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1 
 
Disciplina: Metodologia do ensino das lutas 
Autores: M.e Luciano de Lacerda Gurski 
Revisão de Conteúdos: Sérgio Antonio Zanvettor Júnior 
Revisão Ortográfica: Esp. Juliano de Paula Neitzki 
Ano: 2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Copyright © - É expressamente proibida a reprodução do conteúdo deste material integral ou de suas 
páginas em qualquer meio de comunicação sem autorização escrita da equipe da Assessoria de 
Marketing da Faculdade São Braz (FSB). O não cumprimento destas solicitações poderá acarretar em 
cobrança de direitos autorais. 
 
 
2 
 
Luciano de Lacerda Gurski 
 
 
 
 
 
Metodologia do Ensino das Lutas 
1ª Edição 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2019 
Curitiba, PR 
Editora São Braz 
 
 
3 
 
Editora São Braz 
Rua Cláudio Chatagnier, 112 
Curitiba – Paraná – 82520-590 
Fone: (41) 3123-9000 
 
 
 
 
 
Coordenador Técnico Editorial 
Marcelo Alvino da Silva 
 
Revisão de Conteúdos 
Sérgio Antonio Zanvettor Júnior 
 
Revisão Ortográfica 
Juliano de Paula Neitzki 
 
Desenvolvimento Iconográfico 
Juliana Emy Akiyoshi Eleutério 
 
 
 
 
 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
 
 
GURSKI, Luciano de Lacerda. 
Metodologia do ensino das lutas (40h) / Luciano de Lacerda Gurski. – Curitiba: 
Editora São Braz, 2019. 
70 p. 
ISBN: 978-85-5475-364-1 
1. Capacidade. 2. Cultura. 3. Garra. 
Material didático da disciplina de Metodologia do ensino das lutas (40h) – 
Faculdade São Braz (FSB), 2019. 
Natália Figueiredo Martins – CRB 9/1870 
 
 
4 
 
PALAVRA DA INSTITUIÇÃO 
 
Caro(a) aluno(a), 
Seja bem-vindo(a) à Faculdade São Braz! 
 
 Nossa faculdade está localizada em Curitiba, na Rua Cláudio Chatagnier, 
nº 112, no Bairro Bacacheri, criada e credenciada pela Portaria nº 299 de 27 de 
dezembro 2012, oferece cursos de Graduação, Pós-Graduação e Extensão 
Universitária. 
 A Faculdade assume o compromisso com seus alunos, professores e 
comunidade de estar sempre sintonizada no objetivo de participar do 
desenvolvimento do País e de formar não somente bons profissionais, mas 
também brasileiros conscientes de sua cidadania. 
 Nossos cursos são desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar 
comprometida com a qualidade do conteúdo oferecido, assim como com as 
ferramentas de aprendizagem: interatividades pedagógicas, avaliações, plantão 
de dúvidas via telefone, atendimento via internet, emprego de redes sociais e 
grupos de estudos o que proporciona excelente integração entre professores e 
estudantes. 
 
 
 Bons estudos e conte sempre conosco! 
 Faculdade São Braz 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
Sumário 
Prefacio....................................................................................................... 06 
Aula 1 – As lutas e a educação física escolar............................................... 07 
Apresentação da aula 1............................................................................... 07 
 1.1 – As lutas e a cultura corporal.......................................................... 08 
 1.2 – História......................................................................................... 10 
 1.3 – Técnicas e princípios ................................................................... 13 
Conclusão da aula 1 ................................................................................... 16 
Aula 2 – Um pouco das artes orientais: da China ao Japão ........................ 17 
Apresentação da aula 1 .............................................................................. 17 
 2.1 – O Wushu ..................................................................................... 17 
 2.2 – O Budô ........................................................................................ 21 
 2.3 – Ninjutsu ....................................................................................... 31 
 2.4 – Jui-Jitsu ...................................................................................... 33 
 2.5 – O Judô ........................................................................................ 35 
Conclusão da aula 2 ................................................................................... 37 
Aula 3 – A capoeira e as lutas esportivas .................................................... 38 
Apresentação da aula 3 .............................................................................. 38 
 3.1 – As origens da capoeira ................................................................ 39 
 3.1.1 – A capoeira escrava .................................................................. 40 
 3.1.2 – Capoeira ou ginástica brasileira ............................................... 42 
 3.1.3 – Fundamentos ........................................................................... 46 
 3.1.4 – Esquivas .................................................................................. 47 
 3.1.5 – Chutes ..................................................................................... 47 
 3.1.6 – Floreios .................................................................................... 48 
Conclusão da aula 3 ................................................................................... 49 
Aula 4 – As lutas esportivas ou esportes de combate ................................. 50 
Apresentação da aula 4 .............................................................................. 50 
 4.1 – O boxe ........................................................................................ 51 
 4.2 – Esgrima ...................................................................................... 54 
 4.2.1 – Disputa .................................................................................... 57 
 4.3 – As artes marciais mistas (MMA) .................................................. 60 
Conclusão da aula 4 ................................................................................... 65 
Índice remissivo .......................................................................................... 67 
Referências ................................................................................................ 69 
 
 
 
6 
 
Prefácio 
 
Nesta disciplina estudaremos um pouco mais sobre as lutas. Embora 
possa gerar estranhamento a algumas pessoas a ideia de se ensinar lutas a 
estudantes em idade escolar, esse estranhamento é superado na medida em 
que reconhecemos as lutas como expressão corporal e cultural relacionadas aos 
tempos e lugares nos quais são construídas. Não é nosso objetivo formar 
praticantes de lutas, artistas marciais, mas sim oportunizar acesso ao 
conhecimento historicamente produzido sobre o corpo a partir das lutas, de 
forma a compreender seus valores, princípios, objetivos, sua organização e 
fundamentos, sua relação com a cultura e com a sociedade de forma geral, para 
que os estudantes possam analisar este fenômeno cultural de forma crítica, e, 
quem sabe, até vir a se tornar praticantes no futuro, se assim o desejarem. 
Muitos professores de Educação Física se sentem receosos com este 
tema, entre outros motivos, pela pouca familiaridade com ele. Mas assim como 
não precisamos ser atletas em diferentes esportes para ensiná-lo, não 
precisamos ser praticantes das diferentes lutas para tematizá-las em nossas 
aulas, como veremos na sequência desta disciplina. 
Contudo é necessário o estudo, pois também não há como ensinar as 
lutas sem conhecê-las minimamente. Neste sentido sua dedicação no estudo e 
na realização das atividades aqui indicadas são fundamentais. Estude o material, 
busque referências complementares, converse com colegas e professores, 
enfim, invista em sua formação para que possa futuramente abordar este 
conhecimento com segurança e qualidade junto aos estudantes escolares, 
contribuindo com sua formação crítica ereflexiva, sendo esse o maior objetivo 
de todo professor (a). 
Bom estudo! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
Aula 1 – As lutas e a Educação Física escolar 
 
Apresentação da aula 1 
 
Caro (a) estudante, 
Iniciamos nossos estudos situando a relação entre as lutas e a Educação 
Física escolar. As lutas nem sempre estiveram nos currículos, e, talvez, em 
muitas realidades ainda não está. Então por que inseri-la? Quais foram as 
inspirações e discussões que propuseram essa inserção? O que já sabemos 
sobre as lutas na Educação Física escolar? O que ainda não sabemos mas 
podemos vir a construir? Essas são algumas das questões que abordaremos ao 
longo deste capítulo. Ao final, espero que você esteja mais seguro sobre a 
inserção das lutas nas aulas. 
Foi provavelmente a partir do movimento renovador da Educação Física 
(BRACHT; GONZÁLEZ, 2005) que as lutas começaram a ser pensadas 
enquanto conteúdo da Educação Física escolar, e não apenas como 
modalidades esportivas, como ocorria antes. Isso porque, a partir desse 
movimento, começou a se defender que a Educação Física não deveria ser 
apenas uma prática corporal, muito menos apenas esportiva e tecnicista, mas 
sim tematizar a cultura corporal, ou a cultura corporal de movimento (BRACHT; 
GONZÁLEZ, 2005). 
Neste material, abordaremos as lutas a partir da perspectiva da cultura 
corporal, compreendendo-as como patrimônio histórico-cultural, em constante 
transformação e ressignificação, buscando superar, sem negligenciar, os 
aspectos técnicos e motores. 
 Bons estudos! 
 
 
8 
 
 
Samurai 
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Samurai_with_sword.jpg 
 
 
1.1 As lutas e a cultura corporal 
 
Para relacionarmos as lutas à cultura corporal, precisamos definir o que 
compreendermos pelo termo cultura. Cultura pode ser entendida com o resultado 
da ação entre a humanidade e a natureza. O que nos diferencia dos animais é a 
capacidade de transformar a natureza de acordo com nossas necessidades e 
interesses. Contudo, ao modificar a natureza, nós também nos modificamos, 
criando novas formas de viver. Por exemplo: a casa onde você mora não se 
encontra pronta na natureza. Foi preciso moldar o barro e cozinhá-lo para fazer 
o tijolo, minerar, derreter e dar forma ao ferro que forma sua estrutura, e assim 
por diante. No momento em que começamos a construir casas, mudamos a 
forma da sociedade se organizar, pois não era mais necessário se procurar 
cavernas ou outras formas de abrigo. O mesmo acontece quanto ao corpo. Não 
vemos animais fazendo tae-kwon-do na natureza, muito menos jogando futebol. 
Essas práticas foram criadas pela humanidade em algum momento na história, 
de acordo com alguns objetivos, que podem ser usados para se defender ou até 
se divertir. 
 
 
9 
 
 Abordar as lutas a partir da perspectiva cultural e histórica não significa 
desconsiderar seus princípios técnicos, até porque o que diferencia uma luta de 
outra também são suas técnicas. As técnicas também são elementos culturais 
e, portanto, devem ser abordadas nas aulas, relacionando também aos 
princípios morais, éticos e filosóficos das lutas. Temos lutas que possuem golpes 
de percussão (chutes, socos, cotoveladas), lutas que usam instrumento 
mediador (como espada, nuntchaku), lutas que mantêm a distância (que evitam 
que o opositor se aproxime muito, como o Tae-kwon-do, Karatê), lutas que 
mantêm aproximação (como judô, jiu-jitsu), lutas que se destacam pela não 
oposição ao movimento, utilizando projeções e imobilizações (aikido, hapkido), 
entre outras. Essas diferenças não são apenas “detalhes”, mas também 
caracterizam essas lutas. Normalmente as técnicas estão relacionadas a 
princípios éticos, valores morais, que se representam também na técnica. 
 
 
Tae-kwon-do 
Fonte:https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/22/US_Army_53525_Soldiers
_compete_in_Tae_Kwon_Do_tournament_for_Warrior_Country_level.jpg 
 
 Importante 
As lutas não se diferenciam apenas pelas técnicas empregadas, mas, 
principalmente, pelos valores culturais nas quais se formam. 
 
https://commons.wikimedia.org/w/index.php?search=boxe&title=Special:Search&profile=default&fulltext=1&searchToken=46ybp83p2al8f7gf7q1s5a0sm#/media/File:Prata_no_Boxe_(21449032383).jpg
https://commons.wikimedia.org/w/index.php?search=boxe&title=Special:Search&profile=default&fulltext=1&searchToken=46ybp83p2al8f7gf7q1s5a0sm#/media/File:Prata_no_Boxe_(21449032383).jpg
 
 
10 
 
 Como os professores de Educação Física não são artistas marciais, ou 
quando o são, costumam ser praticantes de algumas modalidades apenas. 
Pode-se enfatizar nas aulas de Educação Física apenas os aspectos mais gerais 
das técnicas, sem a preocupação com a perfeição técnica. 
 Dessa forma, sugerimos alguns pontos que podem ser abordados pelo 
professor (a) de Educação Física escolar. 
 
 Importante 
Assim estudar as lutas a partir da perspectiva da cultura significa compreender 
e responder estas perguntas: quem as fez? Onde? Por quê e para quê? Hoje 
continua igual ou se transformou ao longo do tempo? Será que, por exemplo, o 
judô praticado hoje no Brasil é igual ao judô praticado por Jigoro Kano, no Japão, 
no início do século XX? Se não, por que mudou? 
 
 
1.2 História 
 
O professor pode começar abordando uma modalidade apresentando o 
contexto histórico dela. Pode-se fazer isso perguntando aos estudantes se eles 
conhecem a modalidade, o que eles conhecem/pensam sobre ela, se sabem de 
onde vem, e outras informações que os educandos trouxerem. As histórias das 
artes marciais muitas vezes são baseadas em lendas e nem sempre baseadas 
em pesquisas acadêmicas, de forma que é preciso sempre analisá-las 
criticamente. A partir disso, o (a) professor (a) pode lançar um problema, uma 
pergunta, que os estudantes tentarão responder ao longo das aulas, por 
exemplo: qual a relação entre o kung fu e os monges chineses? Qual a relação 
entre o Aikido e o budismo? 
 
