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Portfólio - O PAPEL DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA E INDÍGENA PARA A DEMOCRATIZAÇÃO SOCIAL

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LETRAS
ANA 
o papel da cultura afro-brasileira e indígena para a democratização social
Guanambi-BA
2020
aNA 
o papel da cultura afro-brasileira e indígena para a democratização social
Trabalho apresentado à UNOPAR, como requisito parcial à aprovação no I semestre do curso de Letras.
Guanambi-BA
2020
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	3
DESENVOLVIMENTO	4
CONSIDERAÇÕES FINAIS	9
REFERÊNCIAS	10
INTRODUÇÃO
O direito à educação é um direito social de extrema importância, que tem por finalidade proporcionar formação necessária ao desenvolvimento das aptidões e potencialidades do educando de modo que possibilite sua preparação para o trabalho e para o exercício consciente da cidadania. 
É através desse direito que o Estado proporcionará ao cidadão a plena fruição aos demais direitos, tais como a proteção a sua saúde, o convívio social harmônico, as regras sobre o trabalho, a capacitação para o exercício de suas liberdades legais, e de modo geral, o exercício da cidadania. 
A Constituição Federal de 1988 prevê o direito à educação em seu artigo 205. Diz o artigo: “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.”
Atualmente é a Lei 9.394 de dezembro de 1996, com importantes alterações em 2013, 2015, 2018 e 2019, que traça as diretrizes e bases da educação brasileira e estabelece seus princípios, o esquema de organização da educação nacional, as modalidades e a composição da educação básica e da educação superior, bem como da educação especial, além dos recursos financeiros destinados à educação
Nesse contexto, a escola deve ser promotora de ações justas e igualitárias, que valorize a diversidade cultural, as diferenças sociais, e que, portanto, junto com a família, prepare os educandos para a prática social pautada em direitos e deveres iguais a todos, sem quaisquer tipo de discriminação étnica, racial e religiosa.
Desse modo, o presente trabalho tem por objetivo demonstrar a importância das culturas afro-brasileira e indígena para democratização social abordando o papel da escola na promoção da paz social, ensinando seus educandos sobre respeito e valorização que essas culturas devem receber.
 Por fim, o texto aborda também o marco que foi inclusão obrigatória nos currículos da educação básica o estudo de história e cultura afro-brasileira e indígena, ampliando o foco dos currículos escolares para a diversidade cultural, racial, social e econômica brasileira.
7
DESENVOLVIMENTO 
Importância da cultura afro-brasileira e indígena na construção de uma escola democrática
As cultura afro-brasileira e indígena estão na base da formação do povo brasileiro, e, portanto, a valorização dessas culturas é de extrema importância para o processo de conscientização de respeito às diferenças e convívio social harmônico.
 Com a inclusão obrigatória do estudo e destaque da história e cultura afro-brasileira e indígena nos currículos educacionais, os educandos são convidados a refletir e desenvolver conscientização acerca da base histórico-cultural do Brasil, de forma que reduza os preconceitos e discriminações, e consequentemente contribua com a democratização social.
 Foram as Leis 10.639, de 2003 e 11.645 de 2008 que dispuseram sobre a inclusão obrigatória de estudos sobre a cultura afro-brasileira e indígena nos currículos da educação básica brasileira. 
	A Lei 10.639 de 2003 incluiu como obrigatória o estudo de história e cultura afro-brasileira e indígena nos currículos da educação básica brasileira, enquanto a Lei 11.645 de 2008 alterou a lei o artigo 26-A da Lei no 9.394 de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, dispondo:
Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena.
§ 1o O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil.
§ 2o Os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e dos povos indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de educação artística e de literatura e história brasileiras (BRASIL, 2008).
Trata-se de um momento histórico que contribui com excelência para o ensino da diversidade e respeito cultural no Brasil e representa a conquista dos agentes que lutavam pela valorização da história e de seu povo afrodescendente e indígena. O citado artigo, desse modo, propõe bem mais do que a inclusão de novos conteúdos. Ele exige que os ambientes de ensino revejam suas relações étnico-raciais e pedagógicas, e se baseiem em três princípios básicos: o princípio da consciência política e histórica da diversidade; o princípio do fortalecimento de identidades e de direitos; e o princípio das ações educativas de combate ao racismo e às discriminações (BORGES, 2010).
