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Alfabetização e linguística

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14/10/2022 1
Luiz Carlos Cagliari
Alfabetização 
e linguística
Alfabetização 
e linguística
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Segundo nível
Terceiro nível
Quarto nível
Quinto nível
14/10/2022 2
Luiz Carlos Cagliari
Alfabetização 
e linguística
@redepedagogica
Luiz Carlos Cagliari
Alfabetização 
e linguística
Luiz Carlos Cagliari
Alfabetização 
e linguística
1. Muitas teorias e definições.
2. Definição linguística: alfabetização é saber ler.
3. A escrita só pode acontecer se a pessoa souber ler.
4. Saber ler é saber decifrar a escrita.
5. Entender o que está escrito depende dos 
conhecimentos do leitor.
6. A fala é uma abstração da realidade, organizada em 
um sistema de comunicação.
Luiz Carlos Cagliari
Alfabetização 
e linguística
7. A escrita é uma representação abstrata da fala,
uma abstração de uma abstração
8. A escrita usa de recursos gráficos, cuja função é permitir
a leitura, ou seja, descobrir qual mensagem falada ela traz
consigo.
9. Os recursos gráficos geram dois tipos de sistemas de
escrita: os sistemas ideográficos e os sistemas
fonográficos.
10. O sistema ideográfico começa com a representação de
um significado codificado em recursos gráficos (números,
chinês, ícones).
Luiz Carlos Cagliari
Alfabetização 
e linguística
Reconhecendo o significado, a pessoa pode dizer
o que está escrito. Ex: 8 = “oito” (ou “eight”), etc.
Para escrever “oito”, a pessoa precisa saber qual 
símbolo foi associado a essa palavra: 8.
Luiz Carlos Cagliari
Alfabetização 
e linguística
O sistema fonográfico parte de uma segmentação da
fala e atribui a cada pedaço em símbolo. Assim, a fala
“futebol” é segmentada em sílabas: “fu-te-bol” e as
sílabas são segmentadas em unidades do tipo vogal e
consoante: “f.u.t.e.b.o.l”. Cada som é associado a um
símbolo gráfico, que chamamos de letra: FUTEBOL.
Luiz Carlos Cagliari
Alfabetização 
e linguística
Para decifrar (ler) no sistema fonográfico, a pessoa precisa
associar cada letra a um som, de acordo com as regras da
ortografia, descobrir qual palavra está representada e dizer
o que descobriu. Ao escrever, o caminho é inverso: analisa-
se a fala e procura qual letra representa o som até
completar todos os sons da palavra e se certificar de que a
palavra está ortograficamente correta.
Luiz Carlos Cagliari
Alfabetização 
e linguística
Os sistemas de escrita mostram que a unidade básica 
de todos eles é a palavra.
A palavra é também a unidade básica da fala. Não haveria sintaxe, semântica, 
fonologia, discurso, etc. sem a presença da palavra.
Apesar de a fala ir além de palavras isoladas, todo falante de todas as línguas 
consegue dizer palavras isoladas, tiradas do fluxo contínuo dos sons da fala: 
“eu.não.sei.o.que.vocês.pensam.disso”.
Luiz Carlos Cagliari
Alfabetização 
e linguística
Ainda mais: todo falante de todas as línguas consegue soletrar 
qualquer palavra. Esse é um recurso importante quando ocorre 
problema de comunicação: é “va-ca”; não “fa-ca”.
Luiz Carlos Cagliari
Alfabetização 
e linguística
A descoberta dos sons que compõem as
sílabas é um processo mais complicado,
porque a ortografia é a representação oficial
da escrita e os falantes tendem a dizer as
letras da escrita ortográfica e não os sons
que realmente ouvem. Ouvem “laps” e
acham que ouviram “lápis”.
