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Profa. Dra. Fabiana Barbosa Gonçalves Módulo: Metabolismo Universidade Federal do Rio Grande do Norte Escola Multicampi de Ciências Médicas do Rio Grande do Norte 1. Reconhecer o papel associado da dentição, língua e glândulas no processo de mastigação; 2. Conhecer o processo de deglutição; 3. Conhecer a fisiologia das células envolvidas na secreção de gastrina, HCl, pepsina e muco. ingestão de formas complexas digestão de formas complexas sistema digestório complexo Qual a função principal do sistema digestório? Processos fisiológicos Da BOCA ao ESTÔMAGO... MASTIGAÇÃO DEGLUTIÇÃO SECREÇÃO Químicos Mecânicos Digestão Ingestão → captação de alimento pela boca Motilidade → mistura e propulsão do alimento ao longo do TGI Secreção → água, ácidos, muco, tampões e enzimas Absorção → passagem dos produtos digeridos → sangue e linfa Defecação → eliminação das fezes As grandes funções do sistema digestório As grandes funções do sistema digestório Ingestão → captação de alimento pela boca Motilidade → mistura e propulsão do alimento ao longo do TGI Secreção → água, ácidos, muco, tampões e enzimas Absorção → passagem dos produtos digeridos → sangue e linfa Defecação → eliminação das fezes As grandes funções do sistema digestório Ingestão → captação de alimento pela boca Motilidade → mistura e propulsão do alimento ao longo do TGI Secreção → água, ácidos, muco, tampões e enzimas Absorção → passagem dos produtos digeridos → sangue e linfa Defecação → eliminação das fezes MASTIGAÇÃO E DEGLUTIÇÃO Iniciando a digestão A digestão inicia-se na mastigação adequada Mastigação Iniciando a digestão A digestão inicia-se na mastigação adequada Mastigação → É voluntária, porém envolve mecanismos motores reflexos determinados e organizados pelo SNC Animais descerebrados são capazes de mastigar Nervo trigêmeo (par craniano - V) Iniciando a digestão A digestão inicia-se na mastigação adequada Mastigação → É voluntária, porém envolve mecanismos motores reflexos determinados e organizados pelo SNC Função: • Fragmentar o alimento • Formar o bolo alimentar • Facilitar a deglutição • Aumentar a área superficial de ação das enzimas Iniciando a digestão FASES DA MASTIGAÇÃO Incisão Apreensão do alimento obtida através da elevação da mandíbula em protrusão. A língua, coordenadamente com as bochechas, posiciona o alimento entre as superfícies oclusais dos dentes prémolares e molares, preparando as etapas seguintes. Trituração Transformação mecânica de partes grandes do alimento em partes menores. Pulverização Transforma o alimento em elementos tão reduzidos, com consistência ideal para a deglutição. Mastigação (compõe a digestão mecânica) Entende-se pelo conjunto de fenômenos estomatognáticos que visa a degradação mecânica dos alimentos, isto é, a trituração dos alimentos. O sistema estomatognático, “identifica um conjunto de estruturas bucais que desenvolvem funções comuns, tendo como característica constante a participação da mandíbula”, por isso o nome grego gnatos, que significa mandíbula Estas funções são divididas no grupo das funções: Adaptadas – o beijo, sorriso, mordida, bocejo, etc. Clássicas, que estão ligadas a alimentação e a respiração – mastigação, sucção, deglutição, respiração e fonoarticulação. Mastigação (compõe a digestão mecânica) Entende-se pelo conjunto de fenômenos estomatognáticos que visa a degradação mecânica dos alimentos, isto é, a trituração dos alimentos. O sistema estomatognático identifica um conjunto de estruturas bucais que desenvolvem funções comuns, tendo como característica