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Centro Universitário de Araras “Dr. Edmundo Ulson” Educação à Distância – EaD
Licenciatura Plena em Sociologia
	Somos uma equipe de Consultores acadêmicos especializados em:
✅TCC	
✅Artigo científico;
✅Trabalhos de portfólio;
✅ Horas complementares;
✅ PIM;
✅ Resenha crítica
✅ Questionários 
✅ Apresentação em Power point
✅ Mestrado;
✅ Doutorado;
✅Artigos de pós-graduação
✅ Estágio 
✅Relatório final de estágio
Acesse o link direto e solicito seu orçamento https://wa.me/551196829-3405 
Me chama no WhatsApp (11) 96829-3405
RELATÓRIO DO ESTÁGIO: LICENCIATURA PLENA EM SOCIOLOGIA
Observação, participação, regência e outras vivências
Trabalho apresentado como pré-requisito para obtenção de créditos no Estágio Supervisionado do curso de Licenciatura em Sociologia no Centro Universitário de Araras Dr. Edmundo Ulson – UNAR (turma 191p), pólo Belo Horizonte, pelo graduando Alexsandro Gomes do Nascimento
 (
BELO
 
HORIZONTE
)
2019
RELATÓRIO DO ESTÁGIO EM SOCIOLOGIA – LICENCIATURA PLENA NA ESCOLA ESTADUAL “MARIA DE LOURDES DE OLIVEIRA”
 (
(Belo
 
Horizonte-MG)
)
Centro Universitário de Araras “Dr. Edmundo Ulson” EaD/UNAR – Licenciatura Plena em Sociologia Estágio Curricular
Instituição: Escola Estadual “Maria de Lourdes de Oliveira”, Belo Horizonte-MG Período: 07 de março de 2019 a 09 de julho de 2019, às segundas-feiras e de quarta a sexta-feira
Aluno: Alexsandro Gomes do Nascimento – RA: 1930793
Coordenadora-Tutora: 
RESUMO: O presente relatório visa explicitar as conclusões a que se chegaram ao decorrer das atividades do estágio em licenciatura plena em Sociologia. As atividades ocorreram na escola estadual Maria de Lourdes de Oliveira (Belo Horizonte-MG). O objetivo é a conscientização e a efetivação dos ideais relacionados ao ensino na Educação Básica.
SUMÁRIO
Introdução
· Ofício de Encaminhamento para Estágio Supervisionado de Sociologia.
· Termo de Cooperação – Escola Estadual Maria de Lourdes de Oliveira – Ensino Fundamental e Médio.
Capítulo I
· Caracterização da Unidade Escolar – Escola Estadual Maria de Lourdes de Oliveira – Ensino Fundamental e Médio.
a. Relatório produzido com as informações do Estágio I
b. Croqui da escola
c. Organograma
d. Grade de Horário das aulas de Sociologia
e. Cópias das entrevistas
Capítulo II
· Observação e Participação em sala de aula.
a. Relatório produzido no Estágio de Observação (Estágio II)
b. Fichas de Coordenação de Estágio para Observação em sala de aula (Estágio II).
c. Relatório produzido no Estágio de Participação (Estágio II)
d. Fichas de Coordenação de Estágio para Participação em sala de aula (Estágio II).
Capítulo III
· Regência
a. Relatório de preparação de plano de aula (planejamento)
b. Cópia dos Planos de Aula
c. Relatório de Regência
d. Fichas de Coordenação de Regência (Estágio III)
Capítulo IV – Outras Vivências Escolares
· Considerações Finais
· Anexos
· Declaração de Estágio Realizado (400 horas)
Conforme disposto da Lei nº 11.788, de 25/09/2008.
Termo de Cooperação para a realização de Estágio Curricular
Termo de Cooperação que entre si celebram o UNAR – Centro Universitário de Araras “Dr. Edmundo Ulson” e a Escola Estadual Maria da Lourdes de Oliveira.
UNAR – Centro Universitário de Araras “Dr.Edmundo Ulson”, situado na Avenida Ernani Lacerda de Oliveira, n.º 100, Parque Santa Cândida, neste ato representado pela Reitora, Raquel Cristina Barbosa Ulson Spindler, residente e domiciliada nesta cidade de Araras/SP, portadora do RG n.º 16.386.519-X CPF n.º 095.920.488-19 doravante denominada simplesmente UNAR, e do outro lado a Escola Estadual Maria de Lourdes de Oliveira, situada na rua José Isidoro de Miranda n.º 140, bairro Maria Goretti em Belo Horizonte, no Estado de Minas Gerais; CEP: 31.930-540, e neste ato, representada por sua representante legal, Diretora Marléia Dias Avelar, brasileira, residente e domiciliada na cidade de Belo Horizonte, no Estado de Minas Gerais, doravante denominada concedente, firmam o presente Termo de Compromisso sob as seguintes cláusulas e condições:
CLÁUSULA PRIMEIRA – DO OBJETIVO
1.1 Concedente compromete-se a conceder estágio a alunos regularmente matriculados nos Cursos de Licenciaturas, Bacharelados e Tecnólogos mantidos pelo UNAR – Centro Universitário de Araras “Dr. Edmundo Ulson”.
1.2 O estágio deve proporcionar a complementação do ensino e da aprendizagem, a fim de se constituir em instrumento de integração de aperfeiçoamento técnico, científico, cultural e social.
CLÁUSULA SEGUNDA – DA RESPONSABILIDADE DAS PARTES
2.1 Compete ao UNAR:
2.1.1 Contatar as escolas “campo de aplicação” e dos participantes do processo educativo.
2.1.2 Desenvolver projetos relacionados a áreas de estudo.
2.1.3 Orientar, acompanhar e avaliar estágios realizados no âmbito deste acordo.
2.1.4 Enviar de documentos cabíveis e relações nominais com antecedência de seu início.
2.1.5 Estabelecer os critérios didático-pedagógicos necessários ao cumprimento do Estágio.
2.1.6 Indicar os docentes responsáveis pelo acompanhamento e supervisão do estágio.
2.2 Compete a CONCEDENTE:
2.2.1 Proporcionar ao estagiário condições adequadas à execução do estágio.
2.2.2 Prestar informações sobre o desenvolvimento do estágio e da atividade do estagiário, quando solicitados pelo UNAR– Centro Universitário de Araras “Dr.Edmundo Ulson”.
2.2.3 Ofertar vagas para execução da supra referido estágio.
2.2.4 Garantir ao UNAR, condições para o cumprimento das funções de orientação e supervisão do estágio em conformidade com o estabelecido no currículo do curso a que pertence o estagiário.
CLÁUSULA TERCEIRA – DAS CONDIÇÕES DO ESTÁGIO OBRIGATÓRIO
3.1 A realização do estágio obrigatório não caracteriza qualquer vínculo empregatício entre o estudante e concedente.
3.2 A jornada de atividade em estágio será definida de comum acordo entre a concedente e o aluno estagiário, de forma a permitir o atendimento de suas exigências e não ultrapassar 6 (seis) horas diárias e 30 (trinta) horas semanais, no caso de estudantes do ensino superior, da educação profissional de nível médio e do ensino médio regular.
3.3 O trancamento da matrícula, o abandono ou conclusão do curso, bem como a não observância das normas estabelecidas pela concedente e/ou a eventual ocorrência de transgressões disciplinares e atos de desrespeito e insubordinação por parte do estagiário, constituem impedimento para a continuidade do estágio.
3.4 A concessão do estágio obrigatório não incidirá em compromisso de remuneração, por parte da concedente.
CLÁUSULA QUARTA – DA VIGÊNCIA
4.1 Este termo de compromisso vigorará por prazo indeterminado, a partir da data de sua assinatura, podendo ser rescindido por quaisquer das partes mediante comunicação escrita, com aviso de recebimento.
CAPÍTULO I CARACTERIZAÇÃO DA UNIDADE ESCOLAR
ALUNO: ALEXSANDRO GOMES DO NASCIMENTO – RA: 1930793
RELATÓRIO PRODUZIDO COM AS INFORMAÇÕES DO ESTÁGIO I CARACTERIZAÇÃO DA UNIDADE ESCOLAR
Meu contato inicial com a Escola Estadual Maria de Lourdes de Oliveira ocorreu da forma que descrevo doravante. Eu já conhecia o professor de Sociologia (Kelson Bueno) desde o ano de 2013 quando trabalhamos em outra escola da cidade de Belo Horizonte (Escola Estadual “Professora Alaíde Lisboa de Oliveira”, no bairro Taquaril), eu ainda graduando em outro curso superior, mas professor substituto de Sociologia. Por isso, ao saber que teria de realizar o estágio a fim de obter a licenciatura plena, procurei o professor mencionado. Porém, o mesmo já foi me apresentando à professora Sônia Lopes, pois precisou ser substituído pelo fato de estar se licenciando para a realização de um mestrado. A professora Sônia, substituta do professor Kelson, foi quem me apresentou à diretora Marléia que, pronta e solicitamente, me acolheu.
Como fui recebido pela diretora Marléia numa sexta-feira anterior ao feriado de Carnaval (1º de março), ficou combinado de eu iniciar as atividades do estágio na 5ª feira imediatamente posterior aoferiado/recesso, isto é, no dia 07 de março do ano corrente.
A ESCOLA ESTADUAL “MARIA DE LOURDES DE OLIVEIRA”
Inaugurada no dia 06 de junho de 1987, a Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio “Maria de Lourdes de Oliveira” localiza-se à rua José Isidoro de Miranda, nº 140, bairro Maria Goretti, na região nordeste de Belo Horizonte-MG. A escola foi batizada, quando de sua inauguração, com o nome “Maria de Lourdes de Oliveira” em homenagem à professora homônima (in memoriam) que lecionava na EE José Isidoro de Miranda (próxima à escola em questão) e que muito se empenhou na construção e inauguração da escola Maria de Lourdes.
A localização da escola é de fácil acesso, tendo em seu entorno – rodeado pelas vias Av. Cristiano Machado, a rodovia MG-05 e um extenso trecho da BR-381(262) – os bairros Eymard, Pirajá, Fernão Dias, São Marcos, Ipê e as vilas São Dimas e Luiz de Abreu (às margens da BR-381). Passam próximo à escola as linhas de ônibus 8205, 8207 e 8501 em direção ao Centro de Belo Horizonte e região.
A infraestrutura da escola apresenta as seguintes subdivisões: 02 (dois) pavimentos, cada um com 02 (dois) andares, sendo 16 salas de aula, atendendo em 03 (três) períodos. Pela manhã, das 07h00 às 11h30, 13 (treze) turmas de ensino médio regular (6 primeiros, 4 segundos e 3 terceiros anos); à tarde, das 13h00 às 17h30, 12 (doze) turmas de ensino fundamental II (6º a 9º anos, sendo três turmas para cada série); à noite, das 18h00 às 22h15, 08 (oito) turmas – sendo 03 de ensino médio regular (01 de cada série) e 05 de educação de jovens e adultos (EJA, 02 de 1º e 2º anos e 01 de 3º ano).
A capacidade física total por sala é de 40 (quarenta) alunos, com número aproximado de 40 (quarenta) alunos por sala, alçando um público de 1.116 (hum mil cento e dezesseis alunos, no total dos três turnos, atendendo 448 (quatrocentos e quarenta e oito) alunos no período da manhã, 386 (trezentos e oitenta e seis) no período da tarde e 282 (duzentos e oitenta e dois) alunos no turno da noite.
As salas de aula são arejadas e bem iluminadas, com um ventilador em cada uma das mesmas. A escola atende alunos do Ensino Fundamental Ciclo II, apenas no turno da tarde. As turmas do Ensino Médio são atendidas nos turnos da manhã e da noite.
Por ora, a escola não atende a comunidade aos finais de semana, conquanto tenha projetos parceiros com outras instituições no cotidiano do corpo discente.
A escola possui 01 (um) estacionamento, 01 (uma) sala de professores (que fica numa construção à parte dos blocos mencionados, onde, também, estão localizados os banheiros de uso exclusivo do corpo docente), 01 (uma) secretaria, 01 (uma) sala de diretor, 01 (uma) sala de vice-diretor, 01 (uma) sala de coordenação pedagógica, 01 (uma) sala de departamento pessoal, 01 (uma) sala de informática, 01 (uma) biblioteca, 01 (um) laboratório de Ciências Naturais, 02 (duas) salas de vídeo e multimídia, 01 (um) almoxarifado, 01 (uma) sala de dispensas diversas, além da cantina com refeitório para que os alunos merendem, banheiros masculino e feminino para os alunos e alunas. Além disso, há no loteamento da escola (no entorno dos blocos/torres de salas de aula) uma vasta área com uma antiga imensa mangueira (pé-de-manga), embaixo da qual há mesas para descontrações e jogos de cartas/tabuleiros; próximo a essa área, há uma quadra de peteca (e esportes que exigem uma área menor de atuação), bem como um pequeno ginásio (quadra poliesportiva, com arquibancada para torcidas em ambos os lados. Próximo à construção em separado que forma a sala dos
professores, há um espaço de cerca de 360m2 no qual é possível desenvolver projetos de cunho botânico; atualmente, nessa área, há um pomar e algumas hortas, cujos produtos são utilizados na complementação da merenda. Enfim, a área total da escola é de 7.450m2.
O corpo docente é formado por 67 (sessenta e sete) professores & 25 (vinte cinco) funcionários da administração, num total de 92 (noventa e dois) servidores concursados & designados. São 26 professores no período da manhã, 21 no período da tarde e 20 no período noturno. Há 01 (uma) uma Diretora, 03 (três) Vice-Diretores (o Ednilson no turno da manha, uma no turno da tarde e a Raquel no turno da noite), bem como 03 (três) Coordenadoras Pedagógicas (sendo a Luzia no turno da manhã e as outras duas referentes aos turnos da tarde e da noite).
Pelo fato de ainda não haver rampas de acesso às salas de aula do segundo pavimento, os alunos de mobilidade reduzida (na verdade, todos do segundo ano do ensino médio) ficam numa sala específica, preparada para a turma (201) à qual os mesmos pertencem, no primeiro pavimento.
Em relação ao cotidiano que foi observado, pode-se dizer que direção e vice- direção, junto ao Colegiado e ao Grêmio Estudantil, fizeram um pacto pela aplicação da disciplina (não militarização/ditadura). No caso do turno da manhã, onde atuei com maior carga horária, alunos podem entrar para as aulas até as 07h10, mas estão proibidos de entrar para a sala de aula até o segundo horário (às 07h50). Se não houver justificativa plausível, o vice-diretor “Ed” conduz os alunos à assinatura de uma ocorrência (completadas três, os pais/responsáveis são obrigatoriamente convocados a uma reunião com a vice-direção e professores), trabalho que o mesmo faz com dedicação, amor e compromisso. A escola também adotou o chamado “conceito único”, no valor de 05 pontos em cada bimestre: para cada ocorrência assinada, os alunos perdem, em todas as disciplinas, um ponto; em caso de ocorrência por uso indevido de aparelhos celulares e fones de ouvido, perde-se 2,5 pontos do conceito único mencionado.
É notável o acolhimento dos alunos a essas propostas e práticas disciplinares, uma vez que o público da escola é bem acolhedor e as turmas são relativamente disciplinadas. Escrevo “relativamente”, pois, em comparação a outras instituições públicas de ensino nas quais tive experiência, pode-se dizer que a escola Maria de
Lourdes tem um público disciplinado, ficando fácil detectar os alunos que, de fato, usam de má-fé em relação à coisa pública. Sim! A escola tem se preocupado com os rumores que rondam a percepção da Nação com relação à Educação pública. As escolas públicas têm tido fama de serem centros de perversão sexual de alunos (segundo a atual ministra da Família, Mulher & Direitos Humanos), de balbúrdia e “ideologização esquerdista” (segundo o Presidente de República e o ministro da Educação), entre outras difamações. Os alunos são cotidianamente conscientizados de que quem faz a escola pública são os mesmos e que eles têm de se responsabilizar tanto pela reputação quanto pela qualidade do ensino que é financiado com o dinheiro dos impostos pagos pela população.
Fonte: Projeto Político-Pedagógico da Escola Estadual Maria de Lourdes de Oliveira
GRADE DE HORÁRIOS DAS AULAS DE SOCIOLOGIA
 (
Maria
 
