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Certificações e Auditoria Ambiental Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Ms. Carlos Eduardo Martins Revisão Textual: Prof. Ms. Luciano Vieira Francisco Sistemas de Gestão, Certificação e Auditoria Ambiental da Série ISO 14000 no Brasil 5 • Introdução • O Brasil na International Organization for Standardization (ISO) · Tratar sobre a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e sobre o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), suas estruturas de funcionamento, influências na sociedade brasileira e internacional, bem como analisar suas atribuições e finalidades. Caro(a) aluno(a), Nesta Unidade, em que trataremos dos sistemas de gestão, certificação e auditoria ambiental da série ISO 14000 no Brasil, você terá acesso a diversos recursos. Fique atento(a) aos prazos das atividades que serão colocados neste Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) Blackboard. Sempre que possível, recorra à videoaula e à apresentação narrada para esclarecer eventuais dúvidas sobre o conteúdo textual. Participe do fórum de discussão proposto. Em seu tempo livre, procure pesquisar as fontes relacionadas no material complementar. Além disso, tente pesquisar o máximo que puder sobre sistemas de gestão, certificação e auditoria ambiental da série ISO 14000 no Brasil. Há inúmeros conteúdos na internet que são úteis ao seu estudo e à sua formação profissional. Sistemas de Gestão, Certificação e Auditoria Ambiental da Série ISO 14000 no Brasil 6 Unidade: Sistemas de Gestão, Certificação e Auditoria Ambiental da Série ISO 14000 no Brasil Contextualização Para iniciar as discussões desta Unidade, leia o debate “Normalização”, o processo de elaboração das normas técnicas brasileiras é eficiente?, entre Luiz K. Tomiyoshi, José Sebastião Viel e Marco A. Bucciarelli Roque, disponível em: http://goo.gl/xvIil3. 7 Introdução Desde meados do século XX o Brasil se envolve com as tendências para a normalização dos processos socioeconômicos, não apenas com objetivos especificamente voltados à melhoria na qualidade e segurança dos produtos, mas também, e desde a década de 1950, na melhoria da qualidade ambiental. O Brasil na International Organization for Standardization (ISO) O Brasil participa ativamente da ISO desde a fundação dessa instituição, em 1946, por meio da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), instituição privada, sem fins lucrativos desde a sua criação. Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) Fundada em 1940, a ABNT é a instituição responsável pela normalização técnica no Brasil. Além da ISO, por força das relações comerciais e políticas tanto com os países do Continente, quanto com os países do Mercado Comum do Sul (Mercosul), a ABNT também é vinculada à Comissão Pan-Americana de Normas Técnicas (Copant) e à Associação Mercosul de Normalização (AMN). Além dessas, a ABNT também faz parte da International Electrotechnical Commission (IEC) – Comissão Eletrotécnica Internacional. O que é a Normatização? Trata-se da fixação de padrões para garantir a qualidade industrial, a racionalização da produção, o transporte e o consumo de bens, a segurança das pessoas e a proteção do meio ambiente. A normalização também pode ser entendida como o processo de aplicação de procedimentos que, ao se tornarem eficazes em relação aos demais, são adotados como padrão ou norma, isto é, podem ser repetidos pelas mais diversas organizações com vistas à melhoria de seus processos, tanto no que diz respeito à comunicação entre produtores e consumidores, quanto na diminuição dos conflitos entre os diversos mercados nos diferentes países. A normalização é, assim, o processo de formulação e aplicação de regras para a solução ou prevenção de problemas, com a cooperação de todos os interessados, e, em particular, para a promoção da economia global. No estabelecimento dessas regras recorre-se à tecnologia como o instrumento para estabelecer, de forma objetiva e neutra, as condições que possibilitem que o produto, projeto, processo, sistema, pessoa, bem ou serviço atendam às finalidades a que se destinam, sem se esquecer dos aspectos de segurança (Fonte: http://www.abnt.org.br/normalizacao/o-que-e/o-que-e). 