. Independentemente da
natureza, nascem da necessidade de agrupar campos de
conhecimento distintos em torno de um referencial teórico comum,
levando a debates que estão longe de acabar.
As relações entre saúde e Educação Física são históricas,
fazendo-se presentes nos seus discursos profissional e científico.
Não é novidade que a prática regular de atividades físicas é
defendida como fator importante na prevenção de doenças e
melhoria da qualidade de vida.
Essa relação, apesar de praticamente consensual, revela-se de
confirmação difícil. Esquece-se de que a associação que se faz
em um sentido também é passível de aplicação no outro – afinal,
quem faz mais exercício tem menos doenças (ou tem mais saúde)
ou quem tem menos doenças faz mais exercício? Como fazer
uma ponte entre conceitos amplos e dependentes de
interpretação pessoal, como são aqueles de saúde e qualidade de
vida, com a prática profissional e dados científicos?
A discussão sobre abordagens relacionadas à saúde e à atividade
física por toda a vida revela-se fundamental para a formação
profissional. Por exemplo, motivação, estratégias e avaliação de
programas de exercícios para idosos deveriam ser diferentes das
adotadas para indivíduos jovens; rotinas para pessoas saudáveis
são distintas daquelas elaboradas para pacientes em condições
patológicas.
Assim, a partir da definição de conceitos acerca das noções de
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“saúde” e “promoção da saúde”, estabelecem-se relações com a
“qualidade de vida” e discute-se o papel das atividades físicas
como um hábito para promover um envelhecimento saudável.
MÓDULO 1
Descrever a evolução teórica das noções de saúde e
qualidade de vida
Da Pré-História ao Iluminismo: ênfase no indivíduo
Todas as culturas criam suas próprias teorias sobre a saúde, a
doença e a morte. Ainda que possam variar, elas podem ser
agrupadas, geralmente, em duas categorias:
Clique nas informações a seguir. Clique nas informações a seguir.
1
Focalizam os fatores comportamentais.
2
Focalizam os fatores ambientais.
As culturas pré-históricas, por exemplo, tendiam a atribuir a
desígnios divinos o que não podiam explicar. Assim, quando
procuravam interpretar seu meio ambiente e a si mesmos, os
povos apelavam para a superstição, a partir dos fenômenos da
natureza. Assim, doença e saúde eram noções apreendidas em
um contexto mágico-religioso, sendo associadas a forças
sobrenaturais.
Nos povos que começavam a dominar a escrita, constata-se uma
evolução que vai além do estágio puramente mágico-religioso.
Sociedades da era pré-cristã, como os egípcios, hebreus e
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gregos, pensavam já em termos de saúde física: a condição física
determinava os níveis de saúde; apesar da importância do
elemento religioso, aceitava-se que as enfermidades teriam uma
relação com os hábitos de higiene pessoais.
Tradição hipocrática
As raízes da ciência médica ocidental começam a ser fundadas
na tradição hipocrática, um sistema de pensamento e prática
médica desenvolvido por volta do ano 400 a.C. De acordo com
esse sistema, bem-estar e enfermidade resultavam do equilíbrio
entre fatores ambientais – vento, temperatura, água, solo – e o
modo de vida (nutrição, trabalho etc.).
O equilíbrio externo entre o indivíduo e seu ambiente era
considerado como indicador do equilíbrio interno, mais
especificamente entre os humores corporais cardinais (sangue,
flegma, bile etc.). A prática clínica buscava ajudar as forças
curadoras da natureza. Os cuidados públicos de saúde eram
ligados à previsão e ao controle dos problemas comunitários, por
meio da compreensão do ecossistema humano.
Hipócrates
A influência de Hipócrates foi um dos marcos que levou a doença
a perder, pouco a pouco, seu caráter eminentemente mágico
(Figura 1).
A partir da doutrina humoral, o conceito de saúde passava a ser
introduzido como um estado de equilíbrio – a enfermidade era
considerada como um desequilíbrio dos humores, enquanto a
saúde decorria de sua proporção exata.
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Os elementos principais do pensamento
hipocrático – a saúde como fruto de
equilíbrio interno e a importância dos
fatores humanos e ambientais para isso –
constituem o embrião de concepções,
encontradas tanto na doutrina etiológica
quanto na noção de saúde biopsicossocial.
Galeno
Galeno (Figura 2) retomou as ideias de Hipócrates algumas
centenas de anos depois, no Império Romano. Continuava-se a
aceitar que saúde e doença dependeriam dos humores corporais
e de suas oscilações, de acordo com condições que considerava
externas (clima, idade etc.).
Para Galeno, porém, o equilíbrio perfeito dos humores não
poderia ser alcançado – logo, a saúde perfeita era inatingível.
Haveria ainda uma espécie de predisposição dos indivíduos às
doenças, em função de sua constituição ou de seu temperamento.
As referências galênicas a uma ordem regular levariam,
naturalmente, à introdução das noções de saúde normal e
anormal, e isso permanece até os dias atuais.
Iluminismo
O século XVII marcou o início do período iluminista. O
desenvolvimento intelectual e científico dava ênfase à
mensuração dos fenômenos da natureza, à análise química e
matemática. Procurava-se descrever as leis fundamentais que
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regiamo universo físico com uma abordagem mais racionalista
para os problemas religiosos, econômicos e sociais. Tal ambiente
foi propício ao desenvolvimento das ciências e das artes, com
impacto em todas as áreas de conhecimento.
A forma pela qual saúde e doença eram encaradas não constituiu
exceção. Esse período veria surgir uma visão de mundo que
modificaria o pensamento científico, delineando as bases da
ciência e da tecnologia modernas: o paradigma cartesiano. Esse
sistema de pensamento – descrito por René Descartes – rompia
com a escolástica medieval para inaugurar uma filosofia que
colocava em relevo a liberdade de um homem capaz de dominar a
natureza (Figura 3).
O corpo humano passava a ser considerado como uma máquina
que funcionaria segundo leis matemáticas. Para descrevê-las,
lançava-se mão do método analítico, dissecando as partes desse
conjunto.
Atenção
Nota-se que, em todas essas proposições, os conceitos de
“saúde” e “doença” revelam-se, eminentemente, relacionados ao
indivíduo; mesmo quando as condições ambientais são
consideradas, isso é feito em função do comportamento individual.
As concepções de saúde até aqui discutidas dotam-se, portanto,
de uma base comportamental.
A visão epidemiológica: ênfase no meio ambiente
O rico ambiente científico do século XVII levaria a uma
modificação da postura médica e do entendimento das relações
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entre saúde e doença. Dois fatores foram cruciais para o
desenvolvimento do que se poderia considerar como uma visão
epidemiológica da saúde:
1
A afirmação dos métodos quantitativos, com a introdução de
novos instrumentos de medida, descrição das funções orgânicas
e, principalmente, utilização de estratégias estatísticas para
comparar observações clínicas nas populações.
2
A observação em grande escala das influências ambientais sobre
os indivíduos, contribuindo com a afirmação de um pensamento
sanitário de promoção da saúde.
O método quantitativo e a visão sanitarista
A quantificação e instrumentalização marcaram os avanços da
Medicina no período iluminista. Paralelamente à ênfase descritiva
das funções vitais, multiplicavam-se as iniciativas para determinar
a etiologia das manifestações patológicas e o estado de saúde
geral das populações. Thomas Sydenham foi um dos primeiros a
aplicar conceitos de caráter epidemiológico a problemas clínicos
(Figura 4).
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Fonte: London School of Hygiene & Tropical Medicine
Figura 4. Thomas Sydenham.
Por meio da observação e descrição meticulosas, procurava
definir o que chamava de “história natural da doença”. Essa
preocupação com a observação levaria os médicos a
concentrarem sua atenção no ambiente físico, bem como na
observação prolongada do doente. Para tanto, seria necessário
integrar as informações sobre doenças, ocupações, rendimentos,
habitação e outros, a fim de se obter um perfil do estado de saúde
dos povos.
Esse conjunto de princípios que orientaria
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as ações de saúde até o fim do século XIX
era denominado “visão sanitarista”.
A relação percebida entre as enfermidades e a pobreza está na
base dessa linha de pensamento. Duas noções sustentavam essa
ligação: “miasma” e “contágio”. Definia-se miasma como uma
condição atmosférica que emanava, provavelmente, da matéria
em putrefação e que estaria na origem das infecções.
