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LT - Unidade I

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Prévia do material em texto

Autora: Profa. Leila Dutra Rodrigues
Colaboradores: Prof. Gustavo Nascimento
 Profa. Christiane Mazur Doi
 
Saúde, Segurança e 
Qualidade de Vida 
no Trabalho
Professor conteudista: Leila Dutra Rodrigues
Mestre em Comunicação pela Universidade Paulista (UNIP), concluído em 2013. Especialização 
em História, Sociedade e Cultura pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), 
concluído em 2012. Graduação em Licenciatura em História pela Universidade Bandeirante de São 
Paulo. concluído em 2008 e graduação em Direito pela Universidade de Mogi das Cruzes, concluído 
em 1992. Especialização em Direto do Trabalho pela Universidade São Francisco, concluído em 1996. 
Atuação como advogada autônoma, ex-membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB-SP, 
2020/2021, membro de Comissão de Direitos Humanos do Sindicato dos Advogados de São Paulo. 
Atuação como professora em cursos presenciais e EaD na UNIP, no curso Descomplica e na Educaz EaD. 
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
U515.68 – 22
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
R696s Rodrigues, Leila Dutra.
Saúde, Segurança e Qualidade de Vida no Trabalho / Leila Dutra 
Rodrigues. – São Paulo: Editora Sol, 2022.
124 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.
1. Segurança. 2. Medidas preventivas. 3. Qualidade. I. Título.
CDU 658.310.132
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Profa. Sandra Miessa
Reitora em Exercício
Profa. Dra. Marilia Ancona Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Profa. Dra. Marina Ancona Lopez Soligo
Vice-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Claudia Meucci Andreatini
Vice-Reitora de Administração
Prof. Dr. Paschoal Laercio Armonia
Vice-Reitor de Extensão
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades do Interior
Unip Interativa
Profa. Elisabete Brihy
Prof. Marcelo Vannini
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático
 Comissão editorial: 
 Profa. Dra. Christiane Mazur Doi
 Profa. Dra. Angélica L. Carlini
 Profa. Dra. Ronilda Ribeiro
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista
 Profa. Deise Alcantara Carreiro
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Aline Ricciardi
 Vera Saad
Sumário
Saúde, Segurança e Qualidade de Vida no Trabalho
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................7
Unidade I
1 INTRODUÇÃO À SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO .................................................................. 11
1.1 Importância da área no contexto organizacional ................................................................... 12
1.2 Origem da área de saúde e segurança na organização ........................................................ 13
1.3 Constituição Federal, CLT, principais NRs e normas coletivas ............................................ 15
1.4 Implantação da gestão de saúde e segurança no trabalho – GSST................................. 20
1.4.1 Serviço Especializado em Engenharia e Medicina do Trabalho (SESMT) .......................... 21
1.4.2 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) ............................................................... 25
1.5 Treinamento, fiscalização, poder disciplinar da empresa ..................................................... 30
1.5.1 Punição: advertência, suspensão, justa causa ............................................................................ 32
1.5.2 Justa causa do empregador: rescisão indireta, indenização por perdas e danos, 
danos morais ........................................................................................................................................................ 35
1.6 Prevenção e combate a incêndios: brigada de incêndio ...................................................... 39
2 ACIDENTE DO TRABALHO E DOENÇA DO TRABALHO ....................................................................... 43
2.1 Caracterização legal e a caracterização prevencionista ....................................................... 44
2.2 Conceitos de insalubridade, periculosidade e penosidade .................................................. 47
2.3 Causas de acidentes do trabalho: ato inseguro e condição insegura ............................. 51
3 ASSÉDIO MORAL E O ASSÉDIO SEXUAL ................................................................................................. 52
4 INVESTIGAÇÃO DE UM ACIDENTE DO TRABALHO: ÁRVORE DAS CAUSAS .............................. 54
4.1 Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) ........................................................................... 56
Unidade II
5 MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES ............................................................................................ 65
5.1 Equipamentos de Proteção Individual (EPI) .............................................................................. 68
5.2 Ergonomia ............................................................................................................................................... 71
5.3 Programa de ginástica laboral ........................................................................................................ 73
6 SEMANA INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES NO TRABALHO – SIPAT........................... 74
6.1 Treinamento e desenvolvimento: levantamento de necessidades, programas de 
treinamento, estratégias e métodos .................................................................................................... 75
6.2 Avaliação dos resultados ................................................................................................................... 76
7 BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS ................................................................................................................. 77
7.1 Modalidades, carência ........................................................................................................................ 78
7.2 Custo de um acidente de trabalho para a sociedade, o empregado 
e o empregador ............................................................................................................................................ 81
8 QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO ....................................................................................................... 83
8.1 O que vem a ser qualidade de vida no trabalho ...................................................................... 83
8.2 Como implantar um programa de qualidade de vida na empresa .................................. 87
8.3 Avaliação de desempenho com meta na melhoria do ambiente de trabalho ............ 93
8.4 Formas de benefícios e incentivos ..............................................................................................104
7
APRESENTAÇÃO
Estimade alune,
Esta disciplina é de suma importância, pois trata do bem mais precioso que pode existir: a vida. Sim, 
trata das inúmeras medidas que as empresas devem adotar para prevenir a ocorrência de acidentes de 
trabalho e o desenvolvimento de doenças do trabalho.
Ao longo do curso, em inúmeras ocasiões, conversamos sobre a importância dos colaboradores 
dentro da estrutura empresarial. Se os colaboradores são o ativo mais importante, a vida, a saúde e a 
segurança deles deve ser objeto de preocupação e de adoção de medidas preventivas.
Vamos começar o nosso diálogo abordando as origens e a evolução das medidas de segurança 
no trabalhono transcorrer dos anos, no Brasil e no mundo. Para tanto, vamos abordar os principais 
conceitos e as normas aplicáveis à área de saúde e segurança no trabalho. Você perceberá que 
vários conceitos foram se transformando no decorrer dos anos, e o papel da empresa, no que tange às 
medidas de prevenção, também mudou.
A principal ideia é, por meio do conhecimento compartilhado, fomentar um olhar preventivo. Municiar 
o olhar com informações sobre a legislação, as normas regulamentadoras e práticas implementadas 
pelas empresas.
Ao final da disciplina, vamos conversar sobre qualidade de vida no trabalho. Para esse modelo de 
gestão ser aplicado, todos os demais problemas ligados à segurança já devem ter sido implementados. 
Assim, esperamos que você compreenda a importância da adoção de práticas preventivas e do 
reconhecimento de assegurar aos trabalhadores um ambiente seguro e saudável.
Bom estudo!
INTRODUÇÃO
Este livro-texto foi elaborado com a participação de vários professores que buscam dividir o 
conhecimento com você. Mas lembre-se de que é muito importante que você assista às aulas e participe 
do curso, de todas as maneiras possíveis e oferecidas.
O livro-texto vai abordar as duas unidades da disciplina. Na primeira unidade, vamos tratar da 
evolução dos estudos sobre higiene, saúde e segurança no trabalho.
Você terá contato com as principais legislações e com os principais conceitos. Espero que 
compreenda a importância do tema. A lei tem um duplo sentido: protecionista e preventiva. Ou seja, 
protege a segurança dos trabalhadores e apresenta normas que visam assegurar a prevenção dos 
acidentes de trabalho.
8
Já na segunda unidade, você vai conhecer algumas medidas preventivas que devem ser adotadas 
pelas empresas. Também vai conhecer um tema de suma importância e muito atual: qualidade de vida 
no trabalho.
É atual porque as empresas que visam o crescimento e o ingresso no mercado externo estão adotando 
medidas de compliance. Entre elas, assegurar e proporcionar um ambiente de trabalho saudável e 
prazeroso. Alguém pode sentir prazer em trabalhar? Sim, claro que pode. Um ambiente salubre deve 
proporcionar o sentimento de bem-estar e será isso que vamos analisar.
Iniciando o nosso tema, é importante esclarecer que, desde os primórdios dos tempos, a nossa 
espécie trabalha. Inicialmente, sem a intenção de acumular, somente por sobrevivência, depois, quando 
nos fixamos em um território, passamos a domar a natureza com o desenvolvimento de técnicas de 
agricultura e de criação dos animais.
Assim, como o trabalho se transformou no decorrer dos anos, surgiram as doenças decorrentes do 
seu esforço.
Certamente era difícil plantar há 10 mil anos. Imagine, então, o esforço e trabalho necessários para 
levantar as pirâmides do Egito ou nas minas na Grécia antiga.
Se havia trabalho, havia doenças. O grego Hipócrates (460-375 a.C.), pai da Medicina, já descrevia 
em seus trabalhos a intoxicação saturnina, decorrente da intoxicação causada pelo chumbo.
Alguns séculos depois, Plínio, O Velho (23-79 d.C.), estudou as condições de saúde dos trabalhadores 
expostos ao chumbo e à poeira. Ulrich Ellenbog, no século XIV, identificou a contaminação por monóxido 
de carbono, mercúrio e ácido nítrico.
No século XVI, George Bauer pesquisou a “asma dos mineiros”, causada pela inalação da poeira 
de sílica.
Já, em 1700, Bernardino Ramazzini publicou um trabalho conhecido como “As doenças dos artesãos”, 
sobre doenças ocupacionais, relacionando as doenças ao trabalho com produtos químicos, metais, 
poeira etc. Ele é reconhecido como o pai da medicina ocupacional.
Em 1765, em alguns países da Europa, ocorreu a 1ª Revolução Industrial, um processo de muitas 
mudanças econômicas, sociais e tecnológicas. As condições de trabalho eram deploráveis, grande parte 
dos trabalhadores era mulheres e crianças, submetidas a jornadas exaustivas. Surgiram os primeiros 
sindicatos que criaram as leis de proteção à saúde dos trabalhadores. Em 1802, na Inglaterra, foi editada 
a Lei das Fábricas, que protegia o trabalho de mulheres e crianças.
Várias leis foram editadas na sequência no sentido de proteger e regulamentar o exercício do 
trabalho. Em 1919, foi criada a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
9
Assim como foram editadas várias legislações pelo mundo, o Brasil também regulamentou o exercício 
do trabalho, um grande marco na nossa história foi a edição da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) 
em 1943 e a promulgação da Constituição Federal de 1988.
11
SAÚDE, SEGURANÇA E QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO
Unidade I
1 INTRODUÇÃO À SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO
Pensar em segurança do trabalho significa pensar em métodos e técnicas para eliminar ou controlar 
os riscos inerentes ao exercício da atividade laborativa, os quais podem gerar o desenvolvimento de 
doenças ou a ocorrência de acidentes de trabalho.
O objetivo principal é a preservação da saúde dos trabalhadores, a garantia de um ambiente saudável 
e o aumento da qualidade e da eficiência da produção.
E o que é saúde?
Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), saúde é um estado de bem-estar físico, 
mental e social, que não se resume à ausência de doenças, mas ao bem-estar biopsicossocial:
 
