Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Lara de Aquino Santos Crescimento e Desenvolvimento Craniofacial MÁ-OCLUSÃO E DEFORMIDADE DENTOFACIAL: → Consiste no processo de crescimento e desenvolvimento fasciais no desenvolvimento da dentição e da oclusão dentária; → O tratamento para essas condições pode ser ortopédico e/ou ortodôntico; → Para um correto diagnóstico e tratamento é fundamental entender como a face humana cresce e se desenvolve. CONCEITOS IMPORTANTES: CRESCIMENTO: → É o aspecto quantitativo do desenvolvimento biológico, fruto do crescimento anatômico; → Há uma alteração em magnitude, ou seja, um aumento em massa; → É medido por unidade de aumento, por unidade de tempo (cm/ano ou g/dia). DESENVOLVIMENTO: → Pode ser definido como toda sequência de eventos desde a fertilização do óvulo até o estado adulto do ser vivo; → Representa o progredir no sentido da maturidade, englobando a diferenciação progressiva em níveis celulares e teciduais (mudança quantitativa e qualitativa). MECANISMOS DE FORMAÇÃO ÓSSEA (OSTEOGÊNESE): 1. FORMAÇÃO ÓSSEA ENDOCONDRAL: → É a adaptação morfogenética para regiões especiais que envolvem alto nível de compressão. Os eventos que caracterizam o crescimento e o desenvolvimento craniofaciais vão sucedendo de forma gradual e harmônica até atingir a vida adulta. Lara de Aquino Santos Onde Ocorre: → Côndilo da mandíbula; → Base do crânio (nas sincondroses). → Vértebras; → Extremidades dos ossos longos. Como Ocorre: OCORRE A PARTIR DO TECIDO CARTILAGINOSO. → Nessas determinadas regiões há presença de uma reserva de cartilagem; → Ela irá iniciar o processo de divisão, dando origem a zona de divisão celular, formando colunas de condrócitos (células cartilaginosas); → Nesse mesmo momento ocorre o alongamento do osso, pois essas células vão se proliferando e também vai ocorrendo a hipertrofia das células filhas. Com isso a matriz se calcifica, reabsorve-se parcialmente e é invadida por vasos; → Esses vasos sanguíneos iram conduzir células indiferenciadas, e estas células transformam-se em osteoblastos; → Os osteoblastos depositam osso sobre os remanescentes da matriz de cartilagem. 2. FORMAÇÃO ÓSSEA INTRAMEMBRANOSA: Onde Ocorre: → Maxila; → Corpo e ramo da mandíbula; → Esqueleto cefálico. Como Ocorre: DERIVA DIRETAMENTE DO TECIDO CONJUNTIVO. → As células mesenquimais proliferam-se e se condensam, se diferenciando em osteoblastos; → Há uma elaboração da matriz osteóide (substância extracelular) e calcificação dessa matriz osteóide, e com isso há a formação propriamente dita de osso. 3. CRESCIMENTO ÓSSEO SUTURAL: → O deslocamento primário de cada osso gera tensão nas suturas, que resulta em neoformação óssea nas bordas dos ossos articulados; → Sua estrutura histológica permite forte relação entre os ossos, conferindo movimentos limitados, enquanto provê formação de novo osso; Função: → Permitir que o crânio e a face acomodem o crescimento dos órgãos internos, como olhos e cérebro. MECANISMOS DE CRESCIMENTO ÓSSEO: → Todo crescimento ósseo se dá por três mecanismos básicos, sendo estes remodelação, deslizamento e deslocamento; → Esses mecanismos de crescimento ósseo ocorrem em dinamismo, ou seja, ao mesmo tempo que o osso cresce, ele é Lara de Aquino Santos remodelado, deslizado para a direção de crescimento e deslocado em direção oposta ao deslizamento; → Esses processos se combinam de várias maneiras para completar o crescimento craniofacial total. REMODELAÇÃO: → Consiste nos processos especializados de aposição óssea em um lado da superfície cortical e de reabsorção óssea na superfície oposta; → É promovida pelos osteoblastos e osteoclastos, respectivamente; → É considerado um processo contínuo e ocorre em todas as áreas do osso em crescimento, produzindo um aumento generalizado do mesmo. Importante: → O lado de aposição é onde há a direção do crescimento ósseo; → O crescimento ocorre sempre da região que está sendo reabsorvida para a região que acontecerá a aposição. Função da Remodelação: → Aumenta o tamanho do osso; → Mantém a configuração original do osso. MOVIMENTO DE DESLIZAMENTO: → É o movimento gradual da área de crescimento ósseo provocado pela combinação dos processos de aposição e reabsorção óssea (remodelação óssea); → Ocorre no sentindo da área que está sendo reabsorvida para a área que terá a aposição óssea. MOVIMENTO DE DESLOCAMENTO: → É o movimento de todo o osso como uma unidade, no sentindo contrário ao movimento de deslizamento. Exemplo: → Levando em consideração que o crescimento se dá no sentido que está ocorrendo a reabsorção para a aposição óssea, quando a maxila chega em um determinado tamanho ela encosta na base do crânio e se desloca para o sentido oposto, ou seja, para frente e para baixo. Lara de Aquino Santos Deslocamento Primário: → Movimento causado pelo crescimento do próprio osso. Deslocamento Secundário: → Movimento de todo o osso causado pelo crescimento separado de outros ossos que podem estar próximos ou distantes destes; → É quando o osso é deslocado à custa do crescimento de outra estrutura. PRINCIPAIS ÁREAS DE CRESCIMENTO DA FACE: 1. BASE CRANIANA: → Se dá pelo processo de formação óssea endocondral; → O seu crescimento influencia diretamente no deslocamento e na direção do crescimento facial; → A expansão da fossa craniana média intervém no deslocamento secundário do assoalho craniano anterior, do complexo nasomaxilar e da mandíbula. 