O princípio de contágio pretendia que as doenças eram
transmitidas de pessoa a pessoa por partículas invisíveis. Ambos
os princípios decorriam da aceitação da ideia de que condições
sanitárias inadequadas contribuíam para a propagação das
doenças, e as epidemias que atingiam a Europa reforçavam esse
pensamento.
No século XVIII, essa forma de pensar influenciaria os governos,
que passaram a manifestar uma vontade de introduzir a saúde
pública em suas prerrogativas. O primeiro a descrever
amplamente as responsabilidades dos governos em relação à
saúde dos povos foi Johann Peter Frank (Figura 5).
Esse médico alemão evocava a necessidade
de reformas sociais, econômicas e
ambientais para melhorar as condições de
saúde. Suas opiniões enfatizavam,
especialmente, o aprovisionamento de água
potável e víveres não contaminados, a
limpeza dos espaços públicos e a educação
para a higiene pessoal, numa perspectiva
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preventiva.
Fonte: London School of Hygiene & Tropical Medicine
Figura 5. Johann Peter Frank.
Vários países europeus foram influenciados pelas ideias de Frank.
A Revolução Industrial reforçaria o interesse das classes
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dominantes pela saúde das populações – tratava-se de garantir
graus de saúde que possibilitassem aumentar o potencial de
produção, consumo e o poder militar.
As ideias sanitaristas influenciaram as políticas de saúde pública
até meados do século XIX. Os conceitos de melhoria sanitária,
aritmética política e de quantificação dos fenômenos ligados à
saúde e à doença tiveram notável impacto sobre o entendimento
da saúde e de seus determinantes ambientais.
O paradigma biomédico: um efeito, uma causa
A construção de uma perspectiva sanitarista de saúde levou a
uma colaboração crescente entre Estado e Medicina. O apoio à
quantificação das doenças e a instituição de mecanismos de
controle médico foram consequências diretas dessa colaboração.
Os progressos no campo da saúde pública desenvolviam-se
rapidamente, mas foi no século XIX que a Medicina pôde oferecer,
diante da vontade difusa dos governos em melhorar a saúde das
populações, uma esperança de realização a curto prazo. Essa
real possibilidade de intervenção, sem grandes reformas
estruturais das sociedades, adviria do que se costuma chamar de
“revolução bacteriológica” (FARINATTI; FERREIRA, 2006).
A existência de microrganismos havia muito era intuída. No
entanto, a primeira descrição documentada é creditada ao
inventor do microscópio, Anton van Leeuwenhoek. Sua descrição,
porém, não os associou às enfermidades nem lhes atribuiu
significado especial. A relação entre os microrganismos e as
doenças, bem como a influência positiva das medidas sanitárias
sobre sua incidência, seria reforçada pelos trabalhos de
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higienistas como John Snow e William Budd.
De acordo com a visão epidemiológica, suas recomendações
tocavam na necessidade de reformas que tornassem possíveis
modos de vida desfavoráveis ao contágio. Apesar das limitações
quanto ao conhecimento sobre o processo de transmissão das
doenças, essa abordagem epidemiológica permitiu avanços no
campo da saúde pública.
É nesse contexto que entra em cena Louis Pasteur, cujos
trabalhos forneceram novos modelos e aspirações à Medicina,
consolidando o mais importante paradigma das ciências da saúde
(Figura 6).
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Fonte: Coleção Everett
Figura 6. Louis Pasteur.
Pasteur foi o promotor da teoria do germe e
da legitimação da era bacteriológica. As
descobertas no domínio das doenças
infecciosas revolucionaram as teorias que
explicavam as causas das enfermidadese
da “boa saúde”, eclipsando o papel do
comportamento individual e das condições
ambientais de vida, em favor da gênese das
doenças em si.
A partir da teoria do germe e da doutrina da etiologia específica,
segundo a qual para cada doença haveria uma causa
identificável, a maneira pela qual as origens, a prevenção e o
tratamento das doenças eram concebidos mudou profundamente.
A procura de microrganismos praticamente monopolizaria os
recursos materiais e intelectuais que regiam a Medicina.
A abordagem sanitarista foi absorvida pela Bacteriologia. As
doenças, que eram associadas às condições do meio ambiente,
no qual se concentravam os esforços de observação e pesquisa,
passaram a ser estudadas em laboratórios.
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Os métodos estatísticos adotados pelos epidemiologistas foram
transferidos da realidade para os ambientes experimentais –
enumeravam-se animais doentes, mortos ou curados. Não era
mais necessário debruçar-se sobre as populações no local onde
viviam. O laboratório tornou-se o centro do interesse médico.
Fonte: Natata / Shutterstock
Figura 7. Robert Koch.
A doutrina da etiologia específica logo se estenderia a outros
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contextos: se Pasteur estabeleceu as bases experimentais e
teóricas para a teoria do germe, Robert Koch consolidaria os
métodos e as técnicas que universalizaram a ideia de “etiologia
específica” (Figura 7).
Os postulados de Koch se tornaram o
“padrão-ouro” para avaliar as causas das
doenças. A bactéria poderia ser substituída
por parasitas, insetos ou qualquer outro
agente, mas o paradigma permanecia o
mesmo: um efeito, uma causa.
O agente específico era a condição suficiente para o surgimento
de uma enfermidade. A saúde, nesse prisma, consistia no
resultado da ausência ou presença desses agentes nocivos no
ambiente.
O biólogo canadense Hans Selye expandiria esse conceito à
noção de estresse biológico, demonstrando que a exposição a
agentes estressantes poderia levar a disfunções de órgãos e
sistemas. Com o tempo, esses princípios seriam utilizados para
explicar um sem-número de doenças – radiação, açúcar,
gorduras, barulho, estresse, álcool, tabaco ou poluição são alguns
exemplos de agentes mencionados nessas situações.
A aceitação de causas específicas para as doenças levou à
concepção de que seria possível localizar os fenômenos
patológicos em regiões reduzidas do organismo: podia-se
compreender melhor o todo pela análise das partes. Logicamente,
isso abria a perspectiva de reparar, treinar ou substituir os órgãos
defeituosos.
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Atenção
De acordo com esse paradigma biomédico, as enfermidades
seriam o impedimento temporário ou permanente do
funcionamento dos elementos ou da relação entre os elementos
que compunham o indivíduo, em virtude de fatores identificáveis.
Assim, reforçava-se o entendimento da saúde como ausência de
doenças, já que eram colocados mais em evidência os sintomas
patológicos em órgãos específicos que outros atributos da saúde
física e mental.
O impacto desse modelo restringiria as formas de percepção da
saúde durante um século. As temáticas da aritmética política, os
ideais sanitaristas e os métodos estatísticos em escala
populacional, que caracterizavam o pensamento dos
epidemiologistas, saíam da ordem do dia.
Uma concepção biopsicossocial de saúde
Aos poucos, as fragilidades da doutrina do agente específico
foram apontadas. As noções de suscetibilidade e resistência
advogavam que a manutenção da saúde exigiria um nível de
resistência específica para enfrentar os agentes da doença. Isso
seria determinado por alguns fatores, como o modo de vida e o
ambiente, como defendiam os epidemiologistas. Em outras
palavras, as doenças às quais o indivíduo sucumbia dependeriam
de elementos constitutivos genéticos e adquiridos e de sua
integração com o meio ambiente.
À medida que se colocava em evidência a natureza multifatorial
da saúde, a biomédica perdia consistência.
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No fim da década de 1940, a definição
publicada pela recém-criada Organização
Mundial da Saúde (OMS) reconheceria a
saúde como um construto multifatorial.
Considerá-la em função da presença ou não de doenças consistia
em pensamento superficial, dando relevo ao que se queria evitar
(a doença), mas esquecia o que se gostaria de atingir.
De fato, a divulgação da definição da OMS impulsionaria o
desenvolvimento de conceitos de saúde com eixo no bem-estar
de indivíduos e comunidades (FARINATTI; FERREIRA, 2006). As
críticas à ênfase biomédica tornaram-se frequentes. No seu
conjunto, condenava-se o simplismo da doutrina da etiologia
específica e lembrava-se que a saúde e seus determinantes não
poderiam ser analisados de forma puramente descritiva, sem
julgamentos de valor. A saúde afirmava-se como uma noção
ligada às demandas e aos objetivos individuais da vida.
Diante desse tipo de crítica, o entendimento de “saúde” começou
a mudar. Tornou-se cada vez mais claro que os perfis de saúde e
enfermidade resultariam das condições gerais de vida. As taxas
elevadas de morbidade e mortalidade dos países em
desenvolvimento, em comparação com as nações
industrializadas, eram explicadas prioritariamente em função dos
níveis acentuados de pobreza, decorrentes das condições
econômicas e políticas vigentes.
