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Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Centro de Tecnologia e Geociências (CTG) Departamento de Engenharia Química (DEQ) Química Industrial - Microbiologia Industrial 2022.1 Docente: Sara Horacio De Oliveira Maciel Discentes: Ana Paula, Fábio Gabriel, Gabriel Eliseu, Maria Eduarda Pereira e Samyra Letícia PRÁTICA 6: ANÁLISE BACTERIOLÓGICA DE ÁGUA Resumo. Esse relatório demonstra o ensaio presuntivo de microrganismos coliformes totais em uma amostra de água utilizando a técnica dos tubos múltiplos, a fim de avaliar o crescimento de tais microrganismos e assim contá-los. Tendo como objetivo verificar a presença de coliformes totais e Escherichia coli impactantes à saúde humana e consequentemente quantificar tais colônias por método estatístico do Número Mais Provável. O teste evidenciou confirmativo para Coliformes Totais, no entanto negativo para E.coli. Palavras chave: ensaio presuntivo; microrganismos coliformes; legislação vigente. Introdução Mineral líquido composto por dois elementos distintos responsável por toda evolução de vida terrena. Fala-se da água, indispensável em toda história da humanidade. Quimicamente falando, apresenta ligação polar atraindo outros compostos químicos com essa identidade e a forte ligação entre seus átomos de hidrogênio e oxigênio confere a sustentação desse líquido. Ademais, abriga moradia a uma extensa lista de microrganismos, sejam eles patógenos ou não, revelando um risco potencial aos seres que fazem uso deste bem valioso, como nós. Os “achegados” microrganismos ameaçadores à saúde humana são os denominados de coliformes, esses malfeitores são os indicadores de contaminação fecal. Um conceito sólido acerca dos microrganismos coliformes faz-se necessário, posto que a contaminação em redes de abastecimento de águas põe em risco à saúde da população envolvida, visto que presencia fezes em águas; a saber os coliformes são bactérias bacilares, Gram-negativas, aeróbias facultativas e não formadoras de esporos, liberando gás pela fermentação da lactose, quando exposta em um período de 48 horas a 36°C.[1] Como representante significativo deste grupo, podemos citar a Escherichia coli, um organismo intestinal ocasionalmente patógeno; as Enterobacter, geralmente inofensivas e as terríveis Klebsiella pneumoniae.[1] A aplicabilidade de testes qualitativos e quantitativos é muito empregada em sistemas de abastecimentos de água (SAA), pois um resultado confirmativo revela a necessidade de monitoramento mais severo no SAA. As portarias governamentais preconizam os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade.[2] Procedimento Experimental Para a prática em questão serão necessários os seguintes materiais: - Amostra de água poluída - Erlenmeyer de 100mL - Água estéril - 4 tubos de ensaio contendo 9 ml de água estéril - Meio de cultura Ágar Nutritivo (AN) - Placas de Petri esterilizadas - Tubos de ensaio com meio AN - Pipeta de 1mL estéril - Alça de platina A amostra de água poluída para essa prática foi coletada do lago localizado nas dependências da UFPE. Também é importante salientar que o erlenmeyer deve conter previamente um volume de 99 mL de água estéril. Da mesma forma, os tubos de ensaio devem conter previamente 9 mL de água estéril para que a prática se inicie com suas respectivas diluições. No primeiro dia da prática, deve-se preparar as diluições. A primeira etapa consiste na adição de 1 mL da amostra de água no erlenmeyer onde o mesmo é homogeneizado para obter a suspensão dos microrganismos. Em seguida, deve-se transferir com o auxílio de um pipeta estéril, 1 ml da suspensão para um dos tubos de ensaio contendo água estéril e agitar. Após, deve-se transferir 1 mL da suspensão do primeiro tubo para um segundo tubo e assim sucessivamente. Dessa forma, temos diluições de 10 -2 , 10 -3 ,10 -4 ,10 -5. A próxima etapa consiste em transferir do conteúdo de cada tubo de ensaio, com diferentes concentrações, 1 mL para 2 placas de petri (duplicata) e adicionar aproximadamente 15 mL AN resfriado e realizar leves movimentos circulares na placa para homogeneização e aguardar aproximadamente 3 minutos até que a solução se solidifique. Em seguida, inverte-se as placas e deve-se incubar as mesmas em temperatura