de
 
Lourdes
 
de
 
Oliveira
)Escola Estadual
TURNO MANHÃ
	HORÁRIO/DIA
	SEG
	TER
	QUA
	QUI
	SEX
	SÁB1
	1º
	104
	-
	202
	-
	102
	
	2º
	203
	-
	módulo
	-
	103
	módulo
	3º
	333
	-
	106
	-
	302
	
	4º
	módulo2
	-
	201
	-
	101
	
	5º
	204
	-
	105
	-
	301
	
	6º
	módulo
	-
	módulo
	-
	módulo
	
TURNO NOITE
	HORÁRIO/DIA
	SEG
	TER
	QUA
	QUI
	SEX
	1º
	-
	-
	-
	-
	-
	2º
	-
	-
	-
	-
	-
	3º
	-
	-
	-
	205
	-
	4º
	-
	-
	-
	107
	-
	5º
	-
	-
	-
	303
	-
1 As aulas aos sábados visam, em geral, completar a carga horária em débito nos módulos semanais, os chamados “dias escolares”. Quando são sábados letivos, o horário de aulas depende do dia da semana ao qual o sábado se refere, tanto como recomposição da carga horária anual, quanto como reposição de greves/paralisações.
2 Os módulos consistem nas horas de atividades de planejamento, pesquisa e estudo que o professor precisa cumprir extraclasse. Para cada hora-aula, o professor precisa cumprir 15min de módulo. No caso do cargo em questão, que é de um total de 16h/a (13h/a pela manhã; 03h/a à noite), o total de módulos semanais tem de ser de 08h/a, a fim de completar a carga total de 24h semanais(16h/a em sala + 08h/a de módulo)
CAPÍTULO II
OBSERVAÇÃO E PARTICIPAÇÃO EM SALA DE AULA
ALUNO:
– RA: 1930793
 (
ALEXSANDRO
 