8 Unidade: Sistemas de Gestão, Certificação e Auditoria Ambiental da Série ISO 14000 no Brasil O que é uma Norma? O produto da normalização é o que podemos chamar de norma, definida pela ABNT como [...] documento estabelecido por consenso e aprovado por um organismo reconhecido, que fornece regras, diretrizes ou características mínimas para atividades ou para seus resultados, visando à obtenção de um grau ótimo de ordenação em um dado contexto. A norma é, por princípio, de uso voluntário, mas quase sempre é usada por representar o consenso sobre o estado da arte de determinado assunto, obtido entre especialistas das partes interessadas (Fonte: http://www.abnt.org.br/normalizacao/o-que-e/o-que-e). O esquema da Figura 1 mostra com maior clareza que os objetivos das normas estão voltados à melhoria contínua dos processos decorrentes das atividades humanas: Figura 1 – Objetivos das normas segundo a ABNT Fonte: Adaptado de ABNT. Disponível em: http://www.abnt.org.br/normalizacao/o-que-e/objetivos 9 Os objetivos das Normas Do ponto de vista de seus objetivos, as normas podem ser entendidas, segundo a ABNT, como [...] o estabelecimento de soluções, por consenso das partes interessadas, para assuntos que têm caráter repetitivo, tornando-se uma ferramenta poderosa na autodisciplina dos agentes ativos dos mercados, ao simplificar os assuntos, e evidenciando ao legislador se é necessária regulamentação específica em matérias não cobertas por normas (Fonte: http://www.abnt.org.br/normalizacao/o-que-e/objetivos). Embora pareçam, as normas não são leis, mas procedimentos que tornam os produtos e serviços padronizados. É claro que é plenamente possível que produtos e serviços não sigam normas quando essas não são uma exigência legal. Entretanto, deve-se ter em vista que os direitos e expectativas do consumidor quanto à “[...] qualidade, segurança, confiabilidade, eficiência, intercambiabilidade, bem como respeito ambiental”1 dos produtos, serviços e responsabilidades socioambientais das organizações dificultam a vida das empresas que não se enquadram em tais normas. Quando se pensa nas expectativas que temos em relação aos produtos e serviços, pressupomos normas e padrões, isto é, quando compramos roscas e parafusos no mercado, é difícil imaginar que um não encaixe com o outro na fixação de nossos utensílios domésticos. Da mesma forma, só de olhar para os símbolos estampados nas embalagens dos produtos, sabemos se esses são seguros ao manuseio das crianças, mesmo que não saibamos “ler” a língua do país onde foi produzido. As normas e o Direito do Consumidor Daí o porquê de muitas organizações adotarem voluntariamente as normas para que seus produtos se “encaixem” de forma mais rápida e facilmente nos mercados. Se de um lado, há os casos de produtos e serviços não normalizados, há também a contrapartida do Estado em proteger os seus cidadãos dos serviços e produtos que não atendem às suas expectativas. No Brasil, temos o Código de Defesa do Consumidor disposto na Lei n.º 8.078, de 11 de setembro de 1990, ou Política Nacional de Relações de Consumo (PNRC), que estabelece normas de proteção e defesa do consumidor. A PNRC tem por princípios: [...] reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo; a ação governamental no sentido de proteger efetivamente o consumidor [... obtida por] por iniciativa direta, por incentivos à criação e desenvolvimento de associações representativas; pela presença do Estado no mercado de consumo; e pela garantia dos produtos e serviços com padrões adequados de qualidade, segurança, durabilidade e desempenho. (BRASIL, 1990). 