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Local: Sala 1 - TJ - Prova On-line / Andar / Polo Tijuca / TIJUCA Acadêmico: VIRCUS-001 Aluno: MILENA SANTOS MEYOHAS DE FREITAS Avaliação: A2- Matrícula: 20171103294 Data: 7 de Junho de 2021 - 08:00 Finalizado Correto Incorreto Anulada Discursiva Objetiva Total: 10,00/10,00 1 Código: 27822 - Enunciado: Os mitos na psicanálise são mais do que uma simples montagem ou uma ilustração. Os mitos são tomados por Freud como um modelo inabitual do pensamento científico atribuindo um valor entre mito e logos (razão).Considerando o mito científico de Freud em Totem e Tabu, é possível afirmar que os filhos da ordem primitiva: a) Após o ato de assassinato, introduzem o recalque primário que torna impeditivo do início à civilização. b) Encarnam o poder arbitrário dando origem a uma nova ordem social. c) Inauguram a desobediência às leis da linguagem e do laço social. d) Instauram o totem como o primeiro representante simbólico do pai morto. e) Instauram o tabu como o primeiro representante imaginário do pai morto. Alternativa marcada: d) Instauram o totem como o primeiro representante simbólico do pai morto. Justificativa: Resposta correta: Instauram o totem como o primeiro representante simbólico do pai morto.O totem está no lugar vazio deixado pelo pai ao ter sido assassinado pelos filhos, passando a representante da lei que institui que nenhum filho poderia vir a ocupar o lugar do pai. O mito freudiano, anterior à entrada do homem na cultura, expressa o momento no qual a lei simbólica é instaurada a fim de dar início à civilização. De acordo com o mito científico freudiano, havia um pai do excesso e do gozo que tomava para si todas as mulheres. Os filhos revoltados assassinam o pai e em seguida sentem remorso, que leva a um sentimento de culpa. Apresentam ao grupo de irmãos uma primeira lei, de não ocuparem mais o lugar do pai morto. Esse lugar vazio permite que figuras representativas e simbólicas que encarnam o pai simbólico deem origem a uma nova ordem social, de modo que sejam instauradas as leis em torno das quais o grupo civilizatório circula. Sendo assim, o totem foi a primeira manifestação primitiva de religiosidade em que as forças da natureza tornaram-se protetoras como o pai e temidas. Todo o grupo torna-se obediente a essa lei simbólica que restringe suas satisfações pulsionais como algo necessário à manutenção dos laços de amor e contenção da agressividade. Isso é possível, pois, diferentemente dos animais, os homens não são regidos apenas pelo instinto, mas pelo que Freud denominou de pulsões, recalcadas parcialmente, por sermos sujeitos de linguagem. Após o ato de assassinato, o recalque primário permite o início à civilização. Distratores:Encarnam o poder arbitrário dando origem a uma nova ordem social. Errada, pois os filhos constroem o totem exatamente para impedir o retorno do poder arbitrário do pai assassinado.Após o ato de assassinato, introduzem o recalque primário que torna impeditivo do início à civilização. Errada, pois o recalque primário que ocorre após o assassinato do pai é o que dá início à civilização.Inauguram a desobediência às leis da linguagem e do laço social. Errada, pois inauguram a obediência às leis da linguagem.Instauram o tabu como o primeiro representante imaginário do pai morto. Errada, pois instauram o totem como o primeiro representante simbólico do pai morto. 0,50/ 0,50 2 Código: 27801 - Enunciado: Segundo o entendimento psicanalítico, o “ser-para-o-sexo” se define a partir da castração, ou seja, a castração limita a extração de gozo pela incidência do significante sobre o corpo. Sendo assim, a família edipianamente constituída é aquela que transmite a verdade sobre o sexo em sua função inconsciente. A família é uma resposta simbólica ao real do sexo, pois permite a nomeação da mãe, do pai e do lugar que a criança ocupa nessa 1,00/ 1,00 relação. É dessa forma que ocorre a constituição do sujeito nos laços sociais. A partir do entendimento psicanalítico sobre o