A grande incidência de problemas de saúde e as doenças
crônicas nas classes mais pobres e nos grupos minoritários
estaria associada às suas condições de trabalho e subsistência,
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incitando modos de vida pouco compatíveis com a saúde.
Dessa maneira, os aspectos socioculturais, político-econômicos e
ecológicos mostram-se tão importantes para as decisões e os
estudos sobre a saúde quanto os aspectos de ordem biológica.
Esses aspectos devem ser apreciados em conjunto, interagindo
para produzir as condições de saúde em determinado tempo e
lugar.
Diversos documentos oficiais começaram a revestir de caráter
institucional essa nova forma de ver a saúde.
No Brasil, pode-se mencionar a Carta Brasileira de
Saúde, editada na VIII Conferência Nacional de
Saúde, em 1987. Nela, assume-se que a saúde
depende de um amplo espectro de fatores, como as
“condições de alimentação, de educação, de
habitação, de renda, do meio ambiente, de trabalho,
de transporte, de emprego, de lazer, de liberdade, de
acesso (...) à terra e (...) aos serviços de saúde.
(VIII CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE, 1987)
Outros documentos importantes poderiam ser listados, mas o
ponto comum a todos é a mudança de foco para discutir as
necessidades mais gerais de saúde de indivíduos e populações.
Alguns argumentos justificam a afirmação de que estaria em
desenvolvimento um paradigma biopsicossocial para conceituar
e intervir em saúde. Essa abordagem é explicada da seguinte
forma: entender os seres humanos e seu ambiente como um
sistema aberto, no qual as ações, reações e interações seriam
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permanentes.
O novo paradigma para as questões de saúde combinava o viés
biomédico, psicossocial e médico-social; logo, não substituía o
paradigma biomédico, mas o aprimorava, combinando-o a outras
características.O objetivo seria expandir os horizontes, pois as
concepções contemporâneas de saúde tendiam a considerar o
indivíduo como um todo, observando-o no seu contexto social e
físico.
Saúde e qualidade de vida: concepções
contemporâneas
O conceito de saúde tem sido definido a partir da “ausência de
doenças”. Com efeito, grande parte das discussões em saúde
focaliza mais a doença como desvio biológico em relação a um
critério normativo do que a totalidade dos componentes da saúde.
Isso decorreria do fato de que seria mais fácil reconhecer um
desvio de padrões estabelecidos como normais para o
funcionamento do corpo do que chegar a um acordo quanto aos
elementos que constituem verdadeiramente o bem-estar e a
saúde.
Duas noções importantes que decorrem disso são os conceitos de
saúde negativa e saúde positiva (DOWNIE; FYFE; TANNAHILL,
1991) (Figura 8).
Clique nas barras para ver as informações. Objeto com interação.
Saúde negativa
Refere-se aos estados indesejáveis da saúde, englobando
doenças, lesões, incapacidades, deficiências e estados
psicológicos negativos. Apreciar a saúde pelo lado negativo,
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portanto, seria fazê-lo por exclusão, implicando concebê-la como
“ausência de doenças”.
Saúde positiva
Incorpora o bem-estar e a aptidão física. O bem-estar traduziria
um estado de espírito decorrente do grau de realização pessoal e
possibilidades de se controlar a própria vida, de escolher o que se
quer fazer ou ser. Outro elemento da saúde positiva seria a
aptidão física, vista como o componente físico do bem-estar. A
aptidão física seria uma das condições que predisporiam à saúde,
uma vez sendo impensável tecer projetos, fazer escolhas, sem as
condições funcionais para realizá-los. Assim, as condições físicas
adequadas são necessárias para o bem-estar.
Fonte: Acervo do autor – adaptado de Downie et al. (1991).
Figura 8. Saúde positiva vs. saúde negativa.
Deve-se notar que o termo “saúde positiva” refere-se a um
conceito vago. Não existem definições suficientes, nos níveis
laico, profissional ou científico, que sirvam de base para um
discurso comum. É compreensível que a abordagem negativa,
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focalizada na “ausência de saúde”, seja predominante.
Há muitas dificuldades conceituais para definir a saúde de forma
positiva: se a doença pode ser considerada como um conceito
descritivo e explicativo, com um propósito diagnóstico, prognóstico
e terapêutico, a saúde, por outro lado, seria um termo mais
normativo.
Jorge Olímpio Bento (1991, p. 22) ilustra bem essas
dificuldades:
Quando escutamos que alguém (...) está doente, logo
perguntamos qual a doença, se é grave, (...) crônica
ou prolongada. Por outro lado, se alguém está em boa
saúde, não perguntamos nada sobre o tipo ou o nível
desta saúde. Conhecemos dezenas de doenças
descritas pela Medicina, mas não podemos descrever
uma saúde única.
Pode-se considerar que a primeira tentativa de difundir uma
noção mais ampla de saúde teve lugar com a criação da OMS,
em 1947:
A saúde traduz um estado de completo bem-estar
físico, mental e social, não consistindo apenas na
ausência de doenças ou enfermidades.
(WHO, 1947, p. 1)
Essa definição tornou-se a mais conhecida e difundida em escala
mundial.
Ao descrever a saúde como um valor geral, a definição da OMS
Introdução ao estudo da atividade física, saúde e qualidade de vida about:reader?url=https%3A%2F%2Fstecine.azureedge.net%2Freposito...
23 of 62 04/11/2022 16:56
serviu de referência à reformulação de políticas e programas de
saúde, até então calcados nos postulados da Bacteriologia, e
estabeleceu uma distinção entre a necessidade de remediar
estados negativos de eventos mórbidos (mal-estar, doença) e o
objetivo de se estimular um estado de bem-estar.
Outro aspecto foi a inclusão de fatores sociais e ambientais. A
definição da OMS representou um grande progresso para o
entendimento da saúde como uma entidade positiva, com
dimensões próprias e independentes da doença.
Alguns problemas persistiram. Uma das principais críticas sugere
que a definição da OMS conceberia a saúde como um estado
ideal do qual é possível se aproximar, mas jamais atingir. Outras
afirmam que o conceito ambíguo de “saúde” teria sido substituído
pelo conceito igualmente ambíguo de “bem-estar”: um completo
bem-estar seria difícil de avaliar. O completo bem-estar físico,
mental e social, portanto, seria uma condição subjetiva e utópica.
Haveria, ainda, problemas de ordem prática.
Quem decide quando existe um completo
estado de bem-estar? Esse julgamento
depende de valores intangíveis. Logo, como
identificar aqueles que se encontram em
boa saúde?
Se indivíduos psicóticos afirmam que estão
em boa saúde, que seu bem-estar é elevado,
aceita-se tal julgamento?
Introdução ao estudo da atividade física, saúde e qualidade de vida about:reader?url=https%3A%2F%2Fstecine.azureedge.net%2Freposito...
24 of 62 04/11/2022 16:56
As pessoas com incapacidades ou
deficiências transitórias – uma fratura, por
exemplo – deveriam ser consideradas em
boa ou má saúde? Em que medida?
É razoável pensar que essas críticas reforçaram a tendência a se
considerar a saúde como multifatorial, decorrente de ações
individuais e coletivas na resolução de problemas de ordem
biológica, psicológica e social. A aceitação desses pontos leva ao
reconhecimento de que a saúde integra relações complexas que
incorporariam diversos domínios de conhecimento, dependendo
dos subsídios teóricos e práticos de diferentes disciplinas.
A saúde representaria um estado subjetivo, dependendo dos
valores individuais, que devem ser operacionalizados para uma
avaliação (FARINATTI; FERREIRA, 2006). A própria OMS fez uma
releitura de sua definição, ajustando-a a essas novas ideias.
Mantendo suas características, essa releitura continua a realçar a
noção de saúde positiva, mas relativizando-a ao contexto físico
e social:
Uma concepção positiva e relativa de saúde implica
que todos os indivíduos, independentemente das
circunstâncias do momento e qualquer que seja sua
idade, podem ter acesso ao bem-estar, tirando pleno
partido de suas capacidades.
(OMS, 1985, p. 31)
Em linhas gerais, as definições e os modelos operacionais de
saúde podem ser classificados em três grandes abordagens:
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25 of 62 04/11/2022 16:56
Clique nas informações a seguir. Clique nas informações a seguir.
