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VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Sobrecarga de câmaras cardíacas Aumentos da pré-carga (volume de sangue que chega ao coração) ou da pós-carga (resistência à impulsão do sangue). As sobrecargas de volume, como nas insuficiências valvares, acarretam dilatação das câmaras cardíacas e as sobrecargas de pressão, como a hipertensão arterial e a estenose aórtica, produzem hipertrofia do miocárdio. O padrão ouro para dimensionar o aumento das cavidades e a espessura da parede é o ecocardiograma. O ECG não é adequado para distinguir entre dilatação e hipertrofia, mas é um exame mais simples e menos preciso. A denominação “sobrecarga” nem sempre é adequada porque há casos de hipertrofia miocárdica sem sobrecarga, por exemplo, a cardiomiopatia hipertrófica familiar. A sobrecarga ou aumento de uma câmara pode acarretar no ECG modificações diversas da onda P ou do complexo QRS: aumento de amplitude, aumento de duração ou ainda desvio de eixo. V1 a onda P pode ser bifásica, pois vê o vetor se aproximando e depois se afastando. Sobrecargas são alterações eletrocardiográficas relacionadas ao aumento da carga imposta ao coração. Há dois tipos fundamentais de sobrecarga de câmaras cardíacas: 1) As sobrecargas de volume, causadas por aumento de pré-carga, como os refluxos valvares, que aumentam o diâmetro da cavidade e produzem dilatação da câmara. 2) As sobrecargas de pressão, consequentes ao aumento da pós-carga, como as estenoses valvares e as hipertensões arteriais sistêmica e pulmonar, que aumentam a espessura da parede da câmara, produzindo hipertrofia. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C 1. Sobrecarga de átrio esquerdo Atraso de condução elétrica para o átrio esquerdo, uma vez que o estímulo elétrico surge no AD. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Onda P bifásica (corcova de camelo ou entalhe mediano) em DII. Aumento da parte negativa da onda P em V1. D2 V1 VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Índice de Morris: é um indicador eletrocardiográfico de sobrecarga de AE; em V1, o componente negativo da onda P é maior do que o componente positivo. 2. Sobrecarga de átrio direito Causas: TEP, DPOC, fibrose pulmonar, asma grave, Estenose tricúspide / Insuficiência tricúspide, Hipertensão arterial pulmonar, Estenose pulmonar. Onda P com amplitude maior que 3 mm (apiculada) em DII. Componente positivo da onda P em V1. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Nos casos de cor pulmonale crônico por enfisema pulmonar a onda P caracteristicamente se desvia para a direita, além de +60°, tornando-se negativa em aVL e grande amplitude nas derivações D2, D3 e a VF. A amplitude em D3 é maior que em Dl (D3 > Dl). Essas alterações, decorrentes da verticalização do eixo elétrico do coração, caracterizam a chamada onda P pulmonale. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Sobrecarga de átrio esquerdo Sobrecarga de átrio esquerdo Insuficiência ou estenose mitral, HAS, ... VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Sobrecarga ventricular Sobrecarga de VD: desvio do vetor/eixo para a direita causas: TEP. Sobrecarga de VE: desvio do vetor/eixo para a esquerda causas: HAS crônica, estenose de aorta, coarctação de aorta, ICC de câmara esquerda. 3. Sobrecarga ventricular direita (SVD) A SVD é diagnosticada quando os potenciais elétricos do ventrículo direito hipertrofiado superam as forças elétricas do ventrículo esquerdo. Na determinação espacial dos vetores observam-se desvios dos eixos do QRS, em direção ao VD: - desvio para a direita: QRS negativo em Dl e positivo em aVR; - desvio para a frente: em V1 onde normalmente é registrada a morfologia rS, teremos ondas R predominantes, com morfologias Rs, qR, qRs ou R puro; - presença de ondas S em V5 e V6 maiores que 5 mm. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C - D1 e aVL negativos; ondas R amplas em V1; ondas S em V5 e V6. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C 4. Sobrecarga ventricular esquerda (SVE) Morfologia em strain da onda T (inversão da onda T, ficando negativa), principalmente em V4, V5 e V6. SVE: Aumento do volume ou aumento da atividade muscular (hipertrofia), que são bem avaliados no ECO e pela clínica do paciente. Diagnóstico diferencial: isquemia. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Aumento da amplitude de ondas R e/ou ondas S. Orientação para a esquerda e para trás - embora haja pequeno desvio para a esquerda, na maioria dos casos a orientação do QRS continua normal. Alterações secundárias da repolarização ventricular - o segmento ST e a onda T se opõem ao QRS configurando aspecto característico denominado strain (do inglês: esforço ou estiramento). Quando há hipertrofia ventricular, a despolarização demora mais para atravessar a parede e as células próximas do endocárdio, as primeiras que foram despolarizadas, começam a se repolarizar, invertendo o sentido da repolarização e a onda T no ECG. Os critérios mais comuns levam em conta apenas o aumento de voltagem do QRS. Como a voltagem do QRS pode diminuir em situações diversas, como em obesos, em idosos, na presença de edema generalizado e em doenças como a DPOC, foram descritos outros métodos que consideram também fatores como as alterações da repolarização ventricular (strain) e evidências indiretas de SVE (SAE e distúrbio de condução do ramo esquerdo). Assim, torna-se possível diagnosticar SVE mesmo na ausência de aumento da amplitude do QRS. Como estes critérios apresentam sensibilidade e especificidade diversas (Tabela 2.1), pesquisamos habitualmente mais de um para o diagnóstico de SVE (Figura 2.9). Como existem outras situações clínicas nas quais a onda T pode estrar negativa em V4 a V6, deve-se aplicar os critérios de Sokolow para ter certeza de que se trata de uma SVE. Esse critério baseia-se na somatória da amplitude da onda S em V1 com a onda R em V5; caso o valor seja maior que 35 mm, há uma grande probabilidade de ser uma SVE. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C
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