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Impactos em Ambiente Aquático - Apostila 1

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Impactos em 
Ambiente Aquático
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Ms. Victor Carrozza Barcellini
Revisão Textual:
Prof. Ms. Claudio Brites
Introdução aos Ecossistemas e Ambientes Aquáticos
• Ecossistemas
• Ecologia de Ambientes (Ecossistemas Aquáticos)
• Principais Ambientes Aquáticos da Terra
 · Compreender a complexidade dos ecossistemas e dos ambientes 
aquáticos. O aluno deve ser capaz de reconhecer as principais 
relações dentro de um ecossistema, os seres vivos que habitam esses 
diferentes ambientes, suas principais características e relações a fim 
de fornecer uma base (biológica e química) para a identificação dos 
principais impactos que podem influenciar esses ecossistemas.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Introdução aos Ecossistemas
e Ambientes Aquáticos
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e 
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também 
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, 
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato 
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Introdução aos Ecossistemas e Ambientes Aquáticos
Contextualização
A vida na Terra começou a cerca de 1 bilhão de anos depois da formação 
do planeta (por volta de 3,5 bilhões de anos atrás) e, desde aquele tempo, tem 
afetado profundamente o planeta. Desde que a vida surgiu, inúmeras espécies de 
organismos têm evoluído e florescido, enquanto outras espécies têm sido extintas, 
deixando apenas os seus fósseis para o registro de sua existência na história 
(BOTKIN; KELLER, 2011). 
Dessa forma, o planeta Terra tem sido profundamente alterado pelos seres que 
o habitam. O ar, os oceanos, os solos e as rochas da Terra estão muito diferentes do 
que seriam em um planeta sem vida. De muitas maneiras, a vida ajuda a controlar 
a constituição do ar, dos oceanos e dos solos.
Figura 1 – A Terra vista do espaço
Fonte: Wikimedia Commons
A vida interage com seu meio ambiente em diversos níveis. Uma simples bactéria 
existente no solo e interage com o ar, com a água e com as partículas do solo ao 
seu redor, dentro de um volume de fração de centímetro cúbico. Uma floresta 
ocupando centenas de quilômetros quadrados interage com grandes volumes de 
ar, água e de solo. Todos os oceanos, toda a baixa atmosfera e toda a camada 
superficial da parte sólida da Terra são afetados pela vida. 
O termo biota é utilizado para se referir a todas as coisas vivas (animais e 
plantas, incluindo os microorganismos) existentes em uma determinada área – 
desde um aquário até um continente, até a Terra como um todo. A região da Terra 
onde ocorre a vida é denominada biosfera. Ela se estende desde as profundezas 
oceânicas até o topo das montanhas. O termo biosfera é também utilizado com 
o significado de sistema que engloba e sustenta todo o tipo de vida, não somente 
onde a vida existe (o habitat global para a vida), mas a combinação de todas as 
características que levam à permanência da vida (Botkin; Keller, 2011). 
8
9
De acordo com Botkin; Keller (2011), todas as coisas vivas exigem energia e 
matéria. Na biosfera, a energia é recebida do Sol e do interior da Terra e é utilizada 
e liberada na ciclagem da matéria. É sabido que não há nenhum tipo de organismo 
simples que, ao mesmo tempo, produza toda a sua alimentação e que recicle com-
pletamente todos os seus produtos metabólicos. Assim, para a manutenção da vida, 
devem existir diversas espécies dentro de um ambiente para transportar matéria e 
energia. Tal ambiente é o ecossistema – próximo tema fundamental de discussão. 
Importante!
É um princípio fundamental de que a vida sustentada na Terra é uma característica 
dos ecossistemas como um todo, não de populações ou de organismos individuais ou 
mesmo de espécies únicas. 
Importante!