1 Fonte: http://www.abnt.org.br/normalizacao/o-que-e/importancia-beneficios. 10 Unidade:Sistemas de Gestão, Certificação e Auditoria Ambiental da Série ISO 14000 no Brasil Além dos princípios supracitados, a PNRC prega: [...] pela garantia dos produtos e serviços com padrões adequados de qualidade, segurança, durabilidade e desempenho; educação e informação de fornecedores e consumidores, quanto aos seus direitos e deveres, com vistas à melhoria do mercado de consumo; incentivo à criação pelos fornecedores de meios eficientes de controle de qualidade e segurança de produtos e serviços, assim como de mecanismos alternativos de solução de conflitos de consumo; coibição e repressão eficientes de todos os abusos praticados no mercado de consumo, inclusive a concorrência desleal e utilização indevida de inventos e criações industriais das marcas e nomes comerciais e signos distintivos, que possam causar prejuízos aos consumidores; racionalização e melhoria dos serviços públicos; e estudo constante das modificações do mercado de consumo (BRASIL, 1990). Em seu conteúdo, a PNRC respalda o direito do consumidor frente à responsabilidade das organizações quanto ao fornecimento de produtos e serviços, implicando a normatização desses. Segundo a ABNT, as normas [...] tornam o desenvolvimento, a fabricação e o fornecimento de produtos e serviços mais eficientes, mais seguros e mais limpos; facilitam o comércio entre países tornando-o mais justo; fornecem aos governos uma base técnica para saúde, segurança e legislação ambiental, e avaliação da conformidade; compartilham os avanços tecnológicos e a boa prática de gestão; disseminam a inovação; protegem os consumidores e usuários em geral, de produtos e serviços; e tornam a vida mais simples provendo soluções para problemas comuns (BRASIL, 1990). No Brasil, o Comitê Brasileiro de Gestão Ambiental (CB38) da ABNT publicou a primeira versão em português da norma NBR ISO 14001 em 1996. Por sua vez, essa foi revisada em 2004, em vigor até 2015, quando nova versão será publicada. Em 2010, a ABNT lançou a norma de diretrizes sobre responsabilidade social NBR ISO 26000. Não se trata de uma norma que certifica os sistemas de gestão, permitindo que a empresa concorra a um selo ou rótulo ambiental, mas atesta a responsabilidade social da organização. Essa é representada na medida em que a empresa incorpora considerações socioambientais em seus processos decisórios e assume a responsabilidade pelos impactos ambientais da organização, processos e serviços na sociedade e no meio natural. 11 Para se ter uma ideia do volume de trabalho desenvolvido na ABNT, basta observar o esquema da Figura 2: Figura 2 – Atividades técnicas da ABNT (2013) Fonte: Adaptado de ABNT. Disponível em: http://www.abnt.org.br/normalizacao/publicacoes/numeros Se entendida por setor da economia, a atividade da ABNT também pode ser considerada significativamente expressiva, como é possível observar na Figura 3: Figura 3 – Volume de atividades por setor da economia da ABNT (2013) Fonte: ABNT. Disponível em: http://www.abnt.org.br/normalizacao/publicacoes/numeros 12 Unidade: Sistemas de Gestão, Certificação e Auditoria Ambiental da Série ISO 14000 no Brasil Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) Figura 4 – Logomarca do Inmetro Fonte: Inmetro, 2015 O Inmetro (Figura 4) é uma autarquia federal subordinada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Funciona como Secretaria Executiva do Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro). Esse se constitui em um colegiado interministerial, sendo o órgão normativo do Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Sinmetro) (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial, 2005). Histórico da Metrologia no Brasil A necessidade pela adoção de normas, uniformização e padrões para produtos e serviços teve início no Brasil no chamado “Segundo Reinado”. Tal período durou 49 anos, desde o final da regência, que foi de 1831 a 1840, até a proclamação da República, em 1889. Até o momento da fuga de Dom Pedro I e a declaração de maioridade de Dom Pedro II e sua subida ao trono do Reino do Brasil, todas as unidades de medidas eram provenientes de Portugal. Em 1862, Dom Pedro II lançou a Lei Imperial n.