complexo de Édipo, indique a alternativa que mostra a sua aplicação na organização dos laços familiares: a) O complexo de Édipo trouxe um modelo psicológico incapaz de lançar o paradigma do advento da família ao fazer desta uma estrutura psíquica particular, e não universal, apoiada em uma organização das leis da aliança que institui o princípio do interdito do incesto. b) A psicanálise contribuiu para o entendimento das famílias patriarcais monogâmicas, sendo os novos modelos de parentalidade, das famílias “recompostas” ou “monoparentais”, movimentos sociais que se opõem ao pensamento freudiano. c) Freud cria uma estrutura psíquica de parentesco que inscreve o desejo sexual, Eros, no cerne da lei de aliança e da filiação. A família é, para a psicanálise, uma necessidade sob a qual a civilização repousa. d) A psicanálise contribuiu para o entendimento das famílias poligâmicas, sendo o modelo de parentalidade tradicional e patriarcal muito questionado pela psicanálise. e) A família edipiana é definida por Freud como força possível para a sociedade de sua época, devido ao momento histórico, em que se tornava necessário que os sujeitos utilizassem toda forma de rebelião subjetiva. Alternativa marcada: c) Freud cria uma estrutura psíquica de parentesco que inscreve o desejo sexual, Eros, no cerne da lei de aliança e da filiação. A família é, para a psicanálise, uma necessidade sob a qual a civilização repousa. Justificativa: Resposta correta: Freud cria uma estrutura psíquica de parentesco que inscreve o desejo sexual, Eros, no cerne da lei de aliança e da filiação. A família é, para a psicanálise, uma necessidade sob a qual a civilização repousa.Freud, ao apresentar o complexo de Édipo como universal, apresenta a família não como uma estrutura social, mas como uma organização psíquica inconsciente e necessária para que o sujeito possa aceitar o recalque necessário de suas pulsões. Nesse sentido, as figuras de pai, mãe e filho são estruturas de linguagem sob as quais o inconsciente trabalha e cria como forma de barrar o excesso de gozo diante da sexualidade e da morte. Nesse sentido, a aliança de parentesco vem impor os limites da lei simbólica causada pelo assassinato mítico do pai da pré-história e lançar o incesto como o primeiro tabu universal das civilizações. A família edipiana é definida por Freud como força universal, independentemente da época. Portanto, a psicanálise não contribuiu para o entendimento das famílias patriarcais monogâmicas, pois, sendo seu modelo regido pela construção psíquica dessa família, permite pensarmos uma sociedade em que surjam novos modelos de parentalidade, de famílias “recompostas” ou “monoparentais”. Distratores:O complexo de Édipo trouxe um modelo psicológico incapaz de lançar o paradigma do advento da família ao fazer desta uma estrutura psíquica particular, e não universal, apoiada em uma organização das leis da aliança que institui o princípio do interdito do incesto. Errada. O complexo de Édipo trouxe um modelo psicológico capaz de lançar o paradigma do advento da família ao fazer desta uma estrutura psíquica universal, apoiada em uma organização das leis da aliança que institui o princípio do interdito do incesto.A família edipiana é definida por Freud como força possível para a sociedade de sua época, devido ao momento histórico, em que se tornava necessário que os sujeitos utilizassem toda forma de rebelião subjetiva. Errada. A família edipiana é definida por Freud como força atemporal necessária para os sujeitos organizarem sua subjetividade dentro dos laços de cultura.A psicanálise contribuiu para o entendimento das famílias patriarcais monogâmicas, sendo os novos modelos de parentalidade, das famílias “recompostas” ou “monoparentais”, movimentos sociais que se opõem ao pensamento freudiano. Errada. A psicanálise contribui para o entendimento dos diversos tipos de famílias, e os novos modelos de parentalidade, de famílias “recompostas” ou “monoparentais”, correspondem ao pensamento freudiano.A psicanálisecontribuiu para o entendimento das famílias poligâmicas, sendo o modelo de parentalidade tradicional e patriarcal muito questionado pela psicanálise. Errada. A psicanálise contribui para o entendimento dos diversos modelos familiares, incluindo a parentalidade tradicional e patriarcal. 