GOMES
 
DO
 
NASCIMENTO
)RELATÓRIO PRODUZIDO COM AS INFORMAÇÕES DO ESTÁGIO II
OBSERVAÇÃO E PARTICIPAÇÃO EM SALA DE AULA
Antes que se discorra acerca da metodologia e das atividades, é imprescindível esclarecer que minha observação foi participante, dentro daquilo que em Ciências Sociais se pode definir como método de “pesquisa-intervenção psicossocial”: ao mesmo tempo em que se observa o objeto de estudo, interage-se com o mesmo, num processo concomitante de transformação mútua (pesquisador/pesquisado). O que será relatado neste trabalho está, então, separado de forma didática, mas aconteceu já no primeiro dia tanto a observação-participante quanto a participação-observante.
Optei por tal metodologia porque é comum que o estagiário se sinta acuado pelo receio de que chegue à instituição para intervir. Isso porque “intervenção” foi ganhando uma conotação de intromissão, intrometimento, invasão, incômodo e termos correlatos. Mas a metodologia da pesquisa-intervenção psicossocial, nas palavras de MACHADO (2002), caracteriza-se por:
Estabelecer uma relação de colaboração entre pesquisadores e pesquisados, de tal forma que os primeiros respondem, com uma postura clínica, a uma demanda de ajuda, escutam as manifestações verbais, entre outras, dos sujeitos sociais que participam do conjunto social, analisam, interpretam, refletem juntos, gravam, filmam, fazem a devolução do que escutaram, pensaram e registraram, numa palavra, intervêm no conjunto social, vindos de fora.
Assim, intervir é influenciar-se reciprocamente, pesquisador e pesquisado – numa prática consciente e consentida de cooperação que transforma ambas as partes. E embora continue havendo, didaticamente, o par pesquisador/pesquisado, na prática a parte pesquisada participa ativamente da pesquisa, determinando até mesmo a elaboração teórica do pesquisador, daí a cooperação.
Foi por esse viés que me propus percorrer o estágio de observação/participação na Escola Estadual Maria de Lourdes de Oliveira.
Em relação especificamente à observação, documento, aqui, o que observei nas aulas de Sociologia, ministradas pela professora Sônia, nas turmas dos turnos matutino
(às segundas, quartas e sextas-feiras, e sábado) e vespertino (às quintas-feiras). Procuro correlacionar os fenômenos observados às referências teóricas aprendidas na formação em licenciatura plena. Neste sentido, saí a observar levando comigo algumas questões: qual o interesse das turmas, tanto em relação ao Ensino Médio quanto em relação à disciplina Sociologia? Como a professora planeja as suas aulas? O que a mesma entende ser a Sociologia no ensino médio? Quais as tendências inerentes (que podem levar ao erro) de um professor de Sociologia na Educação Básica? A professora consegue fazer os alunos compreenderem a importância dos conhecimentos sociológicos para o cotidiano e para a formação pessoal dos mesmos? Quais aspectos a professora elege para avaliar tanto os alunos quanto a si própria (e como os alunos respondem a essa avaliação)? Enfim, quais posturas ela adota frente ao público discente? De quais estratégias didáticas ela se utiliza? Como ela lida com as limitações institucionais e estruturais da escola e como ela reage em relação às possíveis rejeições de alunos à Sociologia? – disciplina que, no momento, vem sendo objeto de contestação por parte dos órgãos governamentais do País.
OBSERVAÇÃO
1. Turma 205 – 07/03/2019
Como se trata do turno vespertino, esta foi, praticamente, a primeira aula da turma, num pós-recesso de Carnaval. Havia menos de dez alunos presentes, que já foram chegando e dizendo “aula mesmo, só a partir de segunda”, já que a turma fez o acordo tácito de completar o feriado. A professora Sônia fez a chamada, me apresentou como estagiário e explicou que, conquanto eu ainda estivesse em fase de observar a sala e as aulas, os alunos já poderiam ficar à vontade para procurar o meu auxílio em questões didáticas. Houve alguns comentários-discussões acerca da atitude do Presidente da República no sentido de desqualificar o Carnaval (a questão “golden shower”, amplamente noticiada pelos meios de comunicação3). O assunto foi trazido à tona pelos alunos. A professora enfatizou que seria interessante os mesmos pensarem: como a Sociologia pode responder a essas questões? Ela tentou teorizar, mas os
3 O Presidente Jair Bolsonaro publicou, em sua rede social, um vídeo que exibia o que parecia ser um evento carnavalesco, onde um homem dançava de costas para a platéia simulando introduzir o dedo no próprio ânus; a seguir um parceiro de palco passa a urinar sobre o rosto do mesmo. O Presidente quis passar a idéia do Carnaval como uma prática de perversão social, o que gerou muita polêmica.
alunos preferiram manter a discussão no nível do senso comum. Contudo, ela conseguiu passar a idéia de que jamais se pode ficar chocado com a imagem. Deve- se, numa atitude científica, fazer o esforço de sair do senso comum e de compreender o Carnaval como manifestação cultural, fazendo alusões a alguns conceitos antropológicos, como os de “etnocentrismo” e “relativismo cultural”. Mas o horário acabou.
2. Turma 107 – 07/03/2019
O mesmo fenômeno de baixa presença, em decorrência do período de Carnaval, aconteceu na 107. A primeira impressão foi de que alunos indisciplinados, egressos do turno da manhã, decidiram se matricular à noite para “administrar o tempo” – de forma nenhuma para estudar. A turma se mostrou agitada, barulhenta e com dificuldades para respeitar as normas do turno. Houve uma discussão da professora com alunos – a maioria dos presentes – que se recusavam a deixar de usar os fones de ouvido durante a aula. A professora conseguiu dar uma aula de, no máximo, 10min, já que o tempo foi todo consumido por questões disciplinares: discussões, intervenção do coordenador de turno, assinatura de ocorrências.
3. Turma 303 – 07/03/2019
Apesar de a turma estar vazia (máximo 9 pessoas presentes), fiquei sabendo pela professora que a totalidade de alunos estava ali. É que, conquanto haja cerca de 40 alunos matriculados, apenas dez são freqüentes – os mesmos que estiveram na aula, apesar do período carnavalesco. Na verdade, das nove pessoas presentes, apenas as alunas se mostraram interessadas e elas são um total de cinco alunas. Os alunos homens facilmente se dispersam e se distraem com jogos de celulares. A professora tentou alguma intervenção, mas preferiu se esquivar, frente a olhares agressivos e expressões ameaçadoras de alguns deles. Mas a aula prosseguiu normalmente com as alunas e foi muito parecida com a aula ocorrida na turma 205, acima relatada.
4. Turma 102 – 08/03/2019
Uma manhã de sexta-feira pós-Carnaval e, apesar disto, turma lotada. 42 alunos presentes curiosos e participativos. A professora Sônia me apresentou à turma,
explicando-lhe os objetivos, funções e atuações que vou exercer ali. A seguir apresentou aos alunos o programa da disciplina para o ano de 2019, fez recomendações acerca do livro que seria entregue na próxima semana e iniciou a aula com a seguinte questão: “O que é a Sociologia e por que há apenas uma aula por semana da disciplina?” Ela passou a dizer à turma que há muitas questões políticas e culturais que perpassam as decisões relativas à Sociologia como disciplina na Educação Básica, especialmente no Ensino Médio. Uma dessas questões é o fato de que a Sociologia é uma disciplina muito recente, já que as Ciências Sociais se constituíram como um campo do conhecimento num momento histórico recente em relação às demais Ciências. Disse que desde que existe ser humano no Planeta, existem sociedades; então por que somente “agora” é que se iniciam as ciências que estudam as sociedades? – perguntou. Os alunos deram alguns pareceres, mas, como um todo, a turma confessou que não sabia dizer os porquês dessa discrepância. A partir disso, a professora Sônia passaa demonstrar a importância de se compreender como a vida em sociedade, no tempo/espaço e dentro de determinados fatores históricos e culturais (como as transformações na divisão do trabalho, ocorridas quando da Revolução Industrial), produz conhecimento. Assim, a professora deu início aos aspectos históricos da consolidação da Sociologia como uma Ciência. Sinal dado, aula concluída e turma satisfeita.
5. Turma 103 – 08/03/2019
No segundo horário dessa manhã de sexta-feira pós-Carnaval, dirigimo-nos à sala ao lado, outra turma de 1º ano do Ensino Médio. Turma lotada e tão interessada quanto a 102, mencionada acima. A diferença é que se trata de uma turma falante, onde se pôde perceber uma tendência a problematizar por problematizar. Um desejo de apenas mostrar opiniões, sem paciência com o crivo do conhecimento. Mas, em a professora se posicionando e impondo o fato de que os alunos estão em situação de sala de aula e que (apesar da alegria e euforia) a compreensão do conhecimento exige disciplina, a turma foi se aquietando. A aula transcorreu a partir dos mesmos moldes da turma anterior, isto é, a professora Sônia fez a mesma problematização com a diferença de que, devido a tendência à dispersão da turma, percebi que a professora adotou a estratégia de escrever um texto-esquema no quadro. Isso fez com que os alunos se concentrassem em copiar, diminuindo, assim, a conversa característica.
6. Turma 302 – 08/03/2019
Esta, que foi a primeira turma do terceiro ano do turno matutino com a qual eu tive contato, causou a impressão de um 3º ano que já vem de um percurso de desinteresses desde o 1º ano (fato confirmado posteriormente pela professora). A professora tentou ser gentil e fez a chamada, mesmo em meio ao barulho e à agitação característica da turma. Mas as vozes elevadas chamaram a atenção do vice-diretor (o Ednilson) e, nessa data não foi possível haver a aula de Sociologia. Ednilson pediu licença à professora Sônia para ter uma conversa com a turma. Explicou aos estudantes que eles são alunos do ensino médio de uma escola pública, prestes a realizar provas institucionais (ENEM) e lhes perguntou se eles tinham um entendimento do que isso significa. Explicou-lhes que, desde o primeiro dia de aula, vinha recebendo reclamações dos professores e que a turma deveria agradecer à gentileza da professora Sônia que ainda não o havia procurado acerca dessas questões. Percebi que a turma sentiu a determinação disciplinar da instituição. O vice-diretor propôs que a professora aplicasse um exercício com quatro perguntas a partir do livro-texto, enquanto ele foi chamando, fora da sala, um por um dos alunos e lhes perguntando o que eles esperam da escola e se eles poderiam cooperar mencionando quais colegas têm tido a persistência em ser indisciplinados. Ele avisou à turma que chamaria um por um e lhes abordaria com essas duas questões. Os colegas mais mencionados passariam por uma intervenção institucional, incluindo a convocação dos pais/responsáveis. Nisto o horário se completou e fomos para o intervalo.
