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Processo Inflamatório Agudo Patologia Humana Profa. Dra. Aline Roteiro de Aula • Processo Inflamatório Agudo: eventos inerentes ao processo inflamatório agudo. • Eventos celulares e moleculares que fazem parte deste processo. • Eventos clínicos-laboratoriais. • A inflamação ou flogose (derivado de "flogístico" - em grego: "queimar") está sempre presente nos locais que sofreram alguma forma de agressão e que assim, perderam sua homeostase. • O processo inflamatório visa compensar essas alterações (forma e de função) através de reações teciduais, principalmente vasculares, que buscam destruir o agente agressor. • Desta forma a inflamação pode ser considerada uma reação de defesa local. INFLAMAÇÃO • Mecanismos exógenos e endógenos = lesão Reação complexa no tecido conjuntivo vascularizado inflamação Reparação • Inflamação e Reparação são potencialmente lesivas. • Reações inflamatórias: dão origem a reações de hipersensibilidade ameaçadoras à vida (picadas de insetos, drogas e toxinas, bem como doenças como artrite reumatóide, aterosclerose, e fibrose pulmonar). • Drogas antiinflamatórias: objetivo de aumentar os efeitos saudáveis da inflamação e controlar as consequências nocivas. INFLAMAÇÃO INFLAMAÇÃO • A INFLAMAÇÃO é essencial para a sobrevivência dos organismos; • Ela representa a habilidade/resposta do organismo de ficar livre dos tecidos danificados ou necróticos e invasores estranhos, tais como os microorganismos. • É uma resposta protetora, destinada a livrar os organismos tanto da causa inicial da injúria celular (ex.: microorganismos, toxinas) quanto das consequências de tal injúria (ex: células e tecidos necróticos). Sem a inflamação, as infecções poderiam passar despercebidas, ferimentos poderiam nunca cicatrizar e os tecidos injuriados poderiam ficar com permanentes feridas infeccionadas. • A inflamação é uma reação complexa em tecidos e que consiste principalmente nas respostas dos vasos sanguíneos e leucócitos. • As principais defesas do organismo contra invasores estranhos são as proteínas plasmáticas e os leucócitos circulantes (células brancas sanguíneas), assim como os fagócitos teciduais, que são derivados de células circulantes. • Ocorre em qualquer região do organismo. Basta juntar o sufixo –ITE ao nome do órgão ou tecido. INFLAMAÇÃO Ação dos anticorpos na cicatrização de um ferimento (Fonte: Shutterstock) Cotran et al., 2000 A resposta inflamatória ocorre no tecido conjuntivo vascularizado, incluindo o plasma, células circulantes, vasos sanguíneos e constituintes celulares e extracelulares do tecido conjuntivo. Células participantes e suas ações Local Células Ação Plasma Plaquetas Liberam proteínas do complemento Neutrófilos Fagocitose e microbicida Monócitos Fagocitose Basófilos Liberam histamina, serotonina (vasodilatação) fatores ativadores de plaquetas e citocinas Eosinófilos (infestações de vermes e parasitas). Inativa histamina e limitam processos alérgicos Linfócitos Defesa imediata e tardia; produção anticorpos. Tecido Conjuntivo Mastócitos Liberam histamina, serotonina (vasodilatação) fatores ativadores de plaquetas e citocinas Macrófagos Fagocitose Padrões da INFLAMAÇÃO Inflamação Aguda – Duração relativamente curta (minutos – alguns dias). – Exsudação de líquidos e proteínas plasmáticas (edema) e migração de leucócitos - leucodiapedese (+ neutrófilos). Inflamação Crônica – Duração mais longa. – Associada a linfócitos e macrófagos. – Proliferação de vasos sanguíneos, fibrose e necrose tecidual. (Falha na resposta aguda ou insidiosa inicial; pode levar a destruição tecidual) *fibrose: formação/desenvolvimento de tec. Conjuntivo por cicatrização • Calor, Rubor, Tumor, Dor e Perda de função Sinais Cardinais da Inflamação INFLAMAÇÃO CALO R RUBOR TUMOR DOR PERDA DA FUNÇÃO aumento T oC Vermelhidão, eritema Edema lib. substâncias ou alteração funcional (aumento fluxo sg) (inchaço) químicas Brasileiro Filho, 2009. • Infecções (vírus, bactérias, fungos, parasitas, toxinas microbianas). • Necrose Tecidual (Isquemia, I.A.M, Trauma, Injúria física - queimadura do frio, irradiações; Injúria química). • Corpos Estranhos (Lascas de madeira, Sujeiras, Suturas) Injúria tecidual e/ou transporte de patógenos. • Reações Imunes (Hipersensibilidade, Doenças autoimunes): Induzidas por linfócitos T e B. Estímulos para Inflamação AGUDA • Resposta imediata e precoce a um agente nocivo. • A inflamação aguda é uma rápida resposta do hospedeiro que serve para levar leucócitos e proteínas do plasma, tais como anticorpos, para os locais de infecção ou tecido injuriado. • Possui 3 componentes principais: 1) Alterações de calibre vascular, que acarretam um aumento do fluxo sanguíneo; 2) Alterações estruturais da microvasculatura, que permitem que as proteínas plasmáticas e leucócitos deixem a circulação; 3) Emigração dos leucócitos da microcirculação e seu acúmulo no foco da lesão. Inflamação AGUDA Alterações vasculares Alterações no fluxo e calibre vasculares • Desenvolvidas de acordo com a intensidade da lesão. 1) Vasodilatação (aumento de fluxo): calor e eritema. 2) Extravasamento de líquido extravascular e proteínas plasmáticas - exsudato (edema) -> concentração de hemácias em vasos pequenos (Estase). 3) Estase -> orientação periférica de leucócitos -> Adesão ao endotélio vascular (por rolagem) -> migração para tecido intersticial. Processos da Inflamação Aguda Cotran et al., 2000 Processos da Inflamação AGUDA Alterações vasculares - Aumento de permeabilidade vascular (extravasamento vascular) -> Exsudato Pressão osmótica intravascular pressão osmótica do líquido intersticial + Pressão hidrostática (por vasodilatação)= efluxo e acúmulo de líq. no tecido intersticial EDEMA A TROCA LÍQUIDA NORMAL E A PERMEABILIDADE MICROVASCULAR DEPENDEM CRITICAMENTE DE UM ENDOTÉLIO INTACTO. Cotran et al., 2000 Processos da Inflamação AGUDA Alterações vasculares - Vários mecanismos são responsáveis pela permeabilidade aumentada (extravasamento vascular). - Retração Endotelial - Injúria (lesão) endotelial - Injúria (lesão) vascular - Transcitose aumentada Mecanismos de extravasamento vascular Contração das células endoteliais resultando em espaços interendoteliais aumentados é o mecanismo mais comum de extravasamento vascular e é elicitado por histamina, bradicinina, leucotrienos, IL-1, TNF e muitos outros mediadores químicos. - Resposta transitória imediata: ocorre rapidamente após a exposição ao mediador e geralmente de curta duração (15-30 minutos). - Resposta tardia: extravasamento vascular se inicia após um atraso de 2 a 12 horas e dura por várias horas ou até dias. Mecanismos de extravasamento vascular Injúria endotelial, resultando em necrose da célula endotelial e desprendimento das células endoteliais. O dano direto ao endotélio é encontrado em injúrias graves, por exemplo, em queimaduras, ou pela ação de microorganismos que alcançam as células endoteliais. O extravasamento acontece geralmente logo após a lesão, mantendo-se em alto nível por várias horas até que os vasos danificados sejam trombosados ou reparados -> Resposta contínua imediata. O desprendimento das células endoteliais pode estar associado à aderência plaquetária e trombose. Mecanismos de extravasamento vascular Os neutrófilos que aderem ao endotélio durante a inflamação podem ser ativados durante o processo e causar dano às células endoteliais por liberarem espécies tóxicas de oxigênio e enzimas proteolíticas, e então, amplificara reação inflamatória e aumento da permeabilidade. Mecanismos de extravasamento vascular Transporte aumentado de fluidos e proteínas, chamado de transcitose, através da célula endotelial. Esse processo envolve canais consistindo em vesículas e vacúolos não revestidos interconectados (organela vesiculovacuolar). VEGF (Fator de crescimento endotelial vascular) parece promover o extravasamento vascular em parte pelo aumento no número e, talvez, tamanho desses canais -> atalho também para