3 Código: 27842 - Enunciado: Segundo Betty Fuks, em seu livro Freud e a cultura, duas figuras de alteridade assombravam a Viena de Freud: feminilidade e judeidade. De uma maneira geral, o pânico da feminização vivido na modernidade vienense correspondia ao horror de sua judaização.Infere-se, a partir dessas duas figuras de alteridade, que: a) Longe de fazer uma analogia entre o judeu e o feminino, Freud demonstra que a vivência diante da circuncisão é homóloga à impressão inquietante causada pelo sexo da mulher, mas ambas provocam um horror à castração. b) A partir do paradigma da figura do judeu e da mulher, Freud afirma ser necessária essa discriminação, por ser uma imposição para a organização da cultura da existência do diferente que permite a entrada do sujeito na partilha dos sexos. c) Ao fazer uma analogia entre o judeu e o feminino, Freud demonstra a distância existente entre as práticas judaicas, relativa à circuncisão, e o horror social causado pelo sexo da mulher. Apenas a feminilidade causa horror relativo à castração na cultura. d) Quando, em psicanálise, falamos de horror à castração, estamos nos referindo à falta de angústia, pois lidamos com a semelhança, e não com a diferença. É a falta de angústia a raiz comum entre o antifeminismo e o antissemitismo. e) A feminilidade e a judeidade resgataram a atribuição de exclusão necessária à civilização sobre o fato da mulher ter trazido o pecado ao mundo e o judeu, o perigo de degeneração do órgão sexual masculino, pela circuncisão. Alternativa marcada: a) Longe de fazer uma analogia entre o judeu e o feminino, Freud demonstra que a vivência diante da circuncisão é homóloga à impressão inquietante causada pelo sexo da mulher, mas ambas provocam um horror à castração. Justificativa: Resposta correta: Longe de fazer uma analogia entre o judeu e o feminino, Freud demonstra que a vivência diante da circuncisão é homóloga à impressão inquietante causada pelo sexo da mulher, mas ambas provocam um horror à castração.Tanto o estrangeiro quanto a mulher apresentam a diferença operacionalizada psiquicamente pela castração. Por mostrarem a diferença, levam o sujeito neurótico a defender-se daquilo que sabe (o fato de sermos todos castrados), mas que causa estranhamento diante de suas evidências. Portanto, o judeu e o feminino não são a mesma coisa, mas ambos apresentam essa diferença, o que leva à discriminação. Distratores:A feminilidade e a judeidade resgataram a atribuição de exclusão necessária à civilização sobre o fato da mulher ter trazido o pecado ao mundo e o judeu, o perigo de degeneração do órgão sexual masculino, pela circuncisão. Errada, pois a feminilidade e a judeidade não resgatam a exclusão, porque a exclusão não é algo a ser resgatado, mas banido das relações humanas. Quando, em psicanálise, falamos de horror à castração, estamos nos referindo à falta de angústia, pois lidamos com a semelhança, e não com a diferença. É a falta de angústia a raiz comum entre o antifeminismo e o antissemitismo. Errada, pois quando, em psicanálise, falamos do horror à castração, estamos nos referindo ao aumento da angústia, pois lidamos mal com as diferenças. É o excesso de angústia a raiz comum entre o antifeminismo e o antissemitismo.A partir do paradigma da figura do judeu e da mulher, Freud afirma ser necessária essa discriminação, por ser uma imposição para a organização da cultura da existência do diferente que permite a entrada do sujeito na partilha dos sexos. Errada, pois através do paradigma da figura do judeu e da mulher, Freud coloca-se contra a discriminação por ser uma necessidade psíquica a existência do diferente, que permite a entrada do sujeito na partilha dos sexos. Ao fazer uma analogia entre o judeu e o feminino, Freud demonstra a distância existente entre as práticas judaicas, relativas à circuncisão, e o horror social causado pelo sexo da mulher. Apenas a feminilidade causa horror relativo à castração na cultura. Errada, pois, ao fazer uma analogia entre o judeu e o feminino, Freud demonstra a proximidade existente entre as práticas judaicas, relativas à circuncisão, e o horror social causado pelo sexo da mulher. Tanto o judeu como a feminilidade causam horror relativo à castração na cultura. 