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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO Professora: Ilana Aló E-mail: ribeiro.ilana@estacio.br mailto:Ribeiro.ilana@estacio.br DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO Aula 10 TEMA: 4. CONTRATOS, COMÉRCIO E GUERRA NO DIREITO INTERNACIONAL TÓPICOS: 4.3 ELEMENTOS DO DIREITO INTERNACIONAL QUE TRATAM DA GUERRA OBJETIVOS ❑ Compreender os institutos jurídicos do comércio internacional e sua evolução histórica. ❑ Analisar a importância de um Direito Público Internacional que administre os conflitos, para a exploração do comércio. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO BIBLIOGRAFIA❑ VARELLA, Marcelo Dias. Direito Internacional Público ❑ SILVA, Davi José de Souza da Silva. Apostila UNESA. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO 1. Situação problema Na presente situação real, considere o trecho a seguir, que trata a respeito da declaração de guerra, dos Estados Unidos contra o Japão: “No dia 8 de dezembro de 1941, o presidente dos Estados Unidos da América reuniu o Congresso para pedir que este aprovasse a declaração de guerra ao Japão, país que tinha atacado na véspera a base naval americana de Pearl Harbor. O discurso de Franklin Delano Roosevelt foi o primeiro passo para a declaração de guerra formal, que seria aprovada tanto pelo Congresso como pelo Senado” (https://ensina.rtp.pt/artigo/a-declaracao-deguerra-dos- eua-ao-japao/ ). A partir disso, é possível identificar: qual a importância da declaração de guerra, para o Direito Internacional? https://ensina.rtp.pt/artigo/a-declaracao-deguerra-dos-eua-ao-japao/ 4.3 ELEMENTOS DO DIREITO INTERNACIONAL QUE TRATAM DA GUERRA • SEGUNDO O DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO, A GUERRA PODE SER DEFINIDA COMO UMA DISPUTA OU CONFLITO QUE, DE MODO GERAL, É ARMADO. • ENVOLVE DOIS OU MAIS ESTADOS, DURA CERTO TEMPO – ALGUMAS SEMANAS, MESES OU ANOS – ATÉ QUE UM ESTADO IMPONHA SUAS VONTADES SOBRE OS DEMAIS ESTADOS EM CONFLITO, VONTADES QUE PODEM SER POLÍTICAS, ECONÔMICAS, TERRITORIAIS ETC. • (MAZZUOLI, 2020). 4.3 ELEMENTOS DO DIREITO INTERNACIONAL QUE TRATAM DA GUERRA • À luz do Direito Internacional Público, uma guerra se inicia com a publicização de uma Declaração de Guerra, conhecida como “Nota Diplomática”, feita de forma unilateral por um dos Estados envolvidos, cujas finalidades principais são: • 1) Demarcar o início da guerra – para fins de aplicabilidade dos instrumentos normativos pertinentes; e • 2) Evitar ataques inesperados entre os Estados envolvidos 4.3 ELEMENTOS DO DIREITO INTERNACIONAL QUE TRATAM DA GUERRA • Na prática, nem sempre a declaração de guerra é cumprida, pois muitas vezes a guerra se inicia com a prática direta de atos materiais de hostilidade, como invasões, ataques, violência, tanto às Forças Armadas quanto ao território em si. • EXEMPLO: Um exemplo muito conhecido de um ataque inesperado foi o da marinha japonesa à base naval de Pearl Harbor, nos Estados Unidos, em 7 de dezembro de 1941. 4.3 ELEMENTOS DO DIREITO INTERNACIONAL QUE TRATAM DA GUERRA • Quanto à competência, quem pode declarar guerra? No Brasil, é a União, mais especificamente o Presidente da República – desde que autorizado ou referendado pelo Congresso Nacional, conforme se extrai dos Artigos 21, II, e 84, XIX, da Constituição Federal. • UM DOS EFEITOS DA DECLARAÇÃO DA GUERRA É A SUSPENSÃO DAS RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS E DOS TRATADOS INTERNACIONAIS FIRMADOS ENTRE OS PAÍSES BELIGERANTES, UMA VEZ QUE ELAS SE BASEIAM EM ATOS DE CIVILIDADE,ACORDOS, LEALDADES E UM AMBIENTE PACÍFICO ENTRE OS PAÍSES. OUTRO GRANDE EFEITO É A RESTRIÇÃO AO LIVRE COMÉRCIO E LIVRE CIRCULAÇÃO ENTRE AS SUAS FRONTEIRAS. 4.3 ELEMENTOS DO DIREITO INTERNACIONAL QUE TRATAM DA GUERRA • De modo geral, após a realização da declaração de guerra, iniciam-se as práticas hostis entre os Estados envolvidos. Anteriormente, eram comuns ataques e conflitos armados e violentos em espaços aéreos, marítimos e terrestres, com a utilização das Forças Armadas, visando a concessão de determinadas vontades de um dos Estados. • Contudo, se identifica uma mudança significativa para as novas formas de guerra, que envolvem as inovações científicas e tecnológicas. Elas não necessariamente envolvem locais específicos, mas sim amplos espectros do globo e até mesmo o âmbito espacial. 