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APG 32 - HIV docx

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HIV
APG 32:
1. Compreender a microbiologia do
HIV.
2. Diferenciar as manifestações
clínicas da AIDS e HIV.
3. Entender a epidemiologia,
transmissão, fatores de risco,
complicações e diagnóstico do
HIV.
SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA
ADQUIRIDA
A AIDS é uma doença provocada pela
infecção pelo vírus da
imunodeficiência humana (HIV) e se
caracteriza por imunossupressão
profunda associada a infecções
oportunistas, processos malignos,
emaciação e degeneração do sistema
nervoso central (SNC). Atualmente, a
AIDS é considerada uma doença
crônica.
EPIDEMIOLOGIA
A infecção pelo HIV/Aids é uma
pandemia mundial, com casos
relatados em praticamente todos os
países.
No fim de 2016, 36,7 milhões de
indivíduos viviam com a infecção pelo
HIV
Estima-se que 95% das pessoas que
vivem com HIV/Aids residem nos
países de renda média ou baixa; cerca
de 50% são mulheres e 2,1 milhões são
crianças < 15 anos.
Em todo o planeta, o HIV do tipo 1
(HIV-1) é responsável pela maioria das
infecções. Um segundo tipo, HIV-2, é
endêmico em muitos países na África
Ocidental, embora seja raro em outras
partes do mundo. A maioria (81%) dos
indivíduos portadores do HIV-2
nasceram na África Ocidental.
Pessoas portadoras de HIV-2 tendem a
não desenvolver AIDS.
Nos EUA, dos casos notificados de
AIDS, aproximadamente 25%
ocorreram em usuários de drogas
injetáveis. Antes de 1985, as
transfusões de sangue total, de
plasma, de concentrados de
plaquetas ou de concentrados de
hemácias também eram via de
transmissão do HIV. Nessa época, 70 a
80% dos hemofílicos tratados com
suplementos de fator VIII foram
infectados pelo HIV.
MICROBIOLOGIA
O HIV é um lentivírus com genoma
RNA da família Retroviridae,
pertencente ao grupo dos retrovírus
citopáticos e não oncogênicos que
necessitam, para se multiplicar, da
enzima transcritase reversa,
responsável pela transcrição do RNA
viral em uma cópia de DNA capaz de
se integrar ao genoma da célula
hospedeira.
As partículas virais apresentam à
microscopia eletrônica um core
cilíndrico denso circundado por
envoltório lipídico. O genoma de RNA
contém 10 mil pares de bases, tem dois
LTR (long terminal repeats) e nove
regiões, três codificadores de
proteínas (gag, pol e env) e seis
reguladoras (Tat, Ver, Nef, Vpu, Vpr e
Vif).
TRANSMISSÃO
O HIV é transmitido de uma pessoa
para outra via contato sexual,
perinatal ou com sangue. As
categorias de transmissão de HIV,
segundo o CDC, para crianças,
incluem a via perinatal e outras. As
categorias dos adultos incluem
contato sexual entre homens, uso de
drogas IV, contato heterossexual etc.
A transmissão pode ocorrer quando
sangue, sêmen ou secreções vaginais
infectados de uma pessoa são
depositados em uma mucosa ou na
corrente sanguínea de outra.
Todavia, o uso de preservativos é
extremamente efetivo na prevenção
da transmissão do HIV.
A transmissão de mãe para filho é a
forma mais comum de as crianças
serem infectadas pelo HIV. O HIV pode
ser transmitido da gestante para o
feto in utero, durante o trabalho de
parto e durante o parto. Também
pode ser transmitido pelo aleitamento
materno. Noventa por cento das
crianças infectadas contraíram o vírus
de suas mães.
A infecção pelo HIV de origem
ocupacional em profissionais de
saúde é incomum. O risco
ocupacional de infecção de
profissionais de saúde está, mais
frequentemente, associado à
inoculação percutânea (ou seja,
picadas de agulhas) de sangue de
uma pessoa infectada pelo HIV. A
transmissão está associada a
tamanho da agulha, volume de
sangue presente, profundidade da
lesão, tipo de contaminação do
líquido, estágio da doença e carga
viral do indivíduo.
Pessoas com outras doenças
sexualmente transmissíveis (DST)
correm risco aumentado de contrair
infecção pelo HIV. O risco de
transmissão do HIV aumenta quando
existem DST com ulcerações genitais
(ou seja, sífilis, infecção por
herpes-vírus simples [HSV] e
cancroide) e DST não ulcerativas (ou
seja, gonorreia, infecção por
Chlamydia e tricomoníase). O HIV
aumenta a duração e a recorrência
das lesões das DST, eleva os fracassos
terapêuticos e provoca apresentação
atípica de doenças ulcerativas
genitais por causa da supressão do
sistema imunológico.
A pessoa infectada pelo HIV é
considerada contagiosa mesmo
quando não há sinais/sintomas.
