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exaqueca ou migrânea tensional em salvas e outras trigeminoautonômicas outras cefaleias primárias trauma de cabeça e/ou cervical doença vascular craniana ou cervical transtorno intracraniano não vascular atribuída a uma substância ou sua retirada infecção transtorno da homeostase trasntorno de crânio, pescoço, olhos, ouvido, nariz, seios da face, dentes, boca ou outras estruturas faciais cranianas transtorno psiquiátrico neuralgias cranianas e causas centrais da dor facial outras cefaleias, neuralgias cranianas e dor facial primária ou central O cérebro, o crânio, a maior parte da dura-máter, o epêndima e os plexos coroides são insensíveis à dor. Estruturas extracranianas sensíveis à dor: pele, tecido subcutâneo, músculos, nervos, memebranas submucosas, dentes e alguns vasos sanguíneos maiores. Estruturas intracranianas sensíveis à dor: seios venosos, veias de maior calibre e a dura-máter que as circunda, artérias durais e artérias do polígono de Willis. CLASSIFICAÇÃO E DIAGNÓSTICO A cefaleia do tipo tensional é a mais prevalente, seguida pela migrânea. Cefaleias primárias Cefaleias secundárias Neuralgias cranianas, dor facial primária e central e outras cefaleias As cefaleias podem ser classificadas quanto à sua etiologia, em primárias - sem etiologia demonstrável pelos exames clínicos ou laboratoriais usuais - ou secindárias - substrato orgânico identificável. Nas cefaleias primárias, a dor é um sintoma obrigatório, sem o qual não se define a doença. Nas cefaleias secundárias, a dor é um sintoma opcional, não sendo necessária para o diagnóstico da doença de base. Radiogradia de crânio e coluna cervical: diante da suspeita de fraturas, doenças ósseas, anormalidades da região selar e da coluna cervical, como malformações, traumas e subluxações; Tomografia de crânio: está indicada na presença de sinais de alarme; Ressonância magnética de crânio; Eletroencefalograma: pode ser útil nos estados alterados de consciência, como nos episódios confusionais, auxiliando no diagnóstico de encefalites e epilepsias; Líquido cerebrospinal: é útil no diagnóstico de processos inflamatórios e infecciosos, assim como nos casos de hipertensão intracraniana benigna (avaliação manométrica); Estudo vascular com andiorressonância mangética ou angiotomografia de vasos cervicais e intracranianos fase arterial e fase venosa: devem ser considerados na suspeita de dissecção arterial e trombose venosa de seios durais, respectivamente. a primeira ou pior cefaleia da vida do paciente ou cefaleia de início súbito; cefaleias de início recente (< de 1 ano); Uma cefaleia de início recente e que piora progressivamente em frequência ou intensidade pode corresponder à presença de uma lesão expansiva. Cefaleia cujo padrão de dor não se modificou ao longo de muitos anos usualmente aponta para etiologia benigna. A dor pulsátil unilateral é comum na enxaqueca, enquanto a dor com caráter de pressão está mais associada a cefaleia tensional. Uma dor aguda lancinante de localização periorbitária ou retro-orbitária, por sua vez, levanta a suspeita da cefaleia em salvas. Fatores de risco na infância para o desenvolvimento de migrânea: cinetose, dor abdominal recorrente, pseudoangina, vertigens, dores do crescimento, distúrbios do sono, vômitos cíclios, hiperatividade. NEUROIMAGEM 1. 2. 3. 4. 5. 6. SINAIS DE ALARME NAS CEFALEIAS CEFALEIAS Amanda Vieira Sampaio - Medicina UFMA PHO cefaleia nova após os 50 anos; cefaleia associada a alterações do exame neurológico, alteração de consciência, rigidez de nuca e febre; cefaleia nova em paciente imunodeprimido, com coagulopatia ou neoplasia; cefaleia após traumatismo craniano; cefaleias desencadeadas por esforço físico; cefaleias progressivas ou refratárias a tratamento; características não usuais em cefaleias primárias. CEFALEIAS PRIMÁRIAS MIGRÂNEA (enxaqueca) Etiologia poligênica, multifatorial e com alguma influência de fatores ambientais. A migrânea típica apresenta-se como cefaleia unilateral (60% dos casos), de caráter pulsátil, que aparece, na maioria dos casos, antes dos 20 anos. Piora habitualmente com os esforços físicos ou manobras que aumentam o fluxo sanguíneo cerebral e melhora com as condições que diminuem o afluxo de sangue ao segmento cefálico. Observa-se com grande frequência palidez, sudorese, anorexia, náuseas e vômitos, foto e fonofobia e, mais raramento, distúrbios autonômicos. Fatores desencadeantes: jejum, chocolate, distúrbios