9
UNIDADE Introdução aos Ecossistemas e Ambientes Aquáticos
Ecossistemas
Um ecossistema é uma unidade em que os organismos (comunidade biótica) 
interagem fortemente em seu ambiente físico, de tal forma que um fluxo de energia 
produza uma estrutura trófica claramente definida e uma ciclagem de materiais 
entres as partes vivas e não vivas (COELHO, 2002).
Comunidade biótica: é o conjunto de organismos vivos (autotróficos e heterotróficos);
Fluxo de energia: é principalmente a radiação solar que é convertida em biomassa (matéria 
orgânica) durante a fotossíntese (pelos autótrofos), e flui em um sentido só nas relações 
alimentares, formando os níveis tróficos;
Ciclagem de matéria: é o movimento dos elementos químicos entre as partes vivas 
e não vivas, sendo reutilizados inúmeras vezes através da atividade dos organismos 
decompositores (ciclos).
Ex
pl
or
A partir desta definição, analise com atenção a Figura 2, a seguir. Quantos 
componentes, interações e processos são possíveis reconhecer?
Figura 2 – Teia alimentar de ecossistema aquático de água doce e terrestre
Fonte: Wikimedia Commons
10
11
Observe, portanto, que ecossistemas são sistemas complexos onde a interação 
contínua entre os componentes internos atuam de forma positiva ou negativa uns 
sobre os outros. 
Assim, o termo ecossistema é aplicado às áreas de todos os tamanhos, desde a 
menor poça de água até uma grande floresta ou mesmo toda a biosfera terrestre. 
Ecossistemas apresentam profundas diferenças em sua composição, ou seja, no 
número e tipo de espécies, nos tipos e nas proporções referentes aos constituintes 
não biológicos e no nível de variação no tempo e no espaço. Por vezes, as fronteiras 
de um ecossistema estão bem definidas, como a transição entre os oceanos e as 
costas rochosas ou de um lago com a mata ao seu redor. Muitas vezes, também, 
as fronteiras não são tão precisas, são vagas como na sutil mudança gradual de 
florestas de restingas para manguezais. O que é comum a todos os ecossistemas 
não é a estrutura física (tamanho, forma e variações de fronteiras), mas a existência 
dos processos já mencionados com relação aos fluxos de energia e aos ciclos de 
elementos químicos. Os ecossistemas podem ser naturais ou artificiais. Uma lagoa 
construída como parte de uma estação de tratamento de esgoto é um ecossistema 
artificial (BOTKIN; KELLER, 2011).
A seguir, como esta disciplina diz respeito aos impactos em ambientes aquáticos, 
aprofundaremos nosso estudo nos diferentes ecossistemas aquáticos.
Você sabe qual a ciência que estuda o conjunto de relações entre os seres vivos e o meio em 
que vivem? É a Ecologia!
Essa palavra é derivadado grego, onde oikos = casa e logos = estudo.
Ex
pl
or
Ecologia de Ambientes 
(Ecossistemas Aquáticos)
A ecologia de ambientes aquáticos é um ramo da ciência da ecologia que se 
preocupa com o estudo dos ecossistemas aquáticos. Se entende por ecossistema 
aquático todos aqueles que apresentam por biótopo algum corpo de água como, 
por exemplo, mares, rios, oceanos, lagos, pântanos etc. (ESTEVES, 2011).
Em Ecologia, um biótopo é o meio físico onde vivem os seres vivos de um ecossistema (do 
grego βιος - bios = vida + τόπoς = lugar, ou seja, lugar onde se encontra vida). É uma região 
que apresenta regularidade nas condições ambientais e nas populações de organismos. 
Corresponde à menor parcela de um habitat que é possível discernir geografi camente.
Ex
pl
or
11
UNIDADE Introdução aos Ecossistemas e Ambientes Aquáticos
Principais Ambientes Aquáticos da Terra
Ambientes de água doce 
Os ecossistemas aquáticos em geral apresentam certas características que lhes 
conferem várias peculiaridades, principalmente quando comparados a ecossistemas 
terrestres. A Figura 3, a seguir, apresenta os compartimentos de um lago genérico.
