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Página 1 de 6 UNIDADE CURRICULAR: Sistemas de Poder CÓDIGO: 41055 DOCENTE: Ângela Montalvão Machado A preencher pelo estudante NOME: Nathaly dos Santos Oliveira N.º DE ESTUDANTE: 2002059 CURSO: Ciências Sociais DATA DE ENTREGA: 22 de Junho de 2022 Página 2 de 6 TRABALHO / RESOLUÇÃO: Grupo I 1.A Ciência Política é a disciplina que tem como objeto de estudo os problemas do Estado por meio da observação de factos políticos e a explicação dos mesmos. O estudo da Ciência Política tem em conta outros sistemas para ordenar, classificar e compreender factos políticos, geralmente por meio de sistemas sociais, económicos ou de relações internacionais, o que não impede que a mesma seja autónoma. A Ciência Política dedica- se assim a estudar as teorias políticas, o governo, a constituição das instituições e dos partidos políticos, as funções económicas do governo e as ligações internacionais do Estado. É também a Ciência Política que estuda os factos sociais à parte dos fenómenos sociais e devemos considerar que a mesma assume uma postura pragmática, pois afirma- se através de metodologias para compreensão de factos específicos. A evolução da Ciência Política dá-se então através da busca de novos métodos e novas técnicas que procurem ao máximo obter o caráter científico, ou seja que os conhecimentos se liguem entre si, pois tanto os objetos de estudo como os métodos vão mudando ao longo do tempo, exigindo que a disciplina evolua e se adeque a estas modificações. Deste modo, podemos afirmar que a Ciência Política assenta quer um contexto mais histórico, quer em origens e definições mais atuais. 2.O carater partidário dos governos consiste numa base definida por cinco requisitos. Em que as decisões são por norma tomadas por pessoas que pertencem ais partidos e eleitas para cargos de ordem de controlo ou governativa. Assim, as políticas públicas decidem- se no interior de cada partido e são postas em prática de forma coesa. Por norma, as pessoas que detêm cargos são recrutadas pelos partidos e responsáveis por e perante o mesmo, contudo estes indivíduos sujeitam-se a condições exigentes e por conveniência assim deve ser. Estando todas no nível máximo temos então um governo de partido na sua mais pura forma, contudo se apenas cumprirem algumas das condições, o carater partidário do governo será menor. Katz afirmava ainda que quando se verificam todas as condições pode ser classificado como elevado “caráter partidário do governo”. E que ainda se pode avaliar este carater partidário quando se apresentam três condições específicas: comportamento em equipa, tentativa de controlo do poder político e pretensões de legitimidade no sucesso eleitoral. Página 3 de 6 3.Podemos analisar os sistemas de governo como formas de governo. Entres estes estão os sistemas: presidenciais, semipresidenciais e parlamentares. Os sistemas presidenciais são caraterizados pela eleição do Presidente através de sufrágio, isto é, onde o cidadão tem legitimidade para eleger o seu Presidente por meio do voto. Neste sistema, o Presidente partilha o poder com o supremo tribunal e o congresso, sendo que este último configura uma fonte de consagração exclusiva e específica. Os sistemas parlamentares, por sua vez, caem na base de que o Governo pode ser unipartidário ou pluripartidário. Onde os governos unipartidários representam maior coesão e mais estabilidade em relação aos governos pluripartidários. Deste modo podemos afirmar que existe uma dissolução governamental e o Governo acaba por sofrer com esta instabilidade (como por ex.: uma moção de confiança) e verifica-se uma rutura do Governo atual, bem como a constituição de um novo Governo. 4.O conceito de representação liga-se também ao fenómeno dinâmico, ou seja, a representação é um fenómeno complexo que não está limitado aos partidos e ao parlamento apresentando-se numa forma mais dinâmica e estratificada. Deste modo, podemos referir as associações, ou entidades sociopolíticas que são reconhecidas e patentes numa sociedade. Para Sartori, podemos inclusivamente identificar cinco conceitos ligados à representação como: teoria eleitoral, o direito ao sufrágio e capacidade de eleição livre e periódica que um cidadão tem; teoria da representação como responsabilidade, a assunção de responsabilidade dos governantes perante os seus representados; teoria do mandato, subordinação dos governantes perante a lei através do cumprimento e desempenho de instruções; teoria consensual, consentimento das tomadas de decisões dos governantes e teoria da semelhança, simbolismo que os governantes representam para os seus representados. 