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1 Infectologia Caio Márcio Silva Cruz HIV – Patogenia, Transmissão e Diagnóstico Virologia – HIV Retrovírus Transcriptase reversa Morfologia Icosaédrico Espículas (Glicoproteínas Gp 120, Gp 41) Envoltório Lipoproteico (Hospedeiro – MHC) Capsídeo (Envelope interno) – P24 Genoma Viral, enzimas HIV 1 – é o mais comum. Clades: M. N. P e O HIV 2 – é o mais difícil de se lidar. Clades: A - G Paciente infectado com 2 vírus – clades se recombinam formando formas recombinantes circulantes (CRF’s) Fisiopatogênese e história natural Doença causada pelo HIV queda progressiva de TCD4 Infecções e neoplasias oportunistas Imunodeficiência. HIV compromete os linfócitos T CD4+: (1) Destruição direta pela replicação viral. (2) Destruição indireta mediada pelo próprio sistema imune. (3) Exaustão celular ou anergia (disfunção qualitativa) (4) Apoptose (morte celular programada) Evolução típica de um caso não tratado: Infecção primária e disseminação inicial do vírus. Estabelecimento de uma infecção crônica com replicação viral persistente Doença avançada. Transmissão Via sexual Mucosa genital o Células dendríticas transitam entre mucosa íntegra e lâmina própria. o Solução de continuidade da mucosa. Submucosa o T CD4+ dispersos no interstício (repouso, parcialmente aliviados ou ativados) o Células “ativadas” 1º ciclos de replicação viral. o Quando o vírus está no seu nicho, não consegue ser atingido pelo antirretroviral. o Vírions produzidos drenados para linfonodos regionais (alvos suscetíveis) Transmissão sexual O homem tem menos chances de contrair HIV do que mulher. Forma principal: sexo heterossexual (risco 0,12% por coito vaginal desprotegido) Sexo oral não isento de risco Forma mais eficiente: sexo anal (risco 1,4% por coito desprotegido) o Mucosa retal frágil (trauma, sangramento) o Mucosa retal mais fina (possível infecção sem sangramento) Uso associado de drogas não- injetáveis aumenta o risco de transmissão. Fatores modificantes da eficiência de transmissão sexual Maior eficiência de transmissão Associado a outras DST (> em DST ulcerativas) Viremia (limiar: 1.700 cópias/mL) 2 Infectologia Caio Márcio Silva Cruz Anticoncepcionais combinados orais (modificam o epitélio da mucosa vaginal) Menor eficiência de transmissão TARV (redução até 92%) Circuncisão (em heterossexuais) Outras formas de Transmissão Transfusão, drogas injetáveis, Intraútero, etc. Inoculação direta do vírus na corrente sanguínea Vírions circulantes removidos pelo baço mesma sequência de eventos. Transmissão pelo aleitamento materno Semelhante à sexual Primeiro contato com o vírus mucosa intestinal. Uso de drogas ilícitas injetáveis Duração do uso Frequência de compartilhamento Número de parceiros Hemotransfusão e transplantes de órgãos (>90% risco) Acidentes ocupacionais – exposição percutânea. Transmissão vertical Durante a gestação Durante o parto Principais fatores modificantes o Compartilhamento HILA o Carga viral materna superior a 1000 cópias por mL. o Tempo entre a ruptura da membrana amniótica e parto. Tropismo celular Infecção preferencial: Linfócito T CD4+ ativados. Reservatórios: o Linfócitos T em repouso o Macrófagos o Monócitos o Células da Glia o Células dendríticas (células apresentadoras de Ag) Tais células que funcionam como reservatórios podem manter populações virais mesmo na presença de terapia antirretroviral. História Natural da Doença Fase Aguda – Sintomas ou não. O teste HIV pode ser negativo. Elevada carga viral Latência Clínica – Oligo ou assintomático Teste HIV positivo Carga viral alta Aids – doenças oportunistas Teste HIV positivo Carga viral alta 3 Infectologia Caio Márcio Silva Cruz Fenômenos de fisiopatogênese Redução do HLA classe I Expansão de células NK defeituosas Ineficácia dos anticorpos anti-HIV “Santuários imunológicos” Latência pós-integração: reservatórios latentes. Epidemiologia No mundo (até 06/2019) o 24,5 milhões em uso de TARV o 37,9 milhões PVHIV o 1,7 milhão de novas infecções por HIV o 770.000 mortes por doenças relacionadas a AIDS No Brasil o 966.058 casos o 39 mil casos novos por ano. Marcadores de Infecção pelo HIV na corrente sanguínea 1º Geração – não se usa mais, pois demora muito para sair o resultado. 2ª Geração Baseia-se na utilização de epítopos imudominantes. Antígenos recombinantes. Janela de soroconversão de 25 a 35 dias Mais sensíveis e específicos que o primeiro. 3ª Geração Formato “sanduíche”. Detecção simultânea de anticorpos Anti-HIV e IgG. Janela de soroconversão entre 20 e 30 dias. Degradação do substrato e se causa reação de cor: presença de anticorpos. 4ª Geração Anticorpos específicos Anti-HIV e p24 Janela de soroconversão entre 20 e 30 dias Gp 41, gp 120/160 Janela diagnóstica de aproximadamente 15 dias. Reação colorida indica a presença de anticorpos ou do antígeno. Testes rápidos Imunoensaios simples Resultado em menos de 30 min Pode ser realizado em lugar sem infraestrutura laboratorial. Punção digital ou fluido oral Imunocromatografia de fluxo lateral (A), Imunocromatografia de duplo percurso (B) e Imunoconcentração (C). Para ser positivo, precisa-se de dois testes reagentes de laboratórios diferentes. Os testes de fluido oral não são bons para identificação de infecção recente. A janela diagnóstica varia de 1 a 3 meses. Teste com fluido oral simplifica a testagem do HIV, não é invasiva, reduz o risco biológico, amplia o acesso ao diagnóstico da infecção pelo HIV nas populações prioritárias e populações-chave.
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