7. Turma 101 – 08/03/2019
O intervalo demorou um pouco, em decorrência das explicações e discussões subseqüentes em relação ao ocorrido na turma 302, acima mencionado. Outra turma lotada e interessada, do 1º ano do ensino médio. A professora me apresentou à turma, fez a chamada e adotou as estratégias às quais havia recorrido na turma 102.
8. Turma 301 – 08/03/2019
Chegamos ao último horário com o corpo discente e encontrei um 3º ano muito interessado. Cerca de 40 alunos, discretos e inquiridores, logo queriam saber os
 (
Kelson
)porquês de o professor	(titular da disciplina) não mais ser o professor deles, o
 (
MG.
) (
Sônia
) (
Sônia
)que a professora deixou explicitado e que se coaduna ao que mencionei no início do presente relatório. A seguir, feita a chamada e a apresentação do estagiário, a professora falou da importância de se criticar, fundamentadamente, até mesmo os conteúdos apresentados pelo livro didático 4 especialmente em se tratando de alunos que almejam a aprovação em Universidades pelo ENEM.5 Primeiramente a professora enfatiza as vantagens do livro didático em questão: talvez o primeiro a apresentar, de forma específica, os conteúdos antropológicos (de fato, a primeira unidade do livro, composta de cinco capítulos, versa sobre a Antropologia e seus principais autores), bem como delineia precisamente as três Ciências Sociais (além da unidade 01 que versa sobre a Antropologia, as unidades 02 e 03 versam sobre a Sociologia e a Ciência Política, respectivamente). A seguir, passou a falar das principais limitações por ela observadas: 1) não há sequer a menção, no livro, da proposição do sociólogo estadunidense Charles Wright Mills (1916-1962), a saber: a imaginação sociológica, que é um conteúdo que consta do currículo básico comum
(CBC) da disciplina em 
A professora 
explicou que os elementos da
imaginação sociológica (biografia, história e estrutura) são de fundamental importância para a compreensão científica, cultural e profissional, e que iria ver se seria possível o estagiário trabalhar com a turma algo sobre o assunto. 2) Disse, rapidamente, que, conquanto elogiasse a inovação do livro no sentido de ter uma unidade específica sobre a Ciência Política, que achou a mesma muito fraca e que iria incrementá-la nos conteúdos didáticos. 3) Por fim, mencionou o fato de que um importante teórico, que juntou Sociologia e Cultura (numa dialética), sequer foi mencionado (nem na unidade sobre Antropologia/Cultura e nem na unidade sobre Sociologia/Sociedade: Norbert Elias (1897-1987), que além de tantas coisas em sua vasta obra, articulou as questões sociológicas às psicanalíticas – importante para os estudos sobre gênero e sexualidade na atualidade. A turma ouvia atentamente e, em meio às explicações, um dos alunos (Leonardo Isaque) passou a interpelar a professora no sentido de que ele era a favor da monarquia, havendo, bem no final do horário, esse desvio de assunto, mas logo o sinal bateu.
4 O livro didático adotado pela escola, período 2018-2020, é: MACHADO, Igor José de Renó; AMORIM, Henrique; BARROS, Celso Rocha de. Sociologia hoje: ensino médio, volume único. 2ª edição. São Paulo: Ática, 2016.
5 ENEM: exame nacional do ensino médio.
9. Turma 104 – 11/03/2019
Meu primeiro contato com a turma 104 me causou a impressão de uma diversificada turma de ensino médio: nem tanto interessada (como as turmas 301 e 102) e nem tão ruidosa (como a turma 302). Logo após a chamada e a apresentação
 (
Sônia,
)do estagiário, feitas pela professora	ela teve de chamar a atenção para a
frequência de fones nos ouvidos. Alguns alunos, além de terem chegado atrasados, insistiam em não tirar o fone e a professora exigia que os fones fossem retirados “dos corpos” e não dos ouvidos apenas. Um dos alunos foi encaminhado à vice-direção para assinar uma ocorrência (cuja conseqüência é a perda de 2,50/5,00 pontos do “conceito único”) e, então, a turma sentiu o peso da intervenção docente. Acalmados os ânimos, a professora adotou o mesmo estilo de aula utilizado na turma 102, acima relatado.
10. Turma 203 – 11/03/2019
Parece que a turma 203 é, existencialmente, um prenúncio do que é a turma 302, pois a situação foi exatamente idêntica à relatada, acima, acerca da turma 302. Turma cheia, agitada, irreverente e desrespeitosa, como se a professora nem existisse.
 (
Ednilson
)O ruído da turma chegou ao	(o vice-diretor), que fez a mesma intervenção
ocorrida na 6ª feira anterior, na turma 302 (que vide).
11. Turma 333 – 11/03/2019
A caminho da sala, a professora me explicou o porquê da numeração aparentemente não-sequencial da turma. É que a mesma fora recém-autorizada pelo inspetor da superintendência (SRE-Metropolitana A)6 e, como já há uma turma à noite sob o número “303” (e o sistema integrado não migraria os dados para uma outra turma), preferiu-se batizar a nova turma com “333” para não se perder a alusão ao 3º ano do ensino médio. Esclarecido o fato, eu e a professora entramos na turma que estava, quasea metade, fora de sala, envolvida no “Projeto Ecos”, fruto da parceria de uma faculdade privada com a escola. Como os alunos foram chegando aos poucos, a professora deixou para fazer a chamada mais ao final da aula. A professora tentou seguir o padrão do que fora feito na turma 301, acima relatado, mas a aula foi interrompida pelo menos cinco vezes por questões da escola: 1) levaram o livro de
6 SRE-Metropolitana A: superintendência regional de ensino à qual pertence a escola. “A” se refere às regiões nordeste, sul e leste da cidade de Belo Horizonte, bem como aos municípios próximos a essas regiões.
ponto para ela assinar, 2) aviso acerca do “Projeto Ecos”, 3) aviso sobre como seria o próximo “Dia D”,7 entre outros avisos e interrupções. Fiquei pensando: a Sociologia é lecionada apenas uma vez por semana e ainda tem de concorrer com os imprevistos institucionais...
12. Módulo (das 09h50 às 10h40) – 11/03/2019
Relato, aqui, algumas situações de módulo8, pois os mesmos fazem parte do
 (
Sônia
)trabalho do professor em sala de aula. No módulo em questão, a professora me
apresentou o plano anual de curso, a fim de que eu pudesse ver qual tema eu gostaria de trabalhar com a turma, quando do estágio em docência. De fato, a leitura do programa da disciplina emulou em mim muitas idéias sobre o que enfatizar quando for exercer a docência no estágio. Findo o horário de módulo, seguimos para a turma 204.
13. Turma 204 – 11/03/2019
A turma 204 é bastante semelhante à 203 nos quesitos comportamentais, mas há alunos mais interessados que resgatam essa tendência à dispersão. A professora fez a chamada, apresentou o estagiário e, em seguida, conseguiu adotar as mesmas estratégias e assuntos relatados na turma 301, acima. A diferença é que a aula foi muito entrecortada pela indisciplina de alguns, que se utilizavam do fato de estarmos no último horário para justificarem o desinteresse, o cansaço ou até mesmo a completa indisposição de sequer tirar o caderno da bolsa. Contudo, a professora conseguiu expor as questões. A aula terminou quando a professora desenhava um esquema retratando os três elementos da imaginação sociológica (biografia, história e estrutura).
14. Turma 202 – 13/03/2019
Em uma quarta-feira pela manhã, o que temos no primeiro horário? Uma turma de segundo ano do ensino médio interessada em aprender. Após a chamada e a
 (
Sônia,
)apresentação do estagiário, feitas pela professora alguns alunos interpelaram a
professora com questões do tipo: Por que a Sociologia só fala sobre gênero, raça, fala mal do governo e de liberação da maconha? A professora Sônia pontuou que os questionamentos eram relevantes e que nos mesmos havia elementos salutares
7 “Dia D” é uma prática comum aos formandos dos 3ºs anos de ensino médio, quando, entre outras práticas, eles decidem usar fantasias retratando alguma tribo social ou práticas cotidianas (como vestirem-se de pijama e “babydoll”).
8 O módulo está definido e explicitado nas notas de rodapé acerca dos horários da escola (que vide).
embrulhados em equívocos.
De forma bem didática, afirmou e perguntou: Toda disciplina tem seus conteúdos básicos; por exemplo, vocês podem fazer as operações mais complexas em matemática, mas o que de básico estará envolvido nessas questões complexas? A turma deu várias respostas, mas todos concordaram que qualquer operação matemática estará perpassada pelas quatro operações básicas (adição, subtração, multiplicação e divisão).
A professora continuou demonstrando: “Nas linguagens, o que perpassa qualquer texto são as letras, as palavras, a frase e o período, bem como os estudos morfológicos e sintáticos. Nas ciências naturais há os critérios mínimos (célula, na Biologia; átomo, na Química; e movimento, na Física)”. A seguir, ela pergunta aos alunos: “Quais são, então, os elementos básicos dos estudos sociológicos?” Eles começam a enumerar: “as questões de gênero, étnico-raciais, classe social...” e ela complementa: “...a divisão do trabalho e até mesmo a relação da sociedade com o meio ambiente e com os animais utilizados no consumo humano”.
 (
Sônia
)A professora explicitou aos alunos que não se trata de “doutrinação”, isto
é, de fazer os alunos serem “a favor” ou “contra” algum desses fatores, mas de saber analisá-los à luz das teorias sociológicas. Ela citou como exemplo o problema social do aborto. Disse: “Não é papel da escola e nem da professora fazer um aluno concordar ou não com a ‘DESCRIMINALIZAÇÃO DE ABORTO DE EMBRIÕES’ [escreveu no quadro, enfatizando], mas de dar elementos interpretativos aos alunos no que concerne à ‘REALIDADE’ [escreve no quadro] ‘SOCIAL’. E qual é a realidade (concordando-se com a mesma ou não)? Que o tema do aborto passa por uma questão de gênero e classe social e até de divisão do trabalho”.
“Como assim, professora?” – alguns alunos perguntaram. Ela respondeu: “No Brasil atual, um aluno de Sociologia precisa compreender que ‘apenas a GESTANTE POBRE é criminalizada pela sociedade’ [escreveu no quadro]. Médicos, geneticistas, pesquisadores, cientistas, clínicas de reprodução assistida etc. ‘DESCARTAM (= MATAM) MILHARES de embriões’ [escreveu no quadro] e nem são criminalizados por isso. A própria sociedade não vê isso como um crime – a menos que seja ‘UM embrião no útero de uma gestante POBRE’ [escreveu no quadro]”.
“Quais são as questões sociológicas, aqui? 1) Que médicos e pesquisadores podem abortar ‘MILHARES’ de ‘EMBRIÕES, mas a trabalhadora não pode retirar UM
