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1 INICIAL NÁDIA LUCIA pdf

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO 16º JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA REGIONAL DE JACAREPAGUÁ
NADIA LÚCIA DE OLIVEIRA LUCAS, brasileira, solteira, do lar, portadora do RG nº 06879630-9, inscrita no CPF sob o nº 988.108.207-20, residente e domiciliada à Rua Sampaio Correia, S/N, BL 9-L2, QD 12, Apto 202, CEP: 22713-560 – Jacarepaguá/RJ, endereço eletrônico: nadialucia1964@gmail.com, vem, em causa própria, com fulcro na Lei nº 8.078-/90 e demais dispositivos pertinentes, perante a V. Exa., propor
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E DEVOLUÇÃO DO PREÇO DO PRODUTO
Em face de ODONTOPXX CLÍNICA ODONTOLOGICA LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ do MF nº 32.706.833/0001-69, a ser citada na pessoa de seu representante legal, situada na Estrada do Tindiba, nº 185 – Loja A e B, CEP: 22740-360, endereço eletrônico desconhecido, pelos fatos e fundamentos que passa a expor:
I- DOS FATOS
Ocorre que no dia 24 de fevereiro de 2021, a Autora se dirigiu ao endereço da Ré, fazer um Roach odontológico (prótese parcial removível) e desde então tem vivido vários transtornos com a empresa.
Após um orçamento feito por um dos dentistas da empresa e das medidas retiradas, a Autora pagou à vista o valor de R$ 1.350,00 (mil e trezentos e cinquenta reais), no entanto o Roach superior e inferior ficaram largos e mesmo após 6 (seis) ajustes sem sucesso, durante a mastigação o Roach superior soltou e quebrou.
A empresa comprometeu-se verbalmente em devolver o valor pago pela Autora, para que a mesma pudesse fazer o tratamento em outro local, no entanto, até hoje não devolveu.
II. DOS FUNDAMENTOS
II.I- DO DANO MORAL
A relação entre as partes é puramente consumerista e de baixa complexidade, portanto, pode ser regida pelo Código de Defesa do Consumidor, Lei nº 8.078/90.
Após a análise dos fatos, fica nítida a falha na prestação de serviços por parte da Ré, que se propôs a prestar serviços odontológicos especializados à Autora e não cumpriu com o proposto.
A Ré, entregou à Autora uma prótese parcial removível maior que a sua arcada dentária e mesmo após SEIS tentativas de ajuste, o problema não foi resolvido e durante a mastigação, a prótese superior se soltou e quebrou.
Desde então a Autora está sem a prótese superior, se sentindo envergonhada por não ter os dentes da arcada superior e impossibilitada de buscar um tratamento em outro local, pois a Ré não devolveu a quantia paga pela Autora, mesmo após ter se comprometido verbalmente.
O CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR assegura como direito básico do consumidor a reparação pelos danos morais sofridos, bem como a prevenção da ocorrência desses danos, o que pode ser obtida com condenações exemplares que, com total certeza, inibirão a reincidência dos atos ilícitos por parte dos fornecedores de produto e serviços. 
Vejamos a norma, in verbis: 
Art. 6º São direitos básicos do consumidor: 
VI - a EFETIVA PREVENÇÃO E REPARAÇÃO de danos patrimoniais e MORAIS, INDIVIDUAIS, coletivos e difusos
A indenização por danos morais é um dos mais proeminentes direitos e garantias individuais expressos inclusive na Carta Magna de 1988, verbis:
“Art. 5° (...) 
X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação. 
XXXII- o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor.”
O Doutrinador Pontes de Miranda já lecionava que:
“Sempre que há dano, isto é, desvantagem no corpo, na psique na vida, na saúde, na honra, ao nome, no crédito, no bem-estar ou no patrimônio, nasce o direito à indenização".
Considerando o viés punitivo da condenação por danos morais a condenação por danos morais se presta a não permitir que a conduta ilícita se realize impunemente, o que seria uma afronta ao Estado democrático de direito, visando desestimular a repetição de atos danosos.
Em outras palavras, o Doutrinador Leonardo de Medeiros Garcia, diz:
“À primeira vista, a relação particular entre consumidor e fornecedor em nada interessa à sociedade. OCORRE QUE, QUANDO O FORNECEDOR COMETE ABUSOS FRENTE AO CONSUMIDOR, como, por exemplo, quando deixa de consertar o produto vendido com defeito, E NÃO SOFRE QUALQUER SANÇÃO PELA PRÁTICA ABUSIVA, AMANHÃ, OUTROS CONSUMIDORES ESTARÃO SOFRENDO OS MESMOS ABUSOS. Não bastasse, OUTROS FORNECEDORES PROVAVELMENTE PRATICARÃO AS MESMAS CONDUTAS ABUSIVAS, uma vez que, consertar produtos defeituosos (como no exemplo citado) ou, em um sentido amplo, respeitar os direitos dos consumidores, gera custos. O PENSAMENTO SERIA: SE A EMPRESA “A” FAZ E NÃO ACONTECE NADA, TAMBÉM VOU FAZER PORQUE É MAIS LUCRATIVO.”
II.II 	DA RESPONSABILIDADE PELO VÍCIO DO PRODUTO
O código de Defesa do Consumidor, em seu artigo 18, dispõe sobre a responsabilidade dos fornecedores de produtos de consumo duráveis e não duráveis e diz que estes, respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios e inadequados ao consumo e, em seu § 1º, diz que:
Art. 18 (...)
“§ 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
 I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso;
 II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
 III - o abatimento proporcional do preço.”
III. DOS PEDIDOS
Ante o exposto, a parte autora requer:
A) Tendo em vista a verossimilhança das alegações autorais, bem como a sua flagrante hipossuficiência econômica e técnica frente ao réu, requer a INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA em favor da parte consumidora conforme art. 6°, VIII, da Lei 8078/90.
B) Seja a ré condenada a RESTITUIÇÃO IMEDIATA DA QUANTIA PAGA DE R$ 1.350,00 (mil, trezentos e cinquenta reais) devidamente corrigido e acrescido de juros a contar da data da compra, na forma do art. 18, § 1º, II, do CDC;
C) Seja o réu condenado a COMPENSAR O DANO MORAL PRODUZIDO, fixando-se a valor em R$ 5.000,00 (cinco mil reais), com fulcro nos arts 6°, VI da Lei 8078/90 e 5°, X da CF;
D) A CITAÇÃO do réu no endereço informado, para comparecer à Audiência designada, sob pena de serem reputados verdadeiros os fatos alegados na petição inicial. 
IV. DAS PROVAS
Protesta por todos os meios de prova em direito admitidos, notadamente a documental superveniente.
Dá-se o valor da causa de R$ 6.350,00 (seis mil, trezentos e cinquenta reais)
Nestes Termos,
Pede deferimento.
Rio de Janeiro, 14 de março de 2022
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ASSINATURA

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