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A Ação dos Antibióticos no Organismo

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Mecanismos dos Antibióticos no Organismo
Introdução
Antibióticos ou antimicrobianos são substâncias sintéticas ou naturais que atuam fazendo a inibição do crescimento dos microorganismos ou causando a morte dos mesmos. São medicamentos utilizados para tratar doenças causadas por bactérias. O fármaco bacteriostático irá inibir o crescimento e a multiplicação bacteriana, mas não lhe será letal, ou seja, quem é responsável pela eliminação do microorganismo é nosso próprio sistema imunológico.
O primeiro antibiótico sintético foi produzido por Paul Ehrlich em 1910. Tratava-se do salvarsan, e foi utilizado para o tratamento da sífilis. Em 1928, Alexander Fleming descobriu a penicilina, um antibiótico de origem natural produzido por um fungo do gênero Penicillium. Em 1943, a penicilina se tornou o primeiro antibiótico de ampla utilização.
Os antibióticos podem ser classificados de acordo com o seu mecanismo de ação. Existem cinco modos de ação principais, são eles:
1 – Inibir a Síntese da Parede Celular
A parede celular das bactérias tem a função de manter a forma da célula, e de proteger contra variações da pressão osmótica e ações do meio externo. Ela é formada pelo peptidoglicano, que é um esqueleto polissacarídeo com dois tipos de aminoaçúcares (o N-acetilglicosamina e o ácido N-acetilmurâmico), e também por cadeias peptídicas laterais, que formam pontes cruzadas.
Os antibióticos que interferem na constituição da parede celular das bactérias, e que são considerados os mais usados na prática clínica são os betalactâmicos. Eles inibem a síntese da parede das células procariontes, ou seja, das bactérias. Exemplos de betalactâmicos são as penicilinas, as cefalosporinas, os carbapenêmicos e os monobactâmicos. Todos eles têm em sua estrutura química o anel beta-lactâmico.
O Anel-beta-lactâmico é composto por três átomos de carbono e um de Nitrogênio, mas para que tenha atividade ele deve estar ligado a um radical presente na estrutura química, geralmente outro anel.
2 – Inibir a Síntese Proteica
Alguns tipos de fármacos antimicrobianos agem nos ribossomos das bactérias, organelas responsáveis pela síntese de proteínas. Diferente dos ribossomos das células eucariontes, que consistem em duas subunidades 60S e 40S, os ribossomos das células procariontes (ou bactérias) são formadas por subunidades 50S e 30S. Esta diferença permite aos antimicrobianos a seletividade de ação, inibindo a síntese proteica apenas nas bactérias. Alguns exemplos desta classe de fármacos que têm a função de inibir a síntese protéica das bactérias são: os aminoglicosídeos, as tetraciclinas, os anfenicóis, os macrolídeos, as lincosamidas e as oxazolinidonas.
3 – Inibir a Síntese dos Ácidos Nucleicos 
Este tipo de antimicrobiano atua fazendo a inibição de enzimas essenciais para a sobrevivência das bactérias, como a DNA girase e a topoisomerase IV. Como resultado desta inibição enzimática, a replicação da molécula de DNA fica comprometida, resultando na morte celular da bactéria.
Exemplos deste tipo de microbiano são as quinolonas a as fluoroquinolonas.
4 – Destruir a Membrana Plasmática
Este tipo de fármaco promove a desestabilização da membrana da célula bacteriana, por intermédio da ação das polimixinas. Elas interagem com os lipossacarídeos (LPS) que estão presentes na membrana celular, retirando assim todo o magnésio e o cálcio, que fazem a função de estabilizar a membrana. Com isso, há um aumento de permeabilidade e a morte celular da bactéria. A polimixina B e a colistina pertencem a esta classe de antimicrobianos.
5 – Inibir o Metabolismo do Ácido Fólico 
O folato (ácido fólico) é essencial para a síntese de purinas e pirimidinas, que são precursores de RNA e DNA, e de outros compostos necessários para o crescimento e multiplicação celular. Por isso, com a falta de folato, as células não conseguem crescer e nem se dividir. Várias bactérias sintetizam seu próprio folato e é aí que os antibióticos agem, impedindo essa síntese. Como exemplos, temos a mafenida e a sulfadiazina de prata.
Resistência Bacteriana
As bactérias se reproduzem de forma muito rápida, e podem trocar material genético com diferentes espécies de bactérias. Além disso, elas podem também sofrer mutações, originando outras bactérias que podem ser resistentes a determinados antibióticos.
Um dos principais fatores que contribuem para que haja o surgimento de bactérias resistentes a determinados antibióticos é o uso inadequado e abusivo de antibióticos. No Brasil, por exemplo, a venda de antibióticos só pode ser feita com a apresentação de receita médica, e tudo deve ser lançado no sistema, como por exemplo, os dados do médico e do paciente. 
Conclusão
A descoberta dos fármacos antibióticos foi um fator importantíssimo para o auxílio do tratamento de doenças causadas por bactérias. Mas nunca devemos nos esquecer da importância do uso correto dos mesmos, como por exemplo: não fazer automedicação, tomar os medicamentos nos horários e dosagens estabelecidas pelo médico, respeitar os dias exatos de tratamento sem parar o tratamento antes do tempo prescrito. Estes cuidados são imprescindíveis para evitar a resistência bacteriana, que pode causar problemas muito graves para o paciente no futuro.
Referências Bibliográficas
Nogueira, H.S et al. Antibacterianos: principais classes, mecanismos de ação e resistência. Rev. Montes Claros, v. 18, n.2 - jul./dez. 2016. (ISSN 2236-5257).
Whalen, Karen; Finkel, Richard; Panavelil, Thomas A. Farmacologia ilustrada. 6ª Edição. Artmed Editora, 2016.
http://www.biologianet.com/antibioticos
Pesquisado no dia 27.10.22 às 14:17 horas.

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