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Carla Lopes, XXI ITU NA INFÂNCIA Introdução No primeiro ano a infecção urinária febril no 1º ano pode ser pielonefrite (90%) de vida, mas difícil de distinguir cistite e pielonefrite em crianças < 2 anos. · < 1 ano: meninos · > 1 ano: meninas Principais agentes etiológicos · RN: Klebisiella sp · Adolescentes: Staphyloccus saprophyticus · Crianças com má formação ou disfunção do trato urinário: Enterococcus, Pseudomonas, Staphyloccus aureus ou epidermidis · Meninas: E coli (75-90%) · Meninos: Proteus sp = E coli (50%) Apresentação clinica Pielonefrite: lesão de parênquima renal. · Dor abdominal, febre, náuseas, vômitos. · Exame sedimentário urinário: cilindros leucocitários Cistite: infecção da bexiga · Disúria, polaciúria, estrangúria, dor suprapúbica e urina com mau cheiro, SEM FEBRE. Bacteriúria assintomática: bactéria na urina · Comum em mulheres assintomáticas, urinocultura +, sem necessidade de tratamento. Exceção da gestante, precisa tratar. Por faixa etária: RN e lactentes: sintomas inespecíficos, febre ou hipotermia, vômitos, anorexia, irritabilidade, icterícia, distensão abdominal e ganho de peso ponderal. Acima de 2 anos: Disúria, polaciúria, uregencia miccional, incontinência urinaria, enurese secundária e sintomas sistêmicos com febre e dor abdominal. Fatores de risco Sexo feminino, treinamento de toalete, anormalidades anatômicas, refluxo vesicoureteral, bexiga neurogênica, atividade sexual, constipação. Patogênese Infecção ascendente, raramente é hematogênica. Bactérias com fimbrias P, causam pielonefrite Diagnóstico EAS (Urina I): Leucócitos, nitrito + (gram -), cilindros Urinocultura: critérios de Kass · Jato médio (crianças maiores): >100.000 UFC do mesmo patógeno e > 50.000 UFC + exame de urina I com piúria = provável ITU · Cateterismo/sonda vesical (Lactentes): > 1.000 UFC · Punção supra-púbica (Lactentes): Qualquer crescimento bacteriano é considerado positivo · Saco coletor (Lactentes): grandes chances de contaminação. Terá valor se negativo Contaminação: semeadura precoce, geladeira. Pielonefrite associação com sepse: colher hemocultura Estudo de imagem · USG (alterações anatômicas), deve ser realizada em todas as crianças menores de 3 anos com ITU febril, bem como em 2º episodio de ITU para investigar malformação e presença de lesão renal. Indicado na pielonefrite, na 1ª ITU com febre. · Cintilo renal com DMSA: Hipocaptação do radioisótopo focal ou difusa e aumento do volume renal. Indicado em pielonefrite que não pode ser realizado por meio de exames de urina e ATB prévio, ITUs de repetição, por agentes não E coli, refluxo vesicoureteral, bem como cicatriz pielonefrítica (5- 6 meses após o episódio). · Uretrocistografia miccional (UCM): refluxo vesicoureteral, disfunção miccional. Indicado a partir da 2ª UTI febril. Tratamento Precocemente, mesmo antes do resultado da urocultura e antibioticoterapia, quando não há suspeita de pielonefrite. RN e < 2 meses: internação (quando suspeito de pielonefrite) e antibioticoterapia IV, com cefalo de 3ª geração ou aminoglicosídeos. Maiores que 2 meses: pode ser ambulatorial Agentes antimicrobianos Dosagens VIA PARENTERAL Ceftriaxona 75 a 150 mg/kg/d Cefotaxima 75 a 150 mg/kg/d – fracionada de 8/8 hrs Ceftazidima 100- 150 mg/kg/d Gentamicina 7,5 mg/kg/d Tobramicina 6 mg/kg/d - fracionada de 6- 8 anos Amicacina 15 mg/kg/d Piperaciclina 300 mg/kg/d VIA ORAL Amoxi+ clavulanato 20 e 40 mg/kg/d - fracionada de 8/8 hrs Sulfametoxazol + trimetoprima 30 e 60 mg/kg/d- fracionada de 12/12 hrs Cafalexina 50 e 100 mg/kg/d- fracionada de 6/6 hrs Acetil-cefurooxima 20 e 30 mg/kg/d- fracionada de 12/12 hrs Cefprozila 30 mg/kg/d - fracionada de 12/12 hrs Guideline do Manejo Inicial da criança com febre/infecção urinária 2-24 meses 1-ATB para lactente com febre sem foco: Colher Urina I/EAS antes da 1ª dose via cateterismo ou punção suprapúbica 2- Febre sem foco sem necessecidade de uso imediato de antibiótico: Avaliar a probabilidade de ATB, quando alta: testa urina e quando baixa: aguardar. Exame de Urina, com 2 opções: · Cateterismo vesical ou PSP para EAS + cultura · EAS: Leucocitúria, nitrito + bacteúria. Menina <1 ano, temperatura >39º, ausência de foco urinário Menino, não circuncisado 4-20x chances de ter ITU, temperatura > 39º, febre há mais de 24 hrs, ausência de outra fonte de infecção 3- Para o diagnostico serão necessários: Uroanálise com piúria ou bacteriúria + cultura mostrando no mínimo 50.000 UFC/ml de um único patógeno, em urna colhida por cateterismo ou PSB 4- Via de adm do ATB: Via oral x Via parenteral 5- Duração do tratamento: Nunca deve ser inferior a 7 dias, com preferencia de 10 dias, entre 7-14 dias. 6- Exame de imagem · 1ª ITU febril: USG de vias urinárias · 2ª ITU febril: Uretrocistografia miccional, não é rotina, exceto que tenha alterações no USG renal Refluxo Vesicoureteral Fluxo retrógrado de urina da bexiga para o ureter e a pelve renal Inserção anômala ureter na do bexiga. Nefropatia do refluxo: HAS, IRC Classificação com exame de imagem Quanto maior grau, maior probabilidade de lesão renal Grau I e II: resolução espontânea Grau II: unilateral, detectado na criança pequena Grau IV e V: resolução espontânea é rara Imagem: Evita a pielonefrite e lesões renais, manejo clinico: ATB profilático. Correção endoscópica do refluxo: abscesso renal ou perirrenal e aquelas com ITU obstruída Prevenção Pacientes com achados USG do pré-natal, crianças com alterações do trato urinário, dilatação grave, refluxo vesicoureteral grau 3,4 e 5. Tratamento: · Nitrofurantoína: 1 a 2 mg/kg/d (não usar em < 2 meses) · Sulfametoxazol+ trimetoprima: 1 a 2 mg/kg/d · Cefalexina:20-30 mg/kg/d 1
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