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ATOS JURÍDICOS ILÍCITOS (1)

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CURSO DE DIREITO 
DISCIPLINA: ARA0571 – DIREITO CIVIL – PARTE GERAL – SEMESTRE: 2022.2 
PROFESSOR ROBSON PEREIRA SILVA 
 
ATOS JURÍDICOS ILÍCITOS 
LIVRO III 
Dos Fatos Jurídicos 
CAPÍTULO V 
Da Invalidade do Negócio Jurídico 
TÍTULO III 
Dos Atos Ilícitos 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar 
dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os 
limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. 
Art. 188. Não constituem atos ilícitos: 
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido; 
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente. 
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem 
absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo. 
********************************************* 
Análise dos artigos 
Art. 186 do Código Civil: 
Ato ilícito é o ato de vontade de um agente contrário à ordem jurídica que viola o direito subjetivo de um 
terceiro causando-lhe dano. 
Sempre que o agente causar um dano ilícito a alguém terá o dever de indenizar esse dano, recompondo ou 
reparando o patrimônio material ou imaterial do lesado na exata proporção do dano causado. 
Art. 944 do Código Civil: 
A indenização mede-se pela extensão do dano. 
São elementos do ato ilícito: 
I. Um ato voluntário do agente; 
II. Um dano causado ao terceiro; 
III. Um nexo de causalidade entre o ato voluntário do agente e o dano sofrido pela vítima. 
Como regra geral, exige o legislador que a ação ou omissão do agente causador do dano tenha sido culposa 
para a caracterização do ato ilícito. 
Caracteriza-se a culpa do agente quando tenha ele agido com imperícia, imprudência ou negligência. 
Além disso, é necessário que o ato tenha causado um dano a terceiro. 
Não existe responsabilidade civil sem dano. 
NEGLIGÊNCIA 
Decorre da omissão, quando o sujeito causador do dano deixa de observar o dever de cuidado. É um 
comportamento passivo. Alguém deixa de tomar uma atitude ou de apresentar uma conduta que era 
esperada para a situação. Age com descuido, indiferença ou desatenção, não adotando as devidas 
precauções. 
Exemplos 
1. Quando o motorista trafega com pneus do veículo em situação precária. 
2. Um pai de família que deixa uma arma carregada em local inseguro ou de fácil acesso a crianças, podendo 
causar a morte de alguém por essa atitude negligente. 
IMPRUDÊNCIA 
Pressupõe uma ação precipitada e sem cautela. A pessoa não deixa de fazer algo, não é uma conduta 
omissiva como a negligência. Na imprudência, a pessoa age, mas toma uma atitude diversa da esperada. A 
pessoa tem consciência do que é certo e, mesmo assim, escolhe o incorreto, precipitadamente e sem cautela 
Exemplos 
1. Um motorista que dirige em velocidade acima da permitida e não consegue parar no sinal vermelho, 
invadindo a faixa de pedestres e atropelando alguém. 
2. um indivíduo que manuseia ou limpa arma carregada próximo a outras pessoas; caçar em local de grande 
circulação de pessoa; dirigir sem óculos quando há defeito na visão, fatigado, com sono, em velocidade 
incompatível com o local. 
3. Furar preferências. 
4. O médico que deveria tratar da unha encravada e amputa o dedo da pessoa sem querer: ele tinha a 
obrigação de saber como tratar a unha encravada. 
5. Dar marcha ré no carro sem olhar para trás. 
6. Dirigir bêbado. 
7. Ultrapassar o veículo à frente pelo acostamento. 
8. Motorista que ultrapassa o farol vermelho, mesmo tendo recebido o devido treinamento da autoescola. 
9. Tocar ou se aproximar de locais que possui condutores energizados. 
10. Não utilizar equipamentos de proteção individual, os EPI, apesar de receber treinamento regular e 
advertências. 
11. O motorista treinado que circula pelas áreas internas e externas da indústria acima da velocidade máxima 
estabelecida. 
IMPERÍCIA 
Falta técnica necessária para realizar uma atividade. É necessário constatar a inaptidão, ignorância, falta de 
qualificação técnica, teórica ou prática ou ausência de conhecimentos elementares para a ação realizada. 
Exemplos 
1. Engenheiro elétrico que assina um projeto de construção de um grande edifício. Tal profissional não tem 
conhecimento técnico para o fazer; o profissional habilitado é o engenheiro civil. 
2. Médico que deveria tratar da unha encravada e amputa o dedo da pessoa sem querer: ele tinha a 
obrigação de saber como tratar a unha encravada. 
3. Empregado que não foi devidamente preparado para realizar a tarefa que lhe foi designada. 
4. Empregado que não conhece os detalhes técnicos referente as máquinas ou equipamentos que irá 
manusear. 
5. Um engenheiro mecânico que assume o compromisso de fazer a inspeção de um elevador, mas na verdade 
ele não recebeu o treinamento adequado para o modelo em questão. 
6. Quando uma pessoa conserta um carro sem ter conhecimentos adequados em mecânica. 
************************** 
Art. 187 do Código Civil: 
Não há dúvida acerca da ilicitude de um direito que é exercido em desacordo com a finalidade que lhe é 
imposta pelo direito, tendo o Código Civil de 2002 consagrado essa ilicitude em seu art. 187 ao dizer que 
exerce abusivamente um direito aquele que “excede manifestadamente os limites impostos pelo seu fim 
econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes”. 
************************** 
Exemplo conjunto dos artigos 186 e 187 do Código Civil: 
1. Robson Silva fez um empréstimo considerável a seu amigo João Reis para ajudar com suas dívidas. João 
Reis prometeu que pagaria em no máximo dois meses, contudo, após um ano sem ter notícias de seu amigo, 
Robson silva se revolta e faz uma postagem desabonadora em sua rede social, referindo-se a João Reis pelo 
nome e acusando-o ter duas caras, desonesto e mentiroso. Pode-se dizer que Robson Silva cometeu ato 
ilícito. 
Explicação: 
Ocorre que Robson Silva excedeu os limites de seu direito a ter restituído o valor emprestado quando expôs 
João Reis publicamente em suas redes sociais, incorrendo na espécie de ato ilícito denominada abuso de 
direito, conforme arts. 186 e 187 do Código Civil. 
 