5.Na atualidade a definição de partido político é dada pela designação de grupo social organizado que tiveram o seu maior aparecimento após o surgimento do sufrágio universal, da independência dos Estados-nações e da intervenção do Estado no que toca as massas. Para Weber e Sartori, os partidos políticos são organizações que procuram de modo coletivo os seus objetivos, utilizando para esse fim vários métodos distintos que objetivam sempre o poder. Otto Kirchheimer, após a Segunda Guerra, criou um modelo de partido que se focava no conceito eleitoral e não na doutrinação dos indivíduos. Por isso, os partidos catch-all além de serem moderados, pragmáticos são orientados por Página 4 de 6 vários grupos de forma a encontrar mais interesses à procura do voto, ou seja, não impedem qualquer tipo de associação, independentemente das ideologias ou orientações políticas. Portanto, o partido catch-all é uma organização que não tem objetivos específicos além do ganho de influência política sem olhar aos meios. 6.O sistema maioritário ou conhecido também como sistema a duas voltas (ou dois votos) é por norma aplicada a eleições parlamentares e presidenciais. Nas suas mais vantajosas caraterísticas este sistema produz governos fortes e estáveis, possibilitando um grau alto de estabilidade bem como a flexibilidade do sufrágio pela sua condição das duas voltas, encorajando consequentemente a competição multipartidária. Contudo apresenta as suas desvantagens pelo nível de desproporcionalidade bem como algumas consequências em sociedades divididas politicamente ou que se encontrem em processo de transição ou consolidação democrática. O sistema proporcional, por sua vez, tenta converter os votos em mandatos, da forma mais proporcional que consegue. A escolha deste sistema envolve muitos fatores com as possibilidades de acordos entre partidos para formação de listas, bem como a possibilidade de atribuir os mandatos a partir de um único círculo ou mais e a própria estrutura das listas de candidatura. O sistema misto é definido conjunção dos métodos de apuramento maioritários e proporcionais. Para Farrel este sistema permite uma maior representação geográfica. Este sistema constitui múltiplos níveis com uma componente nominal e outra componente de lista, entre: sistemas de membros mistos proporcionais e sistemas de membros mistos maioritários. Tem como vantagens a sua forma híbrida, garantindo maior proporcionalidade, permitindo a pluralidade de escolha ainda maioria de um partido único, garantindo consequentemente a estabilidade governativa. Apesar disso, pode afetar os resultados dos círculos uninominais pela sua proporcionalidade, podendo gerar também instabilidade ao nível de sistemas de partidos, bem como na coesão dos grupos parlamentares. Grupo II 1. Há uma tendência a confundir a definição de regime de governo com outros conceitos ligados à Ciência Política, muitas vezes confundindo-se regime de governo com sistema político e com formas de governo. Entendemos por regime de governo a forma como um governo ou um governante estabelece e exerce o seu poder (e a sua forma). Dentro dos regimes de governo existem dois tipos: os não democráticos e os democráticos.Página 5 de 6 Na definição de regime não democrático existem dois tipos: o autoritário e o totalitário. Segundo a definição de Autoritarismo este pode aplicar-se a três contextos: estrutura dos sistemas políticos, disposições psicológicas a respeito do poder e ideologias políticas. Relativamente aos sistemas políticos, é definido como regime autoritário aquele que dá privilégio a autoridade do Governo, diminuindo de forma algo radical o consenso. Para Linz os regimes autoritários são podem ser caraterizados como regimes que limitam o pluralismo, isto