Figura 3 – Ecossistema lacustre: principais compartimentos e respectivas comunidades
Fonte: Esteves, 2011
Conforme observado, os compartimentos de um lago são: região litorânea ou 
ripária, região limnética ou pelágica, região bentônica e interface água-ar. Essa 
classificação tem apenas caráter didático, uma vez que esses compartimentos não 
estão isolados dentro do ecossistema aquático, mas sim em constante interação de 
trocas de matéria e energia, superpondo-se na maioria das vezes (ESTEVES, 2011). 
As definições a seguir foram retiradas na íntegra do livro Fundamentos de 
Limnologia do autor Francisco de Assis Esteves (2011), páginas 114 a 117:
• Região Litorânea:
Corresponde ao compartimento do lago que está em contato direto com o 
ecossistema terrestre adjacente, sendo, portanto, influenciado diretamente por ele. 
Pode ser subdividida em duas regiões: eulitoral e sublitoral. Sua principal característica 
é a densa colonização por vegetação aquática, podendo essa ser constituída por 
macroalgas, briófitos, pteridófitos e plantas superiores. Pode-se considerar esse 
compartimento em uma região de transição (ecótono) entre o ecossistema terrestre 
e o lacustre. A região litorânea apresenta todos os níveis tróficos de um ecossistema: 
produtores primários, herbívoros, predadores e decompositores. Por essas razões, 
trata-se de um compartimento de grande complexidade trófica, sendo habitado 
12
13
tanto por organismos aquáticos quanto terrestres e apresentando tanto cadeias 
alimentares da herbivoria na qual a fonte de energia é a biomassa vegetal viva, como 
cadeias de dentritivoria, que têm como fonte de energia a biomassa vegetal morta. 
Essa última é a principal responsável pelo fluxo de energia nesse compartimento, 
uma vez que praticamente 90% da biomassa vegetal viva não é consumida por 
herbívoros e acumulada no ambiente sob forma de detrito. Em alguns lagos, folhas 
provenientes da vegetação terrestre circundante também podem desempenhar 
importante papel no aporte de detritos para a região litorânea.
A grande variedade de espécies de macrófitas aquáticas com diferentes 
morfologias e formas de vida, bem como galhos e folhas de origem alóctone, 
configuram um importante atributo relativo à complexidade estrutural da região 
litorânea. Essa característica tem sido apontada como um fator de extrema 
relevância para o surgimento e a manutenção da biodiversidade aquática, uma 
vez que a complexa estrutura espacial da vegetação pode afetar a coexistência 
das espécies por estabilizar relações de competição e predação entre as mesmas. 
Entre os consumidores, a comunidade de invertebrados, tanto os que vivem em 
íntima associação com a vegetação, como gastrópodes, insetos e crustáceos, 
bem como os de vida livre, como organismos zooplanctônicos, correspondem à 
maior proporção de biodiversidade de animais na região litorânea. Entretanto, 
a ictiofauna, sobretudo nas regiões tropicais e subtropicais é, em geral, também 
muito diversa e largamente representada por espécies de pequeno porte e hábitos 
onívoros (FERNANDO, 1994). Outros vertebrados, como anfíbios, répteis, aves 
e mesmo mamíferos também podem ser importantes colonizadores da região 
litorânea em alguns ambientes aquáticos.
Por fim, pode-se ressaltar que a ocorrência e a extensão de regiões litorâneas são 
extremamente dependentes de características morfométricas do ambiente lacustre, 
como tamanho, profundidade e razão perímetro/volume. Essas características 
determinarão, entre outros fatores, se a radiação solar alcança o fundo do lago, a 
fim de permitir a germinação e o crescimento da vegetação. Por essas razões, em 
muitos ecossistemas lacustres, a região litorânea é pouco desenvolvida ou mesmo 
ausente – como é o caso da maioria dos lagos profundos, como os de origem 
vulcânica ou represas, onde a acentuada declividade das margens impossibilita o 
estabelecimento e crescimento da vegetação aquática. Por outro lado, em muitos 
ecossistemas, geralmente denominados de lagoas, grande parte ou mesmo 
a totalidade de suas áreas são tomadas por bancos de macrófitas aquáticas, 
consequentemente a região limnética é muito reduzida ou mesmo inexistente. 