4.3 ELEMENTOS DO DIREITO INTERNACIONAL QUE TRATAM DA GUERRA • Sob a ótica do Direito Internacional Público, o instrumento formal de encerramento de uma guerra é o Tratado de Paz firmado entre os Estados beligerantes. • O pontapé inicial para o fim da guerra é o chamado armistício, que consiste em uma suspensão consensual e temporária do conflito armado, objetivando, em última instância, o restabelecimento da paz. 4.3 ELEMENTOS DO DIREITO INTERNACIONAL QUE TRATAM DA GUERRA • O Tratado de Paz provoca alguns efeitos importantes: 1. O encerramento do conflito armado e os respectivos atos de hostilidade. 2. O retorno ao status quo ante, isto é, o retorno à situação anterior à guerra — embora se saiba que, dependendo da força e da violência empregadas na luta armada, esse retorno se torne difícil ou impossível. 3. O fim da condição de prisioneiros de guerra. 4. O restabelecimento das relações, acordos diplomáticos e tratados internacionais que haviam sido rompidos com a Declaração de Guerra. 4.3 ELEMENTOS DO DIREITO INTERNACIONAL QUE TRATAM DA GUERRA • PRINCÍPIOS INTERNACIONAIS DA GUERRA: • 1. PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DA GUERRA OU DA PROIBIÇÃO DO USO DA FORÇA • No passado a guerra era considerada uma forma comum de defesa: Primeiro individual, Depois coletiva, Por fim, estatal. 4.3 ELEMENTOS DO DIREITO INTERNACIONAL QUE TRATAM DA GUERRA • Entretanto, com o tempo, a guerra passou a ser considerada, pelas Nações Unidas, como uma forma violenta e ilícita de os Estados conflitarem entre si. É assim que o Direito Internacional Público compreende a guerra atualmente, considerando os conflitos violentos o último recurso de um Estado, uma vez que se passou a dar preferência às soluções pacíficas diante de controvérsias internacionais. 4.3 ELEMENTOS DO DIREITO INTERNACIONAL QUE TRATAM DA GUERRA • Logo após a Primeira Guerra Mundial, consagrou-se no âmbito internacional o princípio da proibição da guerra ou do uso da força, por meio dos seguintes instrumentos internacionais: 1. Pacto da Liga das Nações, de 1919. 2. Tratado de Renúncia à Guerra (Pacto Briand-Kellog), de 1928. 3. Carta das Nações Unidas, de 1945, que sobreveio ao final da Segunda Guerra Mundial, reafirmando a proibição da guerra que havia sido sagrada nos documentos anteriores — embora não com estas palavras. 4.3 ELEMENTOS DO DIREITO INTERNACIONAL QUE TRATAM DA GUERRA • Importante ressaltar que a Carta das Nações Unidas não dispõe expressamente sobre a guerra, utilizando sinônimos para incluir outros tipos de conflitos que não necessariamente caracterizam uma guerra. • Trata-se, de certa forma, de uma proibição tácita diante da proteção internacional dos Direitos Humanos. Nesse sentido, ressalta-se que uma das palavras utilizadas em substituição à guerra é “força”, pois envolve tanto os conflitos violentos quanto os demais dilemas que não necessariamente perpassam pelos conflitos armados, como aqueles relativos ao poderio econômico, por exemplo. 4.3 ELEMENTOS DO DIREITO INTERNACIONAL QUE TRATAM DA GUERRA • Pelo fato da guerra ser proibida é possível observar outros meios de solução pacífica internacional, que estão classificados em dois grupos: 1. Meios pacíficos de solução de controvérsias não jurisdicionais: (tem o acordo como base) 2. Meios pacíficos de solução de controvérsias jurisdicionais: Cortes e arbitragem 4.3 ELEMENTOS DO DIREITO INTERNACIONAL QUE TRATAM DA GUERRA • Carta da ONU. Artigo 33 • 1. As partes em uma controvérsia, que possa vir a constituir uma ameaça à paz e à segurança internacionais, procurarão, antes de tudo, chegar a uma solução por negociação, inquérito, mediação, conciliação, arbitragem,solução judicial, recurso a entidades ou acordos regionais ou a qualquer outro meio