Luiz Carlos Cagliari
Alfabetização 
e linguística
Quando se tira a ortografia, os falantes
costumam se perder, procurando escrever
como falam e seguindo um princípio
acrofônico do alfabeto. Desse modo, acabam
não escrevendo ortograficamente. O alfabeto
serve para a forma gráfica das letras e
contribui muito pouco para a ortografia.
Luiz Carlos Cagliari
Alfabetização 
e linguística
A situação se complica mais quando o falante
usa uma variedade estigmatizada na fala,
dizendo, por exemplo: “uz bardji” e tendo que
escrever: OS BALDES. Somente o “B” e o “D”
aparecem na fala e na escrita ortográfica, os
outros seis sons (u,z,a,r,j,i) não vão diretamente
para a escrita ortográfica, mas podem ir para
uma transcrição fonética.
Luiz Carlos Cagliari
Alfabetização 
e linguística
Por outro lado, toda escrita ortográfica pode ser lida na
fala do dialeto de cada um. Não lemos Camões no
dialeto dele, mas no nosso. Ao ler em silêncio, os
falantes processam a decifração na própria variedade
de fala.
Esse é um complicador muito grande na alfabetização.
O problema se generaliza e confunde os próprios 
falantes da norma culta, porque a ortografia é um 
sistema que neutraliza a variação linguística, fazendo 
com que cada palavra tenha um conjunto fixo de 
letras que não podem ser trocadas.
Luiz Carlos Cagliari
Alfabetização 
e linguística
Como um alfabetizador ensina essas coisas?
Em primeiro lugar, sabendo linguística da fala e da escrita.
Infelizmente, esses conhecimentos não são ensinados nas escolas
de formação dos alfabetizadores. Em vez da Linguística Moderna,
são ensinadas teorias pseudocientíficas, como o método fônico e a
psicogênese da língua escrita, entre outros.
Luiz Carlos Cagliari
Alfabetização 
e linguística
Um professor alfabetizador
precisa ser um:
O caráter pedagógico e psicológico 
de sua formação é necessário para 
cuidar de outros aspectos da vida 
escolar, não dos estudos que 
envolvem a linguagem oral e escrita.
linguista 
Luiz Carlos Cagliari
Alfabetização 
e linguística
Também é muito comum que pessoas mal formadas usem a
nomenclatura da ciência linguística de modo errado.
Um exemplo, é o uso das palavras fonemas, fonologia,
consciência fonológica, etc.
O problema da falta da ciência linguística não aparece somente
na alfabetização, mas em todas as séries escolares, atingindo
até mesmo a graduação e a pós-graduação em Letras.
Luiz Carlos Cagliari
Alfabetização 
e linguística
Criou-se uma confusão tão grande entre o que os termos
técnicos significam, misturando ideias e teorias antigas com
ideias e teorias modernas, que hoje somente especialistas
sabem distinguir o que é de fato um conhecimento científico
sobre a linguagem e o que não o é.
Luiz Carlos Cagliari
Alfabetização 
e linguística
A falta de material didático correto e bem elaborado é substituído por
livros que atendem às teorias, propostas e projetos do Ministério da
Educação, feitos por quem sabe muito pouco da realidade científica
dos estudos da fala e da escrita.
Por essas razões, o que acontece em sala de aula é uma luta e não um
processo tranquilo e competente de ensino e de aprendizagem.
Luiz Carlos Cagliari
Alfabetização 
e linguística
Numa visão reduzida, na história da alfabetização, 
podemos categorizar os métodos em três tipos: 
1
os métodos
da cópia
2
os métodos 
de cartilhas
3
os métodos de 
base 
psicológica.
Luiz Carlos Cagliari
Alfabetização 
e linguística
Todos esses métodos existem até hoje e é muito comum, na prática,
eles virem misturados. As contradições costumam confundir os
alfabetizadores que acabam privilegiando um modelo teórico.
Quando falo em método linguístico, entendo um tipo de prática de
ensino e de aprendizagem baseado em explicações teóricas de
natureza linguística e não de outra ordem. O pensamento
alfabetizador precisa estar alicerçado nos conhecimentos científicos
atuais da Linguística Moderna.