é, são regimes onde se dá muita importância ao controlo e onde poucas entidades exercem poder político. O regime autoritário, promove a existência de monopólios, evitando a sobreposição e com isso, eliminando a competitividade organizacional. E ainda, não existe responsabilização da parte das entidades ativas perante o seu eleitorado pois assentam os seus ideias em estruturas hierarquizadas. Portanto, para o autor, os líderes autoritários conservam na sua mentalidade, ideologias flexíveis, mas ambíguas, que por norma se baseiam em teorias políticas, religiosa, socioculturais, nacionais e mitológicas, não apresentando então coesão e coerência. Estas oscilações entre teorias acabam por provocar instabilidade, acabando por não capacitar massas por mobilização e apenas por instituição do regime. Assim, estes regimes têm um único líder, que por norma fomenta este regime e executa o poder político de forma autoritária e por meio da sua mentalidade provoca instabilidade organizacional. Pela sua caraterística de uni liderança, o líder não tem a capacidade manter o seu posto quando estes regimes são alvo de rebeliões. O Totalitarismo define-se como uma forma radical de transformação e conversão humana, onde se destrói as capacidades políticas do homem, isolando-o da vida pública e do seu próprio eu, bem como incute ideologias de terror. Segundo Freiedrich e Brzezinki o regime totalitário identifica-se com a manifestação de apenas e um só partido, erradicando então a possibilidade de um sistema pluripartidário. Nestes regimes normalmente existe uma polícia secreta que detém autoridade para uso da força através de um desenvolvimento invisível, bem como são impostos monopólios (por ex.: nos meios de comunicação social). As organizações estão sob domínio quer sejam políticas, sociais ou culturais, e para este controlo, implementam- se sistemas de planificação económica e centralizam-se as organizações. No regime totalitário as forcas armadas são submissas do poder político também. Esta mentalidade totalitária, tem preferência por ideologias radicais, implementando e executando estas ideias de forma coerciva, não havendo espaço para contestações, mobilizando então permanentemente a sociedade. É indiciado como um regime de mobilização em que há uma constante dedicação do indivíduo, bem como uma a exigência de mobilizar intensa Página 6 de 6 e constantemente com motivações superiores e são erradicados limites entre os setores públicos e setores privados. Este tipo de regime incute deste modo o terror, para evitar ajuntamentos sociais ou organizacionais, impulsionando o terror totalitário e a instituição de um único partido. Segundo Huntington, os governos e regimes militares estão dependentes de três fases que se diferenciam pelo grau de participação política: a) oligarquia: onde a cooperação política restringe-se a clãs e cliques. Só interferem no seio político com a finalidade de obter privilégios; b) radical: os militares intervêm no meio político com o objetivo de expandir a participação política às classes mais baixas. C) de massas: os militares intervêm com o objetivo de bloquear o acesso dos representantes das classes populares do governo, alegando que as organizações são tumultuosas. Pela sua intensidade, os regimes saem do meio político por três razões e sempre de forma complicada, entre elas: derrota política, normalmente proveniente de uma derrota militar; afastamento voluntário, por meio de acordo entre sociedade e militares, onde é exigida a saída por meio de imposição; golpe sobre golpe, que implica a transição forçada de oficiais golpista por oficiais constitucionalistas. Os regimes autoritários mais fortes, tentam manter organização militar e a sua hierarquia intacta através de negociações de transição com os civis representativos e quando são incapazes de controlar a transição, dificultam o processo. Bibliografia Bobbio, N., Matteuci, N., & Pasquino, G. (1998). Dicionário de Política. Brasília: Editora Universidade Brasília. Lara, A. d. (2013). Ciência Política: Estudo da Ordem e da Subversão. Lisboa: ISCSP. Pasquino, G. (2010). Curso de Ciência Política. Cascais: Princípia.
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