EMBRIÃO de seu útero (por isso, ele cresce e acaba chegando à situação daqueles vídeos que vocês vêem no Facebook e que escandalizam todos nós) – isso é DIVISÃO DO TRABALHO: um médico/pesquisador/proprietário de clínicas de reprodução assistida pode, mas uma mulher-profissional de outras categorias não pode. 2) Mulheres ricas abortam e têm dinheiro para ocultar o crime, mulheres pobres abortam e morrem ou são julgadas pela sociedade – isso é CLASSE SOCIAL. 3) A sociedade não julga as instituições de pesquisa (pelo contrário, até as justifica, embora as mesmas façam um massacre de embriões por dia), mas se UM embrião estiver num corpo de uma MULHER... aí é crime! – isso é questão de GÊNERO.”
A professora, então, finaliza com uma reflexão prática: “Eu, mostrando a vocês essa REALIDADE, significa que esteja pedindo a vocês para serem ‘contra’ ou ‘a favor’ do aborto?”, ao que a turma respondeu com um enfático “Não!”.
Após essa exposição, a professora fez um pequeno esquema com estas ênfases. Os comentários foram muito positivos, por parte dos alunos, presenciei até rapazes indo à professora e dizendo: “Eu nunca tinha pensado na questão do aborto desse jeito que a senhora demonstrou. Obrigado, professora”. Em suma, ela conseguiu mostrar a importância da interpretação sociológica para os problemas sociais!
15. Módulo (das 07h50 às 08h40) – 13/03/2019
 (
Maria
)Neste módulo, a professora me apresentou o chamado DED (diário escolar digital). É o diário de classe oficial, utilizado obrigatoriamente por todas as escolas estaduais de MG. Mostrou-me como funciona o preenchimento da presença, das aulas ministradas e das avaliações. Explicou-me, também, que há um aplicativo para “andróide” e que ela tem no celular. Disse que isso agiliza demais a vida de um professor de Sociologia como ela, que tem 21 turmas (portanto, 21 diários!) para preencher, por semana! Sobre as 21 turmas, a professora possui dois cargos na escola de Lourdes: um de 16 aulas (13 pela manhã e 03 à noite) e outro de 05 aulas (todas à noite, turmas de EJA, nas quais já estou exercendo as outras vivências).
16. Turma 106 – 13/03/2019
Chegado o 3º horário, fomos à turma 106. A professora me apresentou aos alunos, fez a chamada e iniciou a aula, nos mesmos moldes e dinâmicas da aula que aconteceu com a turma 102, acima. Os alunos da 106 são maiores e aparentam
condição socioeconômica precária, além de uma maior dispersão em relação às aulas. A turma não é desrespeitosa, mas não demonstra interesse nas aulas, sendo necessário que a professora os instigue o tempo todo, aoponto de se notar, nela, certo cansaço físico ao final do horário.
17. Turma 201 – 13/03/2019
O quarto horário dessa 4ª feira me gerou uma grande alegria! Uma turma cheia e interessada. Alunos silenciosos, diligentes (apesar dos resquícios do clima de recreio que caracteriza as turmas, foi notável a vontade da turma de estudar, escrever, trabalhar) e respeitosos. De forma mais precisa do que na turma 202, foi possível a professora abordar a questão da descriminalização aborto, articulando-a com os fatores integrantes da vida social (no caso: gênero, classe social e divisão do trabalho). A turma cooperou, fazendo um acordo tácito de deixar a professora expor o conteúdo, ao invés de ficar interrompendo-a com questões “apaixonadas e inflamadas”, segundo alguns.
18. Turma 105 – 13/03/2019
A turma em questão, no ultimo horário, é egressa da aula de Educação Física. Assim, o primeiro sintoma observado foi a demora dos alunos em retornar para a sala, apesar do esforço da gestão escolar em deixar uma funcionária nos portões das escadas que dão passagem ao segundo andar. Com ela ainda não conhece todos os alunos, os mesmos se passam por alunos de outras turmas e nem sempre é detectável a “matança” de aulas. Na prática, a professora conseguiu dar uma aula de, no máximo, 20min, já que o sinal acabou batendo 10min mais cedo por conta de uma convocação do Colegiado que queria esclarecer algo aos professores e funcionários.
19. Turma 205 – 14/03/2019
O segundo encontro com a turma, mais sossegada neste dia, foi caracterizado por uma revisão em relação ao conteúdo do primeiro ano, o que ocorreu após a chamada realizada pela professora. Por ser o primeiro horário e, ainda assim, alunos chegarem atrasados por questões trabalhistas e de trânsito, a professora anotou no quadro um pequeno esquema definindo as bases de uma sociedade cientificamente fundamentada (sistema econômico; regime político; leis, normas e instituições). A seguir, revisou, anotando, cada uma dessas bases, exemplificando com
acontecimentos cotidianos e intervenções dos alunos.
20. Turma 107 – 14/03/2019
Receosa com o encontro frustrado na aula da semana anterior, conforme relatado acima (07/04), a professora foi mais objetiva com a turma. Fez a chamada e já foi escrevendo um esquema no quadro, semelhante ao que fizera na revisão da turma
205. A seguir, olhou os cadernos e anotou os vistos.
21. Turma 303 – 14/03/2019
A professora cumprimentou os alunos presentes, fez a chamada e, a seguir, iniciou uma revisão. Sugeriu um esquema geral dos estudos sociológicos, fornecendo aos alunos a seguinte panorâmica da disciplina:
I – MACROSSOCIOLOGIA: interpretação das estruturas sociais
1. Método comparativo-funcionalista (Émile Durkheim)
2. Método compreensivo-particularizante (Max Weber)
3. Método materialista-histórico-dialético (Karl Marx)
4. A Cultura como estruturante da vida social (Norbert Elias)
5. Liberdade X Segurança (Alexis de Tocqueville)
II – MICROSSOCIOLOGIA: interpretação das partículas sociais
1. A vida nas metrópoles (George Simmel)
2. A microfísica do poder, saber e sexualidade (Michel Foucault)
3. Imagem, comunicação e campanhas político-eleitorais (Walter Benjamin)
A professora deixou claro aos alunos que estas são apenas algumas sugestões mínimas de noções sociológicas ante o corolário das Ciências Sociais, que é importante os mesmos tentarem correlacionar estes conteúdos aos temas que caem na redação do ENEM, por exemplo.
22. Turma 102 – 15/03/2019
Após a tolerância de 10min concedida pela escola, a professora fez a chamada e deu prosseguimento aos aspectos históricos e contextuais do surgimento da Sociologia como disciplina científica. Apresentou as idéias de Comte e Durkheim e localizou como o Brasil estava em fins do século XIX. Correlacionou o ideal de “ordem & progresso” do Positivismo comtiano às teorias racistas e higienistas que estavam sendo aplicadas no Brasil. A turma, como sempre, foi bem atenciosa à exposição da
professora.
23. Turma 103 – 15/03/2019
Após cumprimentos, chamadas e recapitulação da aula anterior, a professora seguiu os mesmos parâmetros que utilizara na turma 102, mas precisou mais detalhar no quadro do que explicar, já que a turma estava alegre-inquieta e só se aquietava se houvesse algo para copiar.
24. Turma 302 – 15/03/2019
Apesar de a aula anterior ter sido mal-sucedida devido à necessidade de intervenção do vice-diretor, a professora entrou em aula de forma mais objetiva, procurando não render o que havia ocorrido no dia 08/03 (que vide). Fez a chamada e trabalhou com a turma o mesmo conteúdo que havia ministrado na noite anterior, na turma 303. A turma se comportou de forma bem menos ruidosa do que na aula anterior.
25. Turma 101 – 15/03/2019
A professora fez a chamada e deu prosseguimento aos aspectos históricos e contextuais do surgimento da Sociologia como disciplina científica, apresentando as idéias de Comte e Durkheim e localizando como o Brasil estava em fins do século XIX. Correlacionou o ideal de “ordem & progresso” do Positivismo comtiano às teorias racistas e higienistas que estavam sendo aplicadas no Brasil. A turma, bem centrada, acolheu à exposição da professora, sem maiores questões.
26. Turma 301 – 15/03/2019
Feitos os cumprimentos e a chamada, a professora, objetivamente, passou no quadro o esquema panorâmico dos conteúdos sociológicos a serem apreendidos no ensino médio, a saber: a “macro” e a “microssociologia”, conforme relatado na turma 303 (14/03). A turma, discreta e atenciosa, demonstrou ter começado a compreender o que eles chamaram de “um mínimo de logicidade na Sociologia” – conforme exposto pelo sempre polêmico aluno Leonardo Isaque.
27. Turma 104 – 18/03/2019
A professora apresentou as idéias de Comte e Durkheim e localizou como o Brasil estava em fins do século XIX. Correlacionou o ideal de “ordem & progresso” do Positivismo comtiano às teorias racistas e higienistas que estavam sendo aplicadas no Brasil. A aula foi entrecortada por alunos que, como no encontro anterior, insistiam em utilizar fones de ouvido. Mas logo que a professora se manifestava os alunos recuavam, por temor de terem de assinar ocorrência. Percebi, neste dia, como é importante o apoio institucional, como isso é sentido em sala de aula e o professor não fica à mercê de uma briga pessoal com os alunos.
28. Turma 203 – 18/03/2019
Já que na semana anterior a turma havia sido algo de intervenção da vice- direção, a professora, antes de fazer a chamada, foi objetivamente ao quadro e anotou um esquema sobre “Os fatores integrantes da vida social”. Escreveu que são integrantes porque toda sociedade tem de – independentemente de concordar ou não com os mesmos – lidar com eles, e que é papel dos alunos discernir os aspectos culturais (Antropologia), trabalhistas (Sociologia) e de poder (Ciência Política) inerentes aos mesmos – escreveu no quadro. E continuou seu esquema: Quais são os fatores?
Questões de GÊNERO e afetivo-sexuais Questões ÉTNICO-RACIAIS e de inclusão social Questões de CLASSE SOCIAL (desigualdades)
Questões de DIVISÃO DO TRABALHO (reformas trabalhistas, Previdência etc.) Questões acerca dos ANIMAIS utilizados no CONSUMO humano (Ecossociologia)
Continuando, a professora anotou que estes fatores se entrecruzam e se transformam, reciprocamente, pedindo aos alunos que não apenas localizassem os fatores, mas dessem exemplo desse entrecruzamento. A turma pediu que ela mesma fizesse isso e deu tempo de ela mencionar um exemplo das questões de gênero.
Disse que quando alguém faz piada sobre o trabalho de uma mulher que tradicionalmente era exercido por homens (como dirigir um ônibus do BRT), nisto está o entrecruzamento das questões de gênero com a divisão do trabalho. Uma aluna perguntou: “E a religião, professora? Não entraria como um dos fatores?” Ao que a professora, habilidosa e objetivamente, respondeu: “A religião está nos aspectos antropológicos (culturais) que perpassam os fatores (no caso, o gênero). Assim, uma questão de gênero pode ser vista sob o aspecto cultural (tradiçõesreligiosas entendem
que uma mulher deve submissão ao homem), trabalhista (por que mulheres ganham menos do que homens exercendo a mesma função?) e política (quais as leis que protegem a mulher da misoginia estrutural?)”. E assim a aula foi concluída.
29. Turma 333 – 18/03/2019
A turma teve a mesma aula ministrada na noite do dia 14/03, na turma 303, sobre a macro e a microssociologia, isto é, uma visão panorâmica dos estudos sociológicos a serem apreendidos no ensino médio. Destaque para uma aluna novata,
 (
Maria Eduarda
 