Cabe destacar que o povo brasileiro é uma mistura de diversos povos e etnias, não sendo, assim, homogênea apesar de ser um país de colonização portuguesa. Cada povo carrega suas cores, tradições, crenças e hábitos que quando juntas se misturam e entrelaçam. Desde o início da história do Brasil, os indígenas e os afro-brasileiros são colaboradores da diversa e rica cultura que cada povo carrega e que até os dias de hoje reflete na sociedade brasileira. 
Desse modo, as influências afro-brasileira e indígena na cultura brasileira estão enraizadas em todos os brasileiros seja através de objetos usados no dia a dia, na culinária e no modo de viver ou em ações simples como deitar em redes e comer feijoada. As influências são notórias também na dança, na música, nas religiões, dentre outros vários aspectos, e por isso, deve haver gratidão, valorização e respeito por esses povos.
Sendo a escola  o lugar onde passa-se boa parte da infância e da adolescência, é imprescindível entender a instituição de ensino como um ponto de apoio para o crescimento humano e portanto, como local adequado para discutir e aprender sobre a importância de respeitar os direitos de todos, sem distinção de quaisquer povos por motivos de raça, etnia ou religião. 
A escola tem o papel imprescindível de transmitir conteúdo, mas também proporcionar o desenvolvimento social do indivíduo transmitindo princípios de paz social e respeito. É dever da escola atuar na formação moral dos alunos e promover os meios necessários para que seus educandos realizarem seus projetos de vida. A qualidade de ensino é, portanto, condição necessária tanto na sua formação intelectual quanto moral.
No ambiente escolar é possível estimular e colocar virtudes em prática, principalmente nas séries infantis. E ainda que isso deve ocorrer de forma lúdica e leve para que as crianças e também os jovens absorvam valores e princípios gradualmente e de forma natural, alguns temas, tais como o repudio ao preconceito racial, devem ser trabalhos sempre que possível e necessário.
Formar uma escola democrática e atenta à qualidade do relacionamento entre seus educandos, professores, pais e dirigentes, é um dever imposto pela Lei Diretrizes e Base da Educação Nacional que afirma ser dever da escola o compromisso de educar os alunos dentro dos princípios democráticos, compreendendo a cidadania como participação social e política, assim como exercício de direitos e deveres políticos, civis e sociais, adotando, no dia a dia, atitudes de solidariedade, cooperação e repúdioàs injustiças, respeitando o outro e exigindo para si o mesmo.
A LDB impõe também à escola a obrigatoriedade de promover o conhecimento e a valorização da pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro, bem como aspectos socioculturais de outros povos e nações, posicionando-se contra qualquer discriminação baseada em diferenças culturais, de classe social, de crenças, de sexo, de etnia ou outras características individuais e sociais 
Assim, a obrigatoriedade de inclusão de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana nos currículos da Educação Básica que versa a legislação já citada são frutos de decisões políticas, porém com fortes repercussões pedagógicas. Essas medidas trazem o importante conceito de que não basta garantir vagas para negros nos bancos escolares, mas que é preciso valorizar de forma adequada a história e cultura de seu povo, buscando a reparação de danos que esse povo sofreu ao longo da história brasileira, que se repetem há cinco séculos (BRASIL, 2004). 
Por fim, cabe destacar que o estudo de temas que envolvam a história e cultura afro-brasileira e indígena não é importante e necessária apenas à população negra e indígena, mas é essencial e diz respeito a todos os brasileiros, uma vez que devem reconhecer-se como cidadãos que fazem parte de uma sociedade com grande diversidade cultural e étnica.
Postagem formativa sobre a cultura afro-brasileira e indígena
· Filme: Alguém falou de racismo? 
O filme brasileiro intitulado Alguém Falou de Racismo foi produzido por Claudius Ceccon e Daniel Caetano em 2002 e tem apenas 23 minutos de duração. Trata-se de um excelente roteiro para jovens e adultos porque apresenta um misto de situações fictícias e entrevistas reais sobre o problema da discriminação racial nas escolas.