Luiz Carlos Cagliari
Alfabetização 
e linguística
Isso significa que sou a favor da cópia com explicações, da
segmentação da palavra em sílabas, dos desafios de hipóteses para a
reflexão das regras que definem o processo de decifração da escrita.
Por causa de como se interpreta a linguagem oral e escrita, algumas
questões precisam ser redefinidas e outras precisam ser necessariamente
introduzidas. Os projetos governamentais além dos erros (e de poucos
acertos), mostram que muita coisa importante falta neles.
Luiz Carlos Cagliari
Alfabetização 
e linguística
Numa visão linguística,os sons do alfabeto estão associados aos
nomes da letras, mas a função das letras só pode ser entendida
pela relação entre fala / letra / ortografia. Por essa razão, o
alfabeto já não tem sua função primordial, histórica, ficando
apenas na indicação dos nomes das letras. Os sons que as letras
têm não dependem mais do alfabeto, mas da ortografia.
Luiz Carlos Cagliari
Alfabetização 
e linguística
Por exemplo, a letra A tem os seguintes sons:
• lata a ɐ [lata], [latɐ]
• cama ɐ̃ [kɐ̃ma]
• rapaz ai [xapais]
• caixa a [kaʃa] ”ai” = “a”
• mal ɑ [mɑʊ] (“a” posterior)
• achamos e [aʃemʊ]
• lâmpada i [lɐ̃pida]
• Augusto o [ogustʊ]
• acharu u [aʃaɾʊ]
Luiz Carlos Cagliari
Alfabetização 
e linguística
Muitos dizem “consciência fonológica” e o que significam não tem nada a ver com a 
fonologia, mas com as regras ortográficas que definem quais sons as letras podem 
ter. Dependendo do dialeto, a variação linguística associada à ortografia não tem 
nada a ver com a tal “consciência fonográfica”.
Em vez de consciência fonológica, o que existe são regras de escrita ortográfica e os 
sons associados a cada letra nesse ambiente ortográfico. A transcrição alfabética ou 
fonética não tem a ver com a escrita ortográfica nem com a decifração na leitura.
Historicamente, observa-se que as razões acima foram intuitivamente usadas pelos 
métodos cartilhescos: partindo da ortografia da palavra, o aluno lê em seu dialeto e, 
depois, na variedade da norma culta. Fazendo isso, surgem as regras de decifração. 
Todavia, outros aspectos desses métodos induzem mais a problemas do que a boas 
soluções e resultados.
Luiz Carlos Cagliari
Alfabetização 
e linguística CASA: nome das letras. CA – SA.
Trocando S por P, muda a palavra: CASA fica CAPA. 
Numa abordagem linguística, o processo de ensino e de 
aprendizagem pode começar e se desenvolver com explicações de 
como se leem certas palavras, tendo o alfabeto diante dos olhos.
Por Exemplo:
Esse tipo de exercício contrapõe palavras, mudando apenas um 
som (letra) e é chamado de “pares mínimos” pelos linguistas.
Luiz Carlos Cagliari
Alfabetização 
e linguística a letra S de CASA tem o som semelhante ao da letra Z em ZECA; e a letra C não tem o som da letra C da palavra CEBOLA. 
Com esse procedimento, evitamos o uso inicial do
BA BE BI BO BU e ensinamos como aprender a decifrar.
Ao mesmo tempo se aprendem as regras da decifração.
Por Exemplo:
Esse tipo de variação (regra) acontece por causa da ortografia.
O alfabeto não informa isso!
Luiz Carlos Cagliari
Alfabetização 
e linguística
A prática faz a perfeição:
desafios geram habilidades, ambos 
desenvolvem a reflexão mental:
ensinam a aprender!
Luiz Carlos Cagliari
Alfabetização 
e linguística
A escrita cursiva só deve aparecer diante
dos alunos depois que eles souberem ler
escritas com letras de forma.