Goulart,
)a	egressa de uma escola particular que elogiou a aula, dizendo
que na escola de origem não havia tido uma aula de Sociologia tão esclarecedora.
30. Módulo (das 09h50 às 10h40) – 18/03/2019
Neste horário, fui apresentado à coordenadora pedagógica (Luzia) que, em meio
 (
Sônia
)aos muitos afazeres, forneceu-nos uma cópia e ordenou que a professora	desse
a Resolução 2197/2012,9 especificamente nos aspectos do cumprimento do chamado “módulo II” e sobre a progressão continuada. Disse-nos que no próximo módulo nos forneceria os nomes dos alunos que ficaram em progressão continuada (dependência). A professora me explicou que o colegiado havia aprovado que alunos reprovados em até três disciplinas poderiam ficar de dependência nas mesmas, no ano seguinte; e que alunos do 9º ano do ensino fundamental II e do 3º anos do ensino médio seriam reprovados. Assim, avisou, caso haja alunos em progressão eles estão, atualmente, no segundo ou no terceiro ano (referente ao primeiro e ao segundo ano, respectivamente).
31. Turma 204 – 18/03/2019
Apesar da pequena agitação da turma, bem como de se estar no último horário quando os ânimos estão exaltados (mas não para estudar), a professora consegui escrever, como fizera nos 2ºs anos anteriores, o esquema sobre “Os fatores integrantes da vida social”. Fez as mesmas aplicações que havia feito na turma 203 (acima relatada).
32. Turma 202 – 20/03/2019
Continuando o assunto do encontro anterior, que havia sido acionado pela turma
9 Resolução da Secretaria de Estado de Educação nº 2.197 de 26/10/2012. Dispõe sobre a organização e o funcionamento do ensino nas Escolas Estaduais de Minas Gerais e dá outras providências.
e acabou entrando na questão do aborto, a professora explicou que seria interessante afunilar a questão a partir do esquema sobre “Os fatores integrantes da vida social”, nos mesmos moldes feitos na turma 203, acima relatados.
33. Módulo (das 07h50 às 08h40) – 20/03/2019
 (
Luzia
)Conforme havia dito no módulo anterior, a coordenadora 
nos forneceu a
lista de alunos em progressão continuada (dependência), estabelecendo que deveríamos elaborar uma atividade (40,0 pontos) e uma avaliação (60,0 pontos), com data máxima para a entrega dos resultados em junho, próximo. A professora tentou argumentar que não concordava em elaborar uma atividade de progressão para alunos dos quais ela não fora professora no ano anterior. Mas a coordenadora disse que não tinha outra saída, já que o professor anterior não havia deixado nada programado. Assim, mesmo insatisfeita, a professora decidiu elaborar as atividades dentro do que ela está trabalhando com as turmas.
34. Turma 106 – 20/03/2019
A professora Sônia, feita a chamada, deu prosseguimento aos aspectos históricos e contextuais do surgimento da Sociologia como disciplina científica. Apresentou, ainda, as idéias de Comte e Durkheim e apontou como o Brasil estava em fins do século XIX. Correlacionou o ideal de “ordem & progresso” do Positivismo comtiano às teorias racistas e higienistas que estavam sendo aplicadas no Brasil. Apesar da dispersão e do desânimo, característicos da turma, os alunos anotaram as informações contidas no quadro.
35. Turma 201 – 20/03/2019
Voltando à questão do aborto, trabalhada na aula anterior, a professora fez o esquema sobre “Os fatores integrantes da vida social” e, junto com os alunos, deu vários exemplos de como esses fatores se retroalimentam, modificando-se, reciprocamente. Enfatizou uma revisão dos aspectos culturais, sociais e políticos da questão do aborto, para tudo estar bem fixado na formação dos alunos.
36. Turma 105 – 20/03/2019
Como vem fazendo nos primeiros anos, a professora deu prosseguimento aos aspectos históricos e contextuais do surgimento da Sociologia como disciplina
científica, apontando como o Brasil estava em fins do século XIX, especialmente em relação às teorias racistas e higienistas que estavam sendo aplicadas no Brasil.
37. Módulo (das 11h30 às 12h30) – 20/03/2019
 (
Sônia
)Nesse horário, pós-classe, elaboramos as questões para o trabalho de progressão parcial, ordenada pela coordenadora em módulo anterior.10 A professora me ensinou a elaborar questões em cima dos conteúdos por ela abordados em sala, ou que estariam prestes a sê-lo. A avaliação do conteúdo pesquisado ficou para ser feita em data posterior, mas até o momento, não se tocou no assunto.
38. Turma 205 – 21/03/2019
“Os fatores integrantes da vida social”. A professora fez o mesmo esquema que vem fazendo nos demais 2ºs anos, mostrando aos alunos que, mais importante do que nos concentrarmos em tecer críticas aos acontecimentos cotidianos, temos de procurar os fundamentos sociológicos para se exercer a consciência sociológica. E o primeiro passo é compreender como há interação entre os fatores e as estruturas sociais.
39. Turma 107 – 21/03/2019
Os aspectos históricos e contextuais do surgimento da Sociologia como disciplina científica, conforme trabalhado nos outros primeiros anos, foi o tema desta aula. Predomínio de anotações, em vista da indisciplina da turma. Por isso, escassez de explicações e exemplificações. A professora, novamente, olhou os cadernos e registrou os vistos.
40. Turma 303 – 21/03/2019
Exercício sobre o que os alunos conseguiam se lembrar em relação às diferenças teóricas entre os clássicos (Marx, Durkheim e Weber). Na verdade, a professora desistiu de cobrar a parte escrita e fez uma aula dialogada, onde os alunos puderam mencionar as diferenças percebidas, mas a professora fez o seguinte esquema (que ela avisou ser simplório, mas facilitador para um futuro entendimento):
Durkheim: descreveu a Sociologia – uma Ciência com métodos próprios.
Marx: problematizou a Sociologia – a Ciência pode estar a serviço das desigualdades sociais. Weber: particularizou a Sociologia – as partículas da ação humana estruturam a sociedade.
10 O trabalho consta do ANEXO I. A avaliação consta do ANEXO II. Ambos constam após a conclusão do presente trabalho.
PARTICIPAÇÃO
É importante iniciar com o fato de que a participação do estagiário foi devidamente planejada (isto é, preestabelecida) com a professora. A idéia foi fazer com que o estagiário fosse, aos poucos, se acostumando com cada turma e com a dinâmica de cada aula, bem como do cotidiano escolar, a fim de que o mesmo se sentisse menos tenso quando do exercício do estágio de regência. Assim, uma das coisas que ficou preestabelecida que eu iria fazer nas próximas três ou quatro aulas em cada turma (afora as aulas de regência), foi a realização de, no mínimo, a chamada, bem como a síntese escrita do que a professora falasse aos alunos. Ou seja, recebi a tarefa de transformar um texto oral num texto escrito (resumido e esquematizado). No caso da síntese que eu tinha de escrever no quadro, a professora me deu a liberdade de ir elaborando no papel o que ela falava para, só na segunda metade da aula, ir ao quadro anotar.
O que será relatado abaixo deve, portanto, ser lido tendo-se consciência de que as chamadas foram realizadas pelo estagiário e as anotações de cada aula mencionada também foram feitas por ele, graças ao desprendimento e confiança da professora Sônia.
De fato, as experiências abaixo relatadas foram me deixando bem à vontade para elaborar as aulas da regência, na próxima fase do estágio.
1. Turma 102 – 22/03/2019
Nesta aula, já se concentrando em preparar a turma para as avaliações bimestrais, a professora decidiu orientar alunos que apresentam dificuldades em determinadosconteúdos, convidando-os a se manifestar depois de terem percorrido as anotações do caderno. As dúvidas eram sobre as origens da palavra “sociologia”, sociedade e seus fundamentos. A partir da explicação da professora fiz a seguinte anotação no quadro:
I – “Sociologia”: a palavra, o conceito e o histórico
· “socius” (lat.: companheiros); “logoi” (gr. “estudo”)
· Termo criado pelo filósofo August Comte (Séc. XIX), como homenagem aos gregos que fundamentaram filosoficamente o conhecimento e aos latinos (romanos) que deram continuidade à Ciência grega, bem como ao método científico moderno.
· A palavra aponta para o fato de que não há indivíduo senão em relação à sociedade – seja sendo determinado pela mesma, seja transformando-a.
II – Sociedade: o significado sociológico do termo Toda sociedade é fundamentada em:
· Um sistema econômico: capitalista, socialista ou misto
· Um regime político: democracia, ditadura e totalitarismo
· Leis, normas e instituições
III – A diferença dos termos: “leis”, “normas” e “instituições”
· Leis: é o registro escrito ou absorvido (promulgado), fruto de negociações sociais no tempo/espaço. A principal Lei do Brasil é a Constituição Federal à qual as demais leis devem estar submetidas.
· Normas: é a forma cotidiana e negociada, frequentemente de forma tácita, de se vivenciar a aplicação da lei. Estão muito ligadas aos costumes e tradições.
· Instituições: são abstratas, mas se manifestam por meio dos estabelecimentos. Ex.: Educação, por meio da escola; Família, por meio de nossas residências...
A professora gostou do esquema e me elogiou. Pediu-me para já chegar nos próximos 1ºs anos, antes de realizar a chamada, registrando-o no quadro.
2. Turma 103 – 22/03/2019
Sendo esta outra turma de 1º ano, fiz o que a professora houvera solicitado, conforme relatado na turma 102, acima. Houve muita participação e auxílio na interpretação do esquema, por parte da turma.
3. Turma 302 – 22/03/2019
Em meio à agitação típica da turma, a professora, meio resignada, passou a explanar uma revisão das teorias do método funcionalista e me pediu para ir registrando um esquema, na medida em que ela falava:
O MÉTODO FUNCIONALISTA
· Principal proponente: Émile Durkheim (1858-1917)
· Antecedentes filosóficos: O Positivismo (August Comte)
· Práticas em voga no século XIX: as teorias evolucionistas, o darwinismo social e as práticas eugênicas
· Base científica: o método das ciências fisiológicas. Assim como um fígado existe em função do organismo, o indivíduo só o é em função da sociedade. É o que demonstra os elementos do fato social:
· Generalidade
· Externalidade
· Coercitividade
· COESÃO SOCIAL: solidariedade mecânica X solidariedade orgânica: formas de se relacionar a partir da divisão do trabalho em sociedades tradicionais e em sociedades modernas, respectivamente.
· ANOMIA: sem leis a sociedade se finda.
4. Turma 101 – 22/03/2019
Apesar de certa demora do retorno do intervalo, devido a alguns esclarecimentos, na sala dos professores, em relação à elaboração das avaliações, foi possível aos alunos – centrados como são – copiar o esquema que eu escrevi no quadro e ouvir as explicações da professora.