1,50/ 1,50 4 Código: 27759 - Enunciado: Com a Primeira Guerra Mundial, em 1914, Freud observou que os conflitos entre Estados modernos tornaram-se ainda mais cruéis e implacáveis que aqueles que o precediam e eram ainda mais destrutivos. O homem havia produzido tecnologia, mas as guerras tornaram-se mais impiedosas com o seu uso, de modo a utilizar as próprias produções culturais e tecnológicas para melhor destruir o mundo civilizado (FUKS, 2003). Diante de tal contexto, indique o objetivo freudiano ao estudar os fenômenos da cultura: a) Demonstrar que apenas pela guerra o homem civilizado pode alçar a evolução social almejada na utilização de sua violência. b) Demonstrar que todas as conquistas intelectuais e científicas da cultura moderna são suficientes para diminuir a violência. c) Explicar a guerra a partir da psicanálise, de modo a poder construir um processo de prevenção contra os estados de destruição social. d) Construir a ideia de “superioridade” dos homens civilizados em relação aos selvagens que permitiu refrear a enigmática natureza violenta. e) Buscar nos fatos da cultura os fundamentos necessários para explicar a realidade psíquica apreendida na escuta de seus pacientes. Alternativa marcada: e) Buscar nos fatos da cultura os fundamentos necessários para explicar a realidade psíquica apreendida na escuta de seus pacientes. Justificativa: Resposta correta: Buscar nos fatos da cultura os fundamentos necessários para explicar a realidade psíquica apreendida na escuta de seus pacientes.Segundo o texto freudiano proposto, o objetivo de Freud ao estudar os fenômenos da cultura foi o de encontrar nos eventos sociais e civilizatórios as mesmas bases pulsionais e inconscientes encontradas no sujeito individual com o qual já havia teorizado tais conceitos. Freud não queria prevenir os fenômenos sociais destrutivos, pois sua teoria o levava a crer em um mal-estar inexorável, em que o mal permanece na cultura. Mesmo as conquistas intelectuais e científicas são insuficientes para diminuir a violência, de modo que sempre há um retorno dos estados de barbárie, o que faz com que o homem civilizado não seja superior ao homem das cavernas. Distratores:Explicar a guerra a partir da psicanálise, de modo a poder construir um processo de prevenção contra os estados de destruição social. Errada. Freud estudou a cultura para encontrar os fundamentos de sua teoria, e não para explicar os fenômenos sociais. Demonstrar que todas as conquistas intelectuais e científicas da cultura moderna são suficientes para diminuir a violência. Errada. As conquistas intelectuais e científicas da cultura moderna são insuficientes para diminuir a violência.Construir a ideia de “superioridade” dos homens civilizados em relação aos selvagens que permitiu refrear a enigmática natureza violenta. Errada. O homem civilizado, com sua capacidade tecnológica, mostrou-se ainda mais cruel e violento do que o homem primitivo.Demonstrar que apenas pela guerra o homem civilizado pode alçar a evolução social almejada na utilização de sua violência. Errada. Embora o mal não seja algo a ser exterminado, por fazer parte da natureza humana, deve ser refreado no uso das relações sociais baseadas em Eros. 0,50/ 0,50 5 Código: 27797 - Enunciado: Nas últimas décadas, a sociedade tem vivido um crescimento do uso de drogas, lícitas e ilícitas, além de manifestações como a depressão, a síndrome do pânico e as toxicomanias. Joel Birman, em seu livro Mal-estar na atualidade:a psicanálise e as novas formas de subjetivação, apresenta