emocionais, modificações no padrão de sono, estímulos sensoriais e ingesta de bebidas alcoólicas. CEFALEIAS Amanda Vieira Sampaio - Medicina UFMA PHO A crise migranosa divide-se em 4 fases: premonitória, aura, cefaleia e resolução. Também são observados, mas em menor frequência, sintomas como mudanças do humor, alterações do raciocínio e anorexia algumas horas antes da instalação da crise. A aura é um sintoma neurológico temporário que pode se referir à área focal do cérebro afetada, podendo ocorrer antes, durante ou após a cefaleia, e a forma mais comum é a visual. São exemplos sintomas visuais unilaterais de formas geométericas que se expandem e se movem, visão embaralhada ou sensação anormal "de vaivém", parestesias e dificuldade na fala. Os pródromos surgem até 48 horas antes da cefaleia e são caracterizados por irritabilidade, anorexia, náusea, bocejos, fome, dificuldade de concentração e/ou raciocínio e retenção hídrica. TRATAMENTO DA MIGRÂNEA Analgésicos simples, como paracetamol ou AINH (naproxeno sódico, ibuprofeno, diclofenaco de sódio, ácido tolfenâmico), são eficazes para o tratamento sintomático e devem ser ingeridos precocemente após o início dos sintomas. É importante evitar o uso abusivo desses analgésicos, sob o risco de desencadeamento de cefaleia resultante do uso excessivo de medicações abortivas de crise. Os triptanos são medicações agonistas dos receptores serotoninérgicos com eficácia comprovada no tratamento sintomático e devem ser considerados dentro de uma abordagem estratificada de controle da dor para as crises moderadas e fortes. Antieméticos, como a clorpromazina, também fazem parte do arsenal terapêutico abortivo das crises. O status enxaquecoso corresponde à crise com duração superior a 24 horas, e o uso de corticosteroides pode estar associado a demais medicações abortivas nesse caso. CEFALEIAS Amanda Vieira Sampaio - Medicina UFMA PHO O tratamento profilático está indicado àqueles com mais de 2 crises por mês ou que, tendo apenas 2, ou mesmo somente 1, esta seja extremamente grave ou demorada, ou aos casos que não respondem de modo satisfatório à terapêutica abortiva da crise de migrânea. Algumas modalidades de migrânea justificam tratamento profilático, independentemente da frequência ou da gravidade das crises: a migrânea hemiplégica familiar da artéria basilar, o infarto migranoso e a migrânea com aura prolongada. Os medicamentos profiláticos mais utilizados são os betabloqueadores (propanolol), os antidepressivos tricíclicos (amitriptilina), os antagonistas de canal de cálcio (flunarizina) e alguns anticonvulsivantes (ácido valproico, topiramato e lamotrigina). O tratamento é habitualmente mantido pelo período mínimo de 6 meses, monitorizando o indivíduo com o diário da dor. CEFALEIA TIPO TENSÃO A Cefaleia Tipo Tensão Episódica (CTTE) caracteriza-se por episódios recorrentes de dor de cabeça com duração de 30 minutos a 7 dias. Tem caráter de pressão ou aperto e localização bilateral, com intensidade fraca ou moderada e, ao contrário da migrânea sem aura, não é agravada por atividades físicas, mas pode ter fotofobia ou fonofobia (nunca ambas ao mesmo tempo), além de náusea leve ou vômitos. Quando uma cefaleia com as características da CTTE acomete o paciente por período igual ou superior a 15 dias/mês (180 dias/ano), é caracterizada como cefaleia do tipo tensional crônica. A palpação manual com movimentosgiratórios e pressão sobre os músculos frontal, temporal, masseter, pterigóideo, esternocleidomastóideo, esplênio e trapézio deve ser ralizada, embora o dolorimento não seja específico da condição. CEFALEIAS EM SALVAS OU CLUSTER A dor é de grande intensidade (terebrante) e localização preferencialmente fronto-orbitária, podendo irradiar-se para o hemicrânio e/ou para a hemiface ipsilateral. É frequentemente descrita como sensação de "facada no olho". Na grande maioria dos casos, a dor é estritamente unilateral. Com grande frequência vem acompanhada por distúrbios autonômicos usualmente do mesmo lado da dor. A ingestão de bebidas alcoólicas desencadeia e/ou agrava os ataques. Há certo predomínio à noite, acordando o paciente, além de que se registra tendência de ocorrência na mesma hora do dia e na mesma época do ano. Algumas pessoas com cefaleia em salvas têm fácies leonina e pele "em casca de laranja". Na cefaleia em salvas episódicas, as crises se repetem de 1 a cada 2 dias até 8 vezes ao dia, por semanas ou meses, no máximo 1 ano, separadas por períodos