5. Turma 301 – 22/03/2019
A professora perguntou aos alunos o que eles poderiam falar sobre o método funcionalista e a reação imediata da interessada turma foi: “Você se importaria de voltar a esses conceitos conosco e de como isso pode ser utilizado numa redação do ENEM?” Assim, a professora passou a expor o método e eu, na condição de estagiário, ia anotando o esquema, conforme apresentado na turma 302 (relatado acima, nesta data). Como dissertar a partir desse método numa redação do ENEM, ficou para a próxima aula.
6. Turma 104 – 25/03/2019
Em meio à demora da turma em chegar antes das 07h10, que é o tempo de tolerância estabelecido pela escola, já fui chegando, cumprimentando os presentes e anotando o esquema relatado na turma 102, acima. A professora aproveitou para atender uma urgência de ordem pessoal. Completada a totalidade de alunos, fiz a chamada e eles foram apresentando suas dúvidas relativas ao esquema que estava no quadro.
7. Turma 203 – 25/03/2019
Nesta data, os alunos receberam o livro de Sociologia que, devido a um erro sistêmico, havia sido enviado em número menor para a escola, algo que estava sendo corrigido na data em questão. O estagiário ajudou na distribuição dos livros, bem como no registro de entrega dos mesmos.
A seguir, a professora passa a enfatizar as vantagens do livro didático em questão: talvez o primeiro a apresentar, de forma específica, os conteúdos antropológicos. A seguir, passou a falar das principais limitações por ela observadas: 1) não há sequer a menção, no livro, da proposição do sociólogo estadunidense Charles Wright Mills (1916-1962), a saber: a imaginação sociológica, que é um conteúdo que consta do currículo básico comum (CBC) da disciplina em MG. Disse que o estagiário
irá trabalhar com a turma algo sobre o assunto. 2) Disse, rapidamente, que, conquanto elogiasse a inovação do livro no sentido de ter uma unidade específica sobre a Ciência Política, que achou a mesma muito fraca e que iria incrementá-la nos conteúdos didáticos. 3) Por fim, mencionou o fato de que um importante teórico, que juntou Sociologia e Cultura (numa dialética), sequer foi mencionado no livro: Norbert Elias (1897-1987), que além de tantas coisas em sua vasta obra, articulou as questões sociológicas às psicanalíticas – importante para os estudos sobre gênero e sexualidade na atualidade.
8. Turma 333 – 25/03/2019
Feita a chamada e os cumprimentos à turma, a professora passou a expor o método funcionalista e eu, na condição de estagiário, ia anotando o esquema, conforme apresentado na turma 302 (relatado acima, em 22/03).
9. Módulo (das 09h50 às 10h40) – 25/03/2019
Nesse horário, ajudei a professora a localizar os alunos do segundo ano que são repetentes e não devolveram o livro à escola no ano anterior, quando do processo de rematrícula, a fim de que os mesmos não adquirissem dois livros.
10. Turma 204 – 25/03/2019
Ocorreu, por parte de estagiário, a entrega e registro do livro didático, conforma havia acontecido na turma 203, no dia 25/03 (que vide), apesar da agitação da turma no último horário.
11. Turma 202 – 27/03/2019
O livro-texto foi entregue e a aula, os procedimentos do estagiário, bem como as observações da professora referentes ao livro foram idênticos ao ocorrido e relatado na turma 203, acima. A diferença é que a turma 202 foi bem mais atenciosa. Deu tempo até de a professora sugerir uma leitura despropositada do livro, até próximo o ENEM do próximo ano, num total de duas páginas de leitura por dia.
12. Módulo (das 07h50 às 08h40) – 27/03/2019
Durante esse horário, fiquei estudando, com base no livro-texto adotado pela escola, as teorias do método funcionalista de Durkheim, a fim de melhor elaborar o
esquema quando solicitado pela professora em aula.
13. Turma 106 – 27/03/2019
Embora tenhamos repetido a estratégia de anotar o esquema como feito nos 1ºs anos anteriores, devido ao desinteresse e apatia, típicos da turma, criamos mais uma estratégia. Anotado o esquema, distribuí aos alunos livros conseguidos na biblioteca (eles não andam com o livro), dividi-os em grupos de três pessoas e eles passaram a pesquisar, no índice remissivo, onde estavam localizadas algumas palavras-conceito que aparecem no esquema. Foi uma estratégia bem-sucedida, especialmente porque fora comunicado que se tratava de uma atividade avaliativa. Nos dez minutos finais, os grupos que quiseram interpelaram outros grupos para, só depois, lerem o que encontraram no livro.
14. Turma 201 – 27/03/2019
Além da entrega do livro-texto e dos procedimentos do estagiário (bem como as observações da professora referentes ao livro) terem sido idênticos ao ocorrido e relatado na turma 203, acima, alguns alunos pediram para a professora explicar, de forma prática, os aspectos culturais, sociais e políticos das Ciências Sociais. A professora prometeu fazê-lo na próxima aula.
15. Turma105 – 27/03/2019
Sendo este o último horário, e com aquele problema da demora dos alunos em retornarem da Educação Física, fizemos exatamente como fora feito nas últimas aulas das turmas 102 e 105, acima relatado. Neste caso, eu tive de recolher o material produzido para correção extraclasse, já que os alunos demonstraram que não iriam realizar a atividade em aula se não houvesse algum tipo de cobrança mais específica.
16. Turma 205 – 28/03/2019
Os alunos da noite, quando da entrega do livro por parte do estagiário, pediram à professora que os mesmos não fossem entregues, mas que se conseguisse um lugar (talvez o escaninho da professora) a fim de que o livro seja utilizado preferencialmente em aula, já que boa parte dos alunos vem de seus locais de trabalho. A professora atendeu o pleito. E passou a fazer os esclarecimentos das vantagens e desvantagens
do livro-texto, conforme fizera nos demais 2ºs anos.
17. Turma 107 – 28/03/2019
Agitada e dispersa como é a turma, além de ruidosa, tivemos de fazer exatamente como aconteceu na última aula relatada da turma 105. Surpreendeu-nos o fato de os alunos, nesta aula, terem ficado em silêncio, já que se tratava de uma atividade “valendo ponto” – diziam.
18. Turma 303 – 28/03/2019
Da mesma forma que havíamos feito na turma 302 (no dia 22/03), eu e a professora expusemos o método funcionalista: ela falando e eu esquematizando. Ficamos de exemplificar como utilizar tais teorias numa redação do ENEM, conforme solicitados pelos alunos da 301.
19. Turma 102 – 29/03/2019
Continuando o sucesso da aula anterior, sobre os fundamentos de uma sociedade cientificamente fundamentada, a professora passou a falar sobre os sistemas econômicos, explicitando o recorte necessário à análise sociológica. Disse à turma (me pedindo para ir anotando o que ela pontuava, já no quadro): “A gente estuda com detalhes sobre esses sistemas em econômicos é em História e Geografia. Na Sociologia do ensino médio, nos interessa as dinâmicas sociais engendradas por tais sistemas. Primeiro, é bom enfatizar que o aluno precisa NÃO CONFUNDIR o sistema com o que ele conhece de corrupção do mesmo. Em si mesmo, um sistema capitalista, por exemplo, revela o desejo de todo ser humano. Todo ser humano quer lucrar, quer ter suas coisinhas (propriedade privada) e não quer que ninguém interfira nisto. Mas a Sociologia nos ensina o que é esse desejo individual quando se leva em conta as práticas sociais e institucionais de exploração, de abusos. Da mesma forma, o sistema socialista: este exige uma transformação nas tendências individualizantes e na solidariedade orgânica (conceito que vamos estudar mais adiante, mas basta dizer que não há vida em sociedade sem solidariedade, e isso as idéias socialistas levam muito a sério). Contudo, há as corrupções socialistas. O problema do Brasil atual é que vivemos num país capitalista corrupto que vive apontando as corrupções de países socialistas...” – provocou.
Diante dessa exposição alguns alunos perguntaram à professora se ela era “petista”. Ela respondeu: “sou professora de Sociologia e estou tentando mostrar a vocês que nenhuma ideologia é, em si mesma, melhor ou pior do que a outra; as pessoas e sociedades é que as corrompem. E, no caso do Brasil, essas ideologias precisam ser vistas à luz da história específica e da formação cultural brasileira. Reconhecer isso não significa ser “petista”; é apenas ser honesta e fundamentada.” – encerrou e a turma gostou!
Eis o esquema, produto desta aula-discussão:
A sociedade e os sistemas econômicos:
1. O capitalismo e as desigualdades sociais
· Busca pelo lucro
· Propriedade privada (o que é isto, no Brasil?)
· Liberalismo econômico
2. O socialismo e as liberdades individuais
· Distribuição de renda
· Bens coletivos
· Intervenção do Estado
3. O sistema misto e o Estado de Bem-Estar Social
É possível fazer uma síntese dos pontos positivos do capitalismo e do socialismo?
Novamente a professora gostou a aprovou o esquema que fiz, a partir do que ela falava, e pediu para que eu o escrevesse no quadro já no início das aulas das demais turmas de 1ºs anos.
20. Turma 103 – 29/03/2019
Fiz o que a professora houvera solicitado, conforme relatado na turma 102, na mesma data. Houve muita participação e auxílio na interpretação do esquema, por parte da turma, como sempre. As reações da turma também foram semelhantes às da 102.
21. Turma 302 – 29/03/2019
A professora se ateve mais à explicação do que é um fato social (oposto ao individual) e seus elementos (generalidade, externalidade e coercitividade), oferecendo exemplos do cotidiano, os quais eu fui anotando no quadro.
22. Turma 101 – 29/03/2019
Os alunos copiaram o esquema que eu escrevi no quadro (o mesmo produzido em aula, na 102) e ouviram as explicações da professora, contudo, de forma participativa. A professora de apoio (a Paloma, que presta assistência ao aluno João, que tem limitações na visão), maravilhada com as explicações da professora e sabedora que fui eu quem elaborou o esquema, veio me perguntar quais eram as minhas fontes, pois ela estava fazendo um trabalho sobre essas questões e gostaria de fontes audiovisuais sobre o assunto. Eu lhe sugeri algumas páginas do Youtube, como a “Tese Onze”, e “Leitura ObrigaHIStória”, entre outros, ao que ela já foi acessando as páginas e se deliciando com o conteúdo. Concluí que uma boa aula de Sociologia tem muito a ensinar, inclusive, ao corpo docente de uma escola.
23. Turma 301 – 29/03/2019
A professora se ateve mais à explicação do que é um fato social (oposto ao individual) e seus elementos (generalidade, externalidade e coercitividade), oferecendo exemplos do cotidiano, os quais eu fui anotando no quadro.