O curta foi produzido para a campanha Direitos São Para Valer, resultado da parceria entre a Fundação Cultural Palmares e a Fundação Ford com o objetivo de ser instrumento hábil para auxiliar professores, alunos e seus familiares a reconhecerem as formas como racismo é exteriorizado e assim propor ações para erradicá-las. A produção também é fruto do movimento que a implementou da Lei 10.639/2003, a qual instituiu a disciplina História e Cultura dos Afro-brasileiros nas escolas de Ensino Fundamental e Médio.
A trama narra a história de um professor que decide promover o debate entre seus alunos sobre o preconceito racial e a injusto processo em que a sociedade brasileira sistematicamente segregou negros e brancos depois de um ato de racismo ocorrido no ambiente escolar. 
Além da narrativa ficta, o roteiro conta com depoimentos intercalados de líderes do movimento negro, estudiosos e pessoas vítimas de racismo abordando assuntos como educação, saúde, mercado de trabalho, consciência e cidadania negra.
A maior parte do curta é gravado numa sala de aula em que um grupo de alunos se desentende por causa de uma declaração racista feita por um deles contra uma colega. Por obvio, a garota ofendida pede intervenção da professora que estava na sala dando sua aula. A professora intervém, mas sugere que eles levem o tema para o professor de História. 
Diante disso, o professor propõe mais do que um debate, ele os leva-os a refletir sobre o racismo enraizado na sociedade brasileira, bem como os influencia a pesquisar sobre as origens do preconceito racial e ainda promove o envolvimento de outras pessoas na discussão, resultando, assim, num belo trabalho em grupo.
O curta aborda a desigualdade racial e enfatiza a importância da promoção de debates sobre o assunto, cita a marginalização que os afro-brasileiros sofreram mesmo após o fim da escravidão no Brasil e demonstra de forma impactante o quanto essa marginalização é real e atual, por isso a relevância do filme é incontestável. O filme está disponível no Youtube em duas partes e pode ser facilmente acessado sem custos por qualquer pessoa.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
 Conforme o IBGE (2014), os negros (pretos e pardos) são a maioria da população brasileira, representando 53,6% da população.  Enquanto dados do Censo (2010), afirmam que vivem atualmente no Brasil cerca de 817 mil índios, o correspondente a 0,4% da população brasileira, e estão distribuídos entre 688 terras indígenas e algumas áreas urbanas, ou seja, a maior parte da população brasileira é afro-brasileira e ainda há muitos índios vivendo no Brasil. 
Por isso, pode-se afirmar que não é necessário apenas aprender e conhecer a importância dessas culturas para a formação do povo brasileiro, mas promover ações que tenham por objetivo exterminar qualquer tipo de preconceito racial e a escola, junto com a atuação familiar, é o ambiente mais adequado para a promoção dessas ações.
Movimentos promotores de valorização e defesa de negros e índios são essenciais para que a democracia ideal impere em uma sociedade. Povos com trajetórias históricas de extrema importância para a formação e desenvolvimento do Brasil, merecem ações afirmativas sobre sua representatividade, buscando igualdade racial com o intuito de que o Brasil seja um país definitivamente livre do preconceito racial.
REFERÊNCIAS
BORGES, Elizabeth Maria de Fátima. A inclusão da história e da cultura afro-brasileira e indígena nos currículos da educação básica. Vassouras. v. 12. n. 1. p. 71-84. 2010. Disponível em: https://www2.olimpiadadehistoria.com.br/vw/1IN8l5YjrMDY_MDA_606d5_/05A_Inclusaodahistoriaculturaafro.pdf. Acesso em: 15. out. 2020. 
BRASIL, Lei 11.645 de 10 de março de 2008, Diário Oficial da União, Brasília, 1996.
BRASIL, Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, DF. 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/historico/BNCC_EnsinoMedio_embaixa_site_110518.pdf Acesso em: 01. nov. 2020. 
BRASIL, Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais Brasília, DF, p. 1-37, 2004 
BRASIL, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo. Disponível em: https://censo2021.ibge.gov.br/. Acesso em: 03. Nov. 2020.

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