O momento no qual uma pessoa
infectada, sem anticorpos anti-HIV
detectados no sangue, passa a
apresentar esses anticorpos é
denominado soroconversão.
Tipicamente, a soroconversão ocorre 1
a 3 meses após a exposição ao HIV,
embora possa demorar até 6 meses.
O período de tempo entre a infecção e
a soroconversão é denominado janela
imunológica. Durante esse período, a
pesquisa de anticorpos anti-HIV será
negativa.
FATORES DE RISCO
Migração populacional, urbanização,
dificuldade de acesso aos sérvios de
saúde, declínio da economia e
aumento na incidência de IST’s
(úlceras genitais, sífilis, herpes e
cancroide; ou não ulcerativas, como
gonorreia, clamídia, tricomoníase e
vaginite bacteriana) são condições
favoráveis para a disseminação do
vírus, especialmente em países em
desenvolvimento; falta de circuncisão
no homem e ectopia cervical; sexo no
período menstrual, sangramento
durante a relação, intercurso anal
receptivo; estágio de infecção no
parceiro soropositivo (alta carga viral,
imunodeficiência em estágio
avançado, que corresponde a
linfócitos T auxiliares < 200cél;mm3;
infecção aguda ou alta viremia).
FISIOPATOLOGIA
O HIV é um retrovírus que destrói o
sistema imunológico do corpo ao
invadir e destruir os linfócitos T CD4+
No processo de invasão do linfócito T
CD4+, o vírus se liga a receptores nos
linfócitos T CD4+, seu envelope
funde-se à membrana dessa célula e a
penetra, depois o RNA viral é
incorporado ao DNA do linfócito. O
DNA do linfócito T CD4+ é usado para
reproduzir grandes quantidades de
HIV, que são liberados para a corrente
sanguínea
Conforme diminui a contagem de
linfócitos T CD4+, o corpo se torna
suscetível a infecções oportunistas.
Primeira etapa: envolve a ligação do
vírus aos linfócitos T CD4+. Quando o
HIV chega à corrente sanguínea,
liga-se à superfície dos linfócitos T
CD4+ graças a um receptor CD4+ que
apresenta elevada afinidade para o
HIV. Todavia, a ligação a esse receptor
não é suficiente para ocorrer infecção;
o vírus também precisa se ligar a
outras moléculas na superfície
(correceptores de quimiocinas, como
CCR5 e CXCT4) que se conectam às
glicoproteínas do envelope gp120 e gp
41.
Segunda etapa: possibilita a
internalização do vírus. Após a
ligação, os peptídios do envelope viral
se fundem à membrana do linfócito T
CD4+. A fusão resulta em perda do
envelope do vírus, possibilitando que
o conteúdo do cerne viral (os dois
filamentos individuais de RNA viral e
as enzimas transcriptase reversa,
integrase e protease) penetre na
célula do hospedeiro.
Terceira etapa: consiste na síntese de
DNA. Para a reprodução do HIV é
obrigatório que o RNA viral se torne
DNA. Isso é feito graças à enzima
transcriptase reversa. A transcriptase
reversa faz uma cópia do RNA viral e,
depois, uma cópia especular. O
resultado é um DNA de duplo
filamento que carreia informações
para replicação viral.
Quarta etapa: é denominada
integração, o novo DNA penetra no
núcleo do linfócito T CD4+ e, com a
ajuda da enzima integrase, é inserido
no DNA original da célula.
Quinta etapa: envolve transcrição do
DNA viral com duplo filamento para
formar RNA mensageiro (mRNA) de
filamento único com as instruções
para formação de novos vírus. A
transcrição envolve ativação do
linfócito T e indução de fatores de
transcrição da célula hospedeira
como fator nuclear κB (NFκB). Para
finalizar o ciclo, o RNA ribossômico
(rRNA) emprega as instruções no
mRNA para criar uma cadeia de
proteínas e enzimas denominada
poliproteína. Essas poliproteínas
contêm os elementos necessários
para os estágios seguintes de criação
de novos vírus.
Sétima etapa: é denominada clivagem,
a enzima protease secciona a cadeia
da poliproteína em proteínas
individuais que farão parte dos novos
vírus. Por fim, as proteínas e o RNA
viral são reunidos em novos HIV e são
liberadosdo linfócito T CD4+.
A replicação do HIV envolve a
destruição do linfócito T CD4+ e a
liberação de cópias do HIV para a
corrente sanguínea. Essas partículas
virais (vírions) invadem outros
linfócitos T CD4+, possibilitando a
evolução da infecção. Com o passar
dos anos, a contagem de linfócitos T
CD4+ diminui gradativamente em
decorrência desse processo e o
número de vírus detectados no
sangue das pessoas infectadas pelo
HIV aumenta.
