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Fisiopatologia da Doença de Chagas

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FAHESP - Faculdade de Ciências Humanas, Exatas e da Saúde do Piauí. 
IESVAP - Instituto de Educação Superior do Vale do Parnaíba LTDA. 
Curso: Medicina - Disciplina: Sistemas Orgânicos Integrados II 
Aluna: LUIZA MARIA FARIAS BARBOZA MOURA FÉ 
3º Período – T12 
 
Comente sobre dois aspectos associados a fisiopatologia da Doença de 
Chagas. 
A Doença de Chagas é a infecção pelo Trypanosoma cruzi transmitida por 
picadas de inseto Triatominae ou, menos comumente, pela ingestão de suco de cana ou 
alimentos contaminados com triatomíneos infectados ou suas fezes, por via 
transplacentária da mãe infectada para o feto ou por transfusão de sangue ou transplante 
de órgão de um doador infectado. (BRASILEIRO FILHO, 2016) 
Os parasitas invadem macrófagos no local de entrada, transformam-se 
em amastigotas que se multiplicam por divisão binária e são liberados como 
tripomastigotas no sangue e em espaços teciduais, de onde infectam outras células. 
Células do sistema reticuloendotelial, do miocárdio, dos músculos e do sistema nervoso 
geralmente estão envolvidas. 
A infecção por T. cruzi tem 3 estágios: Aguda, Crônica indeterminada e 
Crônica 
 
Aguda 
A infecção aguda por T. cruzi em áreas endêmicas normalmente ocorre 
na infância e pode ser assintomática. Quando apresenta sintomas, estes se iniciam 1 a 
2 semanas após a exposição. Uma lesão de pele endurecida e eritematosa (um 
chagoma) aparece no local de entrada do parasita. Quando o local de inoculação é a 
conjuntiva, edema periocular unilateral e palpebral com conjuntivite e linfadenopatia 
pré-auricular são chamados coletivamente de sinal de Romaña. (BRASILEIRO FILHO, 
2016) 
 
A doença de Chagas aguda é fatal em uma porcentagem pequena de 
pacientes, em decorrência de miocardite aguda com insuficiência cardíaca ou 
meningoencefalite aguda. No restante, os sintomas cedem sem tratamento. 
A doença de Chagas aguda primária em pacientes imunocomprometidos, 
como aqueles com aids, pode ser grave e atípica, com lesões cutâneas e, raramente, 
lesões encefálicas com realce anelar. 
As infecções congênitas são em sua maioria assintomáticas, mas em 10 
a 40% dos casos ocorrem manifestações inespecíficas, incluindo prematuridade, baixo 
peso ao nascer, febre, hepatosplenomegalia, anemia e trombocitopenia. Raramente, a 
doença fulminante pode resultar em morte. Os sinais de infecção aguda desaparecem 
mesmo sem tratamento na maioria das infecções congênitas. 
 
Crônica indeterminada 
Pacientes com infecção crônica indeterminada têm evidências 
parasitológicas e/ou sorológicas de infecção por T. cruzi, mas não têm sintomas, 
achados físicos anormais nem evidências de envolvimento cardíaco ou gastrintestinal 
como avaliado por ECG, ultrassonografia cardíaca, radiografias ou outros exames. 
A identificação de muitos pacientes infectados é por ELISA e ensaio de 
radioimunoprecipitação (RIPA) confirmatório ao doarem sangue. 
Crônica com envolvimento cardíaco ou do trato intestinal 
A doença de Chagas crônica se desenvolve em 20 a 30% dos pacientes 
depois da fase crônica indeterminada, que pode perdurar por anos ou décadas. Os 
parasitas provavelmente estão presentes na doença crônica; uma reação autoimune 
também pode contribuir para danos aos órgãos. Os principais efeitos são: Cardíacos e 
Gastrointestinal 
Doença cardíaca geralmente se manifesta com anormalidades na 
condução, incluindo bloqueio de ramo direito ou bloqueio fascicular anterior esquerdo. 
Em geral, a miocardiopatia crônica é seguida por dilatação flácida de todas as câmaras, 
aneurisma apical e progressão das lesões no sistema de condução. Pacientes podem 
ter insuficiência cardíaca, síncope, morte súbita resultante de bloqueio cardíaco ou 
arritmia ventricular e tromboembolismo. Eletrocardiograma (ECG) pode mostrar 
bloqueio completo ou do ramo direito do coração. 
Doença gastrintestinal se manifesta com sintomas que 
lembram acalasia ou doença de Hirschsprung. O megaesôfago de Chagas apresenta-se 
com disfagia e pode conduzir a infecções pulmonares por aspiração ou por desnutrição 
grave. Megacólon pode resultar em períodos prolongados de obstipação e vólvulo 
intestinal. 
 
Referências: 
Up to Date. Doença de Chagas: infecção aguda e congênita pelo Trypanosoma cruzi. 
Autor: Caryn Bern, MD, MPH. 06 de julho de 2021. 
BRASILEIRO FILHO, G. Bogliolo. Patologia Geral. 9 a edição. Editora Guanabara. Koogan 
S.A., Rio de Janeiro, RJ, 2016. 
 
 
https://www.uptodate.com/contents/chagas-disease-acute-and-congenital-trypanosoma-cruzi-infection/contributors

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