constante a participação da mandíbula, por isso o nome grego gnatos, que significa mandíbula Estas funções são divididas no grupo das funções: Adaptadas – o beijo, sorriso, mordida, bocejo, etc. Clássicas, que estão ligadas a alimentação e a respiração – mastigação, sucção, deglutição, respiração e fonoarticulação. Mastigação (compõe a digestão mecânica) Entende-se pelo conjunto de fenômenos estomatognáticos que visa a degradação mecânica dos alimentos, isto é, a trituração dos alimentos. O sistema estomatognático identifica um conjunto de estruturas bucais que desenvolvem funções comuns, tendo como característica constante a participação da mandíbula, por isso o nome grego gnatos, que significa mandíbula Funções do sistema estomatognático: Adaptadas: beijo, sorriso, mordida, bocejo, etc. Clássicas (ligadas a alimentação e respiração): mastigação, sucção, deglutição, respiração e fonoarticulação. Part ic ipação dos dentes , da l íngua e alguns músculos mastigatórios Mastigação (compõe a digestão mecânica) Músculos principais Ações específicas Masseter elevação e protrusão da mandíbula Temporal elevação e retrusão da mandíbula Pterigoideo medial elevação, protrusão e excursão lateral da mandíbula Pterigoideo lateral depressão e protrusão da mandíbula Todos os músculos da mastigação são inervados por ramos do nervo mandibular (V3), um ramo do nervo trigêmeo. Deglutição Dige stão e Mot ilida de Deglutição Ato voluntário e involuntário Dividido em fases: 1) Fase oral 2) Fase faríngea 3) Fase esôfago-gástrica Funções: Transporte de substâncias, nutrientes e água da cavidade oral para o estômago Limpeza da cavidade oral por remoção constante da saliva e de restos alimentares. Lubrificação da orofaringe e do esôfago. Remoção de ácido presente no esôfago devido a eventuais refluxos gastro-esofágicos. Dige stão e Mot ilida de Deglutição Ato voluntário e involuntário Dividido em fases: 1) Fase oral 2) Fase faríngea 3) Fase esôfago-gástrica Funções: Transporte de substâncias, nutrientes e água da cavidade oral para o estômago Limpeza da cavidade oral por remoção constante da saliva e de restos alimentares Lubrificação da orofaringe e do esôfago Remoção de ácido presente no esôfago devido a eventuais refluxos gastro-esofágicos Dige stão e Mot ilida de Eventos da deglutição 1) Fase oral ou voluntária: a língua separa parte ou todo o bolo alimentar e o comprime para cima contra o palato duro e para trás (palato mole), forçando-o contra a faringe Os estímulos táteis iniciam o reflexo da deglutição. Estágios: O alimento é insalivado e triturado Percepção do bolo em seu volume, consistência, densidade, grau de umidificação e inúmeras outras características O bolo alimentar é posicionado sobre o dorso da língua Ajustamento das paredes bucais e projeção posterior da língua, gerando pressão propulsiva Eventos da deglutição 2) Fase faríngea (involuntária): fechamento das pregas vocais e da epiglote, ocorre também o levantamento da faringe e abertura do esfíncter esofágico superior (inibição da respiração) Logo após a passagem do bolo alimentar, abrem-se as cordas vocais, a epiglote relaxa e o esfíncter esofágico superior (EES) se fecha (reinicia a respiração) Eventos da deglutição 3) Fase esôfago-gástrica (involuntária): pode-se considerar a motilidade esofágica como sendo a continuação da deglutição Uma onda peristáltica começa logo abaixo do EES que desloca-se até o EEI, relaxando-o e permitindo a entrada do bolo alimentar no estômago (relaxamento receptivo) A disfagia (dificuldade de deglutir) pode ser de causa orofaríngea (alta ou