1
Abordagem adaptativa, considerando a adaptação ao meio
ambiente.
2
Abordagem funcional, realçando a capacidade de realizar tarefas
e desempenhar papéis sociais específicos.
Conheça mais alguns aspectos acerca dessas abordagens:
Abordagens adaptativa e funcional
Nas abordagens adaptativa e funcional, a essência reside no
entendimento de que os problemas de saúde seriam
inversamente proporcionais à estabilidade do ambiente. As
modificações abruptas dos modos de vida, em razão de um
contexto em mutação, enfraqueceriam as resistências frente às
“ofensas” do ambiente social e físico. As questões de saúde são
vistas em relação ao cotidiano do indivíduo, seu ambiente,
trabalho, seus lazeres, hábitos etc.
Concepções funcionais: limitações
A principal limitação das concepções funcionais reside no fato de
que, ao transformar a saúde em um quase sinônimo de satisfação
das necessidades cotidianas, essas concepções confundem o que
é indispensável para a saúde e o que ela efetivamente é. Sua
limitação seria a tendência a apreciar a saúde pelo viés do que o
indivíduo faz, ignorando o que pensa ou sente quando o faz.
Abordagem perceptiva
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Na abordagem perceptiva, há uma tendência em aproximar o
conceito de saúde da “qualidade de vida”, entendida como
decorrente do bem-estar. A própria definição original da OMS
seria um dos primeiros exemplos dessa abordagem. Parte-se da
premissa de que a qualidade de vida seria uma das
manifestações centrais da saúde, nela integrando aspectos
diversos, como recursos materiais, emoções, relações sociais e
oportunidades de desenvolvimento pessoal. Seu grande problema
reside em uma imprecisão da descrição de como todos esses
fatores interagiriam.
Muitos modelos que se encaixam nessa classificação pretendem
ser holísticos, adotando uma visão de harmonia entre o homem e
o mundo, pelo equilíbrio de numerosos elementos. A saúde não
consistiria em um patrimônio estável e fácil de ser alcançado. Ao
contrário, seria necessário trabalhá-la e reconstruí-la durante toda
a vida, por meio de uma adaptação positiva aos papéis
desempenhados em sociedade.
Em outras palavras, deve-se ir além de meios e ações
exclusivamente preventivos ou curativos, valorizando-se aspectos
ligados ao sentido que se dá à vida. Nesse contexto, a maior parte
dos autores aceita que a qualidade de vida seja fruto das
experiências de vida e dos contextos ambiental e social.
Um bom exemplo desse tipo de definição é dado pela própria
OMS:
A qualidade de vida é definida como a percepção do
indivíduo sobre sua posição na vida, segundo o
contexto cultural e o sistema de valores no qual vive
e em relação a suas aspirações, expectativas,
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referências e interesses. Trata-se de um conceito
amplo, influenciado de maneira complexa pelas
relações sociais e pela interação com o meio
ambiente.
(WHO, 1993. p. 153)
A qualidade de vida, como elemento central da saúde, resultaria
da interação entre condições objetivas e julgamentos
subjetivos.
Condições objetivas
As condições objetivas referem-se aos recursos pessoais dos
quais dispomos para responder às demandas da existência, como
a ausência de doenças ou segurança financeira.
Julgamentos subjetivos
Os julgamentos subjetivos fazem apelo às experiências,
percepções de bem-estar, à satisfação pessoal ou felicidade. Não
basta viver, precisa-se viver plenamente, de maneira realizada e
integrada ao entorno físico e social.
Neste vídeo, você conhecerá um pouco sobre conceitos de saúde
e qualidade de vida.
Introdução ao estudo da atividade física, saúde e qualidade de vida about:reader?url=https%3A%2F%2Fstecine.azureedge.net%2Freposito...
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responda corretamente a uma das seguintes questões:
2. As concepções contemporâneas de saúde e qualidade de
vida caracterizam-se por:
Assumirem uma abordagem predominantemente negativa para
conceituar saúde e qualidade de vida.
Valorizarem o conceito de “saúde positiva”, ligado à prevenção e
ao tratamento de doenças, que são condições “negativas”.
Negarem a definição de saúde da OMS, segundo a qual “a saúde
traduz um estado de completo bem-estar físico, mental e social,
não consistindo apenas na ausência de doenças ou
enfermidades”.
Definirem saúde e qualidade de vida de maneira multifatorial, a
partir de uma abordagem perceptiva, com ênfase na capacidade
de se atender às demandas da existência, bem como sentimentos
de bem-estar, satisfação pessoal e felicidade.
A inclusão de fatores sociais e ambientais. Porém, estes fatores
são dispensáveis, pois não estabelecem relação com a saúde.
Gabarito
1. Em relação à evolução do conceito de saúde, assinale a
alternativa correta:
A alternativa "A " está correta.
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A doutrina da etiologia específica estabelecia que, para cada
doença, haveria uma causa. As doenças, que vinham sendo
associadas às condições ambientais, passaram a ser estudadas
em laboratórios. Os métodos estatísticos dos epidemiologistas
foram transferidos da realidade para condições experimentais nas
quais se buscava o germe responsável pela doença. A
abordagem sanitarista foi, desse modo, absorvida pela
Bacteriologia.
2. As concepções contemporâneas de saúde e qualidade de vida
caracterizam-se por:
A alternativa "D " está correta.
Definições contemporâneas de saúde reconhecem que a
qualidade de vida, como seu elemento central, seja fruto de
condições objetivas e julgamentos subjetivos. As condições
objetivas referem-se aos recursos pessoais para responder às
demandas da existência. Os julgamentos subjetivos fazem apelo
às experiências, percepções de bem-estar, à satisfação pessoal
ou felicidade. Não basta viver, precisa-se viver plenamente, de
maneira realizada, integrada ao seu meio etc.
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MÓDULO 2
Reconhecer os conceitos de atividade física, exercício físico,
aptidão física (fitness) e bem-estar (wellness)
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30 of 62 04/11/2022 16:56
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Atividade física e exercício físico
Não é incomum que os termos “atividade física” e “exercício físico”
sejam usados como sinônimos, no entanto designam práticas
diferentes. Classicamente, Carl Caspersen e colaboradores (1985,
p. 126) definem atividade física como “qualquer movimento
corporal produzido pelos músculos esqueléticos, que resulta em
gasto energético maior do que os níveis de repouso.
Clique na barra para ver as informações. Objeto com interação.
Atividades físicas
Todo movimento corporal, como fazer as atividades domésticas,
lavar o carro, passear com o cachorro, brincar, entre outros,
constitui atividade física. Por isso, todos realizamos atividade
física em algum nível. A quantidade total de calorias dispendidas
nas atividades físicas é determinada pela massa muscular
envolvida nos movimentos, bem como pela intensidade, duração e
frequência das contrações musculares.
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Fonte: Rido / Shutterstock
Dessa maneira, o montante de atividades físicas que se pratica
depende de escolhas pessoais e demandas impostas pelo
contexto físico e social, podendo variar consideravelmente de
pessoa a pessoa, ou mesmo em um único indivíduo ao longo do
tempo (dias, semanas, estações do ano etc.).
Com base nessa premissa, categorias de atividades físicas foram
propostas. Para tanto, as atividades podem ser segmentadas com
base em porções da vida diária. A forma mais simples seria tomar
a atividade física total diária como o somatório das atividades no
trabalho, no lazer e durante o próprio sono, sem incluir o efeito da
termogênese dos alimentos.
No entanto, divisões mais detalhadas podem ser utilizadas,
criando-se subcategorias referentes aos tipos de atividades:
Clique nas informações a seguir. Clique nas informações a seguir.
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1
Desportos, tarefas domésticas, condicionamento físico etc.
2
Intensidade (leve, moderada, vigorosa etc.).
3
Dias da semana (fins de semana e dias úteis).
4
Obrigatoriedade (atividades compulsórias ou opcionais).
Qualquer que seja a opção, deve-se compreender que a prática
de atividades físicas deriva de comportamentos complexos.
Portanto, tais categorias são opções operacionais, que podem
servir a alguns objetivos e serem inadequadas a outros.
Clique na barra para ver as informações. Objeto com interação.
Exercício físico
Quando as atividades físicas são realizadas com a finalidade de
desenvolver a capacidade de se realizar tarefas físicas, devem
revestir-se de características específicas. Daí o conceito de
“exercício físico”.
