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Embargos de Declaração em Processo Trabalhista

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DE DIREITO DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 8 REGIÃO DA COMARCA DE BELÉM/PA. 
Processo nº 0001111-20.2022.5.08.0001 
HELENA NUNES, devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, vem tempestiva e respeitosamente à presença de Vossa Excelência, nos termos do art. 897-A da CLT, propor
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
em face de decisão de fls xxxx na reclamação Trabalhista movida por EDUARDO MACEDO.
BREVE SÍNTESE
Trata-se de decisão, pela qual o MM. Magistrado proferiu decisão de fls. ________ , no seguinte teor:
Pelo exposto, julga-se totalmente procedente os pedidos, no seguintes termos: a) Declara-se a existência de vínculo de emprego no 04/10/2021 até 16/03/2022, determinando-se a assinatura da CTPS com data de admissão em 04/10/2021 e o dia 15/04/2022 como data de saída, nos termos da Orientação Jurisprudencial nº 82, da SBDI-I, do TST, no prazo de 10 dias corridos, contados do trânsito em julgado, sob pena de multa diária de R$ 100,00, limitada a R$ 5.000,00. b) Condeno o reclamado à entrega das guias necessárias para o recebimento do seguro-desemprego e para saque do FGTS, no prazo de 10 dias corridos, contados do trânsito em julgado, sob pena de multa diária de R$ 100,00, limitada a R$ 5.000,00. c) Condeno o reclamado ao pagamento de: 6/12 de férias proporcionais + 1/3 (arts. 146 e 147 da CLT e art. 7º, XVII, da CF/88), 4/12 de décimo terceiro salário (artigo 7º, inciso VIII, da CF/88 e art. 7 1º da Lei nº 4.090/62) e multa de 40% do FGTS (art. 18, da Lei nº 8036/90 e art. 7º, inciso I, da CF/88). d) Condeno o reclamado ao pagamento de 30 minutos por dia de trabalho acrescido do adicional de 50% pela supressão parcial do intervalo intrajornada. Julgo improcedente o pedido de pagamento de adicional de viagem de 25%. Honorários advocatícios de sucumbência, juros, correção monetária, recolhimento previdenciário e fiscal, nos termos da fundamentação. Arbitra-se o valor da condenação em R$ XXXXXX, com custas de R$ XXXXXX, nos termos do art. 789, da CLT, a cargo do reclamado. Belém, 14/04/2022. Juiz do Trabalho. 
No entanto, pela simples leitura da decisão, vê-se que há omissão, haja vista que o magistrado não adentrou no pedido de condenação ao pagamento da multa, conforme art. 477, do texto celetista, devendo, portanto, ser sanada.
Deste modo, não restou alternativa ao embargante senão a oposição dos presentes embargos declaratórios.
1.OMISSÃO
A omissão ocorre quando a decisão falta clareza em sua redação, especialmente quando deixa de considerar matéria (fática ou de direito) amplamente debatida nos autos.
Nos termos do Art. 1022, parágrafo único, cabem embargos de declaração por omissão para sanar "decisão que deixe de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência aplicável ao caso sob julgamento", bem como o disposto no Art 489:
§ 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:
I se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida;
II empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso;
III invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;
IV não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador;
V se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;
VI deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.
Neste caso, nota-se que a decisão sequer menciona o pagamento da multa, conforme art. 477, do texto celetista, desconsiderando todo arrazoado sobre o tema trazido na peça inicial. 
Dessa forma, a decisão embargada deixou de analisar matéria indispensável à correta análise do direito pleiteado.
Dessa forma, considerando que a decisão embargada deixou de analisar pedido expressamente previsto na inicial, tem-se por devido o recebimento do presente e seu total provimento.
PEDIDOS
Portanto, após notificado o Embargado para se manifestar, nos termos do Art. 897-A, requer seja sanada a omissão com o recebimento do presente embargo de declaração, para fins de que seja realizado a condenação ao pagamento da multa, conforme art. 477, do texto celetista.
Nestes termos, pede deferimento.
BAHIA, 27 DE OUTUBRO DE 2022.
ADVOGADO
OAB
#3672939 Thu Oct 27 13:51:24 2022

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