tais fenômenos como sintomas no tecido social, como desdobramentos da exigência de reconhecimento imaginário da completude, o que leva ao tratamento do outro como um objeto a ser devorado e descartado na fluidez das identidades efêmeras da contemporaneidade. Diante desse cenário e segundo o entendimento da psicanálise, um sujeito toxicômano: a) Empenha-se em lidar com a castração e a ordem fálica instaurada pelo tempo edipiano que orienta o desejo. b) Opõe-se a oferecer-se como objeto para o gozo do Outro, a fim de completar a falta que aparece como insuportável: ele jamais se faz o produto do gozo do Outro. 1,00/ 1,00 c) Apresenta-se unificado por um modo de gozo específico e parece não estar dividido pelos conflitos psíquicos na tentativa de tamponar a relação com a falta. d) Goza da droga para, de alguma forma, ligar-se ao gozo do Outro e, assim, fazer laço social. e) Lida bem com sua castração e é por isso que pode ir além dos limites sociais. Alternativa marcada: c) Apresenta-se unificado por um modo de gozo específico e parece não estar dividido pelos conflitos psíquicos na tentativa de tamponar a relação com a falta. Justificativa: Resposta correta: Apresenta-se unificado por um modo de gozo específico e parece não estar dividido pelos conflitos psíquicos na tentativa de tamponar a relação com a falta.Segundo a psicanálise, o toxicômano tem um gozo específico do qual extrai seu prazer das drogas, cuja função é a de afastá-lo do encontro com a falta (castração) e mantê-lo na ilusão de completude narcísica.De acordo com as proposições discursivas de Jacques Lacan, o discurso da sociedade contemporânea exclui a relação do sujeito com o desejo, sempre movido por uma falta que leva à continuidade da busca por algo que venha satisfazê-lo. Ao iludir o sujeito atual de poder satisfazer-se em sua completude, as drogas tornam-se aliadas à ilusão de satisfação e fuga dos conflitos, sem que o sujeito possa elaborar seus sintomas e encontrar saídas menos deletérias. Por isso, as drogas oferecem um modo de gozo específico, em que a satisfação imediata e efêmera é oferecida ao consumidor, abafando seu encontro com sua própria divisão subjetiva. Lembrar que, para a psicanálise, o sujeito do inconsciente, é sempre dividido entre sua razão e os desejos que regem seu inconsciente. O próprio sujeito toxicômano acaba por tornar-se um objeto de consumo da sociedade (o Outro social), que lhe exige uma relação de excesso com os objetos de consumo como as drogas. Portanto, trata-se de um sujeito que não se empenha lidar com a castração e a feminilidade instaurada pelo tempo edipiano que orienta o desejo, e que goza da droga para, de alguma forma, desligar-se do Outro e assim, desfazer o laço social. Distratores:Opõe-se a oferecer-se como objeto para o gozo do Outro, a fim de completar a falta que aparece como insuportável: ele jamais se faz o produto do gozo do Outro. Errada, pois o toxicômano oferece-se como objeto de gozo para o Outro para complementá-lo e, assim, manter- se afastado da castração, o que é necessário para que possa desejar algo para além de seu gozo mortífero.Goza da droga para, de alguma forma, ligar-se ao gozo do Outro e, assim, fazer laço social. Errada, pois o toxicômano não faz laço social, e as drogas são um meio de afastar-se do Outro.Empenha-se em lidar com a castração e a ordem fálica instaurada pelo tempo edipiano que orienta o desejo. Errada, pois não se empenha em lidar com a castração, mas, ao contrário, evita encontrá-la.Lida bem com sua castração e é por isso que pode ir além dos limites sociais. Errada, pois não lida bem com a castração, e é por isso que pode ir além dos limites sociais. 