pacífico a sua escolha. • 2. O Conselho de Segurança convidará, quando julgar necessário, as referidas partes a resolver, por tais meios, suas controvérsias 4.3 ELEMENTOS DO DIREITO INTERNACIONAL QUE TRATAM DA GUERRA • Não jurisdicionais: Esses instrumentos têm por objetivo principal criar um cenário favorável às partes para que cheguem a um acordo no litígio e não proclamar uma decisão para o caso concreto. • Os principais mecanismos não jurisdicionais de solução de controvérsias entre os Estados são: 1. Negociação diplomática: iniciativa dos próprios Estados, independente de uma estrutura; 2. Investigação: partes nomeiam uma comissão para apurar os fato ocorridos; 3. Bons ofícios: um terceiro contribui para reestabelecer o diálogo entre a partes; 4. Mediação: conduz a solução do conflito; 5. Conciliação: além de conduzir a solução do conflito, estabelece o direito aplicável para ele. Junta de conciliadores. 4.3 ELEMENTOS DO DIREITO INTERNACIONAL QUE TRATAM DA GUERRA • Os instrumentos jurisdicionais de solução de controvérsias têm por principal característica a determinação de uma solução jurídica ao caso, determinada por um terceiro, que foi acionado para proferir uma decisão ao litígio. • Os principais instrumentos de solução jurisdicional de conflitos são: • a) arbitragem; • b) decisão jurisdicional. • Tanto na arbitragem, quanto nas decisões das Cortes, existe uma decisão. 4.3 ELEMENTOS DO DIREITO INTERNACIONAL QUE TRATAM DA GUERRA • Pela regra geral, o uso da força é proibido pelo direito internacional. • No entanto, em alguns casos, o direito internacional admite e mesmo legitima o uso de instrumentos para pressionar um Estado a adotar determinada conduta. • A expressão “guerra” nem sequer aparece na Carta da ONU. O uso da força é apenas permitido pela Carta da ONU quando se tratar de medida coletiva. 4.3 ELEMENTOS DO DIREITO INTERNACIONAL QUE TRATAM DA GUERRA • Contramedidas são instrumentos utilizados pelos Estados ou Organizações Internacionais para induzir outros sujeitos de direito internacional a adotar determinados comportamentos, lícitos ou não. • Trata-se de uma expressão genérica, que pode ser de duas naturezas: • Retorsão: reação não armada contra ato lícito, mas descortês; e • Represália: reação armada ou não, com ato ilegal. 4.3 ELEMENTOS DO DIREITO INTERNACIONAL QUE TRATAM DA GUERRA • A retorsão é a medida de reação não armada contra um ato do Estado que, muito embora seja lícito, é considerado descortês, demasiado rigoroso ou que acarreta danos a seus interesses. • A retorsão é um ato lícito aos olhos do direito internacional, mesmo quando o ato ao qual pretende reagir também é lícito. • As medidas de retorsão são lícitas porque estão no âmbito dos atos discricionários do Estado, dentro de sua margem de manobra, na formação de sua política internacional. Não podem, portanto, violar uma regra obrigatória do direito internacional, como o jus cogens, ou tratados anteriores entre os dois Estados que gerem sua responsabilidade internacional. 4.3 ELEMENTOS DO DIREITO INTERNACIONAL QUE TRATAM DA GUERRA • Entre os principais instrumentos de retorsão, podemos citar: • O rompimento de relações diplomáticas; a expulsão de nacionais daquele Estado que residam ou permaneçam transitoriamente no país; o bloqueio de bens desses nacionais; o não reconhecimento dos atos praticados pelo Estado; a expulsão de nacionais ou a não concessão de vistos e, situação mais comum, o uso de instrumentos econômicos que geram prejuízos à economia do outro Estado, atingindo setores específicos, de modo a causar pressões internas feitas pelos atores prejudicados. 4.3 ELEMENTOS DO DIREITO INTERNACIONAL QUE TRATAM DA GUERRA • Entre as medidas econômicas mais comuns, destacam-se a ruptura de relações comerciais, o aumento de impostos de importação sobre produtos estratégicos, a redução de investimentos, a suspensão de ajuda econômica. Essas medidas têm por objetivo conduzir o Estado atingido a mudar sua política. • A retorsão não admite o uso da força armada. 