EVOLUÇÃO CLÍNICA
A evolução típica da infecção pelo HIV
é definida por três fases, que
geralmente ocorrem em um período
de 8 a 12 anos. As três fases são
infecção primária, fase de latência ou
crônica assintomática e AIDS franca.
Infecção primária
Infectadas incialmente, apresentam
uma síndrome semelhante a
mononucleose, que pode durar
algumas semanas.
Essa fase aguda inclui febre, fadiga,
mialgia, dor de garganta, sudorese
noturna, distúrbios gastrintestinais,
linfadenopatia, erupção cutânea
maculopapular e cefaleia.
Existe aumento da replicação viral,
que resulta em cargas virais muito
altas, algumas vezes superiores a
1.000.000 cópias/mℓ, e queda da
contagem de linfócitos T CD4+.
Os sinais/sintomas da fase primária
surgem aproximadamente 1 mês após
a exposição ao HIV, embora possam
aparecer mais cedo. Após algumas
semanas, o sistema imunológico atua
para controlar a replicação viral e
reduzir a carga viral a um nível mais
baixo. Essa carga viral permanece,
com frequência, nesse nível mais
baixo.
As pessoas cujo diagnóstico da
infecção pelo HIV é feito na fase
primária representam uma
oportunidade única em termos de
tratamento. Alguns especialistas
especulam que o tratamento, se for
instituído precocemente, reduz o
número de células infectadas pelo HIV
de vida longa (p. ex., células de
memória CD4+). O tratamento precoce
também protege o funcionamento dos
linfócitos T CD4+ infectados pelo HIV e
dos linfócitos T citotóxicos.
Período latente/Crônica assintomática
A pessoa não apresenta sinais nem
sintomas da doença.
O período latente mediano é de
aproximadamente 10 anos. Durante
esse período de tempo, a contagem
de linfócitos T CD4+ cai
gradativamente a partir da faixa
normal de 800 a 1.000/μℓ para 200/μℓ
ou menos.
Alguns indivíduos apresentam
linfadenopatia nessa fase. De modo
geral, a linfadenopatia generalizada
persistente (LGP) é definida como
aumento crônico dos linfonodos por
mais de 3 meses em pelo menos dois
locais do corpo, não incluindo a
região inguinal. Os linfonodos podem
ser dolorosos ou visíveis
externamente.
AIDS franca
Ocorre quando uma pessoa
apresenta uma contagem de linfócitos
T CD4+ inferior a 200/μℓ ou uma
doença definidora de AIDS.
Sem tratamento antirretroviral, essa
fase pode evoluir para morte em 2 ou
3 anos ou, em alguns casos, mais
rápido ainda. O risco de infecções
oportunistas e morte aumenta
significativamente quando a
contagem de linfócitos T CD4+ cai
abaixo de 200/μℓ
O final da fase latente é assinalado
pelo aparecimento de infecções
oportunistas e câncer quando a
pessoa é diagnosticada com AIDS.
As complicações dessas infecções
podem se manifestar nos sistemas
respiratório, digestório e nervoso e
podem incluir pneumonia, esofagite,
diarreia, gastrenterite, tumores,
síndrome de emaciação, alteração do
estado mental, convulsões, déficits
motores e distúrbios metabólicos.
DIAGNÓSTICO
Métodos laboratoriais para
determinar a existência de infecção e
métodos clínicos para avaliar a
evolução da doença.
O método mais acurado e barato de
identificar a infecção pelo HIV é a
pesquisa de anticorpos anti-HIV. O
procedimento do teste de anticorpos
anti-HIV consiste no rastreamento
com imunoensaio enzimático (ELISA),
seguido por um teste confirmatório, o
ensaio Western blot, que é realizado se
o imunoensaio enzimático for positivo.
A reação da cadeia da polimerase
(PCR) é uma técnica de detecção do
DNA do HIV. A PCR detecta o vírus em
vez de o anticorpo contra o vírus. A
PCR é útil no diagnóstico de infecção
pelo HIV em recém-nascidos/lactentes
de mulheres infectadas porque eles
apresentam anticorpos anti-HIV
maternos (independentemente de
estarem ou não infectados). Como a
quantidade de DNA viral na célula
infectada pelo HIV é pequena em
comparação com a quantidade de
DNA humano, a detecção direta do
material genético viral é difícil. A PCR é
um método de amplificar o DNA viral
em até 1 milhão de vezes (ou mais)
para aumentar a probabilidade de
detecção.
Referências
JAMESON, J L.; FAUCI, Anthony S.; KASPER,
Dennis L.; et al. Medicina interna de
Harrison - 2 volumes. Porto Alegre: Grupo
A, 2019. 9788580556346. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/
#/books/9788580556346/.
NORRIS, Tommie L. Porth - Fisiopatologia .
[Digite o Local da Editora]: Grupo GEN,
2021. E-book. ISBN 9788527737876.
Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/
#/books/9788527737876/.
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580556346/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580556346/

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