de transferência) ou esofágica (baixa ou de transporte) MECÂNICA NEUROGÊNCIA PSICOGÊNICA DECORRENTE DA IDADE Alterações nas estruturas orofaríngeas que dificultam a passagem do bolo alimentar Disfunção da rede neuronal que coordena e controla a deglutição Problemas de ordem emocional Efeitos do processo de envelhecimento da deglutição associado a alterações de saúde Causas: câncer de cabeça e pescoço, ressecções cirúrgicas, intubação orotraqueal Causas: doenças neurológicas (AVE), traumatismo craniano Causas: ansiedade, depressão Causas: problemas de mastigação,diminuição do volume de saliva, diminuição da pressão da orofaringe Quadro: Tipos e causas da disfagia orofaríngea. Secreção: digestão química Secre ção Secreção: digestão química Secre ção Secreção: digestão química 9 litros de fluido passam através do lúmen do TGI: • 2 L através da comida e bebida • 7 L secreções gastrintestinais (órgãos, glândulas e céls epiteliais) • 8,9 L são absorvidos • 0,1 L excretados nas fezes Secre ção Secreção salivar São produzidas pelas glândulas salivares (maiores e menores) A saliva é um líquido seromucinoso que contém 99,5% de água, e o restante é composto de eletrólitos, muco, glicoproteínas, enzimas e componentes antibacterianos Em condições basais, ocorre secreção de cerca de 0,5 mL de saliva por minuto, variando de 0,5 a 1 litro de saliva por dia quase que totalmente do tipo mucoso, exceto durante o sono, quando a secreção é reduzida Secreção salivare Glândulas salivares MAIORES: produzem a saliva digestiva e protetora Serosa Mucosa + Serosa Mucosa + Serosa Glândulas salivares MENORES: Produzem saliva para lubrificar a cavidade oral São responsáveis por aproximadamente 1% ou menos do total do débito salivar Podem ser encontradas em grupamentos nos arredores da cavidade oral, como na bochecha, nos lábios, na mucosa lingual, no palato mole, nas partes laterais do palato duro, no assoalho da boca e entre as fibras musculares da língua. Somam aproximadamente 1.000 glândulas Secreção salivar Glândulas de von Ebner Secreção salivar • Líquido hiposmótico (facilita a percepção dos sabores) • pH levemente ácido (6 - 7) • Composição: • Água (98-99%) • Íons → cálcio, flúor, sódio, potássio, bicarbonato, fosfato, cloreto e magnésio • Proteínas → enzimas (a-amilase e lipase), proteínas e imunoglobulina A • Controle de secreção: SNA • Tanto um estímulo parassimpático como um simpático poderão produzir secreções • A inervação parassimpática, via receptores colinérgicos acinares, é a responsável principal pela secreção de água e eletrólitos, enquanto a inervação simpática é responsável principalmente pela secreção de proteínas Secreção salivar Enzimas Amilase salivar: inicia a degradação dos carboidratos Lactoperoxidase : ação ant ibac ter iana que des t ró i os microorganismos ao catalisar o peróxido de oxigênio Lactoferrina: impede a utilização de ferro por microorganismos Lisozima: ação antibacteriana, inibe o crescimento bacteriano, reduz a incorporação de glicose e produz ácido láctico Lipase lingual: degradação dos lipídios em pH ácido e proteção dos botões gustativos Ø Proteínas ricas em prolina Mucinas: capacidade de formar uma pseudomembrana sobre superfícies finas e duras, tem uma função protetora Controle da saliva por reflexos condicionados São os que necessitam aprendizado prévio e repetitivo, como a olfação e a visão Uma criança lactente não reage (salivando) como um adulto Síntese Secreção salivar Multifuncionalidade da saliva Gustação Regulação da temperatura do alimento Higienização Fonação Ação tamponante Ação bactericida (lisozima) Ação bacteriostática (lactoferrina) Ação na cicatrização de feridas (fator de crescimento epidérmico) Ação antimicrobiana Incorporação de flúor e fosfato (concentração de íons pelas gls) Secreção esofágica O esôfago é um tubo muscular de cerca de 25 cm de comprimento, que se estende desde a 6ª vértebra cervical até a 11ª vértebra torácica As funções esofágicas incluem a facilitação d o t r a n s p o r t e d e a l i m e n t o s p a r a o estômago e a prevenção de refluxo do conteúdo gástrico para o esôfago e à faringe Baseado em sua função, o esôfago pode ser pensado como três estruturas : o esfíncter esofágico superior (EES), o corpo do esôfago propriamente dito e o esfíncter esofágico inferior (EEI) esfíncter esofágico superior (EES) esfíncter esofágico inferior (EEI) esôfago diafragma estômago traquéia Muco Proteção de escoriações Secreção esofágica Secreção gástrica Céls produtoras de muco Céls parietais e Céls. principais Céls G e D Muco MUCO DAS CÉLULAS SUPERFICIAIS: barreira mucosa gástrica (gel alcalino) MUCO DAS CÉLULAS DO COLO: lubrificação Células mucosa superficial (muco) Células mucosa do colo (muco) Célula parietal (HCl e fator intrínseco) Célula principal (pepsinogênio) Célula G (gastrina) Secreção gástrica Pepsinogênio, HCl e fatores de regulação Células mucosa superficial (muco) Células mucosa do colo (muco) Célula parietal (HCl e fator intrínseco) Célula principal (pepsinogênio) Célula G (gastrina) Célula D (somatostatina Secreção gástrica Enzima proteolítica → inicia processo de digestão de proteínas Atividade ótima em pH 1.8 - 3.5 Proteínas Pepsina Peptídeos Essas enzimas não devem digerir as células do próprio TGI (autodigestão) Secreção gástrica Fator intrínseco → células parietais juntamente com o HCl • Glicoproteína produzida pelas células parietais do estômago • Essencial para absorção de vitamina B12 no íleo terminal • Ausência de fator intrínseco → anemia perniciosa • Anemia perniciosa é vista frequentemente em pessoas acima 60 anos de descendência negra ou do norte da Europa Em crianças, os níveis diminuídos de fator intrínseco podem ser uma condição herdada (genética) Secreção gástrica Regulação da secreção gástrica Glândula fúndica Glândula pilórica Fovéola (histamina) Regulação da secreção gástrica Glândula fúndica Glândula pilórica Fovéola (histamina) (histamina) Glândula fúndica Glândula pilórica Fovéola + -+ + Regulação da secreção gástrica (histamina) (histamina) Estímulo: 1) aa e peptídeos no estômago; 2) distenção do estômago; 3) reflexos neurais; 4) outras substâncias (p.ex. café) E C L Célula G G abg Gq a bg Gq a bg G s PLC IP3 Ca2+ Ca2+ A C H+/K+ ATPase H+/K+ ATPase H+/K+ ATPase G PKA hist P H+ K+ H+ H+ H+ ATP AMPc ACh ACh PIP2 DAG H+ Célula parietal CC K 2 CCK2 M 3 M 3 H2 Fase cefálica, bem como gástrica PLC: fosfolipase C AC: adenilato ciclase H+/K+ ATPase P H+ K+ H+ H+ Cl- Cl- Cl- HCl H+ Cl- Célula parietal Cl- HCO3- Cl- Cl- Cl- K+ K+ K+ K+ HCO3- HCO3- HCO3- K+ K+ K+ + AC H2CO3 Membrana basolateral Membrana apical Lúmen E C L Célula G G abg Gq a bg Gq a bg G s A C H+/K+ ATPase G PKA hist P H+ K+ H+ H+ H+ Cl- Cl- Cl-HCl ACh ACh Célula D S S S a bg G i PGE2a bg G i H+ Cl- Célula parietal CC K 2 CCK2 M 3 M 3 H2 SST2 SST 2 SST 2 EP 3 Em suma... Profa. Dra. Fabiana B. Gonçalves (fabiana.goncalves@ufrn.br) Módulo: Metabolismo Bibliografia indicada: AIRES, M.M. (2012) Fisiologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. SILVERTHORN, D.U. (2010) Fisiologia Humana - Uma Abordagem Integrada, 5ª ed. Porto Alegre: Artmed.
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