 
 
 Saiba mais 
A metodologia indicada acima baseia-se na abordagem crítico-superadora e da 
didática para a pedagogia histórico-crítica proposta por Gasparin (2002). Essas 
 
 
11 
 
abordagens fundamentam-se nos pressupostos do materialismo histórico-
dialético, bem como relacionam-se a teorias da aprendizagem e do currículo, de 
forma que partem da realidade concreta, aquela sensível ao aluno, que ele 
conhece, para a compreensão mais ampla e profunda, nas palavras de Saviani 
(2018), do sincrético para o sintético. Para isso existem momentos que podem 
ocorrer na aula, como a prática social, problematização, instrumentalização, 
catarse e volta à prática social propostos por Gasparin (2002). A prática social 
seria a leitura atual da realidade dos alunos, o que já conhecem, como se 
relacionam com o tema. A problematização seria confrontar essa primeira leitura 
com uma problemática, algo que o faça refletir sobre a leitura anterior e buscar 
ampliá-la. Uma vez feito isso, é preciso instrumentalizar, ou seja, oferecer 
conhecimentos para que o aluno tente elaborar respostas à problemática 
lançada. Após construir possíveis respostas à problemática, é hora de usar o 
conhecimento adquirido para resolver a questão, momento esse chamado de 
catarse. Ao final do processo, os alunos terão uma compreensão mais ampla e 
mais profunda sobre o tema estudado. O processo de confrontar uma primeira 
leitura, com uma contraposição, de forma a se chegar a uma nova leitura é 
chamado de dialética. 
 
Quando o professor confronta os alunos com uma problemática, 
provavelmente os estudantes não terão respostas sobre ela, ou terão apenas 
respostas superficiais. A partir dessas respostas, o (a) professor (a) pode 
abordar o histórico da luta abordada. Importante destacar que a história não é 
um dado concreto, pronto. Não existe a história, mas sim versões da história, 
que no caso das lutas muitas vezes estão travestidas de lendas, pois costumam 
ser contadas e reproduzidaspor praticantes, de forma que se aproximam do 
folclore. O professor pode então trazer essas histórias e, junto com os 
estudantes, questionar quais os dados possibilitam a verificação da veracidade 
delas e quais dados podem ser facilmente contestados. 
 O professor de Educação Física não é um historiador, a menos que tenha 
buscado essa formação, mas possui condições de fazer pesquisas de forma a 
conhecer minimamente o histórico de algumas das modalidades de lutas, 
principalmente na realidade atual, em que dispomos de diversas fontes de 
informações de forma gratuita na internet. 
 
Reflita 
Como a maioria das obras que tratam da história das lutas são escritas por 
praticantes, sem preocupação acadêmica, mas com o objetivo de promover e 
 
 
12 
 
preservar a arte, qual o grau de confiabilidade dos dados indicados? Como saber 
se um dado, um relato, é real ou foi construído como parte do imaginário, como 
um folclore? É preciso fazer a leitura com uma curiosidade acadêmica, ou seja, 
sempre desconfiando dos fatos (e não do autor!), pois para a ciência a verdade 
está sempre em construção e pode ser sempre questionada, exigindo uma leitura 
crítica. 
 
Ao abordar o histórico, é importante se traçar relações entre essa história 
e as características da luta em questão. A história não são apenas datas e dados 
isolados, mas sim um contexto no qual se explica, por exemplo, por que se utiliza 
música na capoeira (os escravos disfarçavam a prática da luta como dança), o 
uso de técnicas de jiu-jitsu pelos camponeses para se defender dos samurais 
(que usavam espadas), entre outras possibilidades. 
 
 
Samurai 
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/%E4%BE%8D#/media/File:Samurai.jpg 
 
https://commons.wikimedia.org/wiki/%E4%BE%8D#/media/File:Samurai.jpg
 
 
13 
 
Uma vez relacionado o histórico da modalidade, pode-se partir para a 
análise das características técnicas e seus princípios. 
 
1.3 Técnicas e princípios 
 
Embora cada modalidade de luta seja diferente, existem aspectos comuns 
entre elas. Por exemplo: muitas lutas possuem uma postura inicial, formas de 
esquiva (desvio, proteção), entre outros. Assim podemos analisar tecnicamente 
as lutas segundo os seguintes princípios: 
 
 Posição inicial: muitas vezes essa postura possui um nome específico. 
No Aikido, se chama kamae. Na capoeira, temos a ginga. Uma vez 
demonstrada qual é esta posição, o que pode ser feito com a ajuda de 
vídeos ou auxílio de um praticante, que pode ser até mesmo um 
estudante, pode-se fazer atividades lúdicas para fixá-la. 
 
 Mídias 
Veja como exemplo as posições iniciais do Tae-kwon-do. Disponível no link: 
https://www.youtube.com/watch?v=Nn2utGhf-6I 
 
 Deslocamento: muitas lutas têm maneiras específicas de se deslocar. 
Em algumas lutas japonesas se usa o shikko, que é uma forma de 
caminhar de joelhos. Já na capoeira, a ginga, que citamos como posição 
inicial, também é usada para se deslocar, assim como os movimentos de 
cabeça invertida, como o ahú (movimento que se assemelha à “estrelinha” 
praticada na ginástica). 
 
 Mídias 
Assista a uma forma diferente de se deslocar no aikidô Shikkô. Disponível no 
link: https://www.youtube.com/watch?v=KpTMDz5YXT0 
 
https://www.youtube.com/watch?v=Nn2utGhf-6I
https://www.youtube.com/watch?v=Nn2utGhf-6I
https://www.youtube.com/watch?v=KpTMDz5YXT0
https://www.youtube.com/watch?v=KpTMDz5YXT0
 
 
14 
 
 Movimentos de defesa: todas as lutas tendem a ter movimentos que têm 
por objetivo se defender de uma ação agressiva do opositor. Esses 
movimentos podem envolver contato, desviante à ação, ou 
deslocamentos, como no caso das esquivas e quedas. As esquivas são 
movimentos de desviar da ação do adversário, que envolvem se abaixar 
(cócorinha na capoeira), girar o tronco (muito usada no Aikido e Kung Fu), 
entre outros. Já as quedas são usadas em situações nas quais há 
alavancas, imobilizações, cujo deslocar do corpo pode salvaguardar quem 
está recebendo a ação. Há diversas artes marciais que utilizam 
movimentos de projeção (arremessar o adversário), e por isso é comum 
se treinar, por primeiro, técnicas de queda. Aqui o (a) professor (a) de 
Educação Física pode usar rolamentos de outras modalidades, como da 
ginástica (rolamento de frente, de costas, quedas de lado). 
 
 Mídias 
Para um aprofundamento da esquiva no kung fu, assista ao vídeo disponível no 
link: https://www.youtube.com/watch?v=XLPXQenbPk8 
Já para as quedas no aikidô, sugiro o vídeo disponível no link: 
https://www.youtube.com/watch?v=eTbOrUx6dKc 
 
 Movimentos de percussão: são técnicas que têm por objetivo acertar o 
oponente. Essas técnicas exigem muito cuidado e discernimento do 
professor, pois os estudantes podem se motivar e desejar usá-los fora do 
contexto pretendido, vindo a lesionar colegas. Envolvem movimentos de 
chute, socos, joelhadas, cabeçadas, entre outros. O professor pode fazer 
atividades lúdicas que consistam em socar objetos que não produzam dor, 
como balões de ar (bexiga), almofadas e afins. Embora esses movimentos 
possuam um pouco mais de risco, eles têm a vantagem de ser motivantes 
e podem servir como estratégia de catarse para diminuir a agressividade. 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=XLPXQenbPk8
https://www.youtube.com/watch?v=eTbOrUx6dKc
https://www.youtube.com/watch?v=eTbOrUx6dKc
https://www.youtube.com/watch?v=eTbOrUx6dKc
https://www.youtube.com/watch?v=eTbOrUx6dKc
 
 
15 
 
 Mídias 
Para um melhor entendimento dos chutes diversos, assista ao vídeo disponível 
no link: https://www.youtube.com/watch?v=kawkpsSnKRs 
Quanto aos socos, veja um soco no karatê-do, no vídeo disponível no link: 
https://www.youtube.com/watch?v=MeIFg89vmjU&t=2s 
 
 Instrumentos mediadores: muitas modalidades de luta se utilizam de 
instrumentos para realizar suas técnicas, como espada (kendo, esgrima), 
nunchaku (tae-kwon-do), bastões (maculelê), arco e flecha (hoje esporte 
olímpico, usado por diversas lutas diferentes). Pode-se produzir esses 
instrumentos de forma alternativa, como veremos no capítulo que aborda 
a esgrima. 
 
 Mídias 
Veja os instrumentos mediadores e o uso da espada no kendo. Disponível no 
link: https://www.youtube.com/watch?v=8hdZ9nhkJtc 
 
 Projeções e imobilizações: costumam ser usadas por lutas oriundas da 
população mais pobre que, na impossibilidade de contar com armas, 
desenvolveram técnicas que usam o corpo e a energia do movimento do 
oponente para dissuadi-lo. Algumas lutas baseiam-se somente nestas 
técnicas, já que buscam ser o menos ofensivo possível, como veremos no 
capítulo que aborda o budô. Essas técnicas possuem certo risco na 
medida em que tendem a envolver entorses nas articulações e no perigo 
de se cair de forma inadequada. Portanto é fundamental que se treine as 
quedas antes de abordá-las. Contudo pode-se praticá-las de forma lúdica, 
com jogos que envolvam deslocar o companheiro ou tentar mantê-lo 
imóvel. 
 
https://www.youtube.com/watch?v=kawkpsSnKRs
https://www.youtube.com/watch?v=MeIFg89vmjU&t=2s
https://www.youtube.com/watch?v=MeIFg89vmjU&t=2s
https://www.youtube.com/watch?v=MeIFg89vmjU&t=2s
https://www.youtube.com/watch?v=MeIFg89vmjU&t=2s
https://www.youtube.com/watch?v=8hdZ9nhkJtc
https://www.youtube.com/watch?v=8hdZ9nhkJtc
 
 
16 
 
 Mídias 
Projeções e imobilizações: veja algumas projeções e imobilizações do hapkido 
disponível no link: https://www.youtube.com/watch?v=w1gO0XVh400 
 
Além destas questões técnicas, existem outros aspectos que podem ser 
estudados/destacados nas lutas: a vestimenta, equipamentos, rituais, formas de 
saudação, organização burocrática, graduações, entre outros. Agora já temos 
elementos para começar a pensar no ensino de lutas na escola, contudo, para 
além das características de cada luta, podemos relacioná-las ao contexto social 
maior, o que faremos agora estudando algumas formas de lutas. 
 
Conclusão da aula 1 
 
Ensinar lutas exige o conhecimentomínimo de suas origens, fatores 
históricos e sociais, bem como características técnicas específicas. Para ensiná-
las, pode-se se basear na metodologia crítico-superadora, a qual reconhece o 
conhecimento atual do aluno, o problematiza de forma a instigá-lo a aprofundar, 
construindo assim uma compreensão mais ampla da realidade. Para isso, é 
fundamental se traçar as aproximações entre o contexto cultural e técnico, o que 
pode ser feito nas aulas a partir de atividades adaptadas e lúdicas, tematizando 
os elementos técnicos como deslocamentos, esquivas, golpes de percussão, 
entre outros, bem como os aspectos históricos e sociais, os quais também 
podem ser feitos por atividades lúdicas, como jogos, caça-palavras, encenações, 
entre outras formas. 
Atividades de aprendizagem 
Um dos avanços do movimento renovador da Educação Física brasileira, 
ocorrido na década de 80 do século passado, foi a compreensão de que o 
objeto de estudo da Educação Física é a cultura corporal. Tendo em vista essa 
compreensão, o que significa ensinar lutas sob a perspectiva cultural? Dê um 
exemplo. As lutas possuem fundamentos em comum, variando sua forma de 
execução, como esquivas, técnicas de queda, golpes de percussão, 
instrumentos mediadores, entre outros. Escolha uma luta, um fundamento 
técnico e responda: como poderia ser feita uma atividade prática deste 
fundamento em uma aula de Educação Física no ensino fundamental? 
 
https://www.youtube.com/watch?v=w1gO0XVh400
https://www.youtube.com/watch?v=w1gO0XVh400
 
 
17 
 
Aula 2 - Um pouco das artes orientais: da China ao Japão 
 
Apresentação da aula 2 
 
Olá, caro aluno! Seja bem-vindo a mais uma aula em que será abordado 
sobre as artes marciais da China e Japão. Agora que já contextualizamos o 
ensino das lutas na escola, refletindo sobre o tipo de conhecimento que pode ser 
abordado, bem como suas características metodológicas gerais, conheceremos 
um pouco mais de algumas lutas, de forma a nos instrumentalizar dos 
fundamentos básicos necessários para sua tematização nas aulas. Lembre-se 
de que o conhecimento aqui abordado é superficial, de maneira que você deverá 
aprofundá-lo ao longo de sua carreira. 
Começamos por conhecer um pouco de algumas lutas orientais, em 
especial o wushu chinês e o budô japonês, pois permitem conhecer um pouco 
da compreensão cultural e do movimento de desenvolvimento das lutas, bem 
como suas relações com o budismo. Esse conhecimento é fundamental para 
compreendermos a organização central dessas lutas, bem como para analisar 
criticamente as transformações que sofreram até o período atual. Vamos lá, 
onegaishimassu? 
 
Vocabulário 
Onegaishimassu: Por favor em japonês. 
 
2.1 O Wushu 
 
O Wushu, na verdade, não é apenas uma forma de luta, mas um termo 
genérico para diversas formas de lutas existentes na China. Trata-se de uma das 
primeiras formas de lutas organizadas e sistematizadas que se tem notícia. Isso 
se dá, entre outros, graças aos monges que se dedicaram de forma intensa e 
disciplinar a seu estudo e desenvolvimento. Durante muitos séculos, os países 
orientais viviam em conflitos, o que exigia o desenvolvimento de técnicas de luta, 
que muitas vezes ficavam restritas a pequenos grupos, que não gostariam de 
 
 
18 
 
compartilhá-las para não perder sua superioridade. O Wushu fundamenta-se na 
cultura budista. Os templos Budistas eram locais geralmente construídos e 
mantidos pelo imperador e quase sempre se transformavam em centros de 
estudo do taoísmo, confucionismo, medicina chinesa, literatura, tradução de 
sutras em sânscrito além, é claro, do estudo da filosofia Budista. (Instituto Lohan, 
2014). 
 