Convenção n. 155
I – Aprovada na 67ª reunião da Conferência Internacional do Trabalho 
(Genebra — 1981), entrou em vigor no plano internacional em 11.8.83. [...].
Parte I – Área de aplicação e definições
Art. 1 – 1. A presente Convenção aplica-se a todas as áreas de atividade 
econômica. [...].
e) o termo “saúde”, com relação ao trabalho, abrange não só a ausência 
de afecções ou de doenças, mas também os elementos físicos e mentais 
que afetam a saúde e estão diretamente relacionados com a segurança e a 
higiene no trabalho (OIT, 2022).
 Observação
A OIT foi fundada em 1919, logo após a 2ª Guerra Mundial. Tem 
representantes dos governos, das organizações representativas dos 
trabalhadores e dos empregadores.
Por meio de estudos e pesquisas, edita normas e orientações visando 
garantir a igualdade de condições de trabalho e oportunidades para todos 
os gêneros, objetivando o trabalho digno, com segurança, equidade, 
liberdade e produtividade.
12
Unidade I
O bem-estar repercute na vida dos colaboradores, uma vez que gera equilíbrio emocional, o que 
influencia diretamente a eficiência na produção.
Dessa forma, investir em segurança no trabalho é investir no principal fator de produção, o que 
proporciona um resultado de maior qualidade.
1.1 Importância da área no contexto organizacional
Investir na gestão de saúde, segurança e qualidade de vida no trabalho é investir em pessoas, em 
um ambiente seguro e saudável, possibilitando um dia a dia mais tranquilo e prazeroso. O ambiente 
torna-se motivacional, uma vez que incentiva as relações e o desenvolvimento do trabalho.
Os trabalhadores desenvolvem um forte vínculo com a empresa, um sentimento de pertencimento e 
de reconhecimento, uma vez que percebem que sua integridade física e mental é objeto de preocupação 
por parte da empresa.
E de que forma isso pode ser aplicado?
Vamos a um exemplo:
Uma empresa tem um setor de produção onde as máquinas utilizadas geram um ruído maior do que 
o limite legal (85 decibéis). Diariamente, os trabalhadores são obrigados a utilizar um equipamento de 
proteção individual (EPI), que se chama protetor auricular.
USO OBRIGATÓRIO DE
SEGURANÇA
PROTETOR 
AURICULAR
Figura 1 
Adaptada de: https://is.gd/Ij5PJO. Acesso em: 6 jun. 2022.
O equipamento pode ser desconfortável e, ainda, apesar do seu uso, a empresa ser compelida a arcar 
com o adicional de insalubridade.
13
SAÚDE, SEGURANÇA E QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO
Um ambiente ruidoso não proporciona convívio prazeroso, os trabalhadores não interagem, além 
de lhes gerar vários malefícios. Investindo na melhoria do ambiente, a empresa substitui as máquinas. 
Adquire máquinas mais modernas e silenciosas, que não geram ruído.
O que inicialmente representa um custoelevado torna-se economia em médio e longo prazo, uma 
vez que não haverá mais o gasto com o EPI nem com o pagamento adicional de insalubridade; além de 
o ambiente se tornar mais agradável e reduzir doenças e acidentes de trabalho, o que possibilita redução 
no percentual de Riscos Ambientais de Trabalho (RAT).
Um ambiente saudável gera melhoria na qualidade e quantidade da produção, ou seja, maior 
eficiência. Observe que há benefícios que a substituição do maquinário pode conceder. O ambiente 
seguro acarreta maior produtividade. Isso ocorre porque as preocupações dos trabalhadores são 
reduzidas, eles podem focar com mais empenho em relação à qualidade da produção.
Além disso, ocorrem menos afastamentos por acidentes de trabalho e por doenças do trabalho. Esses 
afastamentos ocasionam um custo elevado, uma vez que interrompem a produção, a empresa precisa 
substituir o trabalhador afastado, arcar com o tratamento e com multas, além de correr o risco de sofrer 
ações trabalhistas de natureza indenizatória.
Investir num ambiente saudável é agir com responsabilidade social. A imagem da empresa perante 
o mercado e a sociedade torna-se positiva. A empresa se torna atrativa para novos investidores e passar 
a ser disputada pelos trabalhadores.
1.2 Origem da área de saúde e segurança na organização
Na introdução, tivemos um breve relato histórico das normas de saúde e segurança no trabalho. O 
importante é explicar que, durante muitos anos, as medidas eram editadas em decorrência dos inúmeros 
acidentes. Primeiro, ocorria o acidente ou o desenvolvimento das doenças, para, depois, serem realizados 
os estudos e serem criadas as leis.
Sem dúvida, a Revolução Industrial acelerou o aumento de acidentes e doenças ocupacionais. Isso 
aconteceu porque houve um crescimento da utilização de máquinas a vapor sem o devido treinamento 
e formação dos trabalhadores para operá-las.
A produção em alta escala, as péssimas condições de trabalho, as jornadas de trabalho extenuantes 
(em média 16 horas diárias), os salários baixos e as péssimas condições de alimentação e moradia 
desencadeavam a ocorrência de acidentes de trabalho. Soma-se a isso o fato de a maioria dos trabalhadores 
serem mulheres e crianças. Ocorriam muitas mutilações e o desenvolvimento de várias doenças.
Os trabalhadores passaram a se organizar em sindicatos e lutar por melhores condições de trabalho. 
Com isso, foram editadas as primeiras normas coletivas, assegurando a redução do trabalho infantil e 
da jornada de trabalho.
O processo de industrialização no Brasil ocorreu na primeira fase da República, por volta de 1900. As 
condições de trabalho eram similares às da Europa no período da Primeira Revolução Industrial.
14
Unidade I
Em resposta às péssimas condições de vida e de trabalho, os trabalhadores passaram a se organizar 
em sindicatos e reivindicar direitos. Em 1917, eclodiu uma greve geral no Brasil, participaram operários 
da indústria alimentícia, têxtil, gráficos, chapeleiros, costureiros, coureiros e ferroviários, entre outras 
categorias. As principais reivindicações eram melhores salários, jornada de oitos horas, férias, fim 
do trabalho infantil, proibição de trabalho noturno para as mulheres, direito à assistência médica 
e aposentadoria.
O resultado foram várias normas esparsas. Vários acordos assinados entre os sindicatos dos 
trabalhadores e os empregadores, além de legislações regionais. Com o decorrer dos anos, passaram a 
ser editadas normas federais:
•	 1919: assinatura da Lei de Acidentes de Trabalho, tornando obrigatório o seguro contra risco da 
atividade laborativa.
•	 1923: criação da caixa de aposentadoria e pensões.
•	 1930: criação do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio.
•	 1943: criação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). O capítulo V dispõe sobre segurança e 
saúde no trabalho.
•	 1966: criação do Fundacentro, que atua na pesquisa relacionada à segurança no trabalho.
•	 1978: criação das Normas Regulamentadoras (NRs).
 Saiba mais
As Normas Regulamentadoras (NRs) são disposições complementares 
ao Capítulo V (“Da Segurança e da Medicina do Trabalho”) do Título II da CLT, 
com redação dada pela Lei n. 6.514, de 22 de dezembro de 1977. Consistem 
em obrigações, direitos e deveres a serem cumpridos por empregadores 
e trabalhadores com o objetivo de garantir trabalho seguro e sadio, 
prevenindo a ocorrência de doenças e acidentes de trabalho.
BRASIL. Normas Regulamentadoras – NR. Brasília, 2022. Disponível em: 
https://is.gd/yzNpMi. Acesso em: 25 maio 2022.
Atualmente existem 37 NRs.
A visão do trabalho mudou. A tecnologia, a administração e a visão do negócio também sofreram 
mudanças. Se antes as normas de segurança e saúde de trabalho não recebiam a devida importância, 
atualmente, tornaram-se fundamentais na gestão do negócio.
15
SAÚDE, SEGURANÇA E QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO
A dignidade do trabalho tornou-se essencial, assim como a garantia do bem-estar, da gratificação 
e da autorrealização do trabalhador. É por meio do trabalho que o ser humano obtém o seu sustento e 
garante a sua dignidade. O trabalho deve ser desenvolvido em condições dignas, seguras e saudáveis.
Atualmente, a ideia é que o meio deve ser adaptado à realidade do trabalhador. Máquinas, 
equipamentos, mobiliários, instalações, processos, jornadas, ambiente têm de atender às medidas de 
ergonomia e segurança. A palavra-chave tornou-se prevenção.
O conceito de saúde deve ser aplicado em sua plenitude, atendendo à saúde física, mental e social. 
O empregador passa a ter a responsabilidade pela aplicação, orientação, treinamento e fiscalização 
das normas, já que a sua responsabilização é objetiva. A ocorrência do acidente do trabalho ou o 
desenvolvimento da doença do trabalho não afeta só o trabalhador e a empresa contratante, mas toda 
a sociedade.
1.3 Constituição Federal, CLT, principais NRs e normas coletivas
A nossa principal norma é a Constituição Federal, ela estabelece inúmeros direitos e obrigações aos 
cidadãos brasileiros. O Brasil adotou o sistema de hierarquia das normas, isso significa que todas as 
demais leis, normas, regulamentos devem submeter-se a ela.
Constituição Federal
Leis ordinárias (CLT, CC, CP)
Normas coletivas
NRs (37)
Figura 2 
Em seu artigo 1º, a Constituição Federal nos apresenta os princípios do Estado brasileiro, entre eles, os 
incisos III e IV, que dispõem sobre a dignidade da pessoa humana e sobre os valores sociais do trabalho.
O princípio da dignidade da pessoa humana representa a garantia de atendimento das necessidades 
vitais do ser humano: saúde, moradia, segurança, lazer, livre expressão, honra, liberdade de religião, 
trabalho. É por meio do trabalho que o ser humano obtém o necessário para sua subsistência, daí a 
sua importância.
No artigo 7º, a Carta Magna relaciona inúmeros direitos relativos à relação de trabalho, ao todo, são 
36 incisos, vamos destacar alguns relativos à nossa disciplina:
 