Esses ecossistemas são muito frequentes na Região Amazônica, no Pantanal e em 
várzeas de rios em todo o território nacional. 
• Região Limnética ou Pelágica:
Quanto ao ambiente físico, a região limnética é em geral muito homogênea 
horizontalmente, mas pode ser extremamente heterogênea verticalmente devido 
a gradientes nas concentrações ou nos valores de variáveis como oxigênio, pH, 
13
UNIDADE Introdução aos Ecossistemas e Ambientes Aquáticos
salinidade (estratificação química) e temperatura (estratificação térmica ou física). 
Na maioria dos casos, a estratificação química é determinada pela estratificação 
térmica que, por sua vez, é gerada através da diminuição progressiva da penetração 
da radiação solar na coluna d’água com o aumento da profundidade. Tal fato 
muda a densidade das camadas da massa d’água, dificultando a sua mistura, 
criando padrões de estratificação. Em geral, a região limnética pode ser dividia 
em dois estratos verticais, o epilímnio e a zona eufótica e o hipolímnio e zona 
afótica. Os limites entre o epilímnio e hipolímnio e a zonas eufótica e afótica não 
necessariamente são os mesmos. 
O que define o limite entre o epilímnio e o hipolímnio é a diferença na densidade 
das massas d’água, que pode ser causada por diferenças na temperatura, bem 
como também na salinidade da água. Em geral, a região limnética de ecossistemas 
lacustres rasos e muito expostos à ação do vento, como, por exemplo, lagoas 
costeiras, não apresenta esse tipo de estratificação e, portanto, a ausência de 
epilímnio ou hipolímnio definido. Por outro lado, a zona eufótica é a camada de 
água vertical determinada pela penetração de luz capaz de manter valores positivos 
de produção primária líquida. O limite entre esses dois estratos é conhecido 
como ponto de compensação da fotossíntese, onde a produção primária é igual 
à respiração. Abaixo desse ponto, caracteriza-se a zona afótica, onde prepondera 
o metabolismo heterotrófico. É importante lembrar que a extensão da zona 
eufótica é determinada não só pela profundidade do ambiente, mas também pela 
transparência da água. Novamente, ecossistemas rasos podem apresentar toda a 
coluna d’água representada pela zona eufótica. 
As comunidades características da região limnética são o plâncton e o nécton. A 
comunidade planctônica é constituída por vírus (virioplâncton), bactérias (bacterio 
-plâncton), algas uni e pluricleluares (fitoplâncton), protozoários (protozooplânc-
ton), fungos e invertebrados (zooplâncton), que se caracterizam pela capacidade de 
flutuar na água. Alguns invertebrados como crustáceos e larvas de insetos são ca-
pazes de nadar ativamente, fato esse que os auxiliasignificativamente na realização 
de migrações verticais e horizontais ao longo da coluna d’água. O nécton, que ao 
contrário do plâncton, possui movimentos próprios, em lagos, é uma comunidade 
formada quase que exclusivamente por peixes. O fluxo de energia na região limné-
tica se dá principalmente através do fitoplâncton e do bacterioplâncton. 
• Região Bentônica:
A região bentônica compreende os substratos não consolidados ou consolidados 
associados ao fundo do ecossistema aquático. A região bentônica é, em geral, 
muito heterogênea, tanto na sua dimensão horizontal quanto na vertical, 
exemplificado principalmente por gradientes químicos no interior do sedimento. 
Essa heterogeneidade é associada principalmente com a complexidade física criada 
por sedimentos, rochas, conchas, detritos originados da região litorânea ou da 
vegetação terrestre e pela colonização do sedimento por organismos bentônicos. 