 
Wushu 
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Wushu_saber.jpg 
 
 Provavelmente você nunca ouviu o termo Wushu (arte de guerrear ou 
arte da guerra). Isso porque esta luta é mais conhecida por outro nome: Kung 
Fu! O wushu foi sistematizado em grande parte graças aos monges budistas, 
além de prática militar, era uma forma de buscar melhores condições de saúde. 
Foram criados diferentes estilos, incluindo estilos baseados em movimentos de 
animais, como a serpente e o tigre. 
 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Wushu_saber.jpg
 
 
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Curiosidade 
Seu nome correto é Wushu, porém quando os ocidentais tiveram contato com 
esta luta, viam os praticantes gritando kung fu, que em chinês é algo como faça 
direito ou faça bem feito. Porém da repetição do termo tornou-se popular ser 
chamado de Kung Fu no ocidente. 
 
 Os monastérios eram constantemente atacados, forçando que os monges 
também aprendessem a se defender. Serviam também de estadia para 
viajantes, de forma que em troca da hospedagem os monges aprendiam as 
técnicas de lutas com seus hóspedes e depois as desenvolviam com um 
treinamento bastante intenso, que envolve muita disciplina e domínio do corpo. 
 
 
Shaolin Kung Fu 
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Art_of_Shaolin_Kung_Fu.jpg 
 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Art_of_Shaolin_Kung_Fu.jpg
 
 
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 Esses monges eram budistas, que conciliavam as técnicas de lutas com 
os princípios budistas aos quais se dedicavam. Entre esses princípios 
constavam o respeito e a contemplação da natureza, pois acreditam que existe 
uma ordem universal em todas as coisas, e ao observar a natureza, poderia 
aprender com essa ordem. Assim as técnicas de luta foram sendo organizadas 
a partir também da observação dos movimentos dos animais, nascendo os 
estilos do tigre, louva-a-deus, macaco, serpente e a garça. Existem outros estilos 
ainda relacionados ao Wushu, como sanda ou boxe chinês, modalidades que 
lembram o kick boxing, com uso de movimentos de boxe e chutes. Existem 
competições que se assemelham ao vale tudo. 
 
 Saiba mais 
O budismo não é somente uma religião, mas uma filosofia, uma forma de 
compreender e explicar o mundo. Você pode saber mais sobre ele aqui. 
Disponível no link: http://institutolohan.com.br/instituto/budismo/ 
O templo Shaolin existe até hoje, bem como seus monges, que recebem os 
turistas e apresentam sua arte. Conheça mais sobre ele aqui. Disponível no link: 
http://www.chinalinktrading.com/blog/o-templo-de-shaolin/ 
 
 
 
Templo Shaolin 
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Monast%C3%A8re_de_Shaolin_..JPG 
http://institutolohan.com.br/instituto/budismo/
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Monast%C3%A8re_de_Shaolin_..JPG
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Monast%C3%A8re_de_Shaolin_..JPG
 
 
21 
 
O Whusu (kung fu) tornou-se esporte nacional, sendo realizado por 
crianças e adultos como forma de preparação física e prática cultural, para além 
dos interesses esportivos ou marciais. 
 Acredita-se, na cultura oriental, de uma forma geral, que a prática de uma 
arte marcial (artes relacionadas à guerra), podem trazer benefícios maiores do 
que os ganhos físicos em si, como o controle da mente, das angústias, do stress, 
sendo considerado muitas vezes uma forma de meditação. 
 
 Saiba mais 
Meditar não é ficar pensando em algo, mas sim um exercício para controlar a 
mente. Pensamentos e sentimentos podem nos colocar em desarmonia, e a 
meditação seria uma forma de se desvencilhar destas perturbações encontrando 
um estado de paz, o que pode ocorrer com a prática constante de uma arte 
marcial. Existem diversas técnicas de meditação, e praticantes de algumas artes 
marciais acreditam que sua prática é também uma forma de meditação. O do 
presente no nome de diversas artes marciais indica o caminho, ou seja, uma 
forma de encontrar um estado elevado de consciência, assim como se busca em 
algumas formas de meditação. A intenção, explicando de grosso modo, é 
conseguir se religar a uma verdade universal. Quando se consegue isso, atinge-
se um estado de iluminação, também chamado de satori no Japão. Saiba mais 
sobre o Satori, disponível no link: 
http://www.saindodamatrix.com.br/archives/2003/07/satori.htmlAs lutas não possuem local e data exatos para sua criação, são 
manifestações que vão se modificando ao longo do tempo e dos locais que são 
praticadas. Na China, incorporaram-se conhecimentos anteriores e os 
sistematizou no que ficou conhecido como wushu. A cultura chinesa influenciou 
a de outros países, como o Japão, onde nasce uma nova forma de organizar e 
conceituar as lutas, o budô, como veremos a seguir. 
 
2.2 O Budô 
 
Como vimos antes, o budismo e o taoísmo são influências culturais muito 
fortes e presentes na cultura oriental, de forma que diversas práticas culturais, 
como as artes marciais são travestidas destas formas de pensar, estando 
presentes desde as lutas chinesas às lutas japonesas, entre outros. 
 
 
22 
 
Curiosidade 
Budô (武道) é um termo para designar as Artes Marciais 
Japonesas. Também se trata de um termo utilizado para 
descrever o estilo de vida dos praticantes dessas artes, no 
qual engloba uma série de aspectos físicos, filosóficos e 
morais, com foco no auto aperfeiçoamento, disciplina e 
crescimento pessoal e espiritual. Para um aprofundamento 
da cultura japonesa, veja Japão em Foco disponível no link: 
https://www.japaoemfoco.com/budo-artes-marciais-japone 
sas/ 
 
 
Japão 
Fonte:https://commons.wikimedia.org/wiki/%E6%97%A5%E6%9C%AC#/media/File:Mi
yajima_Alex.jpg 
 
 Importante 
O fato de se praticar uma arte marcial com influência budista não torna o 
praticante budista ou seguidor desta tradição. Não há problemas que pessoas 
com diferentes crenças religiosas pratiquem estas artes. Lembre-se de que o 
budismo é entendido muitas vezes mais como uma filosofia do que uma religião. 
 
 No Japão, as artes marciais assumiram uma forma específica, conhecida 
como Budô. Bu quer dizer militar, e do caminho. Seria então a prática do caminho 
por meio de artes marciais. Mas o caminho para quê? Para aquele estado de 
paz completa buscada com a meditação que citamos acima. Os diversos mestres 
https://commons.wikimedia.org/wiki/%E6%97%A5%E6%9C%AC#/media/File:Miyajima_Alex.jpg
https://commons.wikimedia.org/wiki/%E6%97%A5%E6%9C%AC#/media/File:Miyajima_Alex.jpg
https://commons.wikimedia.org/wiki/%E6%97%A5%E6%9C%AC#/media/File:Miyajima_Alex.jpg
https://commons.wikimedia.org/wiki/%E6%97%A5%E6%9C%AC#/media/File:Miyajima_Alex.jpg
 
 
23 
 
que formataram suas artes diante deste princípio queriam que suas lutas 
servissem para educar o povo e cativar a paz. Pode parecer contraditório que as 
lutas que tinham por objetivo inicialmente subjugar um adversário sejam usadas 
para fomentar a paz, mas ao analisar o contexto histórico percebemos como isso 
é lógico. 
 O Japão é formado por um conjunto de ilhas, cujo território é montanhoso, 
acidentado, e, ainda, conta com períodos de inverno intenso em certas regiões. 
 
 
Mapa do Japão 
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Carte_japon.jpg 
 
Até a idade média, e mesmo na modernidade, até o início do século XX, 
existiam no Japão diversos feudos. Esses feudos tinham um sistema social bem 
organizado, e nele havia uma classe de guerreiros, conhecidos como samurais. 
 
Vocabulário 
Samurai: membro da classe dos guerreiros, na organização xogunal do Japão 
antes de 1868. Era como soldado da aristocracia do Japão. Com a restauração 
Meiji a sua era, já em declínio, chegou ao fim. Suas principais características 
eram a grande disciplina, lealdade e sua grande habilidade com a katana. 
 
 
24 
 
 
Samurai 
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/%E4%BE%8D#/media/File:Samurai_armor 
.jpg 
 
Esses guerreiros eram treinados desde a infância para protegerem seu 
feudo e seus país, sendo preparados inclusive para dar a sua vida por isso. 
Dessa forma gozavam de certo status e respeito, bem como de condições de 
vida superiores aos camponeses. 
 Esses feudos muitas vezes entravam em disputas entre si ou contra 
nações estrangeiras que tentavam invadi-los, de forma que o Japão passou boa 
parte de sua história mergulhado em guerras. 
 Neste contexto criaram muitas técnicas e uma filosofia de vida que mais 
tarde ficou conhecida como bushido, ou o código de conduta samurai. Não se 
tratava de uma lei, mas de uma ética que balizava as ações dos guerreiros, a 
qual trazia princípios como lealdade, coragem, benevolência, justiça. 
 
 
25 
 
Costuma-se descrever as virtudes que deveriam ter os samurais, segundo 
o Bushido, como 7: 
 
 Gi: justiça, retidão e honestidade; 
 Yuu: coragem, bravura heroica; 
 Jin: compaixão, benevolência; 
 Rei: respeito, polidez e cortesia; 
 Makoto: honestidade, sinceridade absoluta; 
 Meiyo: honra, glória; 
 Chuu: dever e lealdade. (KAWANAMI, 2013). 
 
 Caso um samurai não honrasse esses princípios, era considerado 
desonrado, perdendo o respeito da sociedade, e a única forma de recuperar esse 
respeito era tirando a própria via em um ritual conhecido como sepukku. 
 
 Saiba mais 
Para conhecer mais detalhes do Seppuku, acesse o link: 
https://www.meusdicionarios.com.br/seppuku 
 
Como eram formados desde cedo para a guerra, criou-se uma cultura que 
valorizava os detalhes, a vida plena em cada momento. A vida do samurai pode 
ser representada pela flor de cerejeira, que resiste a condições intensas, mas 
tem vida curta e plena. “Viva sem medo, pois o guerreiro não deve temer o vento 
que sopra, mas deve lembrar que a vida é frágil como uma flor”. (MOURA, 2013, 
s/p). 
https://www.meusdicionarios.com.br/seppuku
 
 
26 
 
 
Flor de cerejeira 
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Ibirapuera,_cerejeira_-_panoramio.jpg 
 
No início do século XX, aumentou a pressão para que o Japão abrisse 
suas fronteiras, devido à posição estratégica que ocupava para as navegações. 
Ingleses e Norte-Americanos cercaram o Japão com navios de guerra, forçando 
o Japão a negociar. 
 Os samurais eram contrários a essa negociação, pois achavam 
desonrosa, e por isso conseguiram depor o Shogun, o chefe de armas do Japão 
que governava até então, e devolveram o poder para o imperador, sendo aí o 
início da era Meiji. Acreditavam que o imperador iria unir o Japão e lutar contra 
os invasores. Contudo, o imperador optou por negociar com os invasores, talvez 
por perceber sua inferioridade bélica, e aliado a um desejo de modernização do 
país, cansado de séculos de violência e morte, proibiu a existência de samurais, 
que não podiam mais andar armados. Com isso, deu-se início ao fim dos 
samurais. 
 
 
 
27 
 
 Mídias 
O filme “O último Samurai” de Edward Zwick, estrelado por Tom Cruise e Ken 
Watanabe, retrata essa passagem na história do Japão quando os samurais são 
proibidos. Nele é possível ver um pouco do estilo de vida e da filosofia samurai. 
 
Temia-se que toda a cultura e os conhecimentos dos samurais se 
perdessem com a extinção deles. Foi nesse contexto que as práticas de lutas, 
entre outras, que foram desenvolvidas durante séculos, com longos e dedicados 
estudos e treinos, foram readequadas para um novo fim: um instrumento para 
educar o povo para uma cultura voltada à paz. Nascia o Budô. 
 
Vocabulário 
Budô: Bu, significa militar, e o do é o caminho do zen budismo. Budô portanto 
é o caminho das artes marciais. 
 
Assim as artes marciais que nasciam nesses momentos, da união e/ou 
sistematização de lutas antigas, foram readequadas para atingir os objetivos do 
do. Não tinham mais a preocupação de formar guerreiros para defender o país, 
mas sim pessoas educadas e civilizadas, em um processo que se aproxima do 
conceito de processo civilizador (ELIAS,1993). 
 
O ponto central no qual se apoia a teoria do processo de civilização é 
a existência deste processo 'cego' (não planejado), e empiricamente 
evidente. Trata-se do processo de 'cortenização' e/ou 
parlamentarização dos guerreiros medievais; isto equivale a dizer em 
termos práticos: a violência imbricada no cotidiano dos guerreiros cede 
lugar ao debate e ao refinamento das atitudes dos cortesãos. A soluçãodos conflitos e o controle da violência passam a ser encaminhados de 
formas distintivas em relação ao uso imediato e explícito da 
força/violência. Longe de constituírem uma antítese, violência e 
civilização são processos complementares, são formas específicas de 
interdependência. A civilização dependerá do estágio de controle da 
violência, do monopólio dos impostos que permitem constituir uma 
força suficientemente efetiva para impor a pacificação interna. 
(GEBARA, 2015, p.36). 
 