º 1.157 adotando, em 1872, o sistema métrico decimal francês a ser considerado em todo o território nacional. Em 1875, o Brasil foi signatário, juntamente com mais dezesseis países, da Convenção Internacional do Metro, que mundializou tal unidade de medida. Em 1877, o país passou a compor o Bureau Internacional de Pesos e Medidas. O trabalho desse grupo resultou, em 1881, na adoção do sistema Centímetro, Grama e Segundo (CGS). Em 1921, o Governo Federal criou o Instituto Nacional de Tecnologia (INT), a partir da Estação Experimental de Combustíveis e Minérios (EECM), ligada ao Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio. O INT tinha por finalidade “[...] investigar e divulgar os processos industriais de aproveitamento de combustíveis e minérios do País”2. Em 1956 foi criada a Organização Internacional de Metrologia Legal (OIML). Já em 1962, o INPM adotou o sistema internacional de unidades que fora proposto em 1960 na Conferência Geral de Pesos e Medidas. Em 1961, a Lei n.º 4.048 promoveu a criação do Instituto Nacional de Pesos e Medidas (INPM), atribuindo a esse as atividades voltadas ao tema metrologia que o INT desenvolvia. Além do INPM, encarregado de estabelecer critérios metrológicos nacionais, foram formadas secionais estaduais, denominadas de órgãos delegados, encarregadas de levar a todo o território os parâmetros adotados. Como exemplo, temos a criação do Instituto de Pesos e Medidas (Ipem) de São Paulo e do Paraná, em 1967; da Bahia e Pernambuco, em 1968; do Inmetro-RS, em 1969; de Alagoas; de Sergipe, em 1977; do Espírito Santo, em 1978; do Mato Grosso do Sul, em 1982; do Distrito Federal, Goiás e Mato Grosso, em 2 Fonte: https://www.int.gov.br/historico. 13 1983; do Ceará e de Rondônia, em 1986; do Maranhão, em 1988; de Santa Catarina, em 1989; do Rio Grande do Norte e do Pará, em 1991; do Piauí, em 1992; do Amapá, em 1993; do Amazonas, em 1994; do Tocantins, em 1999; do Acre, em 2001; de Roraima, em 2002. A evolução natural pela qual passou a economia nesse período culminou na conversão do INPM em Instituto Nacional de Metrologia e Qualidade Industrial, em 1973. Posteriormente, o nome do órgão foi reduzido para Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Em 1973 foi criado o Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Sinmetro). Esse se constituiu na rede de entidades públicas e privadas que forma a infraestrutura de serviços tecnológicos, responsável e capacitada para avaliar e certificar a qualidade de produtos, processos e serviços por meio de organismos de certificação, entre outros mecanismos.3 Por fim, em 1974 foi criado o Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro). Na década de 1980 teve início a criação de uma série de instituições metrológicas específicas, tais como: • 1980 – Rede Nacional de Calibração (RNC): grupo de laboratórios habilitado pelo Inmetro, segundo as normas internacionais, para calibrar padrões aos instrumentos de medição “[...] não usados em transações comerciais ou incluídos no âmbito da metrologia legal”;4 • 1981 – Rede Nacional de Laboratórios de Ensaios (RNLE): grupo de laboratórios acreditado pelo Inmetro à execução de serviços de ensaio. Além dessas situações, a partir da década de 1980, as próprias instalações do Inmetro foram equipadas com laboratórios dos mais diversos temas nos edifícios desse órgão, situados no Estado do Rio de Janeiro: Figura 5 – Campus do Inmetro situado em Xerém, Duque de Caxias, RJ Fonte: fig 05 = http://www.inmetro.gov.br/inmetro/img/campus-xerem.jpg 3 Fonte: http://www.inmetro.gov.br/inmetro/sinmetro.asp. 4 Fonte: http://www.inmetro.gov.br/inmetro/datas.asp.14 Unidade: Sistemas de Gestão, Certificação e Auditoria Ambiental da Série ISO 14000 no Brasil Em 1985, o Inmetro se tornou referencial nas resoluções acerca do Acordo sobre Barreiras Técnicas no Comércio (TBT), do General Agreement on Tariffs and Trade (Gatt) – Acordo Geral de Tarifas e Comércio – que, desde 1995, passou a ser denominado Organização Mundial do Comércio (OMC). No mesmo nível de importância, o Inmetro, representante do Brasil, foi eleito como membro número um do Interamerican Accreditation Cooperation (Iaac) – Cooperação de Acreditação Interamericana – e do International Accreditation Fórum (IAF) – Fórum Internacional de Acreditação. A Estrutura Organizacional Metrológica Brasileira Do ponto de vista da estrutura organizacional metrológica, em 1992 foi criado o Comitê Nacional de Normalização (CNN) como instrumento assessor do Conmetro, além da criação do Comitê Brasileiro de Certificação (CBC). A partir de então, foram integrados tanto a elaboração das normas, quanto a aprovação dos procedimentos, critérios e regulamentos para o credenciamento de organismos de certificação públicos e privados. Na década de 2000 o Inmetro se concretizou como autarquia de enorme respeitabilidade nacional e internacional. Além de receber investimentos em equipamentos, aumentando a sua capacidade de análise, o órgão passou a sediar e/ou promover diversos eventos voltados à temática metrológica. Sem contar as diversas parcerias estabelecidas com instituições metrológicas e de ensino e pesquisas nacionais e de diversos países de diferentes continentes. Do ponto de vista institucional, a estrutura regimental e o quadro demonstrativo dos cargos em comissão e das funções gratificadas do Inmetro foram aprovados pelo Decreto Presidencial n.º 6.275, de 28 de novembro de 2007. Conforme a Carta de serviços do Inmetro, a instituição [...] é uma autarquia federal vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Sua missão institucional é prover confiança à sociedade brasileira nas medições e na qualidade dos produtos, por meio da Metrologia e da Avaliação da Conformidade, promovendo a harmonização das relações de consumo, a inovação e a competitividade do país (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial, [20--]). Segundo a mesma fonte, o Inmetro tem como áreas de atuação: A Metrologia Científica e Industrial, a Metrologia Legal, a Acreditação de Laboratórios e de Organismos, a Avaliação da Conformidade e o Ponto Focal sobre Barreiras Técnicas ao Comércio são as grandes áreas de atuação do Inmetro. Esta diversificada gama de atividades está assentada em conhecimento científico e tecnológico, baseado em pesquisa e intercâmbio internacional, que credencia a instituição como um decisivo agente de inovação e uma espécie de ponte entre a academia e a empresa. É por meio da acreditação,5 essa executada com base em normas internacionais, que o Inmetro proporciona a confiança necessária nas instituições e/ou Organismos de Avaliação de Conformidade (OAC), encarregados de medir a conformidade dos processos, produtos e serviços. A submissão à acreditação realizada pela Coordenação Geral de Acreditação (CGCRE) do Inmetro é de caráter voluntário. 5 “Atestação realizada por terceira parte relativa a um organismo de avaliação da conformidade, exprimindo demonstração formal de sua competência para realizar tarefas específicas de avaliação da conformidade” (Fonte: http://www.inmetro.gov.br/inovacao/publicacoes/acpq.pdf). 