aumento de permeabilidade induzida por histamina e outros mediadores químicos. • O edema denota um excesso de líquido no interstício ou cavidades serosas e pode ser um exsudato ou transudato. • Exsudação: Extravazamento de líquidos proteínas e células sanguíneas do sistema vascular para o tecido intersticial ou cavidades corporais. • O exsudato é um líquido extracelular inflamatório com alto conteúdo proteico e restos celulares, significando alteração da permeabilidade de pequenos vasos sanguíneos na área da lesão. Ex. Pus. • De acordo com a natureza ou constituição do exsudato as inflamações agudas podem ser: serosa, hemorrágica, purulenta e fibrinosa. Processos da Inflamação AGUDA Alterações vasculares • Transudato é um ultrafiltrado do plasma sanguíneo e resulta do desequilíbrio hidrostático (aumento da pressão hidrostática) através do endotélio vascular. Líquido com baixo nível de proteína (maior parte é albumina), sem material celular e com menor densidade (comparado ao exsudato). • Neste caso, a permeabilidade do endotélio é normal. Exemplos de situações causadas por exsudatos e transudatos Ascite: acúmulo de líquido na cavidade peritoneal. Pode ser transudato ou exsudato Cirrose, Insuficiência cardíaca, renal e hepática, esquistossomose, Neoplasias, Pancreatite... Edema por transudato Líquido de aspecto límpido Obstáculos ao fluxo sanguíneo (Tromboses, Tumores, Gravidez) e Hipertensão Venosa Sistêmica. * Respostas de vasos linfáticos • O Sistema Linfático (vasos e linfonodos) drena o fluido do edema para fora dos capilares. • Os vasos linfáticos, assim como os vasos sanguíneos, proliferam durante as reações inflamatórias para lidar com a carga aumentada. • SL: estrutura especialmente adaptada para recolher proteínas extravasculares e devolvê-las para a circulação sanguínea. Na inflamação aguda exsudação vasos dilatados aumento no número de lacunas ("gaps") no endotélio desses vasos drenagem redução do edema local. • Dessa forma, edema local irá surgir apenas se a taxa de formação de exsudato dos pequenos vasos sanguíneos exceder a capacidade de remoção do mesmo dos vasos linfáticos. • Linfadenite (inflamação nos linfonodos) • Linfedema (edema na região onde vasos linfáticos lesionados) EVENTOS CELULARES: EXTRAVAZAMENTO DE LEUCÓCITOS E FAGOCITOSE • Jornada do leucócito da luz para o interstício (extravasamento): 1) Na luz: marginalização, rolagem e aderência. 2) Transmigração através do endotélio (diapedese) 3) Migração nos tecidos intersticiais em direção ao estímulo quimiotático. Inflamação AGUDA Cotran et al., 2000 O fluxo sanguíneo laminar mantém os leucócitos contra a parede venular (acima). Fluxo aumenta no início da inflamação e leucócitos assumem posição periférica na superfície endotelial (Marginalização) EVENTOS CELULARES: EXTRAVAZAMENTO DE LEUCÓCITOS - Aderência e início da diapedese (transmigração) Fases de adesão de um leucócito ao endotélio e início da diapedese: A= aderência inicial frouxa que permite o rolamento do leucócito sobre o endotélio. B= Adesão mais forte. C= Após a adesão firme, inicia-se a diapedese. Brasileiro Filho, 2009. • ADERÊNCIA E TRANSMIGRAÇÃO EVENTOS CELULARES: EXTRAVAZAMENTO DE LEUCÓCITOS E FAGOCITOSE Os leucócitos (neutrófilos neste caso) primeiro rolam, depois tornam-se ativados e aderem ao endotélio, então transmigram através do endotélio, perfuram membrana basal e migram em direção aos quimioatratores na fonte de lesão. Cotran et al., 2000 RECRUTAMENTO DE LEUCÓCITOS PARA LOCAL DE LESÃO Aderência leucocitária - Selectinas e integrinas (receptores de aderência) L-selectina: leucócitos E-selectina : endotélio P-selectina: plaquetas e endotélio. 1) Ativação endotelial: mediadores no local de lesão aumentam selectinas (recrutamento). 2) Rolagem: Aderência inicial rápida e relativamente frouxa. 3) Aderência firme: leucócitos ativados por quimiocinas ou outros agentes (aumento da avidez). 4) Transmigração mediada por receptores de integrinas. 