 
Art. 188 do Código Civil: 
EXCLUDENTE DE ILICITUDE. 
Nem todo ato lesivo será também ato ilícito. 
Como regra geral, todo ato danoso acaba sendo também um ato ilícito na medida em que acarreta a violação 
a um direito subjetivo (de propriedade, de integridade física ou moral, por exemplo). 
Contudo, alguns casos excepcionais, seja porque o dano é inevitável, seja é legítimo, O LEGISLADOR RETIRA 
A ILICITUDE DESSE EVENTO DANOSO. 
São os chamados ATOS LÍCITOS LESIVOS. 
Em tais casos, mesmo tendo sido causado um dano a alguém, NÃO SURGIRÁ PARA O AGENTE CAUSADOR 
O DEVER DE INDENIZAR. 
É o que ocorre com os atos praticados em LEGÍTIMA DEFESA ou no EXERCÍCIO REGULAR DE UM DIREITO 
RECONHECIDO (inciso I do art. 188 do Código Civil). 
Exemplos: 
1. Quem inscreve o nome do devedor nos serviços de proteção ao crédito causa-lhe um inegável dano moral. 
Tal ato lesivo, contudo, será lícito se a inscrição estive respaldada na existência de um débito reconhecido, 
situação em que assumirá os contornos de exercício regular de um direito do credor. 
Por outro lado, 
2. Quem age moderadamente para afastar uma agressão injusta e iminente também não pratica ilícito 
algum. 
Como regra, toda ameaça a um direito deve ser levada ao Poder Judiciário, sendo ilícita a justiça de mão 
própria. 
Alguns casos urgentes, contudo, tornam essa iniciativa inviável, permitindo que a própria vítima use os 
meios necessários para repelir a agressão, agindo em LEGÍTIMA DEFESA. 
O mesmo ocorre com a deterioraçãoou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover 
perigo eminente (inciso II do art. 188 do Código Civil). 
Exemplo: 
1. Quem arromba um prédio par salvar uma pessoa em seu interior, ou quem fere ou mesmo mata um 
animal que estava atacando uma pessoa não comete ilícito algum, não tendo, pois, nenhum dever de 
indenizar. 
 
 
 
 
 
 
Exemplo conjunto dos artigos 186 e 188 do Código Civil: 
André, motorista que participa internacionalmente em competições de rali, ao trafegar com seu veículo 
particular em via pública, acaba por colidir com o veículo de Amanda, haja vista a alta velocidade em que 
trafegava. 
A violência da colisão provocou danos nos veículos, todavia, o veículo de Amanda foi completamente 
destruído. 
Felizmente, não houve vítimas. 
Diante dessa situação, é correto afirmar que André, por ter causado a colisão, comete ato ilícito em virtude 
dos prejuízos experimentados por Amanda. Neste caso, deverá indenizá-la. 
Explicação: 
André é responsável pelos danos causados na forma do art. 186 do Código Civil: 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar 
dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
Da mesma forma, não se vislumbra responsabilidade de Amanda por esta ser vítima, bem como o fato de 
André ser motorista profissional NÃO É CAUSA prevista no art. 188 do Código Civil como EXCLUDENTE DE 
RESPONSABILIDADE. 
 