16
Unidade I
XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de 
saúde, higiene e segurança;
XXIII – adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou 
perigosas, na forma da lei [...].
XXVIII – seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem 
excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou 
culpa (BRASIL, 1988).
Em comunhão com a Constituição Federal, vem a CLT, que traz normas e regras que asseguram a 
proteção do exercício do trabalho e da vida e da segurança do trabalhador.
A CLT foi criada em 1943 e teve como objetivo principal reunir em uma única lei as inúmeras leis que 
tratavam da relação de trabalho e estavam esparsas na época. Ela passou por inúmeras atualizações e 
teve de se adaptar ao previsto na Constituição Federal de 1988. A CLT dispõe de vários temas, entre eles, 
ela define quem é empregador:
 
Art. 2º – Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, 
assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirigea 
prestação pessoal de serviço.
§ 1º – Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da relação 
de emprego, os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as 
associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que 
admitirem trabalhadores como empregados (BRASIL, 1943).
Define, também, quem é empregado:
 
Art. 3º – Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços 
de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e 
mediante salário.
Parágrafo único – Não haverá distinções relativas à espécie de emprego 
e à condição de trabalhador, nem entre o trabalho intelectual, técnico e 
manual (BRASIL, 1943).
É muito importante conhecer essas definições porque vários direitos previstos se aplicam somente 
na relação de emprego, ou seja, no contrato firmado entre empregador e empregado.
Em seu capítulo V, a CLT trata especificamente de segurança e medicina do trabalho. A partir do 
artigo 154, ela enumera várias medidas relacionadas à saúde, higiene e segurança do trabalho e 
determina que as empresas cumpram as normas de segurança do trabalho, entre ela, as NRs.
17
SAÚDE, SEGURANÇA E QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO
A CLT tem regras gerais, aplicáveis a todas as empresas, no intuito de assegurar a proteção da saúde 
física e mental dos trabalhadores. As NRs são normas de caráter técnico e legal, elas regulamentam 
ou ampliam a previsão da CLT no que se refere às condições de segurança no trabalho. Ao todo, são 
37 normas, algumas regulamentam o exercício de atividades muito específicas, por exemplo:
•	 NR-36 – Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de Carnes 
e Derivados.
•	 NR-37 – Segurança e Saúde em Plataformas de Petróleo.
Mas parte das normas é aplicável a todos os ramos de atividades, ou seja, deve ser cumprida por 
todas as empresas. Vamos às principais:
•	 NR-1 – Disposições Gerais: define o que são as Normas Regulamentadoras, a obrigação do 
cumprimento, as consequências no caso de descumprimento, abrangência e responsabilidades.
•	 NR-3 – Embargo ou Interdição: explica os riscos que uma edificação ou um equipamento 
podem gerar e as medidas para impedir a ocorrência do acidente de trabalho.
•	 NR-4 – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho: 
estabelece e cria as regras para o SESMT.
•	 NR-5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes: estabelece e cria as regras da CIPA.
•	 NR-6 – Equipamentos de Proteção Individual – EPI: estabelece e especifica os critérios, a 
obrigatoriedade, a diferença entre os diversos equipamentos e as punições pelo descumprimento.
•	 NR-7 – Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional: estabelece e especifica.
•	 NR-9 – Programas de Prevenção de Riscos Ambientais: estabelece e especifica.
•	 NR-15 – Atividades e Operações Insalubres: estabelece e especifica, em seus anexos explica os 
agentes de risco e as medidas preventivas.
•	 NR-16 – Atividades e Operações Perigosas: estabelece e especifica, em seus anexos explica os 
agentes de risco e as medidas preventivas.
•	 NR-17 – Ergonomia: explica as condições de trabalho e apresenta as medidas preventivas.
•	 NR-23 – Proteção Contra Incêndios: explica as formas de incêndio e apresenta as medidas 
preventivas e de combate.
18
Unidade I
•	 NR-24 – Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho: estabelece os critérios 
e instalações e higiene.
•	 NR-25 – Resíduos Industriais: estabelece o que são resíduos, as formas de descarte e de 
prevenção do meio ambiente.
•	 NR-26 – Sinalização de Segurança: estabelece as formas de sinalização e as cores.
 Lembrete
A CLT foi criada em 1943 por meio do Decreto-Lei n. 5.452/1943 
pelo então presidente Getúlio Vargas. O presidente reuniu em um único 
documento várias leis que estavam esparsas e criou normas que protegem 
a relação de emprego.
As NRs são editadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego e a sua observância é obrigatória.
Em 8 de novembro de 2011, foi editado o Decreto n. 7.602/2011, que instituiu a Política Nacional 
de Segurança e Saúde no Trabalho (PNSST). O objetivo do decreto é assegurar a promoção de políticas 
que garantem a saúde e a qualidade de vida no trabalho, a prevenção e eliminação dos riscos à saúde 
do trabalhador.
O Brasil editou o decreto por ser signatário (ter assinado) da Convenção 155 da OIT. A OIT é uma 
agência da ONU (Organização das Nações Unidas), que tem por objetivo a promoção e a defesa do 
trabalho digno. Para tanto, ela realiza encontros, conferências e pesquisas. O resultado desses trabalhos, 
muitas vezes, se torna uma convenção, ou seja, uma norma internacional. Os países que concordarem 
com a convenção a assinam e assumem o compromisso de cumpri-la. Inúmeras normas e regras que o 
Brasil adotou são oriundas de convenções da OIT.
 Saiba mais
Conheça melhor a história da OIT com o link a seguir:
OIT. Conheça a OIT. 2022. Disponível em: https://is.gd/xfByE5. Acesso 
em: 26 maio 2022.
Normas coletivas
Perceba como há uma harmonia entre as normas.
19
SAÚDE, SEGURANÇA E QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO
Segundo a Constituição Federal:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que 
visem à melhoria de sua condição social: [...]
XXVI – reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho.
E, de acordo com a CLT:
 