6 Código: 27847 - Enunciado: Segundo Katja Plotz Fróis em Globalização e cultura: a identidade no mundo de iguais, a afirmação de identidades é o outro lado da moeda do caráter econômico da globalização. Desse modo, podemos concluir que: a) O termo globalização é um avanço em termos de construção das identidades, porque se refere a interconexões no nível das comunicações, pois envolve a constituição de uma ideologia global de comunidade. b) A globalização uniu as civilizações e trouxe a certeza de um mundo harmônico e solidário capaz de vencer a violência e o mal-estar da civilização, levando à prosperidade. c) A globalização permite a existência de um mundo com base no entendimento dos conceitos de cultura e identidade, em que ocorre uma cultura global comunitária alterada por uma harmonia social almejada. d) A globalização representa interconexão marcada pela supremacia do capital e do mercado, o que potencializa a aceitação quanto à perda das identidades e à anulação de culturas. e) A globalização pressupõe a ideia em direção a um mundo sem fronteiras. Isso implica a perda das referências, o que torna o sujeito sem um elo de pertencimento a um território. 1,50/ 1,50 Alternativa marcada: e) A globalização pressupõe a ideia em direção a um mundo sem fronteiras. Isso implica a perda das referências, o que torna o sujeito sem um elo de pertencimento a um território. Justificativa: Resposta correta: A globalização pressupõe a ideia em direção a um mundo sem fronteiras. Isso implica a perda das referências, o que torna o sujeito sem um elo de pertencimento a um território.A globalização pressupõe a ideia de desterritorialização e desinstitucionalização, em um movimento em direção a um mundo sem fronteiras. Isso implica a perda das referências, o que torna o sujeito sem um elo de pertencimento a um território, sem um elo de identificação que lhe permita poder compartilhar de crenças, convicções ou ideais. A globalização representa interconexão, marcada pela supremacia do capital e do mercado, entre estados nacionais, o que não potencializa a singularidade nem dá espaço para a diferença, ou seja, nas instâncias culturais, o processo encontra mínima aceitação quanto à perda das identidades e à anulação de culturas. O termo globalização é um atraso em termos de construção das identidades, porque se refere, acima de tudo, a interconexões no nível da economia e das comunicações, o que envolve a constituição de uma ideologia global de comunidade em que se pretende a ilusão de banimento das diferenças. Distratores:A globalização permite a existência de um mundo com base no entendimento dos conceitos de cultura e identidade, em que ocorre uma cultura global comunitária alterada por uma harmonia social almejada. Errada. A globalização cria um ideal ilusório de harmonia social, e não a existência real dessa harmonia social almejada.O termo globalização é um avanço em termos de construção das identidades, porque se refere a interconexões no nível das comunicações, pois envolve a constituição de uma ideologia global de comunidade. Errada. A globalização constrói as identidades interconectadas pela comunicação, o que envolve a constituição de uma ideologia global de comunidade, mas isso não significa necessariamente um avanço.A globalização representa interconexão marcada pela supremacia do capital e do mercado, o que potencializa a aceitação quanto à perda das identidades e à anulação de culturas. Errada. A globalização é marcada pela supremacia do capital e do mercado, mas não aceita um aumento quanto à perda de identidades nem da anulação de culturas, embora possa contribuir para isso.A globalização uniu as civilizações e trouxe a certeza de um mundo harmônico e solidário capaz de vencer a violência e o mal-estar da civilização, levando à prosperidade. Errada. A globalização pode ter trazido uma esperança de vencermos a violência e o mal-estar, mas nunca é uma garantia, pois, como afirma Freud, o mal- estar é intrínseco à natureza humana. 