Quando nos referimos à realização de exercícios físicos, estamos
falando de atividades físicas planejadas, sistematizadas,
repetitivas e intencionais, com a finalidade de se alcançar um
objetivo. Em geral, programas de exercícios físicos são
delineados para preservar ou melhorar um ou mais componentes
relacionados à saúde ou à capacidade de se desempenhar tarefas
predeterminadas. Logo, atividade física e exercício físico
diferenciam-se em virtude da intencionalidade do movimento.
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Em linhas gerais, todo exercício físico pode ser considerado uma
atividade física planejada para que estímulos controlados sejam
aplicados sobre sistemas orgânicos ou motores, produzindo
resultados que podem ser acompanhados e previstos.
Podemos fazer uma analogia com a matemática, por exemplo. Ao
pagarmos a conta do mercado e recebermos o troco, estamos
realizando atividades que não necessariamente incrementarão
nossa capacidade de realizar operações matemáticas. Em suma,
trata-se de atividades matemáticas.
Por outro lado, quando os professores nos passavam exercícios
matemáticos na escola, estes tinham graus de dificuldade que
estavam no limite da nossa compreensão. Eram atividades
planejadas, com graus de dificuldade intencionalmente
selecionados, para melhorar a capacidade de realizar aquelas
operações. O mesmo princípio pode ser aplicado aos conceitos de
atividade física e exercício físico.
Em suma, exercícios físicos são
subcategorias das atividades físicas, cujo
objetivo é melhorar a capacidade de
desempenho de uma tarefa motora: cargas
mobilizadas, resistência à fadiga, velocidade
de execução, precisão de movimentos,
qualquer elemento passível de responder
aos estímulos do treinamento físico. O
exercício físico traduz a intencionalidade e o
planejamento das atividades físicas para
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aumentar as condições de o organismo
responder cada vez melhor às demandas do
esforço físico.
Aptidão física (fitness) e bem-estar (wellness)
O conceito de exercício físico, uma vez ligado à noção de fatores
treináveis do desempenho, conduz naturalmente à noção de
aptidão física (do inglês physical fitness, condição adequada
para se realizar um trabalho físico).
Em contraste com a atividade física, que diz respeito aos
movimentos que realizamos, a aptidão física refere-se aos
atributos que as pessoas têm ou desejam ter. Assim, melhorar a
aptidão física significa aumentar a capacidade de realizar tarefas
diárias com menos fadiga e mais eficiência.
Ao longo dos anos 1960, estudos clássicos desenvolvidos por
Edwin Fleishman buscaram determinar a estrutura do que
conceituava como aptidão física. Muitos testes motores foram
aplicados a mais de 20 mil participantes. Em seguida, técnicas de
análise agruparam os resultados dos testes em elementos
comuns, os quais constituíram as bases dos componentes que
compõem aquilo que hoje se conhece como qualidades físicas.
As qualidades físicas constituintes da aptidão física englobam
diferentes dimensões. De um lado, podem ser relacionadas à
saúde, valorizando qualidades cujo desenvolvimento é desejável
em todas as pessoas. De outro, podem enfatizar qualidades
específicas e necessárias para a otimização do desempenho
motor, como agilidade, equilíbrio, coordenação motora, potência e
velocidade.
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Fonte: Autor.
Figura 9. Componentes da aptidão física.
A Figura 9 sumariza as qualidades físicas usualmente atribuídas à
aptidão física relacionada à saúde e à aptidão física
relacionada às habilidades motoras de forma geral.
A aptidão física relacionada à saúde engloba as qualidades físicas
necessárias para a realização das atividades cotidianas, estando
associadas ao que se considera como independência funcional.
Uma vez influenciadas por aspectos fisiológicos, aceita-se que
níveis mínimos em seu desenvolvimento oferecem alguma
proteção aos distúrbios orgânicos relacionados ao envelhecimento
e aos estilos inativos de vida.
Programas de exercícios com ênfase na aptidão física relacionada
à saúde costumam incluir estímulos para:
1
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A preservação ou o incremento da capacidade aeróbia (ou
cardiorrespiratória)
2
Força muscular (máxima e resistência muscular localizada)
Por outro lado, a aptidão física relacionada às habilidades motoras
relaciona-se ao desempenho de tarefas específicas. Programas
com ênfase nesse ramo da aptidão física buscam desenvolver
qualidades físicas ligadas ao desempenho, uma vez que essas
são exigidas em níveis maiores do que o esperado na população
em geral.
Dentre as categorias de indivíduos cuja aptidão relacionada às
atividades motoras é mais desenvolvida que a média das
pessoas, estão os desportistas, bombeiros, pilotos de caça,
alpinistas, soldados etc. Em suma, em adição aos aspectos
relacionados à saúde, elementos direcionados ao desempenho
em habilidades motoras especiais incluem qualidades como
agilidade, equilíbrio, coordenação, potência muscular e
velocidades de deslocamento e reação.
Isso não quer dizer que qualidades físicas relacionadas às
habilidades motoras devam ser desenvolvidas apenas em grupos
especiais. É bem aceito que os níveis de desempenho motor nas
habilidades esportivas dependam de aspectos genéticos; logo, o
potencial atlético tem limites para ser desenvolvido, e poucas
pessoas alcançarão excelência.
Por outro lado, todas as pessoas têm condições de desenvolver
essas qualidades e deveriam ter a oportunidade de atingir níveis
mínimos de competência físico-funcional não apenas para atender
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às suas necessidades cotidianas, mas também para aumentar as
chances de se envolver socialmente por meio de atividades
diversas.
Em outras palavras, é mais provável que dancemos em sociedade
se soubermos dançar. Aqueles que tiveram a oportunidade de
aprender um desporto terão mais chance de praticá-lo ao longo da
vida em seu tempo de lazer.
Isso tem impacto positivo nas qualidades físicas constituintes da
aptidão física relacionada à saúde. Não há dúvidas de que
programas de exercícios voltados para a saúde devam englobar
qualidades físicas relacionadas às duas esferas da aptidão física,
em qualquer idade. Uma breve descrição das qualidades físicas
mais comumente mencionadas como componentes da aptidão
física encontra-se no Quadro 1.
Qualidade física Descrição
Agilidade Habilidade de mudar rapidamentea
posição de todo o corpo no espaço,
com velocidade e precisão.
Equilíbrio Habilidade de manutenção da
estabilidade corporal e postura, seja em
posição estacionária, seja em
movimento.
Composição
corporal
Quantidades relativas de gordura,
músculo, osso e outras partes vitais do
corpo.
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Capacidade
cardiorrespiratória
Capacidade dos sistemas respiratório e
circulatório de fornecerem combustível
durante as atividades físicas
sustentadas e eliminar subprodutos da
fadiga.
Coordenação Capacidade de realizar tarefas motoras
com suavidade e precisão.
Flexibilidade Capacidade de realizar movimentos
com a maior amplitude possível.
Força muscular Quantidade de força externa que um
músculo ou grupo de músculos pode
exercer.
Potência muscular Habilidade de se exercer força externa
por meio de contração muscular no
menor tempo possível.
Resistência
muscular
Capacidade de um músculo ou grupo
de músculos. exercerem força externa
por muitas repetições ou esforços
sucessivos.
Tempo de reação Habilidade que se relaciona ao tempo
para reagir a um estímulo externo.
Velocidade Habilidade de realizar um movimento ou
uma tarefa motora em curto período de
tempo.
Quadro 1 – Descrição dos componentes da aptidão física
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39 of 62 04/11/2022 16:56
Fonte: Gorgev / Shutterstock
É importante esclarecer que a aptidão física é apenas uma das
dimensões da aptidão total, que inclui aspectos sociais,
psicológicos e cognitivos. Por isso, a aptidão física deve ser
encarada como um valor relativo, complementar a outros tipos de
aptidão quando se pensa em saúde e qualidade de vida.
Outro ponto importante diz respeito ao papel da aptidão física em
um contexto geral. Não existe algo como uma “aptidão universal”.
Apenas para ilustrar, atletas de alto rendimento reúnem condições
físico-motoras que os habilitam a realizar com eficiência acima da
média apenas aquela tarefa específica para a qual foram
treinados.
É fácil aceitar que levantadores de peso e corredores de fundo
tenham elevados níveis de aptidão física, mas que as qualidades
que desenvolveram são completamente diferentes.
Atenção
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No que tange à aptidão física relacionada à saúde, falamos de
qualidades físicas de escopo mais geral, as quais, uma vez
desenvolvidas, tornam as pessoas mais aptas a realizarem suas
atividades cotidianas, ao mesmo tempo em que contribuem para a
prevenção de estados patológicos crônico-degenerativos, o que
seria desejável para todos, independentemente das demandas
físicas que tenham.