A região bentônica pode estar localizada na região eufótica ou afótica, dependendo 
14
15
da profundidade do ambiente. Os táxons dominantes na região bentônica são algas 
perifíticas, macrófitas aquáticas, bactérias, protozoários e uma grande diversidade 
de insetos aquáticos e outros invertebrados, além de peixes. As principais fontes de 
energia para a produção secundária bentônica incluem a produção primária realizada 
por algas bentônicas (perifíton e metafíton), macrófitas aquáticas, sedimentação do 
fitoplâncton e aporte de subsídios alóctones provenientes da vegetação terrestre. 
A região bentônica de lagos também é um importante sítio de atividade 
biogeoquímica e, além disso, por se tratar em geral do ponto mais baixo de toda 
a bacia de drenagem, integra informações sobre a história evolutiva do ambiente 
aquático, bem como do ambiente terrestre circundante.
• Interface Água-Ar
Essa região do lago é habitada por duas comunidades: a do nêuston e a do 
plêuston. A existência dessas comunidades se deve à tensão superficial da água. A 
comunidade do nêuston é formada por organismos microscópicos como bactérias, 
fungos e algas; e do plêuston, por macrófitas aquáticas e animais como larvas de in-
setos que podem ainda andar sobre a película que compreende a interface água-ar. 
Ambientes Estuarinos
A junção dos rios e das correntes de água doce com o mar não é abrupta. Em 
vez disso, os dois ambientes misturam-se gradualmente, criando um ambiente de 
estuário (Figura 4), caracterizado por uma água salobra, ou seja, as salinidades 
situam-se consideravelmente abaixo dos 35, típicos do mar aberto. O ambiente 
estuarino inclui as fozes dos rios e os deltas circundantes, os pântanos e manguezais 
costeiros, as pequenas enseadas e as extensões digitiformes do mar que sondam 
a costa ou as margens dos estreitos. É geralmente afetado por ondas, a partir 
das quais a palavra estuário teve origem (aestus = onda). A maioria dos animais 
que vive em oceano aberto não pode sobreviver nessas salinidades reduzidas. As 
salinidades inferiores e flutuantes dos estuários restringem consequentemente a 
fauna estuarina aos invasores marinhos e às poucas espécies de água doce que 
podem tolerar essas condições. A fauna também contém alguns animais que se 
tornaram especialmente adaptados às condições estuarinas e não são encontrados 
em nenhum outro lugar (RUPPERT; BARNES, 1996).
De acordo com Ruppert e Barnes (1996), nas regiões temperadas, uma 
comunidade estuarina característica é o pântano salgado, composto principalmente 
por várias gramas e juncos. Nos trópicos, a contraparte ecológica dos pântanos 
salgados é o mangue. O mangue refere-se a uma espécie de árvores pequenas 
que podem tolerar condições salinas. Elas ocupam a zona interdital e comumente 
possuem raízes de suporte ou raízes aéreas especiais (pneumatóforos) que se 
projetam acima da superfície da água. Os mangues aprisionam sedimentos, 
contribuindo, portanto para a formação de terra. Eles criam um habitat que é 
ocupado por muitos animais e outras plantas. 
15
UNIDADE Introdução aos Ecossistemas e Ambientes Aquáticos
Figura 4 – Exemplo de Estuário: Rio da Prata
Fonte: Wikimedia Commons
Ambientes Marinhos
Comparando com a água doce e com a terra, o ambiente marinho é relativamente 
uniforme. O oxigênio encontra-se geralmente disponível e a salinidade do oceano 
aberto é relativamente constante (entre 34 e 36), dependendo da latitude. No 
entanto, a luz e a temperatura variam enormemente, em grande parte como 
consequência da profundidade. Consequentemente, a vida não se distribui 
uniformemente através da profundidade e da amplitude dos oceanos do mundo, que 
cobrem aproximadamente 71% da superfície da Terra. As margens dos continentes 
estendem-se no litoral na forma de plataformas subaquáticas até profundidades de 
150m a 200m e depois inclinam-se de forma mais íngreme até a profundidade de 
3.000m ou mais (FIGURA 5) (RUPPERT; BARNES, 1996). 