4.3 ELEMENTOS DO DIREITO INTERNACIONAL QUE TRATAM DA GUERRA • Ex.: Durante a crise entre os Estados Unidos e o Irã, após o incidente na Embaixada norte-americana em Teerã, os Estados Unidos passaram a ser mais rígidos no tratamento com os estudantes iranianos nos Estados Unidos, deportando todos aqueles que estavam em situação irregular. Posteriormente, houve o rompimento de relações diplomáticas entre os dois Estados. 4.3 ELEMENTOS DO DIREITO INTERNACIONAL QUE TRATAM DA GUERRA • Represálias são medidas de pressão contra um Estado que praticou um ato ilícito, com o objetivo de constrangê-lo, pelo uso da força, a voltar à licitude.A ilicitude é auferida em função do direito internacional, pelo próprio Estado ou por uma Organização Internacional. • A reação pode ser armada ou não; no entanto, para que seja considerada lícita, deve guardar proporcionalidade com o ato que pretende combater. A ilicitude do ato é julgada pelo próprio Estado. 4.3 ELEMENTOS DO DIREITO INTERNACIONAL QUE TRATAM DA GUERRA • As represálias devem atender a determinados requisitos como: • a) Ser dirigida ao Estado responsável pelo ato ilícito; • b) Ser proporcional ao dano sofrido e suficiente para conduzir; • c) Ser aplicada após a tentativa de negociação com a outra parte. 4.3 ELEMENTOS DO DIREITO INTERNACIONAL QUE TRATAM DA GUERRA • De acordo com o art. 41 da Carta da ONU: • “O Conselho de Segurança decidirá sobre as medidas que, sem envolver o emprego de forças armadas, deverão ser tomadas para tornar efetivas suas decisões e poderá convidar os membros das Nações Unidas a aplicarem tais medidas. Estas poderão incluir a interrupção completa ou parcial das relações econômicas, dos meios de comunicação ferroviários, marítimos, aéreos, postais, telegráficos, radiofônicos, ou de outra qualquer espécie e o rompimento das relações diplomáticas.” 4.3 ELEMENTOS DO DIREITO INTERNACIONAL QUE TRATAM DA GUERRA • Uso lícito da força: A Carta da ONU prevê o uso da força contra um Estado em casos excepcionais: em situações de legítima defesa ou de segurança coletiva. • São as únicas situações consideradas lícitas para justificar a ação militar contra um sujeito de direito internacional. • Basicamente, existem duas modalidades de uso lícito da força militar: 1. aquela realizada por um ou vários Estados com base na legítima defesa; 2. aquela operada pela Organização das Nações Unidas ou outra Organização Internacional com base na segurança coletiva. 4.3 ELEMENTOS DO DIREITO INTERNACIONAL QUE TRATAM DA GUERRA • Os Estados Unidos, por exemplo, defendem a existência de uma legítima defesa preventiva, fundamentando-se na probabilidade de um Estado realizar um ataque futuro. • O fundamento da legítima defesa preventiva norte-americana se constrói com base na aquisição de armas de destruição em massa por outros Estados. A Organização das Nações Unidas e grande parte da comunidade internacional não concordam com essa extensão do conceito. • A legítima defesa coletiva ocorre quando um ou mais Estados agem em defesa de um terceiro, que sofreu ou está na iminência de sofrer um ataque. 4.3 ELEMENTOS DO DIREITO INTERNACIONAL QUE TRATAM DA GUERRA • Segurança coletiva é a ação conjunta da Comunidade Internacional contra um Estado ou um grupo considerado pela maioria dos Estados como culpado por violar a paz internacional. • Seu objetivo principal é paz internacional. • Foi criada como um instrumento para evitar a escalada de conflitos e a Terceira Guerra Mundial. Atualmente, tem como objetivos principais preservar os direitos humanos e combater o terrorismo. 4.3 ELEMENTOS DO DIREITO INTERNACIONAL QUE TRATAM DA GUERRA • Em 2007, havia operações na África (Saara ocidental, Sudão, Congo, Serra Leoa, Libéria, Costa do Marfim, Burundi, Eritreia e Etiópia); na Europa (Geórgia,Kosovo e Chipre); na Ásia (Índia, Paquistão, Afeganistão, Iraque, Timor Leste, Palestina, Israel, Líbano, além de uma operação especial para todo o Oriente Médio) e nas Américas (Haiti). Tais operações mobilizavam mais de 83 mil militares e outros 20 mil civis, oriundos de 117 Estados diferentes. 