A categorização gráfica, ou seja, reconhecer
quais letras estão escritas, é essencial. A
escrita cursiva gera grandes dificuldades
com a categorização gráfica.
Muitas atividades ligadas à decifração já são
atividades de letramento. Aos poucos vão
permitindo que o aluno leia cada vez
sequências maiores do que uma simples
palavra, até passar para as frases e os textos
lidos e escritos.
Luiz Carlos Cagliari
Alfabetização 
e linguística
O ensino cartilhesco depende do professor, porque as cartilhas não
são manuais, mas apostilas para facilitar o trabalho de ensino e de
aprendizagem. Desde a primeira cartilha (Cartinha – 1539) de João
de Barros, até hoje, foi assim.
A teoria da psicogênese da língua escrita é pseudocientífica,
baseada em evidências mal interpretadas, com conclusões
absurdas e muito danosas ao ensino. É um modelo construtivista
mal construído.
Luiz Carlos Cagliari
Alfabetização 
e linguística
Crianças escrevem LT (lata), OU (bolo), porque, ao analisar a própria fala (lata),
enfatizam salientando a pronúncia das consoantes ou da vogais de modo repetitivo:
LaLaLa...L Tatata... T = “lata”. Então, LATA se escreve com LT.
Ou escrevem só vogais, como em BOLO, escrito OU = porque prolongam o som da
vogal das sílabas: Boooo... O, Luuuu... U. Então: BOLO se escreve OU.
Se em vez de silabar, o professor tivesse usado pares mínimos, esse tipo de erro não
aconteceria. Não é a hipótese do aluno que está errada, mas o ensino que recebeu.
A teoria psicogenética da língua escrita foi
baseada em erros de escrita de crianças no
estágio inicial da alfabetização.
Luiz Carlos Cagliari
Alfabetização 
e linguística
Não existem os níveis pré-silábico (o que é isso?), silábico (sic!), silábico-
alfabético (??) e alfabético / ortográfico (absurdo).
A concepção de como é o sistema de escrita alfabético foi entendida de modo
errado e gerou uma hierarquia de tipos de erros que não acontece, se o aluno
não for induzido a produzi-los.
O próprio método das cartilhas é muito melhor do que o método baseado na
teoria construtivista psicogenética da língua escrita que, historicamente, foi
criada com base em erros de alunos alfabetizados pela cartilha. A cartilha
corrigia os erros. A psicogênese espera que os alunos descubram (como?) por
que está errado e como resolver isso.
Luiz Carlos Cagliari
Alfabetização 
e linguística
Eu apenas destaquei alguns pontos e levantei algumas questões seja com
relação às teorias, seja com relação às práticas usadas hoje.
Disso tudo, fica claro que mais do que um método de alfabetização, o
mais fundamental é o uso de uma teoria que trate a fala e a escrita de
modo científico.
Isso só pode ser encontrado nos estudos avançados da alfabetização
através da Linguística Moderna.
Luiz Carlos Cagliari
Alfabetização 
e linguística
Eu deveria me dedicar mais ao que falta no ensino da alfabetização,
como a História da Escrita, a História da Língua Portuguesa, a História da
Ortografia, a Teoria dos sistemas de escrita, a Variação linguística, a
Teoria da Ortografia, os Conhecimentos básicos de fonética e de
fonologia, a Categorização gráfica, a Categorização funcional das letras,
como o Sistema linguístico aparece na Aquisição da fala, etc. etc.
Luiz Carlos Cagliari
Alfabetização 
e linguística
Todos esses tópicos já foram tratados nos meus trabalhos,
publicações, palestras e vídeos e colocados de modo
consciente no projeto “O Pulo do Sapo”.
Luiz Carlos Cagliari
Alfabetização 
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Luiz Carlos Cagliari
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Luiz Carlos Cagliari
Alfabetização 
e linguística
Muito obrigado!
@redepedagogica

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