 
 
28 
 
 Saiba mais 
O processo civilizador é uma das obras mais importantes de Norbert Elias. O 
autor estudou manuais de comportamento da idade média e percebeu que existe 
um processo que vai tornando a sociedade e as pessoas cada vez mais 
civilizadas, criando uma segunda natureza, um comportamento internalizado, 
nem sempre consciente, que é construído e incutido ao longo da história das 
civilizações e da vida das pessoas. Um exemplo disso é o nojo, que não é um 
sentimento natural, mas aprendido, porém, se manifesta independente da 
intenção daquele que o sente. Você não consegue simplesmente deixar de sentir 
nojo. Esse processo nos ajuda a entender melhor muitas atividades humanas, 
como o esporte e as lutas. Disponível no link: 
http://institucional.ufrrj.br/portalcpda/files/2018/09/ELIAS__Norbert._O_process
o_civilizador_volume_1.pdf 
 
No processo civilizador, os níveis de violência aceitos socialmente vão 
sendo alterados, de forma a menor aceitação de violência explícita e a 
interiorização dos comportamentos sociais tidos como aceitáveis. Norbert Elias 
percebeu essas alterações em manuais de comportamento, mas elas se 
expressam também em outras formas, como nas alterações sofridas pelas artes 
marciais para se enquadrar naquilo que ficou conhecido como Budô. 
 
Os samurais eram guerreiros responsáveis por defender seu feudo. 
Diante dessa necessidade desenvolveram uma série de 
conhecimentos. Dentre eles um rígido código de conduta para viver e 
morrer com dignidade, código esse que não era escrito, mas de 
conhecimento de todos. Passado esse período da história, onde o 
Japão finalmente entra em um período de paz, não havia mais a 
necessidade da preparação para a guerra. Então o conhecimento 
acumulado pelos Samurais durante milênios foi transformado na 
prática em busca de um mundo harmonioso, uma filosofia de vida em 
busca da harmonia, o budô. (INSTITUTO NITEN, 2008, s/p.). 
 
 
Mantinham-se assim alguns dos princípios do Bushido, agora 
socializados a todos que buscassem a prática do budô. O budô então não é uma 
luta, mas sim uma filosofia dentro da qual cada luta buscou se adequar. Dessa 
forma, as lutas que se aproximaram dessa filosofia são marcadas por fortes 
princípios éticos e morais: 
 
Caminho do Guerreiro. De acordo com Nitobe (1927), é o conjunto de 
normas éticas e morais que moldaram o pensamento dos samurais 
durante o Kamakura, Muromachi e Momoyama, atingindo sua maior 
importância durante o período Tokugawa. Recolhidas as virtudes como 
a justiça, coragem, lealdade, honra, verdade e bondade. Assim, este 
 
 
29 
 
código de ética seria formado por uma série de textos, ao longo dos 
tempos, recolhidos a partir do ideal da forma como samurai de acordo 
com as características de cada período. Nesse sentido, Cleary (1992), 
recorda que Bushido nunca foi unificado e completado, mas é formado 
por diferentes textos e, portanto, podem ser encontrados elementos 
xintoístas, budistas, taoístas, confuncianos, jurídicas e militares em 
diversos textos que compõem por sua vez, várias representações do 
bushido. Esta posição seria diametralmente oposta ao de alguns 
autores europeus que estavam a considerar que tanto a palavra quanto 
seu significado seriam invenções do Período Meiji (1867), a fim de 
reforçar o sentimento nacional, que foi anteriormente inexistente. Para 
Gleeson (1975, p. 94), judô nasceu vários anos após a era dos 
samurais e em diferentes idades, em termos de moralidade, ética e 
valores educacionais. Segundo o autor, a maioria se não todos, os 
códigos de conduta exemplar feudal eram apenas um disfarce para 
camuflar o comportamento selvagem e brutal sofrido pelos fracos e 
desprotegidos. Bushido e samurais eram duas exceções a estes 
comportamentos. (CASADO, 2009. p.36). 
 
 
Como exemplos, temos os 5 princípios do Karatê Shotokan: esforçar-se 
para formação do caráter, fidelidade para com o verdadeiro caminho da razão, 
criar o intuito de esforço, respeitar acima de tudo e conter o espírito de agressão, 
ou os do judô: JU = suavidade, SEIRYOKU-ZEN-YO = máxima eficiência com 
mínimo esforço, JITA-KYOEI = bem-estar e benefícios mútuos, ou, ainda, um 
dos princípios filosóficos do Aikido, que segundo seu fundador: “O Aikido não 
deve ser somente uma técnica para combater o inimigo ou derrotá-lo. Ele deve 
ser um meio de reconciliar o mundo e transformar a humanidade em uma grande 
família”. Ou, ainda: 
 
“Harmonia”, no Aikido, significa ligar-se com o cosmos (o universal) e 
se reunir a um parceiro (o particular); no Aikido atraímos o oponente 
para nossa própria esfera de movimento, de maneira a guiá-lo. Isso 
vale para qualquer arte – a oposição deve ser sempre reconciliada para 
criar algo belo. (UESHIBA, 2006, p.33). 
 
A prática de artes marciais que se pautam pelo budô atingiu um novo 
significado: a manutenção da cultura japonesa, de forma que se aproxima do 
folclore. A preocupação não é mais com a eficiência técnica para uma 
necessidade real, embora muitas técnicas ainda possuam eficiência, mas sim a 
preservação e manutenção da cultura e dos princípios oriundos dessa cultura. 
Podemos perceber isso na explicação de Jigoro Kano, criador do Judô, e sobre 
por que escolheu esse nome: 
 
Por que eu queria chamá-lo de judô em vez de jujutsu? Embora 
existissem motivos diferentes, o mais importante e decisivo era que o 
 
 
30 
 
principal objetivo de ensinar o judô Kodokan deveria basear-se no do 
e não na habilidade na técnica (jutsu), que é um fim secundário ou meio 
para alcançar o principal objetivo que para nós está no do. (Kano, 1926 
apud CASADO, 2009, p.16). 
 
 
Dessa forma, enquanto professores, precisamos ter cuidado acadêmico, 
pois muito do que se sabe sobre essas artes foi produzido por praticantes, nem 
sempre com fundamentação acadêmica/científica, de forma que essa cultura 
pode ser analisada criticamente, separando-se aqueles elementos que carecem 
de mais comprovação daqueles que se aproximam do místico e das lendas. Não 
significa que não devemos abordar essa narrativa nas aulas, mas sim mostrar 
aos estudantes os limites dos discursos produzidos, incentivando-os a pesquisar 
e a questionar os dados de forma fundamentada. 
Dessa maneira, o budô pode ser um rico conhecimento de ordem cultural 
e histórica, podendo ser abordado quanto à suas narrativas, seus aspectos 
históricos, técnicos, morais, bem como à seu contexto na atualidade, as 
transformações pelas quais suas expressões passaram e de que forma se 
relacionam com o contexto mais atual, podendo ser usado para isso os filmes e 
os eventos esportivos, por exemplo. 
É importante analisar o discurso do Budô, pois há controvérsias sobre a 
origem desse termo, sendo inclusive que relega a uma invenção ocidental. 
(FRIDAY e HUMITAKE, 1997). 
Embora o budô seja bastante atrativo, é importante salientar que nem 
todas as lutas orientais são budô, nem mesmo todas as lutas japonesas. Temos 
como exemplo o sumo, que possui tradições diferentes da que a do budô, 
embora em certos momentos possam se relacionar com esse. 
 Mesmo que a imagem do samurai seja muitas vezes contada com um 
guerreiro heroico, sabe-se que a realidade nem sempre acontece de acordo com 
as lendas. Assim havia samurais que se aproveitam de sua superioridade e 
poder contra camponeses, seja para obter vantagens pessoais ou a mando de 
seu senhor feudal. Por isso, os camponeses criaram formas de se defender, 
nascendo os ninjas. 
 
 
 
312.3 Ninjutsu 
 
Ninjas 
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Ninja_sikiruki.jpg 
 
 
Os ninjas se distinguem dos samurais por fazerem parte de outra casta 
social. Os samurais eram os guerreiros do estado e, embora pudessem também 
estudar técnicas dos ninjas, muitas vezes se viam em conflitos com esses. 
 Como só era permitido aos samurais portar armas, podendo o infrator 
pagar com a própria vida, os ninjas criaram estratégias e armas específicas de 
defesa, que envolviam técnicas avançadas de espionagem, camuflagem, teatro, 
improvisação, entre outros. 
 O cinema eternizou a imagem do ninja como aquele guerreiro vestido de 
preto, mas isso não é verdade. Os ninjas se vestiam de acordo com as 
necessidades das missões que estavam engajados. Assim vestiam-se como 
camponeses, com uma roupa camuflada para se confundir ao ambiente, uma 
forma mais eficiente para atingir seus objetivos. 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Ninja_sikiruki.jpg
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Ninja_sikiruki.jpg
 
 
32 
 
 Como não podiam portar espadas, desenvolveram uma série de armas 
que podiam ser transportadas sem serem notadas, como pequenas adagas, 
hira-shuryken (estrelas de metal para atingir o inimigo), zarabatanas, entre 
outras. 
 
 
Shuriken 
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Shaken.JPG 
 
 
Entre os conhecimentos estudados no Ninjutsu, arte derivada dos ninjas, 
encontramos: Seishin-teki kyōkō (refinamento espiritual), Taijutsu (combate 
desarmado, usando apenas o corpo), Kenjutsu (luta com espada), Bōjutsu (luta 
com cajado), Shurikenjutsu (arremesso de shuriken), Sōjutsu (luta com lança), 
Naginatajutsu (luta com naginata), Kusarigamajutsu (luta com kusarigama), 
Kayakujutsu (pirotécnicos e explosivos), Hensōjutsu (disfarce), Shinobi-iri (roubo 
e métodos de invasão), Bajutsu (equitação), Sui-ren (treinamento aquático), 
Bōryaku (tática), Chōhō (espionagem), Intonjutsu (métodos de fuga e 
aprisionamento), Tenmon (meteorologia), Chi-mon (geografia). 
 
 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Shaken.JPG
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Shaken.JPG
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Shaken.JPG
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Shaken.JPG
 
 
33 
 
 Saiba mais 
Para um melhor entendimento sobre as técnicas dos ninjas, sugiro o site do 
martial kombat disponível no link: 
http://martialkombat.blogspot.com/2013/09/tecnicas-do-ninjutsu.html 
 
2.4 Jiu-Jitsu 
 
 
Jiu-Jitsu 
Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/30/Back_mount.jpg 
 
 
 
Campeonato de Jiu-Jitsu 
Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/c/c8/Brazilian_Jiu-jitsu-Closed_ 
guard.jpg 
http://martialkombat.blogspot.com/2013/09/tecnicas-do-ninjutsu.html
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/30/Back_mount.jpg
 
 
34 
 
Era comum entre os ninjas e os camponeses, e mesmo samurais, o 
desenvolvimento de técnicas que mais tarde ficaram conhecidas como Jiu-jitsu. 
Isso porque os samurais utilizavam armaduras e eram muito hábeis com 
espadas mais longas. Assim, em um combate, não podendo fugir, a primeira 
iniciativa era ficar próximo ao samurai, diminuindo a eficiência de sua espada. 
Uma vez próximo, não adiantaria socar ou chutar, já que os samurais usavam 
armaduras de ferro, de forma que logo se percebeu era mais vantajoso 
desequilibrá-lo, pois a armadura poderia limitar sua defesa no chão. Uma vez no 
chão, não havia alternativa a não ser o uso de chaves e torções para imobilizá-
lo. 
 É verdade que o jiu-jitsu não nasceu no Japão, se considerarmos as 
técnicas que utiliza, que já eram conhecidas desde a Índia, mas foi no Japão que 
recebeu esse nome e a utilização com fins educacionais e esportivos. 
 Como uma luta japonesa, assumiu muito dos princípios contidos na 
cultura japonesa, inclusive do budô. Contudo ficaria mais conhecido devido a 
seus desdobramentos: o judô de Jigoro Kano e o brazilian Jiu-Jitsu, desenvolvido 
pela família Grace. 
 O Jiu-Jitsu não possui técnicas de concussão (técnicas que envolvem 
golpes de impacto, como chutes e socos), apenas alavancas e projeções, nas 
quais busca-se assumir o controle sobre o adversário ou imobilizá-lo até que o 
oponente desista, usando para isso estrangulamento, chaves e imobilizações. 
A maior parte do combate acontece no chão. Embora em campeonatos 
os lutadores começam a luta em pé, logo buscam desequilibrar o adversário e 
levá-lo ao chão. Suas técnicas são extremamente eficientes. O Jiu-Jitsu ganhou 
notoriedade com a versão denominada Brazilian Jiu-Jitsu, desenvolvida pela 
família Gracie, que desafiava e organizava eventos de disputa entre os lutadores 
de Jiu-Jitsu e de outras artes marciais, originando, inclusive, o UFC, como 
veremos adiante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
2.5 O Judô 
 
 
Judô 
Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/a8/Judô01.jpg 
 
 
Jigoro Kano foi um intelectual japonês e professor de Educação Física, 
que, entre outras contribuições, é reconhecido como fundador do judô. De 
estatura pequena e leve, tendo menos de 1,50m de altura e 50kg, iniciou a 
prática de Jiu-Jitsu para aprender a se defender. Contudo achou que aquela luta, 
cujo nome significa luta-suave, era ainda muito bruta e agressiva. Assim, 
introduziu mudanças no jiu-jitsu de forma a torná-lo mais educacional. Seu 
objetivo não era formar um esporte, mas sim uma prática corporal educativa para 
todos. Para isso desenvolveu técnicas de queda mais suaves, priorizando as 
projeções frente às torções. 
 