Art. 611 – Convenção Coletiva de Trabalho é o acordo de caráter normativo, 
pelo qual dois ou mais Sindicatos representativos de categorias econômicas 
e profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das 
respectivas representações, às relações individuais de trabalho.
Podemos dizer que a convenção coletiva é a lei da categoria. Ela é resultado da negociação realizada 
entre o sindicato dos empregados e o sindicado dos empregadores. É uma norma coletiva porque se 
aplica para toda categoria profissional.
Existem três possibilidades de normas coletivas:
Quadro 1 
Convenção coletiva Acordo coletivo Dissídio coletivo
Assinada por sindicato dos 
trabalhadores e sindicato 
do patronal
Assinado por sindicato dos 
trabalhadores e 
empresa empregadora
Julgado pelo tribunal: processo que será ajuizado 
quando não houver a autocomposição, a decisão 
chama-se sentença normativa
As cláusulas previstas na norma coletiva são de cumprimento obrigatório; quando houver conflito 
entre normas, deve prevalecer a cláusula mais benéfica para o empregado.
Vamos ao exemplo:
O Sindicato dos Trabalhadores no Comércio assinou uma convenção coletiva com o Sindicato dos 
Comerciantes (sindicato das empresas). Fixou o adicional noturno com percentual de 50% sobre o valor 
do salário-hora.
Ocorre que uma rede de lojas de calçados preferiu assinar um acordo coletivo com o Sindicato dos 
Trabalhadores no Comércio. No acordo, o valor do adicional noturno foi fixado com percentual de 40% 
sobre o valor do salário-hora.
Qual é a cláusula mais benéfica para o trabalhador?
50% sobre o valor do salário-hora, portanto deve prevalecer a convenção coletiva.
20
Unidade I
Uma norma coletiva poderá prever vários direitos, sendo que alguns poderão dispor sobre saúde e 
segurança no trabalho.
De acordo com a CLT, o prazo máximo de vigência da norma coletiva será de dois anos, podendo ser 
prorrogado por decisão da assembleia dos membros da categoria profissional. O importante é conhecer 
a norma coletiva que se aplica à categoria.
 Saiba mais
Que tal conhecer uma convenção coletiva? Consulte a Convenção 
Coletiva de Trabalho (CCT) do Sindicato dos Químicos de São Paulo, veja a 
cláusulas e compare-as com a lei:
SINDICATO DOS QUÍMICOS-SP. Convenção coletiva dos trabalhadores 
do ramo químico 2019/2021. São Paulo, 2022. Disponível em: 
https://is.gd/zrb18I. Acesso em: 26 maio 2022.
1.4 Implantação da gestão de saúde e segurança no trabalho (GSST)
O mundo constantemente vivencia inúmeras mudanças econômicas, tecnológicas, sociais e 
ambientais. Essas mudanças impõem às empresas a busca pela renovação, porestratégias e novas 
ferramentas de gestão. As empresas buscam alcançar uma maior eficiência na produção, possibilitando 
melhores resultados e o alcance de metas.
Na busca por maior eficiência, o investimento na gestão de saúde e segurança no trabalho (GSST) 
é fundamental, uma vez que a GSST diminui os afastamentos por doenças e acidentes do trabalho, os 
custos, o número baixo de ações judiciais repercute positivamente na imagem da empresa, motivam os 
trabalhadores, o que possibilita melhora do ambiente de trabalho.
Para a OIT, os acidentes de trabalho e as doenças ocupacionais geram uma enorme repercussão na 
vida dos trabalhadores, em suas famílias, nos aspectos físicos, emocionais e materiais. Além disso, o 
acidente de trabalho gera custo para o Estado e para a Previdência Social.
O gerenciamento da GSST é um processo contínuo, já que os meios de produção estão em constante 
mudança, assim como as relações de trabalho. Envolve várias etapas, como estudo das legislações 
aplicáveis, análise do ambiente de trabalho, reconhecimento dos riscos e agentes nocivos, educação e 
treinamento dos trabalhadores, fiscalização, controle e constante revisão dos métodos.
21
SAÚDE, SEGURANÇA E QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO
Estudo das 
legislações 
aplicáveis
Constante 
revisão dos 
métodos
Fiscalização 
e controle
Educação, 
conscientização e 
treinamento dos 
trabalhadores
Reconhecimento 
dos riscos e 
agentes nocivos
Análise do 
ambiente 
de trabalho
Figura 3 
O importante é a gestão de saúde e segurança no trabalho representar uma mudança na cultura da 
empresa. Por meio do treinamento, os trabalhadores adquirem a consciência dos riscos e das medidas 
preventivas, o cuidado passa a ser incorporado ao trabalho. De acordo com o engenheiro Peinado 
(2019, p. 50):
 
Segundo OSHA (2016), os treinamentos permitem que os trabalhadores 
adquiram conhecimento e habilidades necessárias para realização de seu 
trabalho de forma segura, evitando situações de risco, inclusive aquelas 
mais específicas observadas em alguns serviços. Além disso, possibilita que 
os agentes envolvidos tenham consciência e compreensão desses riscos, de 
modo que seja possível identificá-los, reportá-los e controlá-los.
Implementar a gestão de saúde e segurança é uma atividade que envolve vários setores da empresa: 
direção, empregados e profissionais capacitados.
A seguir, vamos conhecer quem são esses profissionais capacitados.
1.4.1 Serviço Especializado em Engenharia e Medicina do Trabalho (SESMT)
O Serviço Especializado em Engenharia e Medicina do Trabalho (SESMT) é um serviço especializado 
composto por profissionais da área da saúde e da engenharia cujo objetivo é garantir a integridade física 
e psicossocial dos trabalhadores dentro do ambiente de trabalho. Ele é obrigatório para as empresas que 
possuam empregados, conforme previsão do artigo 162 da CLT:
Art. 162 – As empresas, de acordo com normas a serem expedidas pelo 
Ministério do Trabalho, estarão obrigadas a manter serviços especializados 
em segurança e em medicina do trabalho (BRASIL, 1943).
22
Unidade I
Sua regulamentação e o dimensionamento estão previstos na NR-4, já a formação dos profissionais 
que vão compor o SESMT está previsto na Portaria DSST n. 11 de 17 de setembro de 1990. Conforme 
Peinado (2019, p. 47-48), esses profissionais são:
 
• técnico de segurança do trabalho: profissional portador de certificado 
de conclusão de curso de técnico de segurança do trabalho ministrado 
no Brasil em estabelecimento de ensino de 2° grau, autorizado e 
reconhecido pelo Ministério da Educação;
• engenheiro de segurança do trabalho: profissional com graduação 
em engenharia ou arquitetura e especialização (pós-graduação) em 
engenharia de segurança do trabalho;
• auxiliar ou técnico em enfermagem do trabalho: profissional que 
apresente certificado de conclusão de curso de qualificação de auxiliar 
de enfermagem do trabalho, tendo sido ministrado por instituição 
especializada reconhecida e autorizada pelo Ministério da Educação;
• enfermeiro do trabalho: profissional com graduação em enfermagem 
e especialização (pós-graduação) em enfermagem do trabalho, tendo 
sido ministrada em universidade ou faculdade que tenha curso de 
graduação em enfermagem;
• médico do trabalho: profissional com graduação em medicina e 
curso de especialização (pós-graduação) em medicina do trabalho ou 
que tenha realizado residência médica em área de concentração em 
saúde do trabalhador ou denominação equivalente, reconhecida pela 
Comissão Nacional de Residência Médica, do Ministério da Educação. 
Em ambas as possibilidades, a especialização ou a residência médica 
deverá ter sido realizada por universidades ou faculdades que tenham 
curso de graduação em medicina.
 
Cada profissional atua de acordo com a sua área de formação. Engenheiros e técnicos de segurança, 
por exemplo, atuam na área operacional, analisam o ambiente e os riscos, estipulam as medidas 
necessárias para prevenir a ocorrência de acidentes de trabalho. Os médicos e os enfermeiros respondem 
pelas ocorrências relacionadas à saúde, por exemplo, primeiros-socorros, tratamentos, vacinação, 
entre outros.
 
O dimensionamento do SESMT, isto é, o número obrigatório de contratação dos profissionais 
especializados, também está previsto na NR-4, ele considera o grau de risco que a atividade econômica 
(empresarial) gera juntamente com o número de empregados na unidade da empresa. Não é difícil, basta 
compreendermos os critérios. A própria NR-4 organiza os diversos ramos de atividades econômicas 
determinando o grau de risco de cada atividade.
 
Na figura seguir, veremos um fragmento do quadro publicado na NR-4 contendo grau de risco de 
acordo com a atividade econômica (destaque em vermelho):
23
SAÚDE, SEGURANÇA E QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO
Figura 4 
Adaptada de: Brasil (2016, p. 9).
Vejamos agora na figura a seguir o quadro também publicado na NR-4 considerando o grau de risco da 
atividade econômica (destaque em vermelho) e o número de empregados na unidade (estabelecimento) 
da empresa (destaque em amarelo):
Figura 5 
Adaptada de: Brasil (2016, p. 35).
24
Unidade I
Vamos ao exemplo:
Empresa de fabricação de margarina e outras gorduras vegetais com 1.500 empregados no 
estabelecimento (unidade).
Grau de risco 3 de acordo com a atividade econômica:
Figura 6 
Adaptada de: Brasil (2016, p. 11).
Número de empregados no estabelecimento – 1.500:
Figura 7 
Fonte: Brasil (2016, p. 35).
Para o grau de risco 3 + 1.500 empregados são necessários: 4 técnicos de segurança no trabalho; 
1 engenheiro de segurança no trabalho; 1 auxiliar de enfermagem do trabalho e 1 médico do 
trabalho, segundo especificações da NR-4.
Perceba que cada atividade econômica, ou seja, a atividade empresarial, apresenta riscos inerentes 
às tarefas executadas na empresa, por exemplo, o risco de um comércio é diferente do risco em uma 
indústria. O risco de uma indústria de calçados é diferente do risco de uma indústria de alimentos.
25
SAÚDE, SEGURANÇA E QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO
Além disso, quanto maior a empresa, maior a dificuldade de organização e controle. Uma grande 
empresa tem empregados das mais distintas formações e experiências, os setores produtivos são diversos, 
o cuidado e a atenção devem ser maiores.
Além das atividades inerentes à formação, os profissionais do SESMT devem colaborar com a Cipa, 
vamos conhecê-la?
1.4.2 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa)
A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) tem como atribuição identificar os riscos no 
ambiente de trabalho, fiscalizar, elaborar o mapa de riscos, participar de reuniões, auxiliar o SESMT.
A grande diferença da Cipa para o SESMT é que a Cipa é composta por trabalhadores comuns da 
empresa, e não por profissionais especializados, como no SESMT. São trabalhadores dos mais variados 
setores da empresa, que conhecem a realidade do ambiente de trabalho, o desempenho das tarefas, os 
equipamentos etodos os fatores que podem influenciar a atividade laborativa.
Sua constituição também está prevista na CLT:
 
Art. 163 – Será obrigatória a constituição de Comissão Interna de Prevenção 
de Acidentes (Cipa), de conformidade com instruções expedidas pelo 
Ministério do Trabalho, nos estabelecimentos ou locais de obra nelas 
especificadas (BRASIL, 1943).
As suas atividades estão reguladas na NR-5:
 