1 2 3 4 Cotran et al., 2000 • QUIMIOTAXIA – Após o extravasamento, os leucócitos emigram nos tecidos em direção ao local de lesão por um processo chamado de quimiotaxia (locomoção orientada ao longo de um gradiente químico). – Granulócitos, monócitos e em menor grau os linfócitos, respondem a estímulos quimiotáticos com níveis variáveis de velocidade. EVENTOS CELULARES: EXTRAVAZAMENTO DE LEUCÓCITOS E FAGOCITOSE https://www.youtube.com/watch?v=rNSEkDGKnwU • Quimioatratores: Substâncias exógenas (agentes bacterianos) e endógenas (ex. citocinas, sistema complemento, etc). • Quimioatratores estimulam locomoção e em grandes quantidades induzem outras respostas como ativação - induzida por fagocitose ou por complexos antígeno-anticorpo. https://www.youtube.com/watch?v=rNSEkDGKnwU • FAGOCITOSE – A fagocitose + liberação de enzimas por neutrófilos e macrófagos constituem 2 principais benefícios oriundos do acúmulo de leucócitos no foco inflamatório. – Prolongamento citoplasmático com formação de pseudópodes para englobar a partícula a ser ingerida. – A fagocitose inclui 3 etapas inter-relacionadas: 1) Reconhecimento e fixação da partícula ingerida. 2) Englobamento com sequente formação de vacúolo fagocítico. 3) Destruição ou degradação do material ingerido. EVENTOS CELULARES: EXTRAVAZAMENTO DE LEUCÓCITOS E FAGOCITOSE https://www.youtube.com/watch?v=RxkYHhJfG6A https://www.youtube.com/watch?v=RxkYHhJfG6A LIBERAÇÃO DE PRODUTOS LEUCOCITÁRIOS E LESÃO TECIDUAL INDUZIDA POR LEUCÓCITOS • A liberação de produtos não ocorre somente no fagolisossomo, mas também no espaço extracelular. 1) Enzimas lisossômicas 2) Metabólicos ativos derivados de O2 3) Produtos do metabolismo (ác. Araquidônico) Prostaglandinas e leucotrieno (mediadores potentes da lesão tecidual e endotelial e aumenta estado inflamatório inicial) Portanto, se persistente e desimpedido, o infiltrado leucocitário torna-se agressor lesão tecidual dependente de leucócitos dá origem a muitas enfermidades agudas e crônicas. Mediadores químicos da Inflamação • Substâncias são produzidas em respostas às lesões e infecções durante as reações imunológicas. Essas substâncias são conhecidas como mediadores químicos. • Mediadores químicos ou indutores inflamatórios são responsáveis pelos eventos inflamatórios (fenômenos irritativos). • Executam atividade biológica inicialmente de ligar-se a receptores específicos nas células alvo ou realizar atividade enzimática. • Uma vez ativos e liberados da célula possuem vida curta. • A maior parte dos mediadores tem o potencial de efeitos nocivos. • Originam-se do plasma e das células. Plasma: - Sistema Complemento: estão presentes em formas precursoras e precisam ser ativados. Células (plaquetas, neutrófilos, monócitos/macrófagos e mastócitos) - Sequestrados nos grânulos intracelulares (histamina) ou sintetizados (citocinas, prostaglandinas) em resposta a estímulos. Mediadores químicos da Inflamação AGUDA Mediador químico derivado de células Características Aminas vasoativas (Histamina e Serotonina) Estão sempre entre os primeiros mediadores liberados. Histamina (mastócitos), liberada em resposta a estímulos como trauma, calore reações imunes. Serotonina (plaquetas) liberada durante agregação plaquetária. Metabólitos do ácido Araquidônico (AA) (prostaglandinas, leucotrienos e lipoxinas) Influenciam na inflamação e homeostasia. Agem no controle e intensidade da inflamação. Quimiocinas (Citocinas) ( IL-1, IL-6, IL-8, TNF) São proteínas que funcionam como atraentes químicos para diversos grupos de linfócitos. Ativam (citocinas) e recrutam (quimiocinas) leucócitos. Espécies reativas de Oxigênio (EROs) Produzidas dentro dos lisossomos, destroem micróbios fagocitados e células necróticas. Podem aumentar adesão de citocinas e quimiocinas, amplificando a cascata de mediadores inflamatórios. Enzimas lisossômicas dos leucócitos (Colagenase e Elastase) Causam lesão destrutiva e deformante por desagregação do colágeno, elastina e outras proteínas da matriz Mediador químico derivado