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/a8/Judo01.jpg
 
 
36 
 
 
Jigoro Kano 
Fonte:https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/0/0c/Kano_Jigoro.jpg/17
5px-Kano_Jigoro.jpg 
 
 Jigoro Kano era o ministro da educação, sendo responsável por 
representar o país no comitê olímpico, articulando a realização das olimpíadas 
em seu país. Porém o judô não se tornou esporte olímpico por sua causa. 
Contrariamente, Jigoro Kano não era favorável à inserção do Judô nas 
olimpíadas, “em que é indicado como afirmação de Kano que [...] enquanto ele 
ainda estava vivo, o judô não seria parte das disciplinas olímpicas, porque, se 
assim for, o judô morreria. ” (CASADO, 2009, p.11). 
 Isso porque Jigoro Kano buscava uma prática educacional e percebia que 
a busca pela vitória no esporte poderia gerar um sentimento de egoísmo e 
egocentrismo, contrário aos princípios de altruísmo presentes na cultura pacífica 
que buscava ajudar a formar. Ele reafirma isso em outra passagem quando 
 
Assim, comentou Kano, sobre a inclusão do judô nos Jogos Olímpicos, 
que "[...] meu ponto de vista sobre este assunto é bastante passivo [...] 
se outros os países e membros desejassem, eu não teria objeção. Mas 
não me sinto inclinado a tomar qualquer iniciativa. (CASADO, 2009, 
p.11). 
 
 De fato, o Judô tornou-se olímpico somente após seu falecimento. Seus 
discípulos estavam preocupados com a diminuição no número de praticantes e 
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/0/0c/Kano_Jigoro.jpg/175px-Kano_Jigoro.jpg
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/0/0c/Kano_Jigoro.jpg/175px-Kano_Jigoro.jpg
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/0/0c/Kano_Jigoro.jpg/175px-Kano_Jigoro.jpg
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/0/0c/Kano_Jigoro.jpg/175px-Kano_Jigoro.jpg
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/0/0c/Kano_Jigoro.jpg/175px-Kano_Jigoro.jpg
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/0/0c/Kano_Jigoro.jpg/175px-Kano_Jigoro.jpg
 
 
37 
 
temiam que a arte deixasse de existir. Pensaram então que se o Judô se 
tornasse um esporte olímpico seria mais conhecido e teria mais praticantes, o 
que realmente aconteceu, sendo uma das formas de lutas que mais possuem 
praticantes no mundo. 
 Seus princípios educacionais, relacionados à disciplina e ao respeito o 
próximo, bem como a ausência de técnicas de percussão, favorecemseu 
aspecto educacional, de forma que costuma ser oferecido a crianças como 
atividade extracurricular em escolas e/ou ser procurado por pais como uma 
atividade física educativa para seus filhos. 
 As mudanças que ocorreram por conta de sua esportivização são um bom 
tema a ser estudado nas aulas de Educação Física, de forma a conceituar os 
interesses de seu criador e a prática realizada hoje em dia. 
 O mesmo ocorre com outras lutas, como o Karatê-do Kendo, Tae-kwon-
do (de origem tailandesa, mas que se aproxima do karatê-do), entre outras. 
 Ao abordar essas lutas na escola, torna-se fundamental a análise desse 
processo de criação e alteração ao longo do tempo. Não teremos condições de 
estudar todas as manifestações de lutas aqui, por isso torna-se importante que 
você continue estudando e pesquisando sobre o tema. 
 
Conclusão da aula 2 
 
Nesta aula estudamos um pouco das lutas orientais, em especial o wushu 
chinês e o budô japonês, ninjutsu, jui-jitsu, o judô, pois permitem conhecer um 
pouco da compreensão cultural e do movimento de desenvolvimento das lutas, 
bem como suas relações com o budismo. Esse conhecimento é fundamental 
para compreendermos a organização central dessas lutas, bem como para 
analisar criticamente as transformações que sofreram até o período atual. 
 
Atividades de aprendizagem 
Você conhece o Laido? Faça uma pesquisa breve sobre a modalidade. Após 
isso, responda: para você, ela é um budô? Justifique sua resposta. 
 
 
 
 
38 
 
Aula 3 - A capoeira e as lutas esportivas 
 
Apresentação da aula 3 
 
Olá, caro aluno! Seja bem-vindo a mais uma aula e agora daremos uma 
pincelada sobre a capoeira e sua origem, desde a escravidão aos dias atuais. A 
capoeira é uma luta que apresenta diversas singularidades. Uma delas 
especialmente para nós, brasileiros, pois é uma luta de origem nacional, embora 
possua influências africanas devido a sua relação com os povos escravizados, 
que trouxeram suas tradições para a luta. Existiam escravos africanos em muitas 
partes do mundo, apenas no Brasil se tem registro da capoeira. Outro indício que 
indica ser ela uma luta nacional é o fato de pesquisadores terem procurado na 
África práticas de capoeira e não as encontraram. (SOARES, 2001a). 
 
 
Capoeira 
Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/d1/Capoeira-in-the-street-
2.jpg 
 
Não se trata de comprovar sua origem apenas para determinar sua 
propriedade cultural, mas sim entender quais condições existiam no Brasil que 
permitiram o seu surgimento. 
 
 
39 
 
 Ao se falar em capoeira, muitos imaginam imediatamente os povos 
escravizados nas fazendas e os fugitivos dos quilombos. Embora existisse esse 
contexto rural, a capoeira não se origina nele, mas sim no meio urbano. A ideia 
de escravos praticando capoeira para se defender e fugir para o quilombo é tida 
por historiadores como uma tradição inventada, já que não há registros que 
indiquem isso. 
A história da capoeira perpassa diferentes períodos e realidades 
brasileiras, com os capoeiristas formando grupos, com influência política 
inclusive, como as maltas, que veremos mais adiante. 
 Sabe-se que ela adquiriu sua relação com a música e as danças, entre 
outros motivos, devido às influências culturais trazidas por diferentes povos 
escravizados, que encontraram, no ambiente urbano do século XVIII, condições 
de serem unidas, formando a capoeira. 
 Por isso não se deve abordar a capoeira na escola apenas sob o ponto 
de vista de seus elementos técnicos. É preciso conhecer o contexto de seu 
surgimento e o que levou à sua configuração e, em períodos posteriores, à sua 
transformação, como acontece com a capoeira angolana e a regional no século 
XX, ou a sua mercantilização e esporte de exibição no final do século XX e início 
do século XXI. Na próxima seção, vamos conhecer um pouco melhor esse 
contexto de surgimento da capoeira. 
 
3.1 As origens da Capoeira 
 
A capoeira originou-se na época da escravidão no Brasil, no século XVI. 
Considerada uma arte, a capoeira era uma forma de luta e de resistência, em 
que os escravos adaptaram os movimentos da luta aos cantos da mãe terra, à 
África, fazendo com que se pareça com uma dança. 
Como sua prática ocorria em terreiros próximos às senzalas, sua função 
era manter a tradição da cultura africana e o desempenho físico. Muitas vezes 
essas lutas aconteciam em campos chamados de capoeira ou capoeirão, dando 
o nome desta arte de capoeira. 
 
 
 
40 
 
 
Roda de capoeira 
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Capoeira_candeias_gingashow.jpg 
 
3.1.1 A capoeira escrava 
 
A ideia de se escravizar seres humanos e vendê-los como mercadoria é 
bastante antiga na história da humanidade. Contudo, na idade média, essa 
prática atinge os grandes estados organizados, sendo uma forma econômica 
dominante, na qual os principais povos escravizados eram os africanos. 
 No Brasil, desde a chegada dos europeus, os nossos indígenas eram 
também subtraídos para trabalho escravizado, de forma a haver uma mistura 
forçada desses povos em situação de exploração e violência. 
 Submetidos por meio da força militar e superioridade bélica, se viam em 
situação de submissão forçada, tendo de criar estratégias de defesa. 
 É importante destacar que a escravização envolvia extrema violência, nas 
quais os povos escravizados não eram tratados como seres humanos, mas como 
mercadorias. Ao se ensinar capoeira na escola, é fundamental não se abordar o 
tema de forma romantizada, mas sim abordando o sofrimento e a violência que 
eram utilizados para isso. 
 Mídias 
O Filme Amistad, de Steven Spielberg, retrata esse período. Trechos do filme 
podem ser apresentados para demonstrar a realidade violenta da escravização. 
Você pode assistir um trecho no link disponível: 
https://www.youtube.com/watch?v=XONv0W3TMsA 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Capoeira_candeias_gingashow.jpg
https://www.youtube.com/watch?v=XONv0W3TMsA
 
 
41 
 
 
Transporte de povos escravizados 
Fonta:https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/71/Navio_negreiro_-
_Rugendas_1830.jpg 
 
 Uma vez em terras brasileiras, eram submetidos a trabalhos forçados e 
violência, cujas atitudes de resistência eram reprimidas de forma violenta, como 
ser amarrado a um tronco e receber chicotadas. O responsável por infringir tais 
violências era muitas vezes um escravo que foi “promovido” a este posto, 
conhecido como capitão do mato. 
 Importante destacar que os africanos não são escravos, mas sim são 
povos que foram escravizados, arrancados de suas terras, famílias, com o uso 
de extrema violência. Por isso as músicas da capoeira retratam o sofrimento, a 
saudade de casa, a violência à qual eram submetidos e o desejo de liberdade. 
 No Brasil, a história dos povos escravizados e da capoeira vai se 
alterando com o tempo. Para Soares (2001), é no século XVIII que surge a 
capoeira. 
Seus praticantes tiveram, inclusive, influência política: 
 
[...] com a elite, sobretudo após a Guerra do Paraguai, que foi um 
divisor de águas na segunda metade do século XIX. Os capoeiras eram 
uma espécie de esteio eleitoral de um grupo do Partido Conservador, 
que acreditava na negociação política do fim da escravidão. Conhecido 
como Grupo do Visconde do Rio Branco, seus integrantes promoveram 
a Lei do Ventre Livre e, depois, a Lei Áurea. Nesse contexto de apoio 
eleitoral, os capoeiras atacavam os membros do Partido Liberal e do 
Partido Republicano, garantindo a vitória dos conservadores nas 
urnas. “Não era o capanguismo clássico do meio rural, havia uma troca 
de favores”, diz Soares, que manteve em “A capoeira escrava” a 
mesma linha investigativa e de rigor na pesquisa de seu primeiro livro. 
(SOARES, 2001 apud KASSAB, 2001, s/p). 
 
 
42 
 
 
 
Soares destaca a relação do surgimento da capoeira com o contexto 
urbano do Rio de Janeiro, no qual havia uma população densa e com diversosgrupos de escravos africanos chegando no século XVIII. Segundo ele, antes 
desse período, os escravos eram indígenas. 
O nome da capoeira foi dado pelos policiais para identificar uma série de 
práticas, o que ajuda a comprovar a origem brasileira dessa luta: 
 
Os termos da documentação são o “jogo da capoeira. ” Agora, da 
dança é o seguinte: todos esses povos trazem uma bagagem cultural 
com diversas danças e artes marciais. Eu estive em Angola 
pesquisando em 1995 e, no Museu Etnográfico de Luanda, pude 
perceber que essas danças, por mais diferentes, tinham um ponto 
comum. Possivelmente essas semelhanças fossem articuladas na 
América. Quer dizer: capoeira, na minha hipótese, nasceu na América. 
Ela não nasceu na África. Ela foi formada com elementos africanos e 
articulada de forma inédita no território escravista. (SOARES, 2001 b, 
s/p). 
 
 
 Soares afirma ainda que a capoeira era um espaço de encontro de 
diversas culturas, não tendo uma identidade única. Esse encontro acontecia em 
um ambiente urbano, o que o leva a crer que a capoeira nasceu no ambiente 
urbano, e não rural, como muitas vezes se imagina. Embora existisse a 
escravidão rural, os quilombos, eles não necessariamente tinham relação com a 
capoeira. Essa ideia do escravo rural praticando capoeira para se libertar foi 
propagada sob esforços de valorização da história dos povos escravizados, mas 
com poucas fontes que a sustentem. 
 
3.1.2 Capoeira ou ginástica brasileira 
 
 Junto à escravização utiliza-se uma série de recursos morais e 
ideológicos para manter o povo escravizado sobre domínio. No Brasil, isso 
significou uma perseguição por parte da elite de toda a cultura africana, 
chegando, inclusive, à proibição de algumas práticas, como a Umbanda e a 
Capoeira. 
 Essa proibição perdurou até a década de 40 do século XX, quando mestre 
Bimba, mestre baiano preocupado com a preservação da capoeira, a 
sistematizou, dotando-a de regras e formas de prática, tornando-se conhecido 
 
 
43 
 
por isso, de forma que obteve a oportunidade de apresentá-la ao então 
presidente Getúlio Vargas, que a reconheceu como esporte brasileiro. 
 