Por essas razões, é difícil apresentar uma definição universal de
aptidão física, ao mesmo tempo em que se deve evitar sugerir que
uma aptidão atlética é condição necessária para um bom estado
de saúde, pois, em determinados casos, níveis elevados de
desenvolvimento de certas qualidades físicas são cruciais para
determinadas atividades laborais ou de lazer.
Nesse sentido, uma das melhores definições que pudemos
localizar foi proposta por Dartagnan Guedes (1999, p. 52):
Um estado dinâmico de energia e vitalidade que
permite a cada um não apenas a realização das
tarefas do cotidiano, as ocupações ativas das horas
de lazer e enfrentar emergências imprevistas sem
fadiga excessiva, mas também evitar o aparecimento
das funções hipocinéticas, enquanto funcionando no
pico da capacidade intelectual e sentindo uma
alegria de viver.
Quanto à noção de bem-estar (em inglês, wellness), lembre-se de
que a saúde não se caracteriza pela ausência de doenças, mas
como um estado de equilíbrio entre as diferentes dimensões da
existência (biológica, psicológica, social, emocional, intelectual,
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41 of 62 04/11/2022 16:56
espiritual etc.), com influências do entorno físico e social.
Em um continuum que vai de um polo negativo associado às
morbidades de maneira geral, progride-se a um polo mais
positivo, relacionado à capacidade de se aproveitar a vida e
superar desafios advindos dos projetos de vida. Nesse contexto,
haveria uma tendência de as definições contemporâneas
aproximarem os conceitos de saúde e “qualidade de vida”, esta
última entendida como decorrente de um sentimento de bem-estar
verdadeiro.
Mais recentemente, o termo wellness vem sendo utilizado em
estratégias de marketing e coaching, visando balizar os objetivos
de intervenções diversas, dentre elas o treinamento físico. Apesar
de essa utilização dar-se em contexto muitas vezes
indiscriminado, nota-se que, de maneira geral, o termo não perdeu
a conotação original.
Lembremos que a literatura vem encarando a noção de bem-estar
como um elemento central da saúde vista pelo seu lado positivo,
relacionando-se com a percepção subjetiva do nível de realização
pessoal. Uma vez que condições físico-funcionais mínimas são
necessárias para a consecução dos projetos de vida e para
atender às demandas do meio ambiente, a aptidão física também
seria um componente importante da “qualidade de vida” definida
por meio do “bem-estar”.
O conceito de wellness vai nessa linha, caracterizando-se pela
busca por um equilíbrio nos âmbitos físico, emocional,
ocupacional, intelectual, social e espiritual. No que diz respeito a
programas de exercício físico, o termo wellness vem sendo
aplicado para diferenciar programas que se preocupam com o
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bem-estar pleno daqueles que enfatizam o desenvolvimento físico
ou a estética (ou fitness).
As dimensões do wellness mais comumente mencionadas como
beneficiadas pela prática de atividades físicas são as seguintes:
Bem-estar físico
Melhoria da aptidão física e funcional, com impacto no risco de
doenças crônico-degenerativas e capacidade de desempenho nas
atividades laborais e de lazer, com mais eficiência e menos fadiga.
Bem-estar intelectual
Relacionado ao desenvolvimento cognitivo por meio do
envolvimento com atividades físicas, ressaltando-se a participação
em atividades culturais, escolares ou comunitárias.
Bem-estar psicológico
A prática de atividades físicas, principalmente as coletivas,
contribuiriam para o desenvolvimento de valores e sentimentos de
“propósito” ou “pertencimento”, que ajudariam a dar sentido à
vida. Esses aspectos são mencionados em relação às pessoas
idosas, por conta do afastamento das atividades laborais e da
redução das oportunidades de interação social.
Bem-estar social
Relacionado à dimensão anterior, refere-se à qualidade e à
quantidade dos relacionamentos interpessoais.
Bem-estar ocupacional
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Ligado às atividades laborais ou voluntárias, fundamentais à
satisfação pessoal. O desenvolvimento dessa dimensão pode
estar diretamente relacionado às atividades físicas realizadas,
mas também de forma indireta, uma vez que a melhor aptidão
física incrementa a capacidade de se desempenhar tarefas
diversas.
Neste vídeo, você conhecerá um pouco sobre atividade física,
exercício físico; fitness e wellness.
Verificando o aprendizado
ATENÇÃO!
Para desbloquear o próximo módulo, é necessário que você
responda corretamente a uma das seguintes questões:
Gabarito
1. Em relação aos conceitos de atividade física, exercício físico e
aptidão física, assinale a alternativacorreta:
A alternativa "B " está correta.
Exercícios físicos são subcategorias das atividades físicas, uma
vez que existe intencionalidade na administração das cargas para
promover um efeito desejável. Desse modo, são atividades
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planejadas, sistematizadas, estruturadas e repetidas para
alcançar um objetivo predeterminado, em geral, a preservação ou
melhoria de um ou mais componentes da aptidão física.
2. Considerando os conceitos trabalhados, assinale a afirmativa
que melhor traduz as contribuições da aptidão física (fitness) para
a noção de wellness:
A alternativa "C " está correta.
O conceito de wellness deriva de definições contemporâneas de
qualidade de vida e saúde. A percepção de bem-estar decorre de
julgamentos subjetivos acerca da realização pessoal, mas
também das condições objetivas para realizar projetos de vida e
responder às exigências do entorno físico e social. Nesse sentido,
a aptidão física é fundamental, consistindo no componente físico
da qualidade de vida.
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MÓDULO 3
Identificar as relações entre estilos ativos de vida, aptidão
física e bem-estar para um envelhecimento saudável
Envelhecimento, vida ativa e saúde
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Fonte: imtmphoto / Shutterstock
Os benefícios de uma vida ativa são universalmente
reconhecidos. Em um sentido prático, porém, os efeitos positivos
sobre a função orgânica somente se fazem úteis no contexto da
melhoria das condições gerais de vida. De fato, conceitos como
esperança de vida ativa, envelhecimento bem-sucedido ou
envelhecimento saudável colocam em evidência a necessidade de
se atribuir aos idosos um papel importante em suas comunidades
e determinar os efeitos dessas iniciativas sobre sua qualidade de
vida.
Eis a ideia geral: os indivíduos são mais
felizes quando continuam integrados à
sociedade, e a alegria de viver depende do
autoconceito e da autoestima que decorrem
de uma boa saúde e níveis de condição
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física que proporcionem autonomia e
independência.
Clique nas barras para ver as informações. Objeto com interação.
Autonomia
A maneira pela qual se entende a “autonomia” é fundamental
para o estudo das relações entre saúde e envelhecimento. Nesse
sentido, pode-se afirmar que a maior parte das estratégias de
intervenção voltadas à autonomia dos idosos adotam uma
perspectiva “medicalizada”, frequentemente identificada com a
ausência de incapacidades. Tende-se, então, a definir o indivíduo
autônomo a partir da noção de dependência.
Saúde
Não se pode também considerar a saúde apenas como ausência
de doenças, a autonomia não pode ser vista como “ausência de
dependência” (física, psíquica ou social). Abordagens
consistentes com as concepções contemporâneas de saúde
levam em conta a aptidão física e funcional, mas também a forma
com que se satisfazem as demandas impostas pelo meio
ambiente e pelos objetivos vitais.
O envelhecimento saudável decorre de níveis de aptidão que
permitam a realização pessoal, em conformidade com as
concepções de saúde, bem-estar e qualidade de vida. No caso
específico das pessoas idosas, as noções de autonomia e saúde
são tão interligadas que, frequentemente, são empregadas
indistintamente.
Em vez de se patrocinarem intervenções visando à prevenção ou
à cura de estados mórbidos, defende-se que sejam construídas
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condições estruturais – físicas e sociais – que permitam ao idoso
sua realização pessoal por meio da manutenção de seus laços
com a sociedade. Estabelece-se, com isso, uma relação entre
aptidão física, aptidão funcional e aptidão social, conforme
ilustrado na Figura 10.
Fonte: Acervo do autor.
Figura 10. Qualidade de vida vs. autonomia e aptidão física,
funcional e psicossocial.
Assume-se que não pode haver qualidade de vida sem inclusão
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social e manutenção das redes de relacionamento e das
atividades desejadas. Isso dependeria de bons níveis de aptidão
funcional, decorrente das possibilidades de execução de tarefas
para as quais concorrem as qualidades físicas da aptidão física.