assintomáticos, que podem ser de dias, meses ou anos, não inferiores a 14 dias. Na cefaleia em salvas crônica, os ataques vêm se rrepetindo há mais de 1 ano sem nenhum período sem dor com duração igual ou superior a 14 dias. CEFALEIAS Amanda Vieira Sampaio - Medicina UFMA PHO Início abrupto, principalmente se for o primeiro episódio; Lesões estruturais ou dor com início após trauma; Aparecimento após os 50 anos; Sinais neurológicos irritativos ou deficitários; Papiledema; Rigidez de nuca, febre ou alteração da consicência; Mudança significativa no padrão da dor ou piora progressiva; Alterações endócrinas concomitantes. TRATAMENTO DAS CEFALEIAS EM SALVAS O tratamento da cefaleia em salvas é feito com oxigenoterapia a 100% 7l/min, por 15 minutos, sumatriptana 6mg SC, ou ergotamínicos 1mg 2x/d. A profilaxia é feita com verapamil, valproato de sódio, prednisona ou carbonato de lítio. O tratamento profilático é fundamental na maioria dos casos. O verapamil é alternativa terapêutica na forma episódica e na forma crônica, devendo ser utilizado em doses fracionadas de 120 a 1.200 mg. CEFALEIAS SECUNDÁRIAS As cefaleias secundárias são consequência de uma agressão ao organismo, de ordem geral ou neurológica. A doença primária pode estar relacionada a várias etiologias: infecciosa, inflamatória, parasitária, traumática, vascular, tumoral e metabólica. São sinais de organicidade das cefaleias: SECUNDÁRIAS A TRAUMA CEFÁLICO OU CERVICAL Inclui cefaleias secundárias a trauma, lesão "em chicotada", hematoma intracraniano ou outro trauama intracraniano. Uma série de padrões de apresentação, sendo o da cefaleia tensional o mais comum. HSA Apresenta início explosivo (agudo) de dor forte, pulsátil e difusa, que não melhora com analgésicos simples e que piora com os movimentos da cabeça e esforço físico. Investiga-se a presença de sinais neurológicos (rigidez de nuca, hemiparesia, assimetria de reflexos) e hipertermia. SECUNDÁRIA A ATAQUE ISQUÊMICO TRANSITÓRIO E A ACIDENTES TROMBOEMBÓLICOS A dor é pulsátil, usualmente de intensidade leve ou moderada e curta duração, nem sempre guardando estreita relação com a artéria comprometida. CEFALEIAS Amanda Vieira Sampaio - Medicina UFMA PHO ARTERITE TEMPORAL OU ARTERITE DE CÉLULAS GIGANTES É uma doença praticamente inexistente antes dos 50 anos. A dor tem instalação aguda ou subaguda, de moderada a forte, contínua, mas com oscilações em sua intensidade, podendo agravar-se com o frio. Localiza-se na área correspondente ao vaso acometido, usualmente a artéria temporal superficial. SECUNDÁRIA A FEOCROMOCITOMA Cefaleia com aumento da pressão sanguínea, de curta duração, e holocraniana. Sudorese, palpitação e/ou ansiedade acompanham o quadro. HIPERTENSÃO INTRACRANIANA O quadro clássico é constituído por cefaleia, vômitos e edema de papila. PRESSÃO LIQUÓRICA BAIXA É uma cefaleia bilateral que aparece ou se agrava em menos de 15 minutos, após assumir a posição ostostática. Desaparece ou melhora muito em menos de 30 minutos, após assumir a posição deitada. INDUZIDA POR GLUTAMATO MONOSSÓDICO É uma cefaleia que surge até 1 hora após a ingestão associada a pressão no tórax, no pescoço e nos ombros e rubor facial. Pode apresentar também tonturas e desconforto abdominal. POR ABUSO DE ANALGÉSICOS O paciente tem história de cefaleia primária prévia com uso abusivo de analgésicos regular por mais de 3 meses. ATRIBUÍDA A INFECÇÃO Investiga-se a presença de sinais sistêmicos e de alterações de consicência. Meningites tratadas podem apresentar cefaleia crônica como sequela. ATRIBUÍDA A DISTÚRBIOS DA HOMEOSTASE Têm-se, como exemplos, cefaleia desencadeada por hipóxia ou hipercapnia, diálise, hipotireoidismo e hipoglicemia/jejum. ORIGEM CERVICAL A dor localiza-se no pescoço e na região occipital e pode projetar-se para fronte, região orbitária, têmporas, vértex ou ouvidos e ser precipitada ou agravada por movimentos persistentes do pescoço. DOENÇA DA ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR A dor é resultante de transtorno dessa articulação ou de alteração nos músculos mastigatórios (dor miofascial) e se localiza na região temporomandibular, podendo irradiar-se para ouvido, ângulo da mandíbula, região parietal, ombro e face. ASSOCIADA A ALTERAÇÕES OFTALMOLÓGICAS Pode ser secundária a processos inflamatórios ou infecciosos do olho, heteroforia, glaucoma (geralmente dor ocular e hiperemia). CEFALEIAS Amanda Vieira Sampaio - Medicina UFMA PHO
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