 
Mestre Bimba 
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Mestre_Bimba#/media/File:Mestre_Bimba.jpg 
 
 Saiba mais 
O código Penal Brasileiro considerou a capoeira crime. Veja o que dizia: 
Código Penal da República dos Estados Unidos do Brasil 
(Decreto número 847, de 11 de outubro de 1890) 
Capítulo XIII - Dos vadios e capoeiras 
Art. 402. Fazer nas ruas e praças públicas exercício de agilidade e destreza 
corporal conhecida pela denominação Capoeiragem: andar em carreiras, com 
armas ou instrumentos capazes de produzir lesão corporal, provocando tumulto 
ou desordens, ameaçando pessoa certa ou incerta, ou incutindo temor de algum 
mal; 
Pena: prisão celular por dois a seis meses. 
A penalidade é a do art. 96. 
Parágrafo único. É considerada circunstância agravante pertencer o capoeira a 
alguma banda ou malta. Aos chefes ou cabeças, se imporá a pena em dobro. 
Art. 403. No caso de reincidência será aplicada ao capoeira, no grau máximo, a 
pena do art. 400. 
Parágrafo único. Se for estrangeiro, será deportado depois de cumprida a pena. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mestre_Bimba#/media/File:Mestre_Bimba.jpg
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mestre_Bimba#/media/File:Mestre_Bimba.jpg
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mestre_Bimba#/media/File:Mestre_Bimba.jpg
 
 
44 
 
Art. 404. Se nesses exercícios de capoeiragem perpetrar homicídio, praticar 
alguma lesão corporal, ultrajar o pudor público e particular, perturbar a ordem, a 
tranquilidade ou segurança pública ou for encontrado com armas, incorrerá 
cumulativamente nas penas cominadas para tais crimes. 
 
 Manifestações em busca do reconhecimento da capoeira eram comuns 
no Brasil no início do século XX, bem como por toda a cultura de matriz negra e 
africana. 
 Contudo no contexto de industrialização brasileiro no século XX não se 
tratava mais de uma prática de escravos, já que a escravidão já havia sido 
abolida, mas ainda era tida como uma prática marginal, malvista aos olhos da 
cultura dominante. Sua prática era relacionada a outras práticas tidas como 
marginais, como a frequência a bordéis, uso de bebidas alcoólicas, entre outros. 
 Nesse contexto, dois mestres baianos se distinguem por se dedicar a 
manter a arte viva e construir um novo reconhecimento. 
 
 
Mestre Pastinha 
Fonte: http://www.capoeiradobrasil.com.br/images/Pastinha.jpg 
 
Mestre Pastinha estava preocupado que a capoeira estava se tornando 
uma prática de exibição para turistas e perdendo sua tradição africana e 
http://www.capoeiradobrasil.com.br/images/Pastinha.jpg
 
 
45 
 
guerreira. Assim, defendeu que ela estivesse fortemente relacionada à sua 
origem africana, surgindo daí o nome dado a sua variante: Capoeira Angola. 
Não porque essa prática tenha vindo diretamente desse país, mas porque 
se relacionava fortemente à cultura africana. Em verdade essa forma de capoeira 
já era conhecida e praticada inclusive por mestre Bimba, que conheceremos a 
seguir, mas mestre Pastinha teve participação ativa por sua afirmação e 
reconhecimento, sendo considerado o pai dela até hoje. 
 Já mestre Bimba estava especialmente preocupado com a perda de 
eficiência da arte em face de se priorizar sua demonstração e malabarismo. 
Assim, procurou dotá-la de organização que se aproxima dos moldes esportivos 
e de outras artes marciais. Ele chamou essa variante de luta regional da Bahia, 
de forma que até hoje é conhecida como capoeira regional. 
 Em sua academia institui normas de conduta, exames de admissão, 
rituais de passagem de nível, bem como sequências didáticas para ensino e 
prática, que ficaram conhecidas como sequências de mestre Bimba. 
 Talvez sem a influência desses grandes mestres essa arte poderia ter se 
perdido, de forma que seus esforços precisam ser reconhecidos e registrados, 
tanto para preservação de sua história e da história nacional quanto para a 
preservação da tradição africana em nossa cultura e em nosso país, o que, aliás, 
está em consonância com a lei sobre as tradições africanas na escola. 
 
 Saiba mais 
A lei 10.639/03 discorre sobre a obrigatoriedade do ensino da história e cultura 
afro-brasileira e africana em todas as disciplinas. Você pode acessá-la no link 
disponível: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.639.htm 
 
 Por isso se mantêm os instrumentos, ritmos e letras de música que se 
relacionam ao contexto da escravidão e das tradições negras no Brasil, como a 
roda de samba e o maculelê. 
 Vamos conhecer alguns fundamentos da capoeira? 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.639.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.639.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.639.htm
 
 
46 
 
3.1.3 Fundamentos 
 
É a posição inicial, da qual partem todos os movimentos e a forma de se 
deslocar. Começando com uma perna à frente e outra atrás, sem muito 
afastamento lateral. O braço que corresponde à perna que está atrás fica à 
frente, protegendo o rosto e tórax, enquanto o braço que corresponde à perna 
que está à frente fica relaxado ao lado do corpo. Realiza-se então uma troca de 
pernas, trazendo a perna que está atrás lateralmente à perna da frente, e em 
seguida levando-se a outra perna para trás. Assim como a perna que está à 
frente foi trocada, deve-se trocar os braços. Se no início do movimento, por 
exemplo, a perna direita estava à frente e o esquerdo à frente do rosto, após a 
movimentação, a perna esquerda estará à frente e o braço direito à frente do 
rosto. No capítulo dedicado aos fundamentos você encontra vídeo no qual é 
possível observar a realização da ginga. A ginga é uma forma de floreio, utilizada 
para provocar o adversário. 
 
 Mídias 
Para melhor entendimento da realização da ginga, assista ao vídeo disponível 
no link: https://www.youtube.com/watch?v=8w02TMY7C3oGinga 
Fonte: https://www.abc.net.au/radionational/programs/archived/bodysphere/capoeira-
instructors-teach-a-class/7677808 
 
 
47 
 
3.1.4 Esquivas 
 
Existem diversas formas de esquiva, mas no geral elas se caracterizam 
por se proteger ou desviar um movimento do oponente. Na capoeira, elas 
costumam ser feitas de forma a se aproximar do oponente, e não se distanciar, 
pois isso ajuda a diminuir a eficiência do movimento do oponente, bem como a 
possibilitar um contra-ataque. Esta é uma característica da capoeira: em muitos 
movimentos, se joga próximo ao adversário, ocupando os espaços vazios 
deixados por este. Isso é muito perceptível na capoeira angola. Entre as 
esquivas mais conhecidas e usadas estão a cocorinha, a esquiva lateral, entre 
outras. 
 
 
Armada pulada 
Fonte: https://pt.wikibooks.org/wiki/Ficheiro:CapoeiraArmadaPulada_ST_05.jpg 
 
3.1.5 Chutes 
 
Os principais movimentos de ataque da capoeira são realizados com as 
pernas, porém existem movimentos como a cabeçada e o uso de socos, tapas e 
até dedos, que podem ser usados para atingir os olhos do adversário. Entre os 
 
 
48 
 
chutes mais conhecidos estão a meia-lua, a armada, queixada, martelo, entre 
outros. 
 
3.1.6 Floreios 
 
A capoeira é caracterizada por golpes e movimentos ágeis e intricados. 
Aproveitando principalmente chutes e rasteiras, além de cabeçadas, joelhadas, 
cotoveladas e acrobacias em solo ou aéreas, são frequentemente feitos junto ao 
chão ou de cabeça para baixo. (DIANA, 2017). Alguns movimentos são feitos 
para distrair ou provocar o adversário, que ganham especial atenção na capoeira 
moderna e nas apresentações, pois se destacam por sua beleza, plasticidade e 
dificuldade. Entre eles estão os saltos, beija-flor (que também é uma forma de 
chute), pardas de mão, entre outros. 
A capoeira é muito rica em movimentos e é possível que alguns não se 
enquadrem nos fundamentos descritos aqui, porém essa classificação é apenas 
uma forma de facilitar e organizar o trabalho do professor. Nada impede que o 
professor a adapte ou crie novas formas de organizar os movimentos. 
 
 
Floreio Capoeira 
Fonte:https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/61/CapoeiraBeijaFlor_ST_05.
jpg 
 
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/61/CapoeiraBeijaFlor_ST_05.jpg
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/61/CapoeiraBeijaFlor_ST_05.jpg
 
 
49 
 
Conclusão da aula 3 
 
A capoeira comporta uma série de significados e mudanças em sua 
história, de forma que sua riqueza está muito além da diversidade motora e da 
beleza e dificuldade de seus movimentos. Não faz sentido abordá-la desligando 
os aspectos técnicos dos aspectos históricos e culturais que a constituem. De 
uma prática de povos escravizadas, organizada possivelmente no Brasil, e de 
início renegada e até proibida, se tornou símbolo brasileiro reconhecido 
internacionalmente. Sofreu diversos processos de mudança ao longo do tempo, 
e ainda sofre nos dias atuais, de forma que essas mudanças precisam ser 
conhecidas e refletidas, de forma que se possa compreendê-la em sua riqueza 
e possibilidades, principalmente como uma luta legitimamente brasileira que 
atrela a história do povo brasileiro e a cultura africana. A sua aproximação com 
o jogo e a dança conferem especial característica, a diferenciando de outras 
lutas. 
Hoje sua prática atinge diversos contornos, como os campeonatos, as 
apresentações de cunho mais artístico e turístico. Existem diferentes grupos, 
cada um com sua organização externa e peculiaridades. Na escola, se torna uma 
prática acessível por exigir poucos materiais, possuir técnicas relativamente 
simples para iniciação e a possibilidade de se estabelecer relação com diversas 
disciplinas, como a história e a arte. 
Atividades de Aprendizagem 
Diante do exposto no decorrer desta aula, e após a sua compreensão acerca 
do tema, cite quais as diferenças entre a capoeira de mestre Bimba e mestre 
Pastinha. Reflita também sobre de que forma cada um contribui para a 
permanência da capoeira em nossa cultura. 
A capoeira hoje é também um esporte, pois existe uma vertente competitiva. 
Pesquise quais são as regras de uma competição de capoeira (podem variar 
de uma competição ou grupo para o outro), e responda a seguinte questão: a 
esportivização da capoeira a faz perder sua identidade? 
 
 
 
 
 
 
50 
 
 
Aula 4 - As lutas esportivas ou esportes de combate 
 
Apresentação da aula 4 
 
Olá, caro aluno! Seja bem-vindo a mais uma aula. Agora será abordado 
sobre as lutas esportivas ou esportes de combate, vamos lá? As lutas esportivas 
estão presentes em meio aos esportes mais conhecidos e nas olimpíadas já a 
bastante tempo, tendo como representantes “clássicos” o boxe, a esgrima e o 
judô. Porém mais recentemente outras formas de lutas ganharam atenção e 
relevância social, principalmente devido aos eventos de Artes Marciais Mistas 
(MMA). 
Algumas lutas se modificaram ao longo da história de forma a possibilitar 
sua prática com outros fins que não o de guerra e defesa, próximo à ideia de 
processo civilizador de Norbert Elias (1993). Nesse processo, sofreram 
influências da esportivização comum às práticas corporais no século XX, o que 
significa, entre outros, a existência de competição, busca de rendimento, 
pontuações, classificações, divisões por categorias, regras pré-definidas e 
burocratização, interesse da mídia, entre outros. Entre elas algumas se tornaram 
olímpicas, como o tae kwon do, esgrima, boxe e wrestling. 
 
 
Wrestling 
Fonte:https://commons.wikimedia.org/wiki/File:1912_Wrestling_featherweight_Gullakse
n_vs._Persson.JPG 
 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:1912_Wrestling_featherweight_Gullaksen_vs._Persson.JPG
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:1912_Wrestling_featherweight_Gullaksen_vs._Persson.JPG
 
 
51 
 
 Nem todas as lutas atuais são esportivas, pois muitas mantêm práticas 
próprias com objetivos diferentes dos objetivos esportivos, como aikido, iaido, 
sumô, capoeira, entre outros. Isso não significa que essas lutas não tenham 
versões esportivizadas, pois hoje existem campeonatos de capoeira e até 
mesmo de aikido, porém são vertentes e não o objetivo e forma principal de 
prática dessas lutas. Vamos conhecer um pouco de algumas delas, 
consideradas mais clássicas e presentes de forma ampla na sociedade e na 
cultura. 
 
4.1 O Boxe 
 
O Boxe, como conhecemos, vem da Inglaterra, onde no século XVIII teria 
Marquês de Queensbury implementado regras de forma a deixar a prática, que 
era popular e bastante violenta, mas aceitável para os padrões culturais 
contemporâneos, entre as quais o uso de luvas, rounds de 3 minutos, espaço de 
luta delimitado por cordas, separação entre competidores e público. 
 
