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DORES OROFACIAIS ETIOLOGIA DOS DISTÚRBIOS FUNCIONAIS DO SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO 1 RAFAELLY MOREIRA DOS SANTOS SARAIVA Disfunção temporomandibular é o termo usado para incluir todos os distúrbios funcionais do sistema estomatognático. DTM – Disfunções Termo coletivo que engloba diversos problemas clínicos. Principal causa de dor não dentária orofacial. Pode comprometer as estruturas adjacentes. Músculos mastigatórios e/ou ATM são afetados. Subclassificação de problemas musculoesqueléticos. “DTMs.. afetam o sistema estomatognático, e são caracterizados por dor intermitente ou desconforto na região da ATM, dos músculos mastigatórios e tecidos adjacentes” SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO Entidade fisiológica, funcional, íntegrada Mastigação, deglutição, fonação, mímica facial, postura ATM, periodonto, dentes, mecanismo neuromuscular Desarmonia = Dores de ouvido; Dores nas ATMs; Dor de cabeça; Dor muscular; Desgaste dental; Mobilidade dental; Pulpite. SINAIS E SINTOMAS DAS DTMs SINAL: é um achado clínico Sensibilidade a palpação; Desgaste dentário; Diminuição da abertura bucal; Restrição de movimentos; Movimentos mandibulares alterados; Ruídos articulares; Má oclusão súbita. SINTOMA: o que o paciente relata que sente para explicar sua alteração. Dor muscular; Dor na ATM; Dor de ouvido; Dor de cabeça; Cansaço muscular; Sensibilidade dentária. CONSIDERAÇÕES ETIOLÓGICAS DA DTM FUNÇÃO NORMAL + EVENTO > TOLERÂNCIA FISIOLÓGICA → SINTOMAS DE DTM 1. FUNÇÃO NORMAL Mastigar, Deglutir, Falar 2. EVENTOS – fatores etiológicos (locias ou sistêmicos) EVENTOS LOCAIS Trauma Trauma direto ou macrotrauma. Trauma indireto: representado por lesões do tipo chicote. Microtrauma: provocado por traumas de pequena intensidade, realizados de maneira repetitiva como hábitos parafuncionais (bruxismo, apertamento dentário, etc). Fatores fisiopatológicos Alteração na viscosidade do líquido sinovial Aumento da pressão intra-articular EVENTOS SISTÊMICOS Fatores psicossociais Ansiedade, depressão, etc. Fatores fisiopatológicos sistêmicos Doenças degenerativas, endócrinas, infecciosas, metabólicas, neoplásicas, neurológicas, vasculares e reumatológicas. Fatores genéticos: associados à sensibilidade dolorosa. 2 RAFAELLY MOREIRA DOS SANTOS SARAIVA 3. TOLERÂNCIA FISIOLÓGICA – adaptabilidade do paciente Pode ser individual ou influenciada por fatores sistêmicos INDIVIDUAL Cada paciente tem seu próprio sistema biológico → tolera certo grau de variação do ideal; O sistema musculoesquelético é adaptável, portanto, pode tolerar uma variação considerável sem mostrar sinais de patologia ou disfunção; “Pacientes que têm a sorte de possuir uma adaptabilidade significativa podem apresentar fatores etiológicos mais notáveis e, ainda assim, não exibir qualquer sintoma de DTM” INFLUENCIADA POR FATORES LOCAIS E SISTÊMICOS Fatores locais - “individuais” eventos relativamente insignificantes podem romper a função do sistema (ex: alteração anatômica) Fatores sistêmicos - “generalizados” Características da constituição de cada pessoa → influenciado por genética, personalidade, dieta, hormônios, sono, doenças agudas ou crônicas. Estilo de vida. 4. SINTOMAS DE DTM Se o evento ultrapassa a tolerância fisiológica → mudanças Cada estrutura tolera uma quantidade de mudanças: TOLERÂNCIA