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Vict�ria K. L. Card�so C�mplicações das rin�ssinusites Introdução Classificação: ● Orbitárias → são as mais comuns. ● Intracranianas. ● Ósseas. Obs: os exames de imagem não são recomendados para o diagnóstico de rinossinusite, mas na suspeita de complicações a investigação com exames de imagem é mandatória. Exame de imagem de escolha para suspeitas de complicações: TC de seios paranasais e crânio com contraste. ● RNM é uma alternativa, mas a TC é mais vantajosa. Sinais e sintomas de alarme para complicações: ● Edema ou hiperemia periorbitária ● Proptose ● Diplopia ● Oftalmoplegia ● Diminuição da acuidade visual ● Cefaleia frontal uni ou bilateral intensa ● Edema em fronte ● Sinais de meningite ● Sinais neurológicos ● Diminuição do nível de consciência COMPLICAÇÕES ORBITÁRIAS Categorização geral: esse tipo de complicação é mais comumente associada às infecções dos seios etmoidais e maxilares, com menor incidência de rinossinusites frontais ou esfenoidais. ● Principal idade acometida: jovens → média de 13,5 anos e crianças pequenas. ● Principal acometimento: medial, próximo ao seio etmoidal. ● Principais patógenos: Streptococcus pneumoniae em adultos e Haemophilus influenzae ou pneumococo em crianças. Vias de disseminação: ● Passagem direta dos microrganismos dos seios acometidos para a órbita, através de deiscências na lâmina papirácea. ● Disseminação retrógrada, através das veias orbitárias que drenam para os seios. Quadro clínico: ● Edema palpebral. ● Eritema. ● Dor orbital. ● Dor à movimentação ocular. ● Pode evoluir para proptose e ou quemose. ● Situações mais graves: oftalmoparesia e redução da acuidade visual. ● Crianças: a complicação orbitária pode ser indolor. Classificação: ● Conceitos anatômicos: pré ou pós-septal, subperiosteal ou intraconal → classificação mais utilizada. ○ Infecções em estruturas pós-septais tendem a ser mais graves, pois possibilitam complicações com maior morbidade. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ● Tipo de afecção: celulite, abscesso ou trombose. Classificação de Chandler: não é baseada em TC, e sim em sinais e sintomas clínicos → realiza um estadiamento em critérios clínicos ● Grupo 1: Edema inflamatório → Complicação orbitária mais comum. ○ Há hiperemia e edema palpebral com calor local e ocasionalmente dor. ○ Pode haver sintomas sistêmicos → prostração, mal estar e febre. ○ Não há limitação da mobilidade extrínseca ocular ou diminuição da acuidade visual. ● Grupo 2: Celulite orbitária. ○ Comprometimento difuso do cone orbitário, invasão do tecido adiposo por células inflamatórias e bactérias. ○ Não há formação de abscesso. ○ Além dos sintomas anteriores, há hiperemia e edema conjuntival COM proptose. ○ Pode haver comprometimento da mobilidade ocular. ● Grupo 3: Abscesso subperiosteal. ○ Abscesso entre a lâmina papirácea e a periórbita (septo fibroso que envolve o conteúdo orbitário). ○ Proptose mais acentuada, com deslocamento inferolateral do olho, restrição e dor à movimentação. ● Grupo 4: Abscesso orbitário → É a complicação orbitária mais grave. ○ Abscesso dentro do cone orbitário. ○ Pode levar à amaurose em questão de horas. ○ O paciente evolui com proptose acentuada, restrição e dor à movimentação ocular. ○ Pode haver alteração da acuidade visual e do reflexo pupilar. ● Grupo 5: Trombose de seio cavernoso. ○ Ocorre pela disseminação do processo infeccioso através das vias orbitárias para o seio cavernoso. ○ Principal agente etiológico: Staphylococcus aureus. ○ Pode comprometer os pares cranianos III, IV, V e VI. ○ Na fundoscopia, pode haver ingurgitação das veias da retina. Obs: o grupo 2 (celulite orbitária) tem maior risco de perda visual do que o grupo 3 (abscesso subperiosteal). Obs: a trombose de seio cavernoso, incluída na classificação de Chandler, não é uma complicação orbitária. Classificação de Mortimore: baseada em TC. ● Grupo 1: ○ Pré-Septal. ○ Celulite. ○ Abscesso. ● Grupo 2: ○ Pós-septal (Subperiosteal). ○ Flegmão/Celulite. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ○ Abscesso. ● Grupo 3: ○ Pós-septal (Intraconal). ○ Celulite: ■ Localizado (Sd. Ápice Orbitário) ■ Difuso. ○ Abscesso. Obs: intraconal se refere ao espaço no cone orbitário delimitado pela musculatura extrínseca orbitária. Classificação de Velasco e cruz: ● Grupo 1: Celulite Orbitária. ● Grupo 2: Abscesso Subperiosteal. ● Grupo 3: Abscesso Orbitário. Diagnóstico: ● Quadro clínico + exame físico + exame de imagem. ● Tempo: é comum ocorrer com até 5 dias do início da rinossinusite. ● TC de seios paranasais, com ou sem a inclusão das órbitas. Tratamento: ● Geral: internação hospitalar + antibioticoterapia, EV + acompanhamento do paciente por oftalmologista. ○ ATB de escolha: ceftriaxona com clindamicina em adultos, e ceftriaxona com oxacilina em crianças. ○ Tempo do ATB: até 48h após a melhora clínica ou por 14 dias. ● Grupos 1 e 2 de Chandler: são celulites → tratamento clínico. ● Grupos 3 e 4 de Chandler: são abscessos → tratamento cirúrgico. ● Critérios para indicação de cirurgia em complicações orbitárias: ○ Presença de abscesso. ○ Diminuição da acuidade visual. ○ Ausência de melhora após 48h de antibioticoterapia intravenosa. ○ Piora na vigência de antibioticoterapia intravenosa. ● Critérios para tratamento conservador em abscessos subperiosteais: ○ Visão, pupila e retina normais. ○ Sem oftalmoplegia. ○ Pressão intraocular < 20 mmHg. ○ Proptose ≤ 5 mm. ○ Largura do abscesso (TC Axial) ≤ 4 mm. COMPLICAÇÕES INTRACRANIANAS Características gerais: ● São os casos potencialmente mais graves e com risco de morte associada. ● Diferente das complicações orbitárias, as complicações intracranianas costumam ter origem de rinossinusites fronto-etmoidais. ○ Mas, as infecções esfenoidais também são importantes. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ● Idades mais acometidas: adolescentes e adultos. Via de disseminação: principalmente por via hematogênica, mas ocorrer em disseminação por contiguidade (raro). Principais complicações: ● Empiema subdural → principal (33,2%). ● Abscesso cerebral (27,2%). ● Meningite (24,1%). ● Abscesso extradural (20,6%). ● Tromboses venosas (seio cavernoso e seio sagital superior). Diagnóstico: ● RM de encéfalo → principal para a caracterização da doença intracraniana. ● TC de crânio com contraste. Obs: cefaleia intensa com rinossinusite aguda em crianças mais velhas, não responsivas à terapia inicial, exige avaliação mais agressiva, incluindo RM. Empiema Subdural: ● É a complicação intracraniana mais frequente. ● Principais seios acometidos: frontais e etmoidais. ● Quadro clínico: ○ Sintomatologia mais exuberante que nos abscessos extradurais. ○ Letargia. ○ Coma. ○ Rápida deterioração do quadro. ○ Pode ter sequelas neurológicas. Abscesso Cerebral: ● Localização: lobo frontal, frontoparietal ou, mais raramente, temporal. ● Principais seios acometidos: esfenoidal e etmoidal. ○ Em lobo temporal há maior probabilidade de acometimento devido às otites. ● Quadro clínico: ○ Cefaleia. ○ Rebaixamento do nível de consciência. ○ Déficit neurológico focal. ○ Febre. ○ Náuseas e vômitos. ○ Convulsões. ○ Meningismo. ○ Papiledema. Meningite: ● Quando causada por rinossinusites, costuma estar relacionada às infecções etmoidais e esfenoidais. ○ Principais patógenos associados: Streptococcus pneumoniae e o Staphylococcus aureus. ● Quadro clínico: ○ Febre. ○ Cefaleia. ○ Náusea e vômitos. ○ Alteração do nível de consciência. ○ Convulsões e sinais meníngeos. ○ Hemiparesias. ○ Alteração visual. Abscesso Extradural: ● Geralmente está associada à infecção do seio frontal. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ● Quadro clínico: ○ Febre. ○ Cefaleia. ○ Náusea e vômitos. ○ Papiledema. ○ Hemiparesias. ○ Convulsões. Tratamento geral das complicações intracranianas: ● Internação hospitalar + ATB + corticoterapia endovenosa + cirurgia. ● ATB: associação de ceftriaxona com drogas com espectro para Gram-positivos (vancomicina ou oxacilina), ou meropenem.● Cirurgia: drenagem cirúrgica dos seios acometidos + drenagem das coleções intracranianas, quando houver. ● Equipe multidisciplinar: neurologia, infectologia e neurocirurgia. Obs: a corticoterapia intravenosa tem maior utilização nas complicações intracranianas do que nas orbitárias. COMPLICAÇÕES ÓSSEAS Características gerais: ● São as complicações mais raras das rinossinusites. ● Osteomielite causada pela rinossinusite: geralmente envolve o osso frontal. ● Principal agente: Staphylococcus aureus. ○ Porém pneumococos e anaeróbios também podem estar envolvidos. ● Idade mais acometida: adultos jovens. ● Devido à proximidade com o SNC, as complicações intracranianas concomitantes são comuns (ex: meningites, abscessos e empiemas). Disseminação: apesar da proximidade, não costuma ser por contiguidade, e sim hematogênica, por conta das veias avasculares diploicas. Quadro clínico: ● Sinal clínico mais característico da osteomielite: edema mole em região frontal (Pott’s pu�y tumor). ○ Esse edema pode fistulizar e drenar material purulento pela pele. Diagnóstico: TC → principal. ● Achados na TC: áreas de falhas ou rarefações ósseas na díploe e sequestro ósseo. ● Cintilografia com gálio: não precisa para confirmação diagnóstica, pois a associação do tumor de Pott com achados tomográficos costuma ser suficiente. ○ Mas, a cintilografia pode avaliar a atividade inflamatória e o monitoramento pós-operatório. Tratamento: ● É sempre clínico-cirúrgico → debridamento do osso infectado + abertura do recesso do frontal. ○ Áreas de sequestro ósseo devem ser removidas. ● ATB endovenoso: associação de ceftriaxona com drogas com espectro para Gram-positivos (vancomicina ou oxacilina), ou meropenem → até 6-12 semanas após o procedimento. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so roteiro diagnóstico @p�sitivamed
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