Vida ativa e saúde
A vida ativa pode melhorar as funções física, mental e social da
pessoa que envelhece. O Quadro 2 apresenta alguns exemplos
de possíveis benefícios decorrentes de uma rotina fisicamente
ativa em idosos.
Descrição
Menor risco de doenças cardiovasculares, respiratórias e
metabólicas.
Melhor controle da composição corporal e prevenção da
obesidade.
Melhor glicemia e perfil lipídico sanguíneo.
Melhor padrão de sono.
Melhor controle da pressão arterial.
Manutenção da massa óssea e prevenção de osteoporose.
Melhor desempenho cognitivo, motivação geral, estabilidade
emocional e ansiedade.
Manutenção da capacidade cardiorrespiratória, maior tolerância
ao esforço.
Menor sensação subjetiva de fadiga e sobrecarga cardíaca nas
atividades cotidianas.
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Manutenção de força e massa muscular, estrutura óssea,
tempo de reação e movimento.
Melhor amplitude de movimentos (flexibilidade).
Melhor equilíbrio estático e dinâmico.
Manutenção do desempenho motor.
Manutenção da aptidão psicossocial e menor risco de
demência senil.
Melhor senso de autogoverno, independência e autoestima.
Quadro 2 – Benefícios da atividade física regular durante o
envelhecimento
No entanto, a noção de que a atividade corporal exerce efeitos
positivos sobre a manutenção da capacidade funcional dos idosos
é recente. A imagem que as sociedades fazem da atividade física
alterou-se radicalmente há algumas décadas. Até 1960, a
comunidade científica era cética quando se tratava de considerar
o exercício como uma prática salutar para todos. A atividade física
era vista como algo reservado aos mais jovens, tida como algo
perigoso para os idosos (FARINATTI, 2008).
Isso decorria da aceitação de certas teorias de adaptação, como a
de Raymond Pearl, segundo a qual a esperança de vida tinha
relação com fatores como a temperatura, a taxa de gasto
energético, o consumo de oxigênio e o nível de atividade física
realizada. O esforço físico representaria um estresse que
provocaria efeitos prejudiciais, acelerando o processo de
envelhecimento.
Esse tipo de posição influenciava negativamente a opinião pública
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quanto às relações entre atividade corporal, saúde e
envelhecimento. Aceitas e divulgadas pela comunidade científicae pela mídia, crenças desse tipo prevaleceram até o momento em
que as pesquisas demonstraram o potencial físico das pessoas
idosas e os benefícios de uma vida ativa para todas as faixas
etárias.
Apesar das evidências científicas, posturas refratárias desse tipo
ainda não são incomuns – a Associação de Cardiologia Geriátrica
americana alertava há alguns anos:
Os médicos frequentemente subestimam a
capacidade de exercitação e a rotina de atividades
físicas habituais de pacientes idosos e, numa
variedade de situações, recomendam excessiva
limitação de suas atividades.
(WENGER et al. 2001, p. 241)
Atualmente, estudos epidemiológicos e diversos documentos
institucionais propõem que a prática regular de atividades físicas e
uma maior aptidão física relacionam-se com menores taxas de
mortalidade e melhor qualidade de vida.
No entanto, o corpo de conhecimento nesse sentido é recente.
Em geral, pode-se dizer que a aceitação em torno da relação
positiva entre exercício e saúde teve início a partir da publicação
dos dados obtidos por Jeremy Morris et al. (1953), que analisaram
as variáveis associadas à incidência de doença coronariana em
31 mil condutores ativos e sedentários que trabalhavam nos
transportes coletivos de Londres. O nível de atividades físicas
revelou-se preditivo da incidência de doença cardiovascular.
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Assim, outros pesquisadores investiram no mesmo terreno. Desde
então, a associação entre atividade física regular e taxas menores
de morbidade e mortalidade tem sido confirmada por vários
estudos. De fato, são muitos os trabalhos que destacam a
inatividade física como fator de risco para doenças hipocinéticas e
redução na qualidade de vida. As evidências demonstram que
níveis aumentados de aptidão e atividade física ajudam a prevenir
e reabilitar diversas doenças, inclusive psicossomáticas.
As relações entre aptidão física, atividade física e saúde são
próximas e recíprocas. Por outro lado, as pessoas que
envelhecem se afastam cada vez mais das atividades físicas que
praticavam quando jovens, com redução de seus níveis de
aptidão física. Por isso, reconhece-se que iniciativas visando à
promoção da saúde devam incorporar o apoio a modos de vida
ativos em qualquer idade, valorizando um perfil produtivo de
velhice.
A OMS, incentivando o exercício como estratégia para valorização
do envelhecimento, publicou um conjunto de recomendações para
promoção da atividade física dessa população (WHO, 1997) e
vem, desde então, disponibilizando textos em que realça a
importância da atividade física como instrumento para a
manutenção da autonomia e da saúde durante o envelhecimento.
O próximo desafio dos programas voltados à
promoção da saúde das populações não
seria continuar a fazer crescer a esperança
de vida, mas melhorar a qualidade,
reduzindo-se os anos de dependência em
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idades mais avançadas. Isso pressupõe a
preservação das atividades habituais e a
diminuição dos níveis de sedentarismo
durante o envelhecimento.
Aptidão física e envelhecimento saudável
Vamos discutir as relações entre os componentes da aptidão física
e um envelhecimento saudável. O objetivo primordial de todo
programa para a manutenção da aptidão física em idosos seria a
manutenção dos seus níveis de autonomia. A seleção dos pontos
a serem abordados é apresentada na Figura 11 (FARINATTI,
2008).
Autodeterminação + exigências da vida
Fonte: Autor.
Figura 11. Modelo de envelhecimento e autonomia.
Dois aspectos se destacam: a capacidade de trabalho físico e a
carga de trabalho. A capacidade de trabalho corresponde ao
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potencial para uma vida autônoma, para a qual dois fatores são
determinantes: o envelhecimento natural e os efeitos decorrentes
da imposição regular de uma carga de trabalho. Há de se definir
esses fatores discutindo as relações entre eles na perspectiva da
prescrição do exercício físico.
O processo de envelhecimento é o “conjunto das
modificações físicas, psicológicas e espirituais que
sobrevêm com a idade, influenciando as dimensões
funcional, social e emocional da interação entre o
indivíduo e o meio que o cerca.
(FARINATTI, 2008)
A capacidade de trabalho físico diminui com a idade. Já a carga
de trabalho, de acordo com o modelo proposto, decorreria da
concretização do potencial físico de cada um, na medida das
imposições dos modos de vida. Os modos de vida, por sua vez,
seriam determinados pelas influências do meio ambiente e da
capacidade de trabalho.
Na lógica do modelo, a exposição contínua a cargas de trabalho
tende a provocar efeitos que terão impacto na capacidade de
trabalho e no ritmo do envelhecimento. Esses efeitos
influenciariam os modos de vida, e assim por diante.
O modelo fornece alguns direcionamentos acerca dos pontos que
deveriam ser abordados na análise da relação entre o
envelhecimento e a aptidão física, mas, para entender essa
relação, deve-se analisar elementos que vão influenciar a
capacidade de trabalho físico e as cargas de trabalho impostas ao
indivíduo que envelhece.
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Muitos estudos foram dedicados às relações entre
envelhecimento, capacidade de trabalho físico e independência
funcional. Em geral, a diminuição da capacidade física é discutida
na perspectiva de uma interação complexa de diversos fatores, na
qual o processo de envelhecimento é visto, simultaneamente,
como causa e consequência. Um bom exemplo dessa relação é
apresentado na Figura 12.
Fonte: Autor.
Figura 12. Ciclo cicioso do envelhecimento.
É difícil definir uma hierarquização do papel das qualidades físicas
que integram a aptidão física para a independência funcional, em
particular, e para a saúde em geral. A opção mais adequada seria
analisar a influência mútua dessas qualidades – por exemplo,
coordenação e equilíbrio dependem, em grande parte, da
preservação de bons níveis de flexibilidade e força muscular.
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A velocidade é determinada pela potência e pela coordenação. A
capacidade de realizar atividades durante longo tempo é ditada
pela resistência muscular e pela capacidade aeróbica. Dessa
forma, consideramos que o desempenho funcional dos idosos e
suas condições de saúde tenderiam a ser influenciados por
modificações associadas a qualidades físicas relacionadas à
função muscular, produção de energia e mobilidade (FARINATTI,
2008).