A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – Cipa [tem] por objetivo 
a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a 
tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida 
e a promoção da saúde do trabalhador (BRASIL, 2021).
A sua composição também considera o número de empregados e o risco da empresa, mas, 
diferentemente do grau de risco previsto na Classificação Nacional de Atividades Econômicas, a 
composição da Cipa admite o agrupamento de setores econômicos pela Classificação Nacional de 
Atividades Econômicas (CNAE), que também está previsto na NR-5.
A seguir, agrupamento de setores econômicos pela CNAE + número de empregados no 
estabelecimento.
26
Unidade I
Veja como está na NR-5:
 
Figura 8 
Fonte: Brasil (2007, p. 18).
Figura 9 
Fonte: Brasil (2007, p. 9).
27
SAÚDE, SEGURANÇA E QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO
Os membros da Cipa que aparecem relacionados no quadro de dimensionamento são os eleitos. A lei 
determina que o empregador indique os seus representantes no mesmo número previsto.
Vamos ao exemplo:
Empresa de confecção de roupas íntimas que possui 200 empregados:
O primeiro passo é verificar no quadro de agrupamento de setor econômico:
Figura 10 
Fonte: Brasil (2007, p. 19).
Veja que a empresa está classificada Grupo C-4.
A empresa tem 200 empregados.
Nesse momento, deve ocorrer o cruzamento das informações: grupo + número de empregados. 
Figura 11 
Fonte: Brasil (2007, p. 9).
Veja o resultado analisando o cruzamento das linhas do C-4 com o número de empregados 
de 141 a 300.
28
Unidade I
Dimensão da Cipa
A Cipa será composta por 2 membros eleitos e efetivos, 2 membros eleitos e suplentes, 
2 membros indicados pelo empregador efetivo, 2 membros indicados pelo empregador suplente.
Percebeu que existe membro de Cipa eleito e membro indicado? Como isso funciona?
A indicação ocorre de acordo com a confiança. O empregador escolhe entre os seus empregados 
aqueles que considera ter as qualificações necessárias para desempenhar as funções de membro da Cipa.
O critério de escolha pela empresa/empregador é confiança.
Os membros indicados pelo empregador não possuem estabilidade de emprego. Além disso, 
é o empregador quem escolhe o presidente da Cipa, ou seja, entre os empregados que ele indica, o 
empregador seleciona quem considera mais capacitado para ocupar o principal cargo da Cipa: 
a presidência.
 Observação
A confiança é uma característica da personalidade e pode ser entendida 
como acreditar, estar seguro ou ter certeza sobre algo, ou em alguém.
A confiança, então, seria a hipótese que formulamos sobre o comportamento 
futuro de algo ou alguém, e que não depende de nós.
A palavra confiança é substantivo do verbo confiar. Sua origem é do 
latim confidere, que significa “acreditar plenamente, com firmeza”. O sufixo 
“fidere” significa fé, por isso a palavra confiar é muito usada como sinônimo 
de fé (SIGNIFICADO..., 2022).
A confiança existe enquanto permanecer a lealdade entre as partes, 
quando ela é quebrada, não há por que permanecer o vínculo, por isso o 
membro da Cipa, escolhido pelo empregador, não tem estabilidade. Acabou 
a confiança, acabou a relação.
Já os membros eleitos são escolhidos pelos colegas de trabalho por meio de escrutínio secreto. As 
vagas serão preenchidas pelos candidatos mais votados. Os membros eleitos possuem estabilidade de 
emprego, são eles que escolhem o vice-presidente da Cipa.
O processo eleitoral apresenta as seguintes fases:
•	 Edital de abertura do processo eleitoral.
•	 Inscrição dos candidatos.
29
SAÚDE, SEGURANÇA E QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO
•	 Eleição.
•	 Apuração dos votos.
•	 Posse.
Os membros da Cipa cumprirão um mandato de um ano, podendo ser reeleito em mais um mandato 
consecutivo.
Já o período de estabilidade abrange:
•	 da inscrição até a apuração, para os que não foram eleitos;
•	 da inscrição até um ano após o final do mandato, para os que foram eleitos.
Para o empregado reeleito, isto é, após o término do primeiro mandato, concorreu e foi eleito 
novamente, o período abrange:
•	 da inscrição até um ano após o segundo mandato.
Caso a empresa seja de pequeno porte e não preencha os critérios de obrigatoriedade de eleição, 
deve designar uma pessoa responsável para realizar as funções da Cipa conforme determinação da NR-5:
 
Quando o estabelecimento não se enquadrar no Quadro I, a empresa 
designará um responsável pelo cumprimento dos objetivos desta NR, 
podendo ser adotados mecanismos de participação dos empregados, 
através de negociação coletiva (BRASIL, 2007, p. 1).
A Cipa deve se reunir mensalmente, são as reuniões ordinárias, cujas datas devem ser fixadas logo 
no início do mandato. Ocorrendo algum acidente, deve ser realizada uma reunião extraordinária com 
o intuito principal de avaliar as causas do acidente.
Além disso, a Cipa, juntamente com o SESMT, elabora a Semana Interna de Prevenção de Acidentes 
de Trabalho (SIPAT). É um evento com várias atividades, com o objetivo de conscientizar os trabalhadores 
em relação à importância de serem adotadas medidas preventivas e práticas de higiene, saúde e 
segurança no trabalho.
A SIPAT deve ser desenvolvida anualmente, com a realização de palestras, treinamentos, oficinas, 
entre outros. Os temas poderão ser os mais variados: alcoolismo, tabagismo, obesidade, qualidade de 
vida, ergonomia, finanças pessoais. O importante é organizar a SIPAT de acordo com as necessidades 
do público-alvo.
30
Unidade I
1.5 Treinamento, fiscalização, poder disciplinar da empresa
No artigo 2º da CLT (citado anteriormente), está disposto que é considerado empregador aquele que 
“dirige a prestação pessoal de serviço”. Já a NR-1, em seu item 1.4.1, prevê: 
 
Cabe ao empregador:
a) Cumprir e fazer cumprir as disposições legais e regulamentares sobre 
segurança e saúde no trabalho (BRASIL, 2020).
Note que são duas disposições legais, concedendo o poder de direção ao empregador. Com o poder, 
vêm as responsabilidades, entre elas, “fazer cumprir”. Mas, para exigir o atendimento das normas de 
segurança, a empresa deve treinar os seus trabalhadores.
Chiavenato (2014, p. 310) descreve a importância do treinamento:
 
Treinamento é a experiência aprendida que produz uma mudança 
relativamente permanente em um indivíduo e que melhora sua capacidade 
de desempenhar um cargo. Pode envolver uma mudança de habilidades, 
conhecimento, atitudes ou comportamento. Isso significa mudar o que 
os empregados conhecem, como eles trabalham, suas atitudes diante do 
trabalho e suas interações com os colegas ou supervisor.
Já Peinado (2019, p. 31) nos apresenta a importância do treinamento em segurança e saúde do trabalho:
 
Treinamentos e capacitações sobre segurança e saúde do trabalho são 
ferramentas importantes para garantir que os trabalhadores tenham 
conhecimento a respeito dos possíveis riscos nas atividades que 
desenvolverão e das formas de evitá-los ou controlá-los.
Como vimos, é por meio do treinamento que o trabalhador adquire a consciência da importância 
da adoção das medidas de segurança. A obrigatoriedade da realização de treinamentos está prevista 
em várias NRs. Do total de 37 normas, cerca de 14 determinam treinamentos; destas, 3 determinam 
treinamentos de caráter geral, são elas: a NR-1, NR-5, NR-7:
•	 NR-1: determina que a empresa deve informar ao trabalhador sobre os riscos ao qual está exposto 
e adotar medidas de prevenção.
•	 NR-5: como já vimos, trata da Cipa.
•	 NR-7: dispõe sobre o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO). Em seu 
item 7.5, trata dos primeirossocorros: 
31
SAÚDE, SEGURANÇA E QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO
7.5. Dos primeiros socorros
7.5.1. Todo estabelecimento deverá estar equipado com material necessário 
à prestação dos primeiros socorros, considerando-se as características da 
atividade desenvolvida; manter esse material guardado em local adequado 
e aos cuidados de pessoa treinada para esse fim (BRASIL, 2018, p. 6).
As demais normas tratam de treinamentos específicos para as atividades reguladas. O importante é 
que somente por meio da informação, da educação e do treinamento, o trabalhador adquire a consciência 
preventiva, formá-la é responsabilidade da empresa.
Em se tratando de segurança e saúde no trabalho, oferecer o treinamento, cuidar do empregado, 
assegurar o ambiente adequado e salubre é dever da empresa. Caso ocorra um acidente de trabalho, a 
responsabilidade pelos danos será da empresa.
O Supremo Tribunal Federal (STF) ratificou esse entendimento ao editar uma súmula vinculante 
(jurisprudência) em decisão no Recurso Extraordinário (RE) n. 828040. Nessa decisão, o STF reconheceu 
que a empresa (empregadora) responderá pela culpa objetiva na ocorrência do acidente de trabalho, ou 
seja, ocorrendo o acidente de trabalho, em primeiro plano, a culpa será do empregador.
A decisão reafirma o previsto na NR-1, ratificando a responsabilidade da empresa pela preservação 
da vida dos seus empregados. Portanto, treinar, educar, conscientizar os empregados sobre os riscos da 
atividade e das medidas de proteção é obrigação da empresa.
Além de treinar, a empresa poderá adotar as seguintes práticas:
 