ESTRUTURAL Tolerância estrutural excedida → COLAPSO Início: estrutura com menor tolerância Ordem: Músculos, ATMs, as estruturas de suporte dos dentes e os próprios dentes. COMPLEXA E MULTIFATORIAL Fatores predisponentes: aumentam os riscos das DTM Fatores desencadeantes: ocasionam o início das DTM Fatores perpetuantes: interferem na cura ou aumentam a progressão das DTM Um único fator pode atuar de uma ou mais formas FATORES PRINCIPAIS ASSOCIADOS A DTM 1. Condição oclusal; 2. Trauma; 3. Estresse emocional; 4.Estímulo de dor profunda; 5..Atividades parafuncionais. 1. CONDIÇÃO OCLUSAL “Atualmente a oclusão desempenha pouco ou nenhum papel nas DTMs” A condição oclusal pode afetar algumas DTM de pelo menos duas maneiras: Afetam a estabilidade ortopédica da mandíbula Fatores que determinam o desenvolvimento de uma desordem intracapsular: 1- Grau de instabilidade ortopédica: Discrepâncias de 1 ou 2 mm → não significativas (provavelmente) Discrepâncias maiores → maiores riscos de desordens 2- Quantidade de carga: Bruxismo, mastigação unilateral Mudanças agudas na condição oclusal Mudanças agudas na condição oclusal influenciam a função mandibular, levando assim aos sintomas de DTM. Ocorrência de uma mudança abrupta/aguda da oclusão; ex: contato prematuro; Mudança aguda → co-contração protetora → sintomas Como a oclusão se relaciona com as DTMS? “Problemas para se levar os dentes para uma posição de intercuspidação são respondidos pelos músculos. Contudo, uma vez estando os dentes em oclusão, os problemas com sobrecargas sobre as estruturas mastigatórias são respondidos pelas articulações.” 3 RAFAELLY MOREIRA DOS SANTOS SARAIVA 2. TRAUMA Trauma → disfunções no sistema estomatognático MACROTRAUMA Trauma de grande intensidade. Ex: soco na face Direto ou indireto M. INDIRETO representado por lesões do tipo chicote MICROTRAUMA Força pequena aplicada as estruturas por um longo período de tempo. Ex: Bruxismo, apertamento dentário 3. ESTRESSE EMOCIONAL Centros nervosos → Emoções → SNA (autônomo) → Neurotransmissores → ↑ tônus muscular “uma resposta não específica do corpo para qualquer demanda feita sobre ele” Energia Liberação externo: gritar, esbravejar, jogar objetos, atividades físicas Liberação interno: desordem psicofisiológica ↑ tensão muscular ↑ hábitos parafuncionais ↓ tolerância fisiológica 4. ESTÍMULO DE DOR PROFUNDA O estímulo de dor profunda pode causar alteração na função muscular; Um estímulo de dor profunda pode excitar centralmente o tronco encefálico, produzindo uma co-contração protetora; Dor de dente, dor de ouvido 5. ATIVIDADES PARAFUNCIONAIS Bruxismo, hábitos orais.. Nem sempre irão causar DTM - Tolerância fisiológica. Intensidade, duração, frequência Atividades parafuncionais em vigília Apertar ou ranger dos dentes: bruxismo em vigília Hábitos orais conscientes ou inconsciente - maior possibilidade de controle Atividades parafuncionais do sono Apertar e/ou ranger dos dentes (bruxismo do sono) Nem sempre há conhecimento/consciência da presença do bruxismo; SNC CONSIDERAÇÕES FINAIS Para controlar as DTM, efetivamente, o clínico deve ser capaz de reconhecer e entender sua etiologia; Antes do clínico iniciar o tratamento, um entendimento preciso da causa da DTM deve ser obtido; Os sinais e sintomas da DTM são comuns na população em geral e nem sempre são severos ou debilitantes.
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