do plasma Características Complemento (sistema complemento – proteínas plasmáticas) – C1 a C9 Conjunto de defesa, tanto no que se refere a imunidade quanto à inflamação. Recobrem micróbios para fagocitose e destruição, aumentam permeabilidade vascular e quimiotaxia de leucócitos. Sistema de Coagulação (trombina e fibrina) e das cininas (bradicinina) Ativado por um evento que desencadeia resposta inflamatória. Cininas são vasoativas e sistema de coagulação induz ativação de trombina e fibrina (propriedades inflamatórias), sistema fibrinolítico inativa trombina. Cotran et al., 2000 Padrões Morfológicos da Inflamação AGUDA • As marcas morfológicas de todas as reações inflamatórias agudas são a dilatação de pequenos vasos sanguíneos, a lentificação do fluxo sanguíneo e acúmulo de leucócitos e fluido no tecido extravascular. (UFRJ 1.22.1) PULMÃO. PNEUMONIA LOBAR. NOTE OS ESPAÇOS ALVEOLARES REPLETOS DE EXSUDATO CARACTERIZADO POR LEUCÓCITOS E MATERIAL AMORFO EOSINOFÍLICO. H&E. PEQUENO AUMENTO. (UFRJ 1.22.4) PULMÃO. PNEUMONIA LOBAR. BRONQUITE. OBSERVE O BRÔNQUIO COM INFILTRADO INFLAMATÓRIO EM SUA PAREDE E COM EXSUDATO E MATERIAL FIBRINONECRÓTICO EM SUA LUZ. NOTE QUE OS ESPAÇOS ALVEOLARES TAMBÉM CONTÊM EXSUDATO. H&E. PEQUENO AUMENTO. Padrões Morfológicos Inflamação Serosa • Exsudato seroso, rico em proteínas, escassa fibrina e poucos leucócitos e hemácias. Líquido amarelo-claro, turvo e com coágulo de fibrina, revestindo as cavidades peritoneal, pleural e pericárdica. • Ex.: Bolha na pele resultante de uma queimadura ou infecção viral (herpes zoster,) picadas de insetos. Inflamação serosa – bolha na pele – formação de efusão serosa Pequeno aumento de uma secção transversal de bolha da pele mostrando a epiderme separada da derme por uma coleção focal de efusão serosa. Inflamação Fibrinosa (Pseudomembranosas) • Com maior aumento na permeabilidade vascular, grandes moléculas, tais como fibrinogênio, passam pela barreira vascular e a fibrina é formada e depositada no espaço extracelular. • O exsudato fibrinoso é característico de inflamação no revestimento de cavidades do corpo, tais como: inflamação no pericárdio, meninges e pleura. • Pode levar à cicatrização ou obstrução do espaço pericárdico ou pleural. Padrões Morfológicos Tuberculose Pulmonar exsudativa Histologicamente, a fibrina se parece como uma malha eosinofílica de fios ou, algumas vezes, como um coágulo amorfo. Inflamação Supurativa ou Purulenta (Abscessos) • Este tipo de inflamação é caracterizado pela produção de grandes quantidades de pus ou exsudato purulento consistindo em neutrófilos, necrose liquefativa e fluido de edema (amarelo- esverdeado). • Bactérias como estafilococos produzem essa supuração e são, portanto, referidas como bactérias piogênicas (produtoras de pus). • Um exemplo comum: apendicite aguda, Furúnculos - Formação de exsudato purulento (pus). • Pode torna-se confinado por cápsula. Padrões Morfológicos Apendicite Aguda: Há exsudato fibrinopurulento em todas as camadas do apêndice, mais facilmente visto na serosa. Eventos clínicos-laboratoriais PROVAS DE ATIVIDADE INFLAMATÓRIA • Entre as inúmeras manifestações sistêmicas desta reação de fase aguda está a alteração nas concentrações de várias proteínas plasmáticas, que são denominadas de "proteínas de fase aguda". • Biomarcadores. • Finalidade: – Discriminar entre enfermidades inflamatórias e não inflamatórias. – Discriminar condições clínicas de natureza inflamatória que costumam apresentar distintos perfis de alterações de provas de fase aguda, e cuja distinção clínica comumente não é fácil: Infecção viral x infecção bacteriana; infecção x atividade de doença auto-imune; infecção x rejeição de transplante. – Avaliar a extensão e atividade de inflamação e monitorizar o curso da doença e a resposta a intervenções terapêuticas. PROVAS DE ATIVIDADE INFLAMATÓRIA VHS (Velocidade de Hemossedimentação) • Não representa a dosagem de uma substância específica. Ela é o resultado das alterações nas concentrações de várias proteínas plasmáticas que interferem e aumentam a velocidade de sedimentação das hemácias. • Fibrinogênio (proteína de fase aguda, cuja concentração aumenta em até 2 a 4 vezes nos processos inflamatórios agudos). • Imunoglobulinas são outras proteínas que interferem neste fenômeno, tendo importância nos processos inflamatórios crônicos. • Medida indireta que pode sofrer. Eventos clínicos-laboratoriais PROVAS DE ATIVIDADE INFLAMATÓRIA PCR: • A PCR é uma proteína constituinte normal do soro humano, onde em condições normais, mantém concentrações inferiores a 1 mg/dL. • Na vigência de um estímulo inflamatório apresenta uma rápida elevação dos seus níveis, já observados a partir de 6 horas, atingindo um pico após 50 horas, que pode chegar a 1000 vezes os valores basais. • A meia vida é curta (5 a 7 horas), o que o faz aproximar-se do conceito de uma prova de fase aguda "ideal", e o torna muito atraente para o acompanhamento de processos inflamatórios agudos. • Elevações mais significativas em casos de infecções bacterianas, do que virais. • Nos pós-operatórios a persistência de níveis elevados de PCR ou a sua elevação secundária pode ser um indicador de complicações. Eventos clínicos-laboratoriais Resultados da Inflamação Aguda • O resultado da inflamação aguda depende da natureza, intensidade da lesão, local e tecido afetado e se apresenta de 3 maneiras: 1) Resolução Completa 2) Cicatriz - Cura pela substituição do tecido conjuntivo (fibrose) 3) Progressão para Inflamação Crônica Questões de fixação 1) Quais os sinais vasculares característicos do processo inflamatório agudo? 2) Quais são os mecanismos responsáveis pela permeabilidade vascular aumentada (extravasamento vascular)? 3) Qual o objetivo da formação do edema e da atração de leucócitos para o foco inflamatório? 4) Quais os sinais cardinais do processo inflamatório? Explique por que ocorrem. 5) Explique os eventos celulares responsáveis pelo extravasamento de leucócitos e fagocitose. Referência Bibliográfica • COTRAN, KUMAR, COLLINS. Robbins: Patologia Estrutural e Funcional. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. • BRASILEIRO FILHO, Geraldo. Bogliolo, Patologia geral. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. • FARIA, J. L. et al., Patologia Geral: Fundamento das doenças, com Aplicações Clínicas. 4ª edição. Guanabara Koogan, 2008. • Rocha, A. Patologia: Processos Gerais para o estudo das doenças. 2ª edição. Editora Rideel, 2011. • Departamento de Anatomia Patológica da FCM-UNICAMP: www.anatpat.unicamp.br • Departamento de Patologia UFRJ: http://patologia.medicina.ufrj.br/graduacao/index.php/histopatologia-geral http://www.anatpat.unicamp.br/ http://www.anatpat.unicamp.br/ http://www.anatpat.unicamp.br/ http://www.anatpat.unicamp.br/ http://www.anatpat.unicamp.br/http://www.anatpat.unicamp.br/ http://www.anatpat.unicamp.br/ http://patologia.medicina.ufrj.br/graduacao/index.php/histopatologia-geral http://patologia.medicina.ufrj.br/graduacao/index.php/histopatologia-geral http://patologia.medicina.ufrj.br/graduacao/index.php/histopatologia-geral http://patologia.medicina.ufrj.br/graduacao/index.php/histopatologia-geral http://patologia.medicina.ufrj.br/graduacao/index.php/histopatologia-geral http://patologia.medicina.ufrj.br/graduacao/index.php/histopatologia-geral http://patologia.medicina.ufrj.br/graduacao/index.php/histopatologia-geral http://patologia.medicina.ufrj.br/graduacao/index.php/histopatologia-geral http://patologia.medicina.ufrj.br/graduacao/index.php/histopatologia-geral http://patologia.medicina.ufrj.br/graduacao/index.php/histopatologia-geral http://patologia.medicina.ufrj.br/graduacao/index.php/histopatologia-geral http://patologia.medicina.ufrj.br/graduacao/index.php/histopatologia-geral http://patologia.medicina.ufrj.br/graduacao/index.php/histopatologia-geral http://patologia.medicina.ufrj.br/graduacao/index.php/histopatologia-geral
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