(a) incentivo e treino de funcionários na adoção da prática do 5S32*;
(b) realização de treinamento de reciclagem quando se identifica que um 
funcionário não está seguindo as regras de SST;
(c) promoção de eventos com enfoque em SST;
(d) instrução, com o objetivo de reduzir problemas relacionados à ergonomia;
(e) estabelecimento de profissional responsável pela coordenação, 
implementação e avaliação dos programas de capacitação afetos à SST;
(f) difusão dos programas de capacitação relacionados à SST para todos 
os trabalhadores.
*Programa de Gestão da Qualidade desenvolvido no Japão que visa 
aperfeiçoar aspectos comportamentais relacionados ao senso de utilização, 
32
Unidade I
de organização, de limpeza, de padronização e de disciplina (Seiri, Seiton, 
Seiso, Seiketsu e Shitsuke, respectivamente) (PEINADO, 2019, p. 50).
Veja que, se, por um lado, a empresa tem a obrigação de adotar as medidas de segurança e saúde no 
trabalho, treinar e conscientizar os empregados; por outro, também deve fiscalizar e fazer com que eles 
acatem as medidas de segurança.
O que acontece caso o empregado não siga as recomendações da empresa?
É o que veremos a seguir.
1.5.1 Punição: advertência, suspensão, justa causa
O artigo 3º da CLT dispõe que “Considera-se empregado [...] sob a dependência [...]” (BRASIL, 1943). 
Sob a dependência significa que o empregado está sujeito a ordens, ele é subordinado.
Já a NR-1 prevê:
 
 Cabe ao trabalhador:
a) cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança 
e saúde no trabalho, inclusive as ordens de serviço expedidas 
pelo empregador;
b) submeter-se aos exames médicos previstos nas NR;
c) colaborar com a organização na aplicação das NR; e
d) usar o equipamento de proteção individual fornecido pelo empregador.
Constitui ato faltoso a recusa injustificada do empregado ao cumprimento 
do disposto nas alíneas do subitem anterior (BRASIL, 2020, p. 3).
Vimos anteriormente que o empregador tem uma série de obrigações em relação às medidas de 
segurança no trabalho; por outro lado, o empregado também tem obrigações, que, resumidamente, é 
seguir as ordens relativas à adoção das medidas de segurança.
Uma vez treinado, capacitado, orientado sobre as medidas preventivas e sobre os riscos do ambiente, 
o empregado deve seguir à risca todas as determinações.
Nesse sentido, caso ocorra o descumprimento, a empresa terá a faculdade de aplicar penalidades, 
que poderão ser advertência, suspensão e justa causa, conforme veremos a seguir.
33
SAÚDE, SEGURANÇA E QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO
Advertência
Advertir é chamar a atenção, é comunicar ao empregado, de forma mais incisiva, que a ação 
praticada por ele não está de acordo com as regras da empresa. Aplica-se em uma situação na qual a 
falta cometida pelo empregado não tenha sido muito grave.
A advertência pode ser verbal ou escrita, recomenda-se que seja escrita, já que ela poderá servir 
como prova no futuro.
A advertência poderá ser aplicada pelo superior hierárquico, pelo técnico de segurança do trabalho, 
pelo membro da Cipa. Caso o empregado se recuse a assinar o termo de advertência, poderá ser colhida 
a assinatura de duas testemunhas.
Suspensão disciplinar
Suspender é interromper temporariamente a prestação do serviço. Aplica-se em situações em que 
a falta tenha sido mais grave ou que tenha ocorrido uma reincidência do ato que gerou a advertência, 
é uma penalidade mais rigorosa.
O empregado terá os dias de suspensão descontados e computados como faltas nas férias e no 
13º salário. O limite de tempo da suspensão é de até 30 dias, conforme previsão do artigo 474 da CLT 
(BRASIL, 1943).
Caso o empregado se recuse a assinar o termo, a empresa deve colher a assinatura de duas testemunhas.
 Lembrete
Quando pensamos na aplicação da penalidade, devemos ter clara a 
situação específica. Mas, para evitar o tratamento desigual, é importante 
que a empresa elabore um código de conduta ou regimento interno. 
Esse documento deve prever as penalidades, condições de aplicação, 
possibilidades de recurso.
Caso a sua empresa não possua, o correto é agir com prudência. Analise 
o histórico do trabalhador, a ação praticada e as consequências da ação no 
ambiente de trabalho.
Demissão por justa causa
É a maior penalidade que o trabalhador pode receber. São situações graves previstas no artigo 482 
da CLT, que compreendem:
 
34
Unidade I
Art. 482 – Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho 
pelo empregador:
a) ato de improbidade;
b) incontinência de conduta ou mau procedimento;
c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do 
empregador, e quando constituir ato de concorrência à empresa para 
a qual trabalha o empregado, ou for prejudicial ao serviço;
d) condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não 
tenha havido suspensão da execução da pena;
e) desídia no desempenho das respectivas funções;
f) embriaguez habitual ou em serviço;
g) violação de segredo da empresa;
h) ato de indisciplina ou de insubordinação;
i) abandono de emprego;
j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra 
qualquer pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em 
caso de legítima defesa, própria ou de outrem;
k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra 
o empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima 
defesa, própria ou de outrem;
l) prática constante de jogos de azar.
m) perda da habilitação ou dos requisitos estabelecidos em lei para 
o exercício da profissão, em decorrência de conduta dolosa 
do empregado.
Parágrafo único – Constitui igualmente justa causa para dispensa 
de empregado a prática, devidamente comprovada em inquérito 
administrativo, de atos atentatórios à segurança nacional (BRASIL, 1943).
35
SAÚDE, SEGURANÇA E QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO
Em relação ao descumprimento das normas de segurança e saúde no trabalho, podemos elencar:
•	 Desídia no desempenho das respectivas funções: configura a falta de atenção, falta de 
interesse no trabalho, desleixo, negligência em relação ao desempenho das tarefas.
•	 Ato de indisciplina ou de insubordinação: indisciplina é quando o empregado descumpre 
as regras da empresa, por exemplo: não utilizar o EPI conforme a orientação; insubordinação 
ocorre quando o empregado descumpre as ordens diretas destinadas a ele, por exemplo: não 
desempenharas atividades conforme a orientação recebida.
As penalidades devem respeitar os seguintes critérios:
•	 Ser aplicada imediatamente após o ato faltoso, sob pena de ser reconhecido o perdão.
•	 A penalidade aplicada deve respeitar a gravidade do ato, ou seja, a pena deve ser proporcional ao 
ato praticado pelo empregado.
•	 O empregado não pode ser penalizado mais que uma vez pelo mesmo ato.
•	 Ao aplicar a pena, a empresa deve respeitar a individualidade do empregado, não deve expô-lo 
perante os demais colegas.
•	 A empresa deve tomar o cuidado de não ser injusta ao aplicar a pena.
Muitas empresas possuem o Código de Ética ou Regimento Interno. Nesses documentos, podem 
existir a previsão da aplicação das penalidades e as formas de recurso.
 Observação
Acusar o trabalhador de ter cometido justa causa, injustificadamente, 
pode configurar o crime de calúnia, injúria ou difamação. Dessa forma, 
é importante a empresa fazer a apuração correta dos fatos. Havendo a 
falta, a organização deve ter o cuidado de enquadrar o ato na modalidade 
correta de justa causa.
1.5.2 Justa causa do empregador: rescisão indireta, indenização por perdas e danos, 
danos morais
Rescisão indireta
Não é só o trabalhador que comete a justa causa, o empregador, a empresa empregadora, também 
poderá cometer. As situações estão prevista no artigo 483 da CLT:
 
36
Unidade I
Art. 483 – O empregado poderá considerar rescindido o contrato e pleitear 
a devida indenização quando:
a) forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos por lei, 
contrários aos bons costumes, ou alheios ao contrato;
b) for tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos com 
rigor excessivo;
c) correr perigo manifesto de mal considerável;
d) não cumprir o empregador as obrigações do contrato;
e) praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de sua 
família, ato lesivo da honra e boa fama;
f) o empregador ou seus prepostos ofenderem-no fisicamente, salvo em 
caso de legítima defesa, própria ou de outrem;
g) o empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de 
forma a afetar sensivelmente a importância dos salários.
§ 1º – O empregado poderá suspender a prestação dos serviços ou rescindir 
o contrato, quando tiver de desempenhar obrigações legais, incompatíveis 
com a continuação do serviço.
§ 2º – No caso de morte do empregador constituído em empresa individual, 
é facultado ao empregado rescindir o contrato de trabalho.
§ 3º – Nas hipóteses das letras “d” e “g”, poderá o empregado pleitear a rescisão 
de seu contrato de trabalho e o pagamento das respectivas indenizações, 
permanecendo ou não no serviço até final decisão do processo (BRASIL, 1943).
Veja que a maioria das situações está relacionada às condições de trabalho, o contido das letras a, b, 
c e d aplica-se diretamente às condições de segurança e saúde no trabalho. Os principais motivos que 
levam ao pedido de rescisão indireta são assédio moral, assédio sexual, descumprimento de contrato por 
parte da empresa, exposição a perigos no ambiente de trabalho.
Caso ocorra uma das situações, o empregado poderá ingressar com o pedido de reconhecimento 
de rescisão indireta, que nada mais é do que uma ação trabalhista, em que o empregado solicita 
que a empresa seja condenada a demiti-lo. O trabalhador deve anexar ao processo todas as provas 
do pedido. Estando configurada a gravidade da situação, a empresa será condenada a pagar todos 
os direitos ao empregado, podendo inclusive ser condenada a pagar pelo dano moral. Mas, caso a 
37
SAÚDE, SEGURANÇA E QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO
situação seja inversa, e a empresa não seja condenada, a rescisão de contrato será considerada como 
pedido de demissão.
Preste atenção no seguinte ponto: todo dano gerado gera a obrigação de indenizar.
Indenização por perdas e danos, danos morais
A justa causa é a maior pena aplicável na relação de trabalho, sua aplicação deve ser feita com 
cautela. O empregado demitido injustamente por justa causa sofre:
•	 Dano material: por não ter recebido aviso-prévio, multa dos 40% do FGTS, FGTS e o 
seguro-desemprego.
•	 Dano moral: pela dor, angústia, por ter sido acusado de ter praticado uma falta grave injustamente.
Já a empresa, que descumpre com as suas obrigações e pratica um ato abusivo, também gera:
•	 Dano material: em decorrência do não cumprimento de todas as obrigações previstas no contrato.
•	 Dano moral: pela angústia, sofrimento que gerou ao trabalhador em decorrência do desrespeito, 
da falta de cuidados, do tratamento indigno.
Para compreendermos melhor o dever de indenizar, vamos conhecer como a lei aborda o tema.
Veja como a Constituição Federal prevê:
 