2. MAXILA: → De origem exclusivamente intramembranosa; → Cresce por aposição nas suturas que conectam ao crânio e à base do crânio e remodelamento superficial; → Cresce em todas as direções, porém por questões didáticas costuma-se dividi-la por partes, comumente denominada em áreas de crescimento. Tuberosidade Maxilar: → É a principal área de crescimento da maxila; → Ocorre deposição óssea periosteal nas suas superfícies posterior, lateral (bucal) e alveolar (para baixo); → O lado endósteo da cortical (dentro da tuberosidade) é de absorção, fazendo com que acompanhe este crescimento em direção posterior, para ter espaço para acomodar o 1° e 2° molares superiores e as vezes os 3°, e assim contribuir para o crescimento da maxila no sentido anteroposterior. Lara de Aquino Santos Processo Alveolar: → Depende das funções dos dentes, ou seja, forma-se em resposta a erupção dentária e é absorvido quando os dentes são perdidos; → Contribui para o aumento da maxila nos sentidos vertical (em altura) e anteroposterior, acompanhando o crescimento da tuberosidade. Superfícies Maxilares (osso maxilar como todo): → Possuem padrão definido de remodelamento, porém há reabsorção externa na região anterior, e aposição óssea interna na região de rebordos alveolares. Palato: → Acompanha a direção do crescimento facial, com aposição na superfície bucal e reabsorção na região nasal. Complexo Nasomaxilar: → Alonga-se verticalmente pela combinação de deslocamento e remodelamento; → Há reabsorção óssea na superfície das paredes laterais e do assoalho das fossas nasais. A aposição acontece no teto da cavidade nasal, porém a superfície craniana é de absorção; → Este padrão de remodelamento faz com que haja expansão lateral das fossas nasais e movimento para baixo, junto com o palato. Orbitas: → Ao nascimento já se apresentam praticamente do tamanho adulto; → Adapta ao crescimento da maxila; → Apresenta um remodelamento complexo, com envolvimento dos ossos da maxila, etmoide, frontal, zigomático, asa maior e menor do osso esfenoide. Seios Maxilares:→ Ao nascimento são pequenos, porém quando o complexo craniofacial aumenta, os seios se expandem pela função respiratória. Osso Malar / Zigomático: + + + + Lara de Aquino Santos → Acompanha o crescimento do arco maxilar para posterior com aposição e absorção anterior. Suturas: → São áreas de ajuste de crescimento, que se adaptam às tensões produzidas pelo crescimento dos tecidos, como cérebro, mucosas, olhos, língua e etc.; → À medida que os ossos se afastam por ação do crescimento dos órgãos, ocorre aposição nas bordas suturais, ampliando o próprio osso e mantendo as uniões. 3. MANDÍBULA: → De origem intramembranosa, com exceção das áreas condilares, que é de origem endocondral; → É composta por três partes: Corpo, processo alveolar e ramo; → Ao nascimento os ramos mandibulares são curtos, o desenvolvimento condilar é mínimo e praticamente não existe eminência articular do temporal; → Há presença de uma camada fina de cartilagem (sutura) na mandíbula na região anterior que se funde aproximadamente ao 2° ano de vida. Essa característica torna a nossa atuação na mandíbula mais restrita em comparação a nossa atuação na maxila. Processo Condilar: → É uma importante área de crescimento; → É coberto por cartilagem; → Suporta grandes pressões exercidas durante a função; → Seu crescimento para cima e para trás contribui para o crescimento em altura e largura da mandíbula, bem como o deslocamento de todo o osso para baixo, e para frente. Crescimento do Corpo Mandibular: → Ocorre reabsorção óssea na borda anterior e aposição na área posterior (processo de remodelação); → Todo ramo é recolocado no sentido posterior e a antiga parte anterior do ramo que sofreu reabsorção é transformada em corpo. Isto permite a erupção dos dentes posteriores. Tuberosidade Lingual: → É o equivalente a tuberosidade maxilar; → Em condições normais estão alinhados no sentido vertical, com quantidade e velocidade de crescimento iguais. Lara de Aquino Santos Processo Alveolar: → Na região do mento há aposição óssea, e reabsorção na região alveolar inferior; → Como na maxila, também depende dos dentes e cresce verticalmente e em largura, contribuindo para o crescimento em altura da face. RESULTANTE DO CRESCIMENTO: → O crescimento da face se dá nos sentidos posteriores superiores, mas em decorrência da relação de equivalência com a base do crânio o seu deslocamento é para baixo e para frente; → A força que causa o movimento do deslocamento é a matriz funcional (tecido mole); → Os ossos se desenvolvem em uma relação de dependência com os tecidos moles que os circundam, e esses influenciam no movimento de deslocamento do próprio osso. CONCLUSÃO: → O conhecimento sobre o crescimento e desenvolvimento craniofacial é fundamental para o diagnóstico correto das alterações dentofaciais, e planejamento eficiente do tratamento ortodôntico. + + +
Compartilhar