ambiente por 48 horas. O segundo dia da prática consiste em observar o crescimento das colônias bem como suas características principais. Cada integrante do grupo deve escolher em uma 1 placa uma colônia onde devem ser notados aspectos macroscópicos, sendo os principais: tamanho, cor, forma, consistência, características da superfície da colônia, brilho e presença de pigmento solúvel. Após, deve-se transferir, com alça de platina, uma amostra da colônia escolhida para um tubo contendo AN e incubar em temperatura ambiente. No terceiro e último dia, foi observado o crescimento no tubo de cultura preparado no segundo dia, foi preparado a lâmina “in vivo” a fim de observar se há movimento. E por fim, realizou-se uma coloração de Gram. Resultados e Discussão Tendo sido realizado todo o procedimento experimental, pode-se discutir os seguintes aspectos sobre as inoculações dos tubos de ensino que foram escolhidos para o ensaio microbiológico da água coletada. Para o teste presuntivo de Coliformes Totais, as inoculações, no caldo lactosado de concentração simples e dupla (CLS e CLD), testaram negativo, pois ao final de 48 horas, o tubo de Durhan não apresentou formação de gás, em nenhuma das inoculações. Contudo, diferentemente do caldo lactosado de concentração simples, as inoculações do caldo lactosado de concentração dupla estavam muito turvas, indicando a proliferação de algum micro-organismo, logo o grupo adotou a prosseguir para o teste confirmativo com as inoculações do CLD. Figura 1: caldo lactosado de concentração dupla, após 48h de inoculação. Para o teste confirmativo de Coliformes Totais, as inoculações, no caldo lactosado bile verde brilhante, atestaram negativo, pois ao final de 48 horas, o tubo de Durhan não apresentou formação de gás, em nenhuma das inoculações, e para esse teste as inoculações apresentaram turbidez. Imagem 2: caldo lactosado bile verde brilhante, após 48h de inoculação. 2 Para o teste confirmativo de Coliformes Termotolerantes, as inoculações, no Meio EC, atestaram negativo, pois ao final de 48 horas, o tubo de Durhan não apresentou formação de gás, em nenhuma das inoculações, e para esse teste algumas inoculações apresentaram forte turbidez, enquanto outras não apresentaram tanta mudança. Imagem 3: meio EC, após 48h de inoculação. Após os testes de inoculação, o grupo prosseguiu para o teste diferencial com eosina azul de metileno (MB), o que levou a confirmação de Coliformes Totais. Imagem 4: crescimento de coliformes totais em meio MB. Conclusão Após a realização das etapas laboratoriais de isolamento dos microrganismos pode-se concluir que o método por isolamento nos permite, através de técnicas eficientes, a obtenção de culturas puras, que por sua vez, auxiliam na identificação dos microorganismos. A partir de todo o procedimento experimental, pode-se observar que não é um procedimento rápido e curto, o que exige bastante cautela, atenção e responsabilidade do manipulador. Tendo sido analisados todos os resultados, algumas culturas apresentam aspectos específicos entre si. Além disso, é possível salientar que o seguimento do procedimento de forma correta é o principal fator para os considerados acertos no experimento. Foi comprovado de forma prática, que um mal utensílio do esfregaço por exemplo não proporciona a análise e o crescimento do microbiota. Envolvendo também o aspecto de uma mesma causa básica pode demonstrar diversos aspectos macroscópicos diferentes mas microscopicamente iguais, sendo o resultado uma cultura de cocos gram negativos. Neste caso também, o métodode coloração auxilia no objetivo final da prática, 3 em analisar o comportamento das culturas, sendo comparado com o in vitro. Conclui-se então que o isolamento de culturas é um parâmetro base para a área de microbiologia pois pode ser replicado em larga escala para diferentes tipos de amostras, as quais envolvem uma imensidão de microrganismos úteis ao nosso conhecimento. Referências 1. Guanabara Koogan, 2012.T., MADIGAN, Michael, MARTINKO, John M., DUNLAP, Paul V., and CLARK, David P.Microbiologia de Brock, 12ª edição. ArtMed, 2011. 2. Manual prático de análise de água 2. [s.l: s.n.]. Disponível em: <http://www.funasa.gov.br/site/ wp-content/files_mf/manual_pr atico_de_analise_de_agua_2.pdf >. 4