15 Quanto aos limites relacionados ao processo de acreditação: A acreditação de laboratórios não é concedida para atividades de natureza subjetiva ou interpretativa, tais como expressão de opinião, investigação de falhas ou consultoria, mesmo que essas atividades sejam baseadas em resultados de calibrações ou ensaios objetivos.6 São três os tipos de instituições que passam por acreditação: • Laboratórios de calibração e ensaio; • Organismos de certificação; • Organismos de inspeção.7 Entre as diversas atribuições do Inmetro, a acreditação é uma das mais importantes. Como exemplo dessa atribuição – e a título de conclusão desta Unidade –, pode-se mencionar: • Acreditação dos laboratórios de calibração: denota o reconhecimento das competências técnicas desses laboratórios segundo os requisitos da norma ABNT NBR ISO/IEC 17025/2005; • Acreditação dos laboratórios de análises clínicas: significa reconhecer a competência técnica desses laboratórios com base nos requisitos estabelecidos pela norma ABNT NBR ISO 15189/2008, aplicável aos laboratórios que realizam os exames de material biológico, microbiológico, imunológico, químico, imunohematológico, hematológico, biofísico, citológico, patológico, entre outros materiais do corpo humano, a fim de fornecer as informações para o diagnóstico, a prevenção e o tratamento de doenças, ou para a avaliação da saúde humana. E também aos que oferecem serviços de consultoria e acompanhamento que abrangem todos os aspectos das investigações em laboratório; • Acreditação dos laboratórios de ensaios: ratifica a competência técnica desses laboratórios referentes à norma ABNT NBR ISO/IEC 17025/2005, aplicável aos laboratórios de ensaios que realizam os serviços de análise em suas instalações permanentes, nos móveis e/ou em locais onde estão seus clientes; • Acreditação das instituições de certificação de pessoal: permite reconhecer a sua competência técnica no que tange à certificação de pessoal; • Acreditação das instituições de certificação de produtos: confirma a competência técnica desses organismos que certificam a conformidade dos produtos baseados na norma ABNT NBR ISO/IEC 17065/2013 e suas interpretações pelo IAF e Iaac; 6 Fonte: http://www.inmetro.gov.br/credenciamento/sobre_lab.asp. 7 “Exame de um projeto de produto, produto, processo ou instalação e determinação de sua conformidade com requisitos específicos ou, com base no julgamento profissional, com requisitos gerais” (Fonte: http://www.inmetro.gov.br/inovacao/publicacoes/acpq.pdf). 16 Unidade: Sistemas de Gestão, Certificação e Auditoria Ambiental da Série ISO 14000 no Brasil • Acreditação das instituições de certificação de sistemas de gestão: significa reconhecer a competência técnica na avaliação da conformidade de tais certificações de sistemas de gestão, incluindo: Certificação de Sistemas de Gestão na Área de Turismo conforme as normas ABNT NBR 15331 e ABNT NBR 15401; Certificação de Sistemas de Gestão da Qualidade conforme a norma NBR 15100; Certificação de Manejo de Florestas conforme a norma ABNT NBR 14789; Certificação de Sistema de Gestão Ambiental conforme a norma ABNT NBR ISO 14001; Certificação de Sistema de Gestão da Qualidade conforme a norma ABNT NBR ISO 9001; Certificação de Sistemas de Gestão da Segurança de Alimentos conforme e norma ABNT NBR ISO 22000; Certificação de Sistemas de Gestão da Qualidade de Empresas de Serviços e Obras na Construção Civil (SIAC/PBQP-H) conforme requisitos específicos definidos pelos regimentos emitidos pela Secretaria Nacional de Habitação do Ministério das Cidades; Certificação de Sistemas da Gestão da Responsabilidade Social conforme a norma ABNT NBR 16001; Certificação de Sistema de Medição conforme a norma ABNT NBR ISO 10012; Certificação de Sistemas de Gestão de Produtos para Saúde conforme a norma ABNT NBR ISO 13485; Certificação de Sistemas de Gestão em Tecnologia da Informação conforme a norma ABNT ISO/IEC 20000 e Certificação de Sistemas de Segurança da Informação conforme a norma ABNT NBR ISO 27001.8 • Acreditação das instituições de inspeção: acredita a competência técnica dessas baseadas na norma ABNT NBR ISO/IEC 17020/2012 relacionada à: inspeção de segurança veicular; inspeção de equipamentos e veículos para transporte