 
****************************** 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXERCÍCIOS 
1. Em consonância com o Código Civil Brasileiro, aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou 
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
Ainda de acordo com o Código Civil, é certo dizer que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites 
impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes: 
a) Não comete ato lícito. 
b) Comente ato ilícito. 
c) Comete ato imoral somente. 
d) Comete ato que gera mero dissabor. 
e) Comete necessariamente ilícito penal. 
2. No direito privado, o ato ilícito é aquele causador de prejuízo, seja de ordem patrimonial, físico ou moral, 
a outrem. Conforme a disciplina dos atos ilícitos, segundo o Código Civil, assinale a alternativa correta: 
a) a deterioração ou a destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo eminente, 
constitui ilícito. 
b) o abuso de direito é um ato ilícito, cometido por quem, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites 
impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelo bons costumes. 
c) O negócio jurídico nulo pode ser confirmado pelas partes, salvo direito de terceiro. 
d) O negócio jurídico simulado e nulo pode ser reconhecido de ofício. 
e) o vício resultante do estado de perigo gera nulidade do negócio jurídico. 
3. Podemos afirmar que atos jurídicos ilícitos são aqueles que violam direitos subjetivos do agente 
(direitos/prerrogativas que são efetivamente garantidos aos indivíduos pela lei; é a forma concreta de um 
direito que foi determinado pela lei e pode ser usufruído por uma pessoa), impondo àquele que o praticar o 
dever de indenizar. Por esta linha, podemos afirmar que 
a) tendo em vista a sua antijuridicidade, o ato ilícito não produz efeito. 
b) p ato jurídico ilícito produzirá efeitos impostos pela lei. 
c) o dever de indenizar está condicionado a existência de culpa. 
d) O ato ilícito é válido e eficaz. 
e) constituem atos ilícitos aqueles praticados em legítima defesa. 
4. Roberto contraiu uma dívida contra Egídio, no valor de R$ 1.000,00. Após o vencimento, Egídio procurou 
Roberto para realizar o recebimento, tendo Roberto negado o pagamento por diversas e sob diversas 
alegações. Irritado, Egídio invade a residência de Roberto para receber seu dinheiro. Destrói um portão, 
agride Roberto e se apropria de uma televisão. Durante a confusão, uma vizinha de Roberto, Marta, tenta 
intervir, porém é empurrada por Egídio, sofrendo diversas escoriações. Sobre a conduta de Egídio é possível 
afirmar: 
 
a) é legítima em relação a Roberto por conta da dívida; é ilegítima em face de Marta, devendo o ato ilícito 
praticado por Egídio ser reparado. 
b) é ilegítima em face de ambos. Apesar disso, a ilicitude dos atos de Egídio não se encaixam às previsões do 
Código Civil e a sua responsabilidade não tem amparo previsto em lei. 
c) é ilegítima em face de Roberto pelo excesso praticado, porém é legítima em face de Marta, que não possui 
qualquer relação com a relação jurídica antecedente. 
d) é ilegítima em face de Roberto por exceder manifestamente os limites impostos em lei; é ilegítima em 
face de Marta pois por ação voluntária viola direito e lhe causa danos. Em ambos os casos, os atos ilícitos 
são evidentes e a responsabilidade de Egídio decorre de lei. 
e) É legítima em face de Roberto, apenas, em virtude da dívida. Não há que se falar em configuração de ato 
ilícito em qualquer dos atos. 
5. Os atos ilícitos, que emanam direta ou indiretamente da vontade, são os que ocasionam efeitos jurídicos, 
mas contrários, lato sensu, ao ordenamento. 
No campo civil, importa conhecer os atos contrários ao Direito, à medida em que ocasionam dano a outrem. 
Só nesse sentido, o ato ilícito interessa ao direito privado. 
Não tem o direito civil a função de punir o culpado, apenas compensar ou reparar os dados suportados pela 
vítima. 
Assim sendo, identifique qual das situações caracteriza ATO ILÍCITO. 
a) Negativação do nome do devedor no SPC/SERASA. 
b) Matar alguém para defender sua vida ou de sua família. 
c) Promover o despejo de uma família de um imóvel, por falta de pagamento de aluguel. 
d) Colocar um outdoor em frente ao prédio do devedor, com as seguintes palavras: PAGUE O QUE ME DEVE 
CALOTEIRO! 
e) Derrubar a porta de casa de seu vizinho, que está viajando, para consertar um vazamento. 
 
 
******************************

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