Art. 5º – Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e 
à propriedade, nos termos seguintes: 
[...]
X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das 
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral 
decorrente de sua violação (BRASIL, 1988).
O inciso X prevê a possibilidade de indenização do dano de qualquer espécie, inclusive do dano 
moral. Lembre-se de que a Constituição foi promulgada em 1988, logo depois veio a edição do Código 
Civil em 2002, que assim prevê:
 
Art. 927 – Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, 
fica obrigado a repará-lo.
38
Unidade I
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente 
de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade 
normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, 
risco para os direitos de outrem (BRASIL, 2002).
O Código Civil prevê a obrigação de reparação do dano. Note que ele não a especifica, o que significa 
que qualquer espécie de dano deve ser indenizada.
 Saiba mais
O Código Civil é a legislação que nos acompanha por toda a vida.
Em seu corpo, traz artigos que versam sobre os direitos da pessoa física, 
pessoa jurídica, propriedade, sucessão, empresas, entre outros temas.
Toda legislação federal está registrada no Planalto. Portanto, caso você 
tenha curiosidade, acesse:
BRASIL. Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2022. Institui o Código Civil. 
Brasília, 2022. Disponível em: https://is.gd/FjWDfJ. Acesso em: 25 maio 2022.
A reforma trabalhista de 2017 alterou a CLT em vários pontos, entre eles, incluiu a possibilidade 
de indenização:
 
Art. 223-A. Aplicam-se à reparação de danos de natureza extrapatrimonial 
decorrentes da relação de trabalho apenas os dispositivos deste Título.
Art. 223-B. Causa dano de natureza extrapatrimonial a ação ou omissão que 
ofenda a esfera moral ou existencial da pessoa física ou jurídica, as quais são 
as titulares exclusivas do direito à reparação.
Art. 223-C. A honra, a imagem, a intimidade, a liberdade de ação, a autoestima, 
a sexualidade, a saúde, o lazer e a integridade física são os bens juridicamente 
tutelados inerentes à pessoa física (BRASIL, 1943).
Quando a CLT aborda sobre o dano extrapatrimonial, ela está tratando do dano moral. A lei ainda 
teve o cuidado de descrever as ações ou omissões que podem ser caracterizadas como dano moral, entre 
elas: ofensa à esfera moral ou existencial, à honra, autoestima, saúde, integridade física etc.
Analisando as três disposições legais, chegamos à conclusão de que, quando uma empresa descumpre 
com as suas obrigações e não proporciona um ambiente de trabalho seguro, adequado, respeitoso, 
agradável, ela gera o dano, consequentemente, o dever de indenizar.
39
SAÚDE, SEGURANÇA E QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO
Ocorrendo um acidente de trabalho, ou sendo desenvolvida uma doença decorrente do trabalho, o 
trabalhador terá direito a receber a indenização por:
•	 Dano material: decorrente dos valores que o trabalhador deixou de receber, por exemplo, 
gratificações, bônus. Além disso, os custos com transporte,medicamentos, cuidados etc.
•	 Dano moral: em decorrência da dor, sofrimento, angústia, em muitos casos, pelo desenvolvimento 
de doenças psicossociais, como depressão e ansiedade. Os danos causados pelo assédio moral e 
assédio sexual se encaixam nessa situação.
•	 Dano estético: em decorrência das sequelas físicas que o trabalhador tenha sofrido.
•	 Lucro cessante: será devido quando o trabalhador perder uma renda, por exemplo: uma operadora 
de máquinas que, fora da jornada de trabalho, desenvolvia uma segunda atividade, como manicure. 
Ao sofrer o acidente, a operadora não pode trabalhar, portanto, além da remuneração que 
recebia como operadora de máquinas ela terá o direito de receber o valor correspondente ao 
que auferia como manicure.
Segurança e saúde no trabalho são de grande importância para a empresa, mas, apesar das 
disposições legais e principalmente das consequências previstas, ainda ocorrem muitos acidentes de 
trabalho no Brasil.
A tabela a seguir, publicada no site do Ministério do Trabalho e Previdência, demonstra a quantidade 
de acidentes de trabalho:
Tabela 1
Acidentes de trabalho - Brasil
Ano Total de acidentes Brasil Variação em relação ao ano anterior
2013 725.664 1,64%
2014 712.302 -1,84%
2015 622.379 -12,62%
2016 585.626 -5,91%
2017 557.626 -4,78%
2018 586.017 5,09%
2019 582.507 -6,60%
Fonte: Brasil (2021).
1.6 Prevenção e combate a incêndios: brigada de incêndio
Um dos fatores de riscos que mais preocupa as empresas é o incêndio, são várias as causas da 
ocorrência: instalações elétricas, produtos inflamáveis, produtos químicos, entre outras.
40
Unidade I
Mas você já parou para pensar como o fogo surge?
O fogo é uma reação química que necessita de três elementos: combustível, comburente e calor. Em 
contato, esses três elementos poderão dar a origem para o fogo se alastrar.
Co
m
bu
st
íve
l
Calor
Oxigênio 
acima de 13%
Sólidos
Líquidos
Gasosos
Energia que provoca calor
Com
burente
Figura 12 
Fonte: Ibiporã (2022, p. 4).
O combustível é a substância que pode queimar, ela poderá ser sólida, líquida ou gasosa.
•	 Combustível sólido: madeira, papel, algodão, tecido etc.
•	 Combustível líquido: álcool, gasolina, acetona etc.
•	 Combustível gasoso: GN (gás natural), GLP (gás liquefeito de petróleo) etc.
O comburente é o que dá vida ao fogo, o mais comum é o oxigênio, mas ainda pode ser o hidrogênio, 
metais leves, magnésio, titânio, entre outros.
O calor é a fonte de energia do fogo, é ele que o inicia e possibilita a sua propagação.
Os elementos isolados não são capazes de gerar o fogo, mas, quando interagem, provocam uma 
reação em cadeia.
Veja que vários produtos podem se configurar como combustível, o que ocasiona tipos diferentes 
de incêndios:
41
SAÚDE, SEGURANÇA E QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO
Figura 13 
Fonte: Ibiporã (2022, p. 9).
Não são todos os trabalhadores que estão habilitados para reconhecer essas diferenças e, 
principalmente, as diferentes formas de combate ao incêndio. Pensando nisso, foi instituída a NR-23, 
que prevê as regras preventivas e informações sobre a instituição da brigada de incêndio.
42
Unidade I
Com previsão na NBR 14276 (BRASIL, 2006), a brigada de incêndio consiste em um grupo de pessoas 
treinadas e capacitadas para atuar dentro da empresa com o objetivo de:
•	 prevenir a ocorrência de incêndios;
•	 combater o início do incêndio;
•	 atuar na evacuação e no atendimento de primeiros socorros;
•	 acionar os alarmes de incêndio e avisar o Corpo de Bombeiros, em emergências.
Sua composição considera o número de pessoas que frequentam o ambiente de trabalho, a ideia 
principal é os brigadistas estarem aptos para combater as primeiras chamas e conduzir os trabalhadores 
para um ambiente seguro quando ocorrer uma emergência.
A vantagem da brigada de incêndio é que os brigadistas conhecem o ambiente de trabalho, 
as instalações da empresa, os locais de maior risco, as saídas e, principalmente, as pessoas que 
trabalham na empresa.
Eles atuam para preservar a vida dos trabalhadores, são eles que prestam os primeiros socorros. Eles 
devem agir junto com o SESMT, analisando e fiscalizando o ambiente de trabalho no intuito de localizar 
os possíveis fatores de riscos de incêndio. Cabe à empresa selecioná-los.
 