7 Código: 27722 - Enunciado: Segundo Betty Fuks, em Freud e a Cultura: “O equilíbrio entre a pulsão de vida e a pulsão de morte é absolutamente imprescindível ao sujeito e à civilização. Porque, no caso de a fusão vir a se desfazer, a pulsão de morte configura-se como destruiçãoem estado puro. Quando dirigida ao exterior do sujeito para prestar serviços à lógica do aniquilamento do outro, o que é a base de todas as guerras e do assassinato, a pulsão de destruição dissolve e destrói, ruidosamente, tudo o que a vida e a cultura constroem. Em O mal- estar na civilização (1930), Freud faz uma séria crítica aos nacionalismos e ao antissemitismo. Na verdade, um dos grandes temas desse texto é o da vocação da humanidade para ʻsatisfazer no outro a agressão, explorar sua força de trabalho sem ressarci-lo, usá-lo sexualmente sem o seu consentimento, tirar-lhe a posse de seu patrimônio, humilhá-lo, infligir-lhe dores, martirizá-lo e assassiná-lo .̓ ʻO homem é o lobo do homem.̓ Freud se serve da máxima de Plauto para transmitir a ideia de que, no cerne do desejo, a morte é instrumento e causa de gozo da criatura humana.” Redija um texto que explique como Freud desenvolveu, em O mal-estar na civilização (1930), a relação do homem diante do estado de guerra e conflito, apoiado no entendimento sobre a pulsão.(Fonte: FREUD, S. O mal-estar na civilização. Edição Standard Brasileira das Obras Completas de Sigmund Freud, vol. XXI. Rio de Janeiro: Imago, 1996. ) Resposta: A civilização é marcada por uma ambivalência das pulsões, isto é, há uma carga de pulsão de morte, atrelada a uma pulsão de vida, que significa dizer que o homem está propenso à destruição e crueldade, mas também pode criar algo novo, refazer projetos culturais, produzir. 1,50/ 1,50 Por isso é necessário que as duas pulsões "trabalhem juntas", uma vez que o equilíbrio entre elas é essencial, tanto para o sujeito, quanto para a civilização. Isso se dá porque quando elas se desatrelam, a violência, a crueldade, a destruição em si configura-se em seu estado puro, a pulsão de morte ganha forma. Com isso, ocasionam guerras, conflitos, injustiças e etc. "O homem é o lobo do homem" é usado por Freud para descrever que, na civilização e cultura, a pulsão de morte vai crescendo enquanto as sociedades vão ganhando espaço, vão se expandindo, se transformando, e isso faz parte da luta do homem para dominar espaços. Em suma, ao obedecer uma lei, o homem restringe suas satisfações pulsionais, entretanto, se a lei não existir, a agressividade revelará o homem como uma besta selvagem, como um "lobo". Justificativa: Expectativa de resposta:Freud advoga o fato de que, no homem, amor e ódio intensos convivem conflitantes (ambivalência de sentimentos), e que as pulsões são aquilo que são — nem boas nem más, dependendo do destino que seguem na história do sujeito e da civilização. Ciência e tecnologia protegem o homem das forças da natureza, trazem bem-estar e mudanças consideráveis à civilização; mas, por outro lado, concedem poderes desmesurados aos “lobos”, o que acaba por produzir um mal-estar inevitável. Isto porque, embora a cultura force o deslocamento da meta pulsional sob a influência da pulsão de vida, não elimina o resto de agressividade não erotizada que expressa o estado puro da pulsão de morte e que não é simbolizada, como o incesto, o assassinato e a guerra. 8 Código: 27751 - Enunciado: "De acordo com notícias divulgadas no ano de 2017, novas medidas tomadas pelas secretarias estaduais de Direitos Humanos e de Educação no Brasil, visam promover cursos de capacitação para professores, funcionários e alunos com o objetivo de diminuir a intolerância religiosa e conscientizar as pessoas sobre a aceitação das diferenças. O preconceito religioso tem causado xingamentos e agressões no ambiente escolar e constrangimento a pais e alunos, e vem crescendo nos últimos anos."