Figura 5 – Ambientes marinhos
Fonte: Ruppert; Barnes, 1996
16
17
Antes de atingir o piso do Oceano, o declive continental é interrompido por um 
terraço, ou por uma inclinação mais gradual, formada pela elevação continental. O 
piso das bacias oceânicas, chamado de planície abissal, varia de 3.000m a 5.000m 
de profundidade e pode ser acentuado por características tais como montanhas, 
cordilheiras e valas marinhas (RUPPERT; BARNES, 1996).
Importante!
Que a maior cordilheira do mundo é submarina e está localizada nessa região abissal? 
É denominada de cadeia meso-oceânica (Figura 6) e se estende por mais de 84.000km 
pelos fundos oceânicos, do oceano ártico, cruzando todo o oceano atlântico até a ilha 
Bouvet na subantártica (entre 87ºN a 54ºS). Os pontos mais elevados dessa cordilheira 
emergem em vários locais, formando ilhas, como a Islândia (TEIXEIRA et al., 2009).
Você Sabia?
Figura 6 – Mapa mostrando a localização da dorsal meso-atlântica
Fonte: Wikimedia Commons
As larguras das diferentes plataformas continentais variam consideravelmente. A 
borda da plataforma atlântica ocidental fica a uns 120Km do litoral, mas, ao longo 
da costa pacífica da América do Norte, a plataforma continental é muito estreita.
As águas sobre as plataformas continentais constituem a zona nerítica, e as águas 
além da plataforma constituem a zona oceânica. A superfície do mar, que sobe e 
desce com as ondas, é a zona intertidal (litoral), a região acima é a supratidal (suprali-
toral) e abaixo é a subtidal (sublitoral). Os declives continentais formam a zona batial, 
as planícies abissais formam a zona abissal e as valas forma a zona hadal. 
17
UNIDADE Introdução aos Ecossistemas e Ambientes Aquáticos
A distribuição vertical dos organismos marinhos é enormemente controlada pela 
profundidade de penetração luminosa. Uma luz suficiente para que a fotossíntese 
exceda a respiração penetra apenas em curta distância abaixo da superfície ou 
profundidades da ordem de 200m (zona eufótica), dependendo da turbidez da água. 
Abaixo dessa zona eufótica superior está a zona de transição onde pode ocorrer 
uma certa fotossíntese, mas a taxa de produção é menor do que a perda através da 
respiração. A partir da zona de transição para baixo, em direção ao piso oceânico, 
prevalece a escuridão total. Essa região constitui a zona afótica. Os animais que 
habitam permanentemente as zonas afóticas e de transição são carnívoros ou 
consumidores de detritos ou de suspensão, e dependem mais indiretamente da 
atividade fotossintética das algas microscópicas das regiões iluminadas superiores. 
Os animais suspensos ou natatórios das águas oceânicas constituem a fauna 
pelágica, e os que vivem no fundo compõem a fauna bentônica. Os habitantes do 
fundo podem viver na superfície (epifauna) ou abaixo da superfície (infauna) do piso 
oceânico e geralmente refletem notavelmente o caráter do substrato, ou seja, se é 
um fundo duro de coral ou de rocha ou um fundo macio de areia ou lama. Muitos 
animais são adaptados para viver nos espaços ente os grãos de areia e compõem 
o que comumente se denomina como faunaintersticial ou meiofauna (RUPPERT; 
BARNES, 1996). 
Conforme observado nesta Unidade, os ambientes são dinâmicos com intensas 
interações físico, químicas e biológicas. Na próxima Unidade, estudaremos mais 
afundo essas relações através dos grandes ciclos globais do planeta Terra. