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3 INICIAL PAULO DE ASSIS

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO 14º JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA REGIONAL DE JACAREPAGUÁ
PAULO DE ASSIS LUCIO, brasileiro, casado, porteiro, portador do RG nº 05.15.204-7, inscrito no CPF sob o nº 754.803.797-04 expedido pelo Instituto Félix Pachego/ RJ, residente e domiciliado à Estrada do Rio Grande, nº 556, CEP: 22720-011 – Taquara/RJ, endereço eletrônico: pauloassis1960@gmail.com, vem, em causa própria, com fulcro na Lei nº 8.078-/90 e demais dispositivos pertinentes, perante a V. Exa., propor
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E DEVOLUÇÃO DO VALOR DO SERVIÇO
Em face de CLINICA AMOR SAÚDE, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ do MF nº XXX, a ser citada na pessoa de seu representante legal, situada na Estrada do Tindiba, nº 1517 – Loja A e B, CEP: 22740-361, endereço eletrônico desconhecido, pelos fatos e fundamentos que passa a expor:
I- DOS FATOS
Ocorre que o autor compareceu à Clínica Amor Saúde, onde é conveniado para fazer um exame solicitado pelo médico. 
Durante a marcação do exame, o autor foi informado que o valor seria de R$500,00 (quinhentos reais) e a quantia de R$ 200,00 (duzentos reais) seria paga à Clínica Amor Saúde e R$ 300,00 (trezentos reais) seriam pagos à RX Bandeirantes, clínica parceira que faria o exame solicitado pelo médico.
Ao se dirigir à RX Bandeirantes, localizada em Madureira, o autor foi informado que teria que pagar R$ 200,00 (duzentos reais) a mais do que foi informado pela Clínica Amor Saúde.
Por não ter a quantia solicitada pela RX, o autor não pôde fazer o exame e retornou à Clínica Amor Saúde para buscar alguma explicação com relação ao ocorrido, no entanto, não obteve respostas da Clínica e não conseguiu reaver a quantia paga pelo exame que não foi efetuado.
II. DOS FUNDAMENTOS
II.I- DO DANO MORAL
A relação entre as partes é puramente consumerista e de baixa complexidade, portanto, pode ser regida pelo Código de Defesa do Consumidor, Lei nº 8.078/90.
Após a análise dos fatos, fica nítido o erro cometido por parte da Ré, que informou um determinado valor pela realização de um exame em uma outra clínica “parceira’, no entanto informou valores errados e o mesmo se viu sem ter como realizar um exame que necessitava.
Desde então o Autor não obteve respostas por parte da Ré que sequer devolveu a quantia paga pela realização do exame.
Vale ressaltar que o autor, pessoa idosa e simples, se dirigiu á um local distante de seu domicílio para ser envergonhado e se sentir inferiorizado por não possuir a quantia necessária para a realização de um exame que necessitava para avaliar seu estado de saúde.
Fica claro que, por um erro da Ré, o autor sofreu danos morais e ainda não conseguiu reaver a quantia paga para a realização de um exame que não ocorreu.
O CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR assegura como direito básico do consumidor a reparação pelos danos morais sofridos, bem como a prevenção da ocorrência desses danos, o que pode ser obtida com condenações exemplares que, com total certeza, inibirão a reincidência dos atos ilícitos por parte dos fornecedores de produto e serviços. 
Vejamos a norma, in verbis: 
Art. 6º São direitos básicos do consumidor: 
VI - a EFETIVA PREVENÇÃO E REPARAÇÃO de danos patrimoniais e MORAIS, INDIVIDUAIS, coletivos e difusos
A indenização por danos morais é um dos mais proeminentes direitos e garantias individuais expressos inclusive na Carta Magna de 1988, verbis:
“Art. 5° (...) 
X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação. 
XXXII- o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor.”
O Doutrinador Pontes de Miranda já lecionava que:
“Sempre que há dano, isto é, desvantagem no corpo, na psique na vida, na saúde, na honra, ao nome, no crédito, no bem-estar ou no patrimônio, nasce o direito à indenização".
Considerando o viés punitivo da condenação por danos morais a condenação por danos morais se presta a não permitir que a conduta ilícita se realize impunemente, o que seria uma afronta ao Estado democrático de direito, visando desestimular a repetição de atos danosos.
II.II 	DA DEVOLUÇÃO DO VALOR PAGO POR FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO
Diante à inexecução do serviço pago pelo autor a Ré, nasce ao autor o direito ao reembolso do valor.
Ora, Exa., o autor pagou a quantia de R$ 200,00 (duzentos reais) à Clínica Amor Saúde para a realização de um exame na RX Bandeirantes e não conseguiu realiza-lo por uma falha da própria Clínica, que informou um valor abaixo do que o exame realmente custava.
Neste sentido, fica nítido o direito do autor ao reembolso do valor pago.
III. DOS PEDIDOS
Ante o exposto, a parte autora requer:
A) Tendo em vista a verossimilhança das alegações autorais, bem como a sua flagrante hipossuficiência econômica e técnica frente ao réu, requer a INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA em favor da parte consumidora conforme art. 6°, VIII, da Lei 8078/90.
B) Seja o réu condenado a COMPENSAR O DANO MORAL PRODUZIDO, fixando-se a valor em R$ 5.000,00 (cinco mil reais), com fulcro nos arts 6°, VI da Lei 8078/90 e 5°, X da CF;
C) Seja a ré condenada a DEVOLUÇÃO DA QUANTIA PAGA DE R$ 200,00 (duzentos reais) devidamente corrigido e acrescido de juros a contar da data da compra, na forma do art. 18, § 1º, II, do CDC;
D) A CITAÇÃO do réu no endereço informado, para comparecer à Audiência designada, sob pena de serem reputados verdadeiros os fatos alegados na petição inicial. 
IV. DAS PROVAS
Protesta por todos os meios de prova em direito admitidos, notadamente a documental superveniente.
Dá-se o valor da causa de R$ 5.200,00 (cinco mil e duzentos reais)
Nestes Termos,
Pede deferimento.
Rio de Janeiro, 14 de março de 2022
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ASSINATURA

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