 
Marquês de Queensberry 
Fonte:https://en.wikipedia.org/wiki/John_Douglas,_9th_Marquess_of_Queensberry#/m
edia/File:9th-marquess-of-Queensberry.jpg 
 
 Entre outras, essas mudanças permitiram as apostas, que geraram maior 
popularidade e o desenvolvimento dos lutadores, que aperfeiçoaram a técnica, 
https://en.wikipedia.org/wiki/John_Douglas,_9th_Marquess_of_Queensberry#/media/File:9th-marquess-of-Queensberry.jpg
https://en.wikipedia.org/wiki/John_Douglas,_9th_Marquess_of_Queensberry#/media/File:9th-marquess-of-Queensberry.jpg
 
 
52 
 
com mais velocidade e movimento de perna, tornando a luta cada vez mais 
técnica e menos violenta. 
 O aumento de popularidade de lutas, como o boxe, podem ser explicados 
a partir da busca da excitação descrita por Elias e Dunning (1993), segundo a 
qual são necessários espaços e momentos sociais próprios para a ruptura das 
regras sociais e morais que dirigem a “segunda natureza” criada de forma 
cultural pelo processo civilizador, na qual se reprime os instintos face às regras 
sociais, porém gerando um desgaste na vida cotidiana, de forma que em 
momentos como no esporte é possível se romper, ainda que de formacontrolada, com algumas dessas regras, como o impulso à violência. Isso ajuda 
explicar tanto o interesse dos lutadores quanto dos espectadores ao assistirem 
essas lutas. Posteriormente, com o advento da mídia de massa, principalmente 
o rádio e a televisão, esse fenômeno se multiplica em potencial, haja vista a 
quantidade de pessoas que os assistem e as altas cifras envolvidas. 
Posteriormente percebe-se um movimento semelhante com as Artes Marciais 
Mistas (MMA), que geraram grandes eventos e franquias, como o UFC (Ultimate 
Fighting Championship). 
 O boxe possui duas variantes importantes: o boxe profissional e o boxe 
olímpico, sendo que no boxe profissional há diferentes organizações e 
campeonatos. Entre as diferenças está a forma de pontuação, tempo dos rounds, 
categorias, entre outros. Recentemente o boxe olímpico e o profissional se 
aproximaram, de forma a adequar suas regras. Assim o boxe olímpico perdeu o 
capacete de proteção, o que mudou a forma de se lutar, pois os atletas evitam 
cortes que podem desclassificá-los para as etapas seguintes, mesmo que sejam 
vencedores. A pontuação é dada de acordo com o julgamento dos juízes. Cinco 
juízes assistem à luta e três são sorteados para dar as notas de acordo com 
critérios como combatividade, domínio da luta, enquanto que anteriormente no 
boxe olímpico eram contados todos os golpes acertados. 
Embora seja uma atividade que tenha se tornado um esporte em nome do 
controle da violência, ainda é um esporte bastante agressivo, com relatos de 
sequelas relacionadas à demência em ex-atletas. 
 
 Categoria Luvas Duração round Assaltos 
Masculino 49 à 64 kg 284 g 3 min 3 
 
 
53 
 
Masculino 64 kg ou mais 341 g 
Feminino Todas 284 g 2 min 4 
Características do Boxe Olímpico 
Fonte: elaborado pelo autor, adaptado pelo DI (2019). 
 
O boxe olímpico é disputado em um ringue de 6,10m por 6,10m, medidos 
do interior da linha das cordas. Deve ter 85 cm para além das cordas e estar 
elevado do chão. Os atletas são divididos nas seguintes categorias: 
 
Masculino 46, 49, 52, 56, 60, 64, 69, 75, 81, 91 mais de 91 kg 
Feminino 45, 48, 51, 54, 57, 60, 64, 69, 75, 81 e mais de 81kg 
Categorias do Boxe Olímpico 
Fonte: elaborado pelo autor, adaptado pelo DI (2019). 
 
A vitória pode ser definida por pontos, nocaute técnico, nocaute ou 
desclassificação. (COB, S/D). 
 Saiba mais 
Para conhecer mais regras do boxe, acesse o link: http://cbboxe.org.br/ 
regulamento/ 
Veja também os principais fundamentos do boxe: https://www.youtube.com 
/watch?v=aw1vN4Jn4hs 
 
Entre os principais fundamentos, temos os golpes, que são: 
 
 Direto: golpe frontal, forte, usando o punho dominante; 
 Uppercut: golpe de baixo para cima, buscando o queixo do adversário; 
 Jab: golpe mais rápido feito com o punho mais fraco; 
 Gancho: movimento curvo que visa acertar lateralmente o adversário, 
feito com o punho forte. Visa contornar a defesa adversária. 
 
 
 
54 
 
 
Boxe 
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/Category:Boxing#/media/File:T_wo_Youtth_ 
Service_Volunteers_having_a_boxing_match_at_an_agricultural_camp_at_Nunney_C
atch_in_Somerset_during_1943._D16345.jpg 
 
4.2 A esgrima 
 
 A espada foi durante muito tempo uma das principais armas de combate. 
Nas primeiras versões, suas lâminas e tecnologias pouco desenvolvidas faziam 
com que seu uso fosse de forma a estocar, bater, e não cortar. Nas versões mais 
primitivas, eram muitas vezes galhos de árvore ou similares. 
Com o avanço da tecnologia, as lâminas tendem a ficar mais leves e 
afiadas, de forma que as técnicas de uso se tornam menos de percussão e mais 
de corte. Porém com o avanço de técnicas de corte surgem também armaduras, 
que por sua vez exigem o desenvolvimento novamente de técnicas de 
percussão. 
 Com o aprimoramento da técnica e dos materiais de forjamento, voltam a 
ficar leves e resistentes, com bom fio, de forma a poderem ser aplicadas nas 
áreas desprotegidas pelas armaduras. 
 
https://commons.wikimedia.org/wiki/Category:Boxing#/media/File:T_wo_Youtth_Service_Volunteers_having_a_boxing_match_at_an_agricultural_camp_at_Nunney_Catch_in_Somerset_during_1943._D16345.jpg
https://commons.wikimedia.org/wiki/Category:Boxing#/media/File:T_wo_Youtth_Service_Volunteers_having_a_boxing_match_at_an_agricultural_camp_at_Nunney_Catch_in_Somerset_during_1943._D16345.jpg
https://commons.wikimedia.org/wiki/Category:Boxing#/media/File:T_wo_Youtth_Service_Volunteers_having_a_boxing_match_at_an_agricultural_camp_at_Nunney_Catch_in_Somerset_during_1943._D16345.jpg
 
 
55 
 
 
Esgrima 
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/Fencing#/media/File:0408_USA_Olympic_ 
fencing.jpg 
 
Assim, o formato da espada e a maneira de utilizá-la vão progredindo ao 
longo da história de acordo com o avanço tecnológico em sua construção e 
utilização, culminando no formato de esporte que representa isso por meio das 
suas três variantes: espada, sabre e florete. Para cada arma existe uma técnica 
específica, bem como regras de onde pode-se acertar na disputa. A espada, por 
exemplo, caracteriza-se mais por golpes de ponta, que se aproximam mais das 
armas mais antigas, quando se usava o impacto ao invés do corte. 
 Enquanto observamos nos países orientais uma transformação das lutas 
de guerra para atividades mais desportivas, o mesmo ocorria com o uso da 
espada na Europa, onde surgiram as Justas, que seriam grandes torneios que 
envolviam o uso de espadas. Contudo aconteciam lesões sérias e até mortes, o 
que levou o Papa a proibi-las no século XVI, quando Henrique II, da França, foi 
morto em frente à sua própria corte. 
 No Brasil, ela chegou no século XIX e teve apoio de Dom Pedro II, tendo 
cursos voltados aos militares, que até hoje têm maior envolvimento com a prática 
do esporte. As armas diferenciam-se pelo tamanho, peso, formato da 
empunhadura e da proteção das mãos. 
 Vamos conhecer um pouco delas: 
 
 Florete: arma ágil, sendo a mais utilizada por iniciantes e a única a ser 
permitida para as mulheres antigamente. Sua lâmina é menos flexível que 
https://commons.wikimedia.org/wiki/Fencing#/media/File:0408_USA_Olympic_fencing.jpg
https://commons.wikimedia.org/wiki/Fencing#/media/File:0408_USA_Olympic_fencing.jpg
 
 
56 
 
a do sabre e mais flexível que a espada. Pode-se tocar todo o tronco 
coberto pelo colete e parte do pescoço. A vantagem é de quem está 
atacando, ou seja, em caso de toque simultâneo. O Florete tem 90 cm de 
lâmina e 110 no total, no máximo, pesando 500 gr. ou menos; 
 
 
Florete 
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Foil-2004-A.jpg 
 
 Sabre: a mais leve e curta pesa menos de 500 gr e tem 88 cm de 
comprimento da lâmina e 105 cm no total. Pode-se tocar da cintura para 
cima, incluindo braços e cabeça, com exceção das mãos. Está presente 
nas olimpíadas desde o início das olimpíadas modernas, em 1896; 
 
 
Sabre 
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:EVD-sable-041.jpg 
 
 Espada: é a mais rígida e possui um toque mais firme. Nela é permitida 
tocar o corpo todo. A postura é mais ereta, pois deixar uma parte do corpo 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Foil-2004-A.jpg
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Foil-2004-A.jpg
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Foil-2004-A.jpg
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:EVD-sable-041.jpg
 
 
57 
 
à frente pode expô-la a um ataque. A espada tem comprimento máximo 
de 110 cm e peso inferior a 770 gr. 
 
 
Espada 
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:EVD-espada-038.jpg 
 
4.2.1 Disputa 
 
O esporte é disputado em uma pista recoberta com uma manta que 
conduz uma leve corrente elétrica. Existe uma lâmpada para cada oponente, 
uma vermelha e outra verde, que acende quando ocorre o toque. A pista possui 
14 metros de comprimento por 2 metros de largura, com marcações dos espaços 
em que o atleta pode se deslocar. O atleta não pode recuar até a última linha da 
pista, poisnesse caso é marcado ponto para o adversário. 
 
 
Disputa de Esgrima 
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/Fencing#/media/File:Mwg03pentwe.jpg 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:EVD-espada-038.jpg
https://commons.wikimedia.org/wiki/Fencing#/media/File:Mwg03pentwe.jpg
https://commons.wikimedia.org/wiki/Fencing#/media/File:Mwg03pentwe.jpg
 
 
58 
 
Os atletas usam uma roupa apropriada e um colete que transmite o sinal 
do toque. Essa roupa é composta de: 
 
 Jaqueta branca de mangas compridas, é acolchoada, com colarinho alto, 
uma camada de kevlar, fechando no lado da mão armada, estendendo-
se até abaixo da virilha; 
 Plastron, que fica sob a jaqueta no lado da mão armada, como uma 
segunda proteção; 
 Protetor de seios, que é feito de materiais sintéticos, sendo obrigatório 
para mulheres e opcional para homens; 
 Luva, que protege até metade do antebraço, sendo igual na espada e 
florete e diferente no sabre, que possui uma malha metálica para 
marcação dos pontos; 
 Máscara, cobrindo o rosto e o pescoço, variando de acordo com as armas: 
a espada não possui superfície metalizada, no florete tem área metalizada 
perto do pescoço e no sabre em toda a superfície; 
 Usa-se ainda uma ligação eletrônica por meio de um cabo que se mantêm 
esticado. 
 
Entre as principais regras, temos: 
 
 Os participantes iniciam com 2 metros de distância; 
 A luta termina quando um dos oponentes realiza cinco toques válidos ou 
ao término de 4 minutos; 
 São faltas desviar o ataque com as mãos ou segurar a arma do 
adversário, o contato corporal, toques em zonas proibidas, tocar o 
oponente desarmado, ficar de costas para o adversário; 
 Em caso de toque simultâneo, não se conta na espada, e nas outras 
modalidades o ponto é dado para quem tem vantagem. 
 
Entre as principais técnicas, temos a guarda, a marcha, o afundo e o 
ataque por estocada. 
 Na guarda: mantém-se uma perna à frente e outra atrás, de forma que o 
pé da frente fica apontado para frente enquanto o de trás “para o lado”, de forma 
 
 
59 
 
perpendicular com relação ao pé da frente. O braço que empunha a arma fica 
semi-flexionado, apontando a arma para o adversário, enquanto o outro fica para 
trás, oferecendo equilíbrio. 
 
 
Guarda 
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:IX_Juegos_Suramericanos_Medell%C3 
%ADn_2010_-_Esgrima.jpg 
Já a marcha é o deslocamento para frente e para trás. A perna da frente 
movimenta-se primeiro, seguindo-se da perna de trás. As pernas nunca se 
cruzam. 
O afundo: é o movimento de ataque, no qual estica-se o braço à frente 
para alcançar o adversário. No ataque por estocada, junta-se o afundo com a 
marcha, deslocando-se para frente e realizando o movimento de ataque. 
 Na escola, podemos adaptar a esgrima construindo as armas com 
materiais alternativos e demarcando a pista no chão. Pode-se construir armas 
mais leves, com folhas de jornal enroladas com um pincel preso à ponta ou 
armas mais rígidas usando cano de pvc com uma espuma na ponta. Em ambos 
os casos, a ponta pode ser embebida em tinta guache, de forma que se ocorrer 
o toque o adversário ficará marcado com a cor de quem atacou. Para isso, pode-
se construir um colete improvisado com sacos de lixo ou papel. O professor pode 
fazer exercícios de guarda, marcha e afundo e, após explicar as regras, fazer 
pequenas disputas. 
 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:IX_Juegos_Suramericanos_Medell%C3%ADn_2010_-_Esgrima.jpg
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:IX_Juegos_Suramericanos_Medell%C3%ADn_2010_-_Esgrima.jpg
 
 
60 
 
 
Afundo 
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/Fencing#/media/File:Fencing_plunge.png 
 
4.3 As Artes Marciais Mistas (MMA) 
 
A indústria do entretenimento a algum tempo percebeu o valor das lutas 
como forma de espetáculo que angaria muitos espectadores, desde os esportes, 
como o boxe e o judô, aos filmes, cujos atores são muitas vezes artistas marciais. 
Com esse intento midiático e espetacularizado, surgiram as lutas de “vale 
tudo”, ou “artes marciais mistas”, do inglês MMA (mixed martial arts). 
Esses eventos teriam uma das origens na família Gracie, responsável 
pelo brazilian jiu-jitsu, como ficou conhecida a variante dessa luta desenvolvida 
pela família. Tudo teria começado com Carlos Gracie, que foi aluno de Mitsuyo 
Maeda, conhecido como Conde Koma. 
 
https://commons.wikimedia.org/wiki/Fencing#/media/File:Fencing_plunge.png
https://commons.wikimedia.org/wiki/Fencing#/media/File:Fencing_plunge.png
https://commons.wikimedia.org/wiki/Fencing#/media/File:Fencing_plunge.png
 
 
61 
 
 
Mitsuyo Maeda ou Conde Koma 
Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/1/1a/Maeda_Mituyo.jpg/ 
200px-Maeda_Mituyo.jpg 
 
Junto com seu irmão Hélio, Carlos se dedicou a deixar o jiu-jitsu mais 
eficiente, de forma que entre 1930 e 1960 se envolveu em diversas disputas com 
lutadores de outras artes marciais para pôr à prova a arte que treinava, ganhando 
17 combates e perdendo apenas 2 vezes. 
 