24. Turma 104 – 01/04/2019
Os primeiros 10min do primeiro horário, que é o tempo de tolerância estabelecido pela escola, foi utilizado por mim para anotar o esquema relatado na turma 102, acima. Completada a totalidade de alunos, fiz a chamada e eles foram apresentando suas dúvidas relativas ao esquema que estava no quadro.
Elaborei, também, uma pequena pesquisa, que os alunos deveriam entregar na aula seguinte: “Quais os principais regimes políticos e as formas de governo mais conhecidas?” Claro que esta foi uma pesquisa para compensar as aulas acerca da democracia, ditadura e totalitarismo, bem como da monarquia, parlamentarismo e presidencialismo, acerca das quais não seria possível trabalhar em aula. Isto porque já estava acordado entre mim e a professora que o próximo encontro com esta turma já seria o meu estágio de regência, com seus conteúdos específicos.
25. Turma 203 – 01/04/2019
Conforme sugerido pela turma 201, a professora me orientou a elaborar um esquema acerca das Ciências Sociais. No caso da turma em questão, eu já cheguei
(após os cumprimentos e a realização da chamada) escrevendo o seguinte esquema no quadro:
O QUE É A SOCIOLOGIA NO ENSINO MÉDIO
I – É uma introdução às três Ciências Sociais. Quais?
· Antropologia: estudo das diferenças culturais: crenças, valores, costumes, tradições, festas...
· Sociologia: estudo das transformações sociais, a partir da divisão do trabalho: revolução industrial, revolução informacional...
· Ciência Política: estudo das relações de poder na sociedade: eleições, políticas sociais, elaboração de leis...
II – Pensemos, didaticamente, no casamento visto sob os aspectos
· Antropológicos (culturais): cercado de várias tradições e ritos que se diferenciam e sofrem inovação de uma cultura para a outra.
· Sociológicos (divisão do trabalho):
· Como as pessoas se conhecem para se casar, em sociedades de solidariedade mecânica? Por meio de ritos pré-estabelecidos, onde já se pré-definem o papel do homem e da mulher.
· Como se dão os encontros amorosos nas sociedades de solidariedade orgânica? Via tecnologia (aplicativos), a partir da escola onde se estuda ou do trabalho onde se passa a maior parte do dia etc.
· Seja como for, os encontros que culminam num casamento estão intimamente ligados à divisão do trabalho.
· Políticos (poder/negociação): em nossa sociedade,o casamento já não apenas heteronormativo, a mulher não é vista como propriedade do homem e, sim, como possuidora dos mesmos direitos
III – Apesar dos avanços, os aspectos culturais, de divisão de trabalho e de poder se entrecruzam. Por isso, ainda que se tenha leis avançadas (sobre o casamento, por exemplo), é comum que as crenças e as tradições ditem o tom das decisões políticas e sociais.
Como a turma é, por vezes, agitada, os alunos passaram boa parte do horário copiando e, sutilmente, “ganhando tempo” a fim de que não houvesse maiores explicações. Mesmo avançado o horário, a professora perguntou se os mesmos gostariam de levantar alguma questão frente ao conteúdo registrado no quadro, ao que responderam: “Precisa, não, ‘fessora; já entendêmo tudo”. E a aula terminou.
26. Turma 333 – 01/04/2019
A professora se ateve mais à explicação do que é um fato social (oposto ao individual) e seus elementos (generalidade, externalidade e coercitividade), oferecendo exemplos do cotidiano, os quais eu fui anotando no quadro.
27. Módulo (das 09h50 às 10h40) – 01/04/2019
A professora resolveu conversar comigo sobre possíveis equívocos teórico- metodológicos em relação aos temas que ela vem trabalhando nas turmas. Explicou- me que a gente fica assim mesmo, com a sensação de que os conceitos não foram bem trabalhados, mas que essa frustração é tão inerente quanto necessária ao professor de ensino médio. O professor não pode ser academicista, pois isso distancia o aluno do interesse de compreender os conceitos; mas, também, não pode ser banal a ponto de fazer o aluno desvalorizar a disciplina. “É melhor trabalhar os conceitos de algum jeito, mesmo que isso fira o nosso perfeccionismo acadêmico, do que não trabalhá-los e abafá-los com dinâmicas e grupo & cia.” – pontuou. Também me disse que o professor deve estar aberto a ser criticado por instâncias superiores ou pós- ensino médio (como os cursinhos), mas deve se sentir grato por saber que o aluno, no futuro, só vai nos criticar exatamente porque fizemos o trabalho ingrato e próspero de nos condescendermos com sua ignorância. Amei essa reflexão!
28. Turma 204 – 01/04/2019
Último horário e turma dispersa, a estratégia foi chegar e fazer exatamente como havíamos feito na turma 203 (conforme relatado, acima). Para a nossa surpresa, alguns alunos disseram ter gostado da forma como o esquema elucidou a confusão que eles vinham fazendo em relação aos aspectos culturais, trabalhistas e de poder, referentes às Ciências Sociais.
29. Turma 202 – 03/04/2019
Como a turma 202 é mais interessada, trabalhamos com os alunos de forma inversa à como fizemos nas turmas 203 e 204. A professora foi elaborando, oralmente, as questões, a turma ia completando e complementando o raciocínio, o estagiário ia fazendo os devidos registros no quadro, até culminar no esquema reproduzido no relato da turma 203 (acima, no dia 01/04).
30. Turma 106 – 03/04/2019
Iniciei, feitos os cumprimentos e a chamada, escrevendo no quadro a pequena pesquisa que houvera pedido na 104, acerca dos principais regimes políticos e as
formas de governo. Expliquei-lhes que a próxima aula será ministrada por mim, e alguns até brincaram: “Tá ferrado, professor!”.
Isto feito, repetimos a estratégia de anotar o esquema (como feito nos 1ºs anos anteriores). Mas, novamente, devido ao desinteresse e apatia, típicos da turma 106, foi necessário outra atividade utilizando o livro. Fui à biblioteca pegá-los emprestado e os distribuí aos alunos. A professora avisou que numa próxima aula há de chamar o vice- diretor para que a turma toda assine uma ocorrência por descaso ao material fornecido pelo Estado. Dividi a turma em grupos de quatro pessoas e os alunos passaram a pesquisar, no índice remissivo, onde estavam localizadas algumas palavras-conceito que aparecem no esquema. Sendo uma estratégia valando ponto, os alunos anotaram a pesquisa e entregaram-nos o trabalho, ao final do horário.
31. Turma 201 – 03/04/2019
Outra turma interessada e centrada. Por isso, trabalhamos com os alunos de forma semelhante a como fizemos na turmas 202, acima . A professora foi elaborando, oralmente, as questões, a turma ia completando e complementando o raciocínio, o estagiário ia fazendo os devidos registros no quadro, até culminar no esquema reproduzido no relato da turma 203 (acima, no dia 01/04).
32. Turma 105 – 03/04/2019
Novamente o problema da demora dos alunos em retornarem da Educação Física, do quarto para o quinto horário. Fizemos exatamente como fora feito nas últimas aulas das turmas 102 e 105, acima relatado, com uma diferença. Como a turma estava relativamente vazia (22 alunos presentes), dividi-a em dois grandes grupos de 11 alunos. Cada um copiou uma linha do esquema (exatamente 11 linhas, num total de 2x cada linha) num pedaço de papel. A seguir os papeis foram depositados numa sacolinha, foram sacudidos dentro da mesma e, a seguir, distribuídos a um por um dos alunos. Após a redistribuição aleatória, cada aluno lia o que estava em seu papel e o outro grupo tentava ligar a frase a algum ponto do esquema que estava em mão de outro colega. Apesar da má vontade típica, os alunos foram criando gosto pelo desafio. Por exemplo: alguém de um dos grupos leu o papel “propriedade privada”, alguém do outro grupo tinha de ler “sistema capitalista”, e sucessivamente.
33. Turma 205 – 04/04/2019
Como se trata de alunos mais adultos ou que têm vivência no campo do trabalho/emprego, escrevi o esquema sobre “O que é a Sociologia no ensino médio” até a parte das Ciências Sociais. A parte das exemplificações (vide esquema no relato referente à turma 203, 01/04) foi construída em conjunto com os alunos. Coincidentemente, eles acabaram mencionando o casamento como um fenômeno cultural, perpassado por questões de divisão do trabalho e regulado por decisões políticas (leis).
34. Turma 107 – 04/04/2019
A 107, como sempre agitada e dispersa, se viu nesta data precisando “ganhar pontos”. Por isso, dissemos que iríamos distribuir pontos de participação e, assim, fizemos o mesmo ocorrido na última aula da turma 105 (relatada, acima, em 03/04). Havia apenas 11 alunos nesse dia (os demais estavam se vendo com a direção da escola, “matando aula”, ou se ausentaram mesmo). Assim, a atividade foi mais reduzida e só houve uma resposta específica para cada leitura feita pelos alunos. Após isso, escrevi no quadro a pequena pesquisa que houvera pedido na 104, acerca dos principais regimes políticos e as formas de governo. Expliquei-lhes que a próxima aula será ministrada por mim.
35. Turma 303 – 04/04/2019
A professora se ateve mais à explicação do que é um fato social (oposto ao individual) e seus elementos (generalidade, externalidade e coercitividade), oferecendo exemplos do cotidiano, os quais eu fui anotando no quadro.
36. Turma 102 – 05/04/2019
A professora entrou na sala dizendo à turma que na próxima aula eu é quem iria sofrer, mas que hoje eu ainda só iria “anotar”. Perguntou aos alunos quais regimes políticos eles conheciam, “vocês devem ter aprendido no ensino fundamental” – ressaltou. A turma foi mencionando e eu fui anotando no quadro. A professora, então, explicou que as coisas não são tão desconectadas como parecem na teoria. As formas de governo e os sistemas econômicos são produzidos e inter-relação com os regimes políticos. Pode-se ter, por exemplo, uma monarquia parlamentarista (como na
Inglaterra); ou capitalismo oligárquico (como no Brasil); produzindo uma forma sutil (e até mais perversa) de ditadura; ou um país conhecido como socialista, mas capitalista e ditatorial, na prática (como a China). “São estas correlações que interessam à Sociologia no ensino médio” – propõe.
E a professora continua: “A democracia, no Brasil, tem sido atravessada pelo mito da meritocracia. Grupos oligárquicos se mantêm no poder, desde a proclamação da República, quiçá desde o ‘descobrimento’ – o que se constitui uma ditadura. Grupos minoritários (que também odeiam as chamadas minorias) querem impor suas crenças, tradições e práticas que beiram

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