A escolha do funcionário para ser brigadista será feita pela administração 
e implicará a ele uma tarefa a ser executada esporadicamente, em algum 
turno ou em tempo integral. Essa determinação vai depender do tamanho 
e da estrutura da brigada, do nível de risco da atividade, do ambiente de 
trabalho, do histórico de sinistros, danos, doenças profissionais, mortes e 
exposições a fatores adversos (SÃO PAULO, 2005, p. 28).
Os brigadistas devem:
•	 trabalhar dentro da empresa;
•	 ter boas condições física e de saúde;
•	 conhecer a estrutura da empresa.
Todas as empresas precisam ser vistoriadas pelo Corpo de Bombeiros para obter o AVCB-Laudo de 
Vistoria do Corpo de Bombeiros. Esse documento atesta que a empresa atendeu às normas técnicas 
necessárias para a prevenção e o combate aos incêndios.
A estrutura da brigada vai considerar o número de pavimentos que a empresa possuir. Segundo o 
manual da brigada de incêndio (SÃO PAULO, 2005), a estrutura básica deve ser composta por:
43
SAÚDE, SEGURANÇA E QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO
•	 administrador da brigada;
•	 líder;
•	 assistente;
•	 membros;
•	 apoio.
O treinamento dos membros da brigada de incêndio deve respeitar as normas estaduais do Corpo 
de Bombeiros.
 Saiba mais
Conheça a norma que dispõe sobre a brigada de incêndio:
ABNT. ABNT NBR 14276: Brigada de Incêndio – Requisitos. Rio de 
Janeiro, 2006.
2 ACIDENTE DO TRABALHO E DOENÇA DO TRABALHO
O professor doutor Sérgio Pinto Martins apresenta o seguinte conceito para acidente do trabalho:
 
[...] contingência que ocorre pelo exercício de trabalho a serviço do 
empregador ou pelo exercício de trabalho dos segurados especiais, 
provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte 
ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o 
trabalho (MARTINS, 2002, p. 420-421).
Do conceito, podemos extrair que o acidente de trabalho é o que ocorre no desempenho das atividades 
laborativas, ou seja, pelo exercício do trabalho. O acidente será caracterizado independentemente de 
ocorrer dentro das instalações da empresa, mas desde que tenha ocorrido em função do trabalho. O 
importante é haver nexo causal entre o acidente e o trabalho. Por exemplo, um trabalhador que foi 
vistoriar uma instalação da empresa e sofre um acidente no trajeto ou um trabalhador que foi viajar a 
serviço da empresa e se acidenta.
Outro ponto necessário, segundo o professor Martins, é que o acidente cause uma lesão ou a morte 
do trabalhador. Veja que ele não distingue o tipo de lesão, ela pode ser física ou psicológica. Exemplo: 
trabalhador portador de depressão decorrente do ambiente de trabalho.
44
Unidade I
Mas, e o que diz a lei?
2.1 Caracterização legal e a caracterização prevencionista
O conceito do doutor Martins está de acordo com as duas normas que versam sobre o assunto, veja 
o previsto na lei previdenciária, Lei n. 8.213/1991, que apresenta a seguinte definição:
 
Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho 
a serviço de empresa ou de empregador doméstico ou pelo exercício do 
trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando 
lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou 
redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. [...].
Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, 
as seguintes entidades mórbidas:
I – doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada 
pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e 
constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho 
e da Previdência Social;
II – doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada 
em funçãode condições especiais em que o trabalho é realizado e 
com ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada 
no inciso I (BRASIL, 1991).
Já a Lei n. 6.367, de 19 de outubro de 1976, além de conceituar o acidente de trabalho, estabelece 
as possibilidades de equiparação:
 
Art. 2º Acidente do trabalho é aquele que ocorrer pelo exercício do trabalho 
a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional 
que cause a morte, ou perda, ou redução, permanente ou temporária, da 
capacidade para o trabalho.
§ 1º Equiparam-se ao acidente do trabalho, para os fins desta lei:
I – a doença profissional ou do trabalho, assim entendida a inerente ou 
peculiar a determinado ramo de atividade e constante de relação 
organizada pelo Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS);
II – o acidente que, ligado ao trabalho, embora não tenha sido a causa 
única, haja contribuído diretamente para a morte, ou a perda, ou 
redução da capacidade para o trabalho;
45
SAÚDE, SEGURANÇA E QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO
III – o acidente sofrido pelo empregado no local e no horário do trabalho, 
em consequência de:
a) ato de sabotagem ou de terrorismo praticado por terceiros, inclusive 
companheiro de trabalho;
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa 
relacionada com o trabalho;
c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro inclusive 
companheiro de trabalho;
d) ato de pessoa privada do uso da razão;
e) desabamento, inundação ou incêndio;
f) outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior.
IV – a doença proveniente de contaminação acidental de pessoal de área 
médica, no exercício de sua atividade;
V – o acidente sofrido pelo empregado ainda que fora do local e horário 
de trabalho:
a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade 
da empresa;
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe 
evitar prejuízo ou proporcionar proveito;
c) em viagem a serviço da empresa, seja qual for o meio de locomoção 
utilizado, inclusive veículo de propriedade do empregado;
d) no percurso da residência para o trabalho ou deste para aquela.
§ 2º Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da 
satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou 
durante este, o empregado será considerado a serviço da empresa.
§ 3º Em casos excepcionais, constatando que doença não incluída na relação 
prevista no item I do § 1º resultou de condições especiais em que o trabalho 
é executado e com ele se relaciona diretamente, o Ministério da Previdência 
e Assistência Social deverá considerá-la como acidente do trabalho.
46
Unidade I
§ 4º Não poderão ser consideradas, para os fins do disposto no § 3º, a doença 
degenerativa, a inerente a grupo etário e a que não acarreta incapacidade 
para o trabalho.
§ 5º Considera-se como dia do acidente, no caso de doença profissional ou 
do trabalho, a data da comunicação desta à empresa ou, na sua falta, a da 
entrada do pedido de benefício do INPS, a partir de quando serão devidas as 
prestações cabíveis (BRASIL, 1976).
Note também que as legislações equiparam a doença profissional e a doença do trabalho ao acidente 
de trabalho.
A doença profissional é aquela que ocorre pelo trabalho, está diretamente ligada à categoria 
profissional do trabalhador. Exemplo, um motorista de ônibus desenvolver problemas na coluna.
A doença do trabalho é aquela que ocorre em decorrência das condições do trabalho. Exemplo, um 
enfermeiro se contaminar por falta de equipamento de proteção individual.
As leis ainda fazem a seguinte distinção:
•	 Acidente típico: acidente que ocorre no exercício da atividade laborativa ou em função do 
trabalho. Exemplo: a tripulação de um avião que sofre um acidente aéreo.
•	 Acidente de trajeto: é aquele que ocorre no deslocamento (percurso): casa/trabalho e vice-versa.
Veja que há uma diferença fundamental entre as duas situações:
No acidente típico, a empresa é responsável. De acordo com o conceito de culpa objetiva, visto 
anteriormente, o empregado poderá pleitear a indenização pelo dano sofrido.
No acidente de trajeto, a empresa não tem responsabilidade, salvo se o meio de transporte seja 
oferecido pela empresa. Exemplo: caso a empresa ofereça ônibus fretado, ela será responsável, pois foi a 
empresa que contratou o serviço de transporte, foi ela que escolheu o prestador de serviço.
Mas, se o empregado estiver se locomovendo por meios próprios, ou por transporte público, a 
empresa empregadora não será responsável. Exemplo: um empregado se desloca com moto própria e se 
acidenta, a empresa não é culpada.
Acidente de trajeto gera direito à estabilidade? Sim, caso o empregado seja afastado por mais de 
15 dias e receba o auxílio-doença acidentário.
Mas o acidente de trajeto ainda é acidente de trabalho?
Para responder a essa pergunta, veja o que diz o advogado Marcelo Trigueiros, publicado no site Jusbrasil.
47
SAÚDE, SEGURANÇA E QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO
Segundo o autor, o acidente de trajeto está regulamentado pela Lei n. 8.213/1991, artigo 21, 
inciso IV, letra d:
 
Entre 12 de novembro de 2019 e 20 de abril de 2020, esteve em vigor a 
Medida Provisória n. 905. [...]. Entre os direitos retirados, de fato estava o de 
caracterização do acidente de trajeto como acidente de trabalho.
Acontece que as Medidas Provisórias produzem efeitos apenas por um 
período determinado (provisório!). Para que continuem vigorando, elas 
devem ser convertidas em lei. No entanto, (felizmente) a MP n. 905 não 
foi convertida em lei (TRIGUEIROS. [s.d.]).
Sendo assim, os acidentes ocorridos nos períodos em que as medidas provisórias estavam em vigor, 
ou seja, entre 12 de novembro de 2019 e 20 de abril de 2020, não devem ser considerados acidentes 
de trabalho.
Após o período mencionado, as MPs perderam a eficácia, e a letra d, do inciso IV, do artigo 21, da Lei 
n. 8.213/1991, voltou a vigorar. Portanto, o acidente de trajeto é acidente de trabalho.
 Saiba mais
Vale a pena você consultar o artigo, ele apresenta vários argumentos e 
informações sobre o tema:
TRIGUEIROS, M. Acidente de trajeto em 2021: quais são os direitos do 
empregado acidentado? Jusbrasil, [s.d.]. Disponível em: https://is.gd/na8feg. 
Acesso em: 27 maio 2022.
2.2 Conceitos de insalubridade, periculosidade e penosidade
Certamente, você já ouviu falar desses adicionais, mas conhece a diferença entre eles?
Eles estão previstos na Constituição Federal:
 
Artigo 7º: São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros 
que visem à melhoria de sua condição social. [...].
XXIII – adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou 
perigosas, na forma da lei (BRASIL, 1988).
48
Unidade I
Atividades insalubres
Além da previsão na Constituição Federal, ela está regulamentada pelos artigos 189 a 197 da CLT 
e pela NR-15.
 
Art. 189 da CLT – Serão consideradas atividades ou operações insalubres 
aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham 
os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância 
fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de 
exposição aos seus efeitos (BRASIL, 1943).
Serão consideradas atividades insalubres aquelas que gerarem risco à saúde física ou psicológica do 
trabalhador, de maneira constante e que ultrapasse os limites de exposição fixados na NR-15.
 Saiba mais
A relação dos agentes nocivos está na NR-15, veja o quadro-resumo 
publicado pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT):
CSJT. Insalubridade. Facebook, 27 jun. 2019. Disponível em: 
https://is.gd/7FHFta. Acesso em: 9 jun. 2022.
Você conhece o Conselho Superior da Justiça do Trabalho?
É um órgão da Justiça do Trabalho que, além das inúmeras atribuições, 
visa uniformizar as decisões que são proferidas. O órgão ainda promove a 
educação e a divulgação das informações relativas aos direitos trabalhistas.
Visite o site e sua página em redes

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