(Fonte: https://www.24horasnews.com.br/entretenimento/rio-apos-discriminacao-religiosa-escola- recebecera-curso-sobre-intolerancia.html. Acesso em: 9 jun. 2019). Diante desse fato, redija um texto que:a) Apresente argumentos contra os atos de discriminação religiosa.b) Estabeleça uma relação com o entendimento psicanalítico sobre o respeito às diferenças e a função da religião na cultura. Resposta: Segundo a Constituição Federal de 88 e a Declaração Universal dos Direitos Humanos, todo o cidadão tem o direito de escolher a religião que ele bem entende, que ele se identifica e até mesmo o direito da não escolha, uma vez que o Estado é laico. Além disso, no Brasil, a intolerância criminosa é considerada como um crime, uma vez que a prática atua sobre preconceito e discriminação a grupos de pessoas específicas. Se cada um tem o direito de escolha e não escolha, cabe ao cidadão respeitar uma cultura, uma religião, uma opinião política, por mais que ele não concorde, mas aceitar e respeitar é seu dever. Segundo a psicanálise freudiana, a religião está pautada no mito da horda primitiva, uma vez que tem a devoção a um pai que foi assassinado, que instaura leis inconscientes e que seus filhos o amam e fazem o que ele estabelece, ou seja, as pessoas ficam a mercê de uma ilusão, do amor incondicional ao Pai. Para Freud, a religião na cultura tem a função de dependência, de sentimentos saudosos ao pai que foi assassinado e que vivem na eternidade, a fim de pensar que somente o Pai curará as pessoas, levará para o caminho do bem, ou melhor dizendo, a uma carga de pulsão de vida maior. O sentimento que as pessoas têm está relacionado a necessidades inconscientes e da própria infância, daquela sensação de desamparo, e através das figuras, encontrará um amparo, um acolhimento que irá salvar de todo o mal. O sentimento religioso, a fé, para Freud é o "futuro de uma ilusão", ou seja, a ilusão que a pessoa tem de encontrar o objeto perdido. Ainda assim, Freud não quis confrontar a crença que as pessoas têm em sua religião e sim os discursos que utilizam, pois, muitas instituições religiosas utilizam de discursos piedosos, de desamparo, de falta de acolhimento, saúde e amor, para atingir mais pessoas, para que os 2,50/ 2,50 indivíduos se sintam tocados e acreditem em uma verdade absoluta, impedindo que outras formas de expressões subjetivas possam se expandir. Sendo assim, o respeito a qualquer diversidade, a qualquer forma de agir, pensar e ser no mundo se torna essencial, visto que a verdade absoluta não existe. Justificativa: Expectativa de resposta:a) Parte-se da ideia de que qualquer ato discriminatório produz aumento da violência no contexto social. Segundo Freud, a força da religiosidade humana está acima da razão, pois possui bases inconscientes relativas ao desamparo na infância, que despertou a necessidade de proteção, sendo necessário fixar-se na existência de um pai poderoso. Portanto, argumenta-se que a religiosidade é um fenômeno universal e atemporal da condição humana, sendo a discriminação entre as diferentes formas de manifestação religiosa, fruto do narcisismo das pequenas diferenças, como Freud apresentou em Psicologia das massas e análise do eu. Isso porque, segundo Jacques Lacan, o fato de o sujeito ser religioso e possuir bases infantis e narcísicas tampona a falta em uma ilusão de encontrar, na figura representativa de sua religião, a resposta contra o desamparo que é estrutural e constitutivo.b) No mundo atual, observa-se um triunfo da religião, que, ao contrário da pacificação das massas e amor ao próximo, acaba por promover a discriminação, que é ainda mais bárbara, como vemos ocorrer nos episódios de intolerância religiosa que assolam o contexto brasileiro. Uma das saídas para o fundamentalismo religioso, que vem provocando fatos como esses nas escolas cariocas, é aprender a conviver com o diferente, inclusive criticando e aceitando a crítica, mas sem que isso leve à intolerância. A alteridade é essencial, para que o sujeito possa conviver em sociedade e estabelecer laços de menor agressividade. As diferenças religiosas são parte do processo de renúncia pulsional, necessária na cultura, e de construção de vias pulsionais sublimatórias, o que leva a uma melhor convivência e participação social. É necessário que as autoridades façam cursos e promovam debates constantes, a fim de que a agressividade não retorne para a cultura mediantea luta religiosa, como se vê em outras partes do mundo na atualidade.
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