dos produtos considerados perigosos; ensaios não destrutivos; instalações elétricas; entre outros. Nos casos em que a organização possua mais de uma instalação permanente, em diferentesendereços, cada uma das quais deve ser acreditada individualmente; • Acreditação das instituições de verificação de desempenho: acredita a competência técnica das instituições públicas, privadas ou mistas, consideradas de terceira parte sob a égide do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade (Sbac); • Acreditação dos produtores de materiais de referência: acreditação baseada nos requisitos da norma ABNT ISO Guia 34 em combinação com a norma ABNT NBR ISO/IEC 17025. Independentemente dos exemplos supracitados, [...] qualquer entidade que ofereça serviços de certificação, de inspeção, de treinamento, de laboratório ou de ensaios de proficiência, seja ela pública ou privada, nacional ou estrangeira, situada no Brasil ou no exterior, pode solicitar acreditação junto ao Inmetro.9 8 Fonte: http://www2.inmetro.gov.br/cartadeservicos/pdf/carta_servicos_inmetro.pdf. 9 Fonte: http://www.inmetro.gov.br/inmetro/sinmetro.asp. http://www.inmetro.gov.br/inmetro/sinmetro.asp 17 Material Complementar Leituras: Material sobre a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) Disponível em: http://www.abnt.org.br/images/pdf/historia-abnt.pdf. Material sobre o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) Disponível em: http://www2.inmetro.gov.br/cartadeservicos/pdf/carta_servicos_inmetro.pdf; http://www.inmetro.gov.br/inovacao/publicacoes/acpq.pdf; http://www.inmetro.gov.br/gestao/pdf/relAtividades2005.pdf. Material sobre acreditação Disponível em: http://www.visbrasil.org.br/resenhas/acreditacaocertificacaoqualidade.pdf. Sites: Publicações do Inmetro Disponíveis em: http://www.inmetro.gov.br/inovacao/publicacoes.asp. 18 Unidade: Sistemas de Gestão, Certificação e Auditoria Ambiental da Série ISO 14000 no Brasil Referências BERTÉ, Rodrigo. Gestão socioambiental no Brasil – uma análise ecocêntrica. Curitiba, PR: Intersaberes, 2014. BRASIL. Decreto Presidencial n.º 6.275, de 28 de novembro de 2007. Brasília, DF, 2007. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/ Decreto/D6275.htm>. Acesso em: 1 out. 2015. ______. Lei n.º 8.078, de 11 de setembro de 1990, ou Política Nacional de Relações de Consumo (PNRC). Brasília, DF, 1990. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/Leis/L8078.htm>. Acesso em: 1 out. 2015. CURI, Denise. Gestão ambiental. São Paulo: Academia Pearson, 2011. INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE INDUSTRIAL. Relatório de atividades. 2005. Disponível em: <http://www.inmetro.gov. br/gestao/pdf/relAtividades2005.pdf>. Acesso em: 1 out. 2015. ______. Carta de serviços. [20--]. Disponível em: <http://www2.inmetro.gov.br/ cartadeservicos/pdf/carta_servicos_inmetro.pdf>. Acesso em: 1 out. 2015. KLUCZKOVSKI, Alana Marielle Rodrigues Galdino. Introdução ao estudo da poluição dos ecossistemas. Curitiba, PR: Intersaberes, 2015. MAZZAROTTO, Ângelo; BERTÉ, Rodrigo. Gestão ambiental no mercado empresarial. Curitiba, PR: Ibpex, 2010. MORAES, Clauciana Schmidt Bueno de et al. Auditoria e certificação ambiental. Curitiba, PR: InterSaberes, 2014. PHILIPPI JR., Arlindo; ROMÉRO, Marcelo de Andrade; BRUNA, Gilda Collet. Curso de gestão ambiental. São Paulo: Edusp, 2010. SILVA, Cesar Aparecido da; PRZYBYSZ, Leane Chamma Barbar. Sistema de gestão ambiental. Curitiba, PR: Intersaberes, 2014. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Decreto/D6275.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Decreto/D6275.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8078.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8078.htm http://www.inmetro.gov.br/gestao/pdf/relAtividades2005.pdf http://www.inmetro.gov.br/gestao/pdf/relAtividades2005.pdf 19 Anotações
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