As cargas relativas impostas aos idosos por determinado trabalho
dependeriam da capacidade de produzir e manter tensão por meio
da contração muscular e do consumo de oxigênio nos processos
de transferência de energia de amplitude articular para a
realização das atividades cotidianas. Tais capacidades são
associadas à força muscular, à capacidade cardiorrespiratória e à
flexibilidade.
Assim, apesar de não se associar tão diretamente com o
desempenho em atividades físicas, a composição corporal
aparece como um componente da aptidão física que deve receber
atenção especial quando se trata de idosos.
Além de as modificações na composição corporal figurarem entre
as mais marcantes durante o envelhecimento, têm repercussões
na qualidade de vida e na autonomia, uma vez que se
relacionam com perdas de massa muscular e desmineralização
óssea, além de consistirem em fator de risco para doençascardiovasculares e metabólicas.
Conheça mais alguns detalhes:
Clique nas barras para ver as informações. Objeto com interação.
Prevenção e tratamento de doenças
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Em relação à prevenção e ao tratamento de doenças, a simples
redução do peso corporal ou do percentual de gordura pode trazer
benefícios à saúde. No entanto, a magnitude desses efeitos
apresenta grande variabilidade, já que o aumento ou a
manutenção da massa muscular são desejados.
Adaptações musculares provenientes do treinamento físico podem
preservar a capacidade funcional, pois o grau de força exercido
pelos músculos sobre o tecido ósseo reduz o decréscimo da
densidade óssea, prevenindo doenças como a osteoporose.
Além disso, o metabolismo em repouso é mantido ou aumentado
com a preservação ou o incremento da massa muscular, e a
perda muscular progressiva associa-se ao desenvolvimento de
problemas posturais e ao quadro álgico que acomete os idosos.
Os efeitos do exercício constituem um importante aliado na
redução desses problemas indesejáveis.
A capacidade cardiorrespiratória diminui com a idade. Esse
declínio é multifatorial.
Alterações da função pulmonar
As alterações da função pulmonar não trazem, em princípio,
consequências significativas para a capacidade cardiorrespiratória
dos idosos. A principal razão do declínio seria uma limitação da
capacidade de aumentar o débito cardíaco, decorrente de menor
força de contração do miocárdio e da limitação da capacidade de
se elevar a frequência cardíaca que, associada a uma diminuição
da massa muscular, faz com que a capacidade cardiorrespiratória
diminua aproximadamente 10% em cada década.
Função muscular
Quanto à função muscular, há um declínio da força e da potência
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com a idade, da ordem de 6% a cada década de vida adulta,
resultante da diminuição da massa muscular. A resistência
muscular parece ser preservada, ao menos quando se
consideram esforços de mesma intensidade relativa (percentual
da força máxima). A perda de força tende a ser mais preservada
nos membros inferiores, porém o desempenho em movimentos
executados com velocidade (potência) reduz-se mais
precocemente.
O padrão de declínio depende de fatores intrínsecos e
extrínsecos, principalmente no que diz respeito aos hábitos
individuais. Por outro lado, uma vez que pessoas de qualquer
idade se adaptam bem ao treinamento da força, a redução da
massa muscular e da capacidade funcional não pode ser vista de
maneira fatalista, como uma consequência inevitável do
envelhecimento.
Flexibilidade
Sobre a flexibilidade, sua manutenção ou seu desenvolvimento
pode contribuir para uma vida independente em idades
avançadas, facilitando as tarefas cotidianas e reduzindo a
incidência de comprometimentos articulares, que aumenta à
medida que se envelhece. Apesar disso, trata-se de uma
qualidade física negligenciada em programas de treinamento.
O declínio da amplitude máxima de movimentos parece ocorrer ao
longo de toda a vida, com uma consistência maior do que a
observada em relação à força e à capacidade cardiorrespiratória.
É difícil falar em diminuição média, em virtude da especificidade
para articulações e movimentos efetuados, mas as perdas situam-
se entre 20% e 50% entre os 20 e os 70 anos, na dependência do
grupo articular analisado, principalmente no sexo masculino.
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Os movimentos mais atingidos são os de tronco, quadril e ombros,
o que indicaria uma atenção maior com essas articulações. Dentre
os fatores determinantes do declínio da mobilidade articular
durante o envelhecimento, pode-se destacar uma progressiva
modificação na estrutura do colágeno da cápsula articular e da
fáscia muscular, maior participação dessa proteína no tecido
conjuntivo e maior percentual de tecido conjuntivo na seção
transversa muscular.
A menor produção de líquido sinovial, com menor lubrificação
articular, também limita os movimentos. Em todos os casos, a
inatividade potencializa a perda de mobilidade. Por outro lado, em
qualquer idade, é possível aumentar a flexibilidade em níveis
compatíveis com o exibido na juventude, não havendo limitações
para os efeitos do treinamento. As dificuldades se dão
principalmente nas articulações, em virtude de doenças
degenerativas, como a artrose.
Treinamento físico
O treinamento físico é bem-aceito e tolerado pelos idosos, e a
exercitação regular é capaz de incrementar a aptidão física em
qualquer idade, modificando a capacidade de realização nas
atividades cotidianas. De fato, todas as qualidades físicas podem
ser melhoradas em qualquer idade, o que se reflete na
manutenção de seus níveis de autonomia funcional.
Esses efeitos, porém, dependem de uma aplicação adequada dos
estímulos. Por isso, as atividades devem ser supervisionadas para
que benefícios sejam adquiridos e mantidos. Portanto, pode-se
afirmar que tanto os programas de exercícios formais como
atividades físicas no lazer devem produzir uma relação dose-
resposta compatível com os efeitos que se deseja induzir.
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Logo, para o profissional que lida com prescrição de exercícios, é
importante o conhecimento sobre as formas de ministrar cargas
para satisfazer essa relação.
Neste vídeo, você conhecerá um pouco sobre estilos de vida
ativos, aptidão física e bem-estar para um envelhecimento
saudável.
Verificando o aprendizado
ATENÇÃO!
Para desbloquear a conclusão, é necessário que você responda
corretamente a uma das seguintes questões:
Gabarito
1. Em relação ao conceito de envelhecimento bem-sucedido,
assinale a alternativa correta:
A alternativa "C " está correta.
O conceito de envelhecimento bem-sucedido confunde-se com a
noção de envelhecimento saudável, no sentido de que a
preservação das capacidades físicas, cognitivas, psicológicas e
sociais deve estar a serviço da inserção da pessoa idosa em seu
meio social, de acordo com as demandas do ambiente e levando
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em consideração o que ela acha importante para sua realização
pessoal.
2. Em relação à aptidão física ao longo do envelhecimento, é
correto afirmar:
A alternativa "A " está correta.
A função muscular é particularmente afetada pelo processo de
envelhecimento, com redução da área de seção transversa dos
músculos e perda de fibras rápidas. Como resultado, movimentos
realizados com velocidade e potência tendem a ser mais
precocemente comprometidos, em comparação com aqueles que,
apesar de exigirem força, são feitos com menor velocidade.
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Conclusão
Considerações Finais
A análise das definições contemporâneas de saúde revela que as
dificuldades de conceituá-la advêm da complexidade,
subjetividade e relatividade das questões que a cercam. Contudo,
os autores acabam tocando em pontos similares na proposição
desses conceitos.
Além de serem vistas como noções multifatoriais, saúde e
qualidade de vida aparecem identificadas com valores que
decorrem das possibilidades de se construir uma vida realizada,
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ou bem-sucedida; daí a relação estreita entre os conceitos.
A prática de atividades físicas é reconhecida como uma das
formas de melhorar a saúde e a qualidade de vida.
Diferenciamos atividade de exercício físico, esclarecendo como
podem ter impacto em componentes da aptidão física. Além disso,
introduzimos o conceito de wellness, analisando como este se
relaciona com as noções de saúde e qualidade de vida
trabalhadas anteriormente, bem como a maneira pela qual vem
sendo tratado para caracterizar programas de treinamento físico.
Todos esses conceitos foram relacionados ao que se define como
envelhecimento saudável. Interseções das noções de saúde e
qualidade de vida com o envelhecimento forneceram evidências
de que um estilo de vida ativo, para além dos ganhos fisiológicos
e motores que acarreta, aumenta as possibilidades de
envolvimento social, ensejando benefícios psicológicos para
melhor percepção subjetiva de bem-estar e qualidade de vida.
Avaliação do tema:
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