 
Carlos Gracie 
Fonte: http://cbjj.com.br/wp-content/uploads/2014/09/carlos-gracie-sr.jpg, adaptado 
pelo Di (2019). 
 
 
62 
 
Desses desafios, primeiramente fechados, nasceu a ideia de organizar 
um evento no qual artistas marciais de diferentes artes se enfrentavam. Dessa 
forma Rorion, filho de Hélio Grace, que estava ensinando Jiu-Jitsu nos EUA, 
decidiu profissionalizar esses desafios, criando o Ultimate Fight Championship 
(UFC). Seu irmão Royce foi campeão nas quatro primeiras edições. 
 
 
Octógono UFC 
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:UFC-Octagon-USMCPhoto.jpg 
 
Apesar disso, o evento não ia bem e beirava à falência, até que em 2000 
foi vendido para a empresa Zuffa, tendo como donos Frank e Lorenzo Fertita, 
donos de cassinos em Las Vegas, e como presidente Dana White, empresário 
do boxe. 
Sob a nova coordenação, foram criadas regras mais rígidas para proteger 
os lutadores, já que havia um forte movimento de oposição ao UFC, a ponto 
deste ser proibido em diversos estados americanos, uma vez que suas disputas 
eram bastante violentas. Ao aproximar o UFC das comissões atléticas, 
conseguiram sua aprovação e permanência, se tornando ainda um dos maiores 
eventos de lutas do mundo, com valor estimado em 1 bilhão de dólares e 90% 
do mercado de MMA. 
 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:UFC-Octagon-USMCPhoto.jpg
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:UFC-Octagon-USMCPhoto.jpg
 
 
63 
 
 Saiba mais 
Devido à forte oposição, o UFC começou a utilizar as comissões atléticas, 
definidas por lei em cada estado americano. Veja mais detalhes dessa história 
no link disponível: 
http://www.espn.com.br/noticia/209998_comissoes-atleticas-sao-responsaveis-
por-escolha-dos-arbitros-do-ufc-nos-eua 
 
Houve ainda outros eventos importantes, como o Free Style Japan 
Championship ou Open Free Style Japan, que eram os maiores torneios de MMA 
no mundo na década de 1990 do século passado, cujas duas primeiras edições 
foram vencidas por Rickson Gracie. 
Importante destacar o papel da mídia quanto a esses eventos, 
principalmente a televisiva. Betti (1998) demonstra como a televisão cria um 
enredo em torno daquilo que se está transmitindo. Assim não se trata apenas de 
dar acesso à visão da luta, mas a criar uma história, que muitas vezes começa 
semanas antes do confronto, com inserções em diversos espaços mostrando os 
lutadores, suas histórias de vida, suas rotinas de treino e, até mesmo, criando-
se personagens de novela e reality shows. (TOREZANI, 2012). 
O UFC foi criado intencionalmente como um evento mediático, tendo 
contratado inclusive produtores de Hollywood para ajudar na confecção e 
divulgação. 
Esse aparato da mídia forma espectadores, que se veem ansiosos pela 
luta que a pouco tempo nem mesmo sabiam da existência. Tendo ainda as 
instituições que organizam tais eventos interesses comerciais e 
espetacularizações, contribuempara que toda luta gire em torno disso. A mídia 
está inclusive naquilo que foi conceituado como indústria cultural pela escola de 
Frankfurt. 
 
 Saiba mais 
A escola de Frankfurt ficou assim conhecida pela união de diversos sociólogos 
e filósofos alemães na primeira metade do século XX, que diante dos horrores 
do nazismo e das guerras mundiais construíram explicações elaboradas e 
 
 
64 
 
originais sobre o funcionamento da sociedade moderna, estando entre eles 
estudiosos muito conhecidos como Horkheimer, Adorno, Marcuse, Walter 
Benjamin, entre outros. Você pode saber mais sobre ela aqui: 
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/direito/escola-de-frankfurt-
uma-critica-a-sociedade-contemporanea/52411 
 
Adorno (1985) alertava para os perigos da indústria cultural, a qual cria 
não apenas produtos, mas também os consumidores, tornando os atletas 
produtos a serem comercializados, que possuem valor enquanto são vendáveis, 
caindo no esquecimento quando que não podem mais produzir o espetáculo que 
se deseja vender. Assim, os eventos de MMA tinham grande interesse financeiro, 
adequando suas regras e formato de acordo com esses interesses. 
Podemos perceber nos eventos de MMA a relação com o lucro e a 
fabricação de “produtos”, como indica Brohm (1976), ao relacionar o esporte 
moderno às próprias características do capitalismo, em que a quantidade da 
produção, por exemplo, pode ser medida na quantidade de atletas formados, 
títulos conquistados, e/ou no caso do UFC, em quanto de dinheiro e 
espectadores produz. 
É fato que muitos estudantes do ensino fundamental e médio 
acompanham esses eventos, agora televisionados em rede aberta, tendo por 
ídolos seus lutadores, sendo necessária a discussão dessa atividade enquanto 
reflexão de seus interesses e valores associados. 
Buscando a igualdade de oportunidades para a vitória, conforme indica 
Guttmann (2004), o UFC divide os atletas por categorias conforme o peso 
corporal. As categorias são: 
 
Peso mosca < 56,7 kg 
Peso galo 56,7 até 61,2 kg. 
Peso pena 61,2 até 65,7 kg. 
Peso leve 65,7 até 70,3 kg 
Peso meio-médio 70,3 até 77,1 kg. 
Peso médio 77,1 até 83,9 kg 
Peso meio-pesado 83,9 até 92,2 kg. 
Peso pesado 92,9 até 120.2 kg. 
Peso superpesado > 120,2 kg. 
Fonte: https://www.supermma.com/categoria/, adaptado pelo DI. 
 
https://www.supermma.com/categoria/
 
 
65 
 
As regras foram sendo adaptadas para garantir maior segurança aos 
atletas, assim são proibidos golpes que visem prejudicar o adversário, como 
golpes com os pés ou joelho na cabeça de um adversário caído. O atleta que 
cometer faltas pode ser penalizado com pontos ou até desclassificado. 
A luta é disputada em 3 rounds de cinco minutos, podendo chegar a 5 
rounds. O ganhador do round recebe 10 pontos, e o perdedor 9. Para se 
determinar o vencedor, os juízes consideram as técnicas, domínio da luta, 
quedas e reversões. A luta pode ter quatro resultados: finalização, nocaute, 
nocaute técnico, decisão por scorecads (pontos) ou desqualificação. 
 Saiba mais 
Para mais informação sobre as regras de MMA, acesse o link disponível: 
http://mmabrasil.com.br/saiba-mais/regras-unificadas-de-conduta-do-mma 
 
As lutas de MMA hoje ocupam bastante espaço na mídia, existindo 
inclusive canais inteiros de televisão paga destinados a elas, movimentando um 
mercado milionário e fazendo com que muitos jovens entrem nas lutas buscando 
a realização pessoal e profissional por meio das lutas. Esse fenômeno precisa 
ser estudado e analisado de forma crítica na escola, para que os alunos possam 
interpretá-lo de forma consciente. 
 
Conclusão da Aula 4 
 
As lutas esportivas estão presentes em meio aos esportes mais 
conhecidos e nas olimpíadas já a bastante tempo, tendo como representantes 
“clássicos” o boxe e a esgrima, além do judô. Porém mais recentemente outras 
formas esportivizadas de lutas ganharam atenção e relevância social, 
principalmente devido aos eventos de artes marciais mistas (MMA). 
As lutas esportivas ganharam grande destaque nas últimas décadas, com 
forte apelo midiático, provocando inclusive mudanças em lutas tradicionais, que 
buscaram se adequar melhor ao modelo esportivo. Se por um lado isso ajuda na 
sua propagação, atraindo muitos praticantes, por outro pode desvirtuar os 
sentidos formulados por seus precursores. O mesmo esporte que garante o fair 
 
 
66 
 
play, o respeito às regras e aos oponentes, também espetaculariza a violência e 
fomenta a busca da vitória a qualquer preço, sendo necessário o seu 
conhecimento por parte dos alunos, de forma que possam fruir e analisar esse 
fenômeno de forma consciente. 
 
Atividade de Aprendizagem 
A indústria do entretenimento a algum tempo percebeu o valor das lutas 
como forma de espetáculo que angaria muitos espectadores. Diante dessa 
afirmação, explique de que maneiras o UFC se aproxima do conceito de 
indústria cultural proposto pela escola de Frankfurt. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
67 
 
Índice remissivo 
 
A capoeira e as lutas esportivas ............................................................................. 
(Cultura; Histórica; Propriedade Cultural) 
 
38 
A capoeira escrava ................................................................................................. 
(Repressão; Sofrimento; Violência) 
 
40 
As artes marciais mistas (MMA) ............................................................................. 
(Entretenimento; Coordenado; Lucrativo) 
 
60 
As lutas e a cultura corporal.................................................................................... 
(Capacidade; Modificar; Relacionar) 
 
08 
As lutas e a educação física escolar........................................................................ 
(Aspectos Técnicos; Cultura Corporal; Histórico) 
 
07 
As lutas esportivas ou esportes de combate ........................................................... 
(Existência; Influência; Históricas) 
 
50 
As origens da capoeira ........................................................................................... 
(Arte; Desempenho; Tradição) 
 
39 
Capoeira ou ginástica brasileira ............................................................................. 
(Arte; Cultura; Ideologia) 
 
42 
Chutes .................................................................................................................... 
(Ataque; Força; Movimento) 
 
47 
Disputa ................................................................................................................... 
(Alternativo; Resistência; Técnico) 
 
57 
Esgrima .................................................................................................................. 
(Histórico; Progressivo; Técnico) 
 
54 
Esquivas ................................................................................................................ 
(Eficiência; Formas; Percepção) 
 
47 
Floreios .................................................................................................................. 
(Dificuldade; Distração; Estratégia) 
 
48 
Fundamentos ......................................................................................................... 
(Dança; Ginga; Posição) 
 
46 
História.................................................................................................................... 
(Educação; Métodos; Relação) 
 
10 
Jui-Jitsu .................................................................................................................. 
(Agilidade; Controle; Eficiência) 
 
33 
Ninjutsu .................................................................................................................. 
(Estratégicos; Guerreiros; Técnicos) 
 
31 
O boxe .................................................................................................................... 
(Adaptado; Profissão; Violento)51 
O Budô.................................................................................................................... 
(Influência; Princípios; Tradição) 
 
21 
 
 
68 
 
O Judô .................................................................................................................... 
(Educação; Esporte; Princípios) 
 
35 
O Wushu................................................................................................................. 
(Arte da Guerra; Forma de Luta; Filosofia) 
 
17 
Técnicas e princípios.............................................................................................. 
(Aspectos; Formas; Técnicas) 
 
13 
Um pouco das artes orientais: da China ao Japão................................................... 
(Artes Marciais; Conhecimento; Cultura Histórica) 
 
17 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
69 
 
Referências 
 
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BETTI, M. A janela de vidro: esporte, televisão e educação física. Papirus 
Editora, 1998. 
 
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FENSTERSEIFER, P. E. (orgs). Dicionário crítico de Educação Física. Ijuí: 
Unijuí, 2005, p. 150-156. 
 
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Recorde: Revista de História do Esporte, v. 2, n. 1, p. 1-40, 2009. 
 
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1993. 
 
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1992 
 
FRIDAY, K. F., HUMITAKE, S.; Legacies of the Sword: The Kashima -Shinryu 
and Samurai Martial Culture. Honolulu: University of Hawai’i Press.1997. 
 
GASPARIN, J.L. Uma didática para a pedagogia histórico-crítica. Campinas: 
Autores Associados, 2002. 
 
GEBARA, A. Anotações para a Teoria do Processo Civilizador: Proposições para 
a História Da Educação. Anais da VII Semana de Pedagogia, do III Seminário de 
Pesquisa do PPGED e II Encontro de Egressos do PPGED, p. 33, 2015. 
Disponível em: 
<http://www.ppged.ufscar.br/mce/arquivo/pagina8/anais_vii_semana_de_ped_e
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GUTTMANN, Allen. From ritual to record: The nature of modern sports. 
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INSTITUTO NITEN, BUDÔ, 2008. Disponível em: <http://www.bushidoonline. 
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KASSAB, A. A capoeira escrava e outras tradições rebeldes. Ao estudar a prática 
dos negros, historiador encontra aspectos desconhecidos das relações entre 
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http://www.ppged.ufscar.br/mce/arquivo/pagina8/anais_vii_semana_de_ped_e_iii_seminario_de_pesquisa_ppged-final_30.10.15.pdf#page=34
http://www.ppged.ufscar.br/mce/arquivo/pagina8/anais_vii_semana_de_ped_e_iii_seminario_de_pesquisa_ppged-final_30.10.15.pdf#page=34
 
 
70 
 
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