4.3 ELEMENTOS DO DIREITO INTERNACIONAL QUE TRATAM DA GUERRA A segurança coletiva é prevista na Carta da ONU em três situações: 1. ameaça à paz internacional: antes de o conflito eclodir; 2. ruptura da paz internacional: quando o conflito já foi deflagrado, diante de atos de agressão; 3. reconstrução da paz: depois que o conflito foi amenizado, reconstruir as estruturas do Estado afetado. 4.3 ELEMENTOS DO DIREITO INTERNACIONAL QUE TRATAM DA GUERRA • O processo de sanções contra a Coreia do Norte pela demonstração do domínio de tecnologia nuclear, em 2006 e 2007, bem demonstra o problema. Não havia ruptura da paz, mas ameaça à paz. Mesmo assim, o Conselho de Segurança ordenou a todos os Estados-membros e não membros da ONU uma série de sanções contra a Coreia do Norte, como o embargo sobre a venda de armas, o congelamento de todos os bens de norte-coreanos, assim como de bens de empresas de controle direto ou indireto de pessoas que participaram ou deram suporte a programas relacionados à aquisição de armas nucleares ou mísseis balísticos pela Coreia do Norte, a partir de uma lista de pessoas indicadas pelo Conselho de Segurança e pelo Comitê de Sanções; e a proibição dessas pessoas viajarem, ainda que em trânsito, com o objetivo de impedi- las de chegar à Coreia do Norte. Medidas semelhantes foram adotadas contra o Irã, em 2007, para dissuadi-lo de avançar em seu programa nuclear 4.3 ELEMENTOS DO DIREITO INTERNACIONAL QUE TRATAM DA GUERRA • O Conselho de Segurança realiza três modalidades de operações: • a) manutenção da paz: objetiva evitar a eclosão de um conflito em uma região tensa; • b) restauração da paz: o conflito existe, não há muito controle sobre os diferentes grupos em disputa, com a fragmentação do Estado; então, procura restaurar a paz; • c) reconstrução da paz: após a ingerência da ONU, há o processo de reconstrução do Estado e de suas instituições, a instauração da democracia por meio da justiça transicional. • As operações de manutenção da paz são a priori não coercitiva realizadas com o consentimento do Estado atingido e com a colaboração voluntária dos demais Estados, no emprego de sanções. 4.3 ELEMENTOS DO DIREITO INTERNACIONAL QUE TRATAM DA GUERRA • As operações no âmbito do capítulo VII da Carta da ONU são consideradas ultimamente de caráter coercitivo, independentemente da vontade do Estado. • Mesmo assim, o Brasil preferiu obter o consentimento do Haiti, antes do envio de tropas, em 2006, no âmbito da MINUSTAH. O consentimento foi solicitado também aos Estados vizinhos. Não se trata de uma prática comum entre os Estados que agem em nome da ONU. Foi uma opção política do Governo brasileiro para reafirmar o respeito à soberania do Haiti. 4.3 ELEMENTOS DO DIREITO INTERNACIONAL QUE TRATAM DA GUERRA • TERRORISMO INTERNACIONAL • Um ponto muito importante e atual diz respeito ao terrorismo internacional, que pode ser definido como um conjunto de atos de violência praticados por um grupo contra cidadãos comuns (civis), com o objetivo de gerar medo ou terror e chamar a atenção de determinado Estado, seja a título de uma resposta ilegal ou para obter a realização de uma vontade. 4.3 ELEMENTOS DO DIREITO INTERNACIONAL QUE TRATAM DA GUERRA O ataque às torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York (EUA) em 11 de setembro de 2001,que resultou em quase 3 mil mortes. Destacam-se os seguintes instrumentos normativos de combate ao terrorismo internacional: 1. Resolução n. 1.373/2001, que trata da obrigação dos Estados no combate ao terrorismo 2. Resolução n. 1.535/2004, que dispõe sobre as ameaças à paz e segurança no âmbito internacional Aprenda + ❖ Assista o vídeo: ✓ Assista ao vídeo abaixo, um documentário a respeito dos impactos no desenvolvimento tecnológico, dentro dos acordos internacionais, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=naOz8Q-Wh_A ✓ Assista ao vídeo de Roosevelt declarando guerra ao Japão: https://www.youtube.com/watch?v=LDKSQdSBJvs https://www.youtube.com/watch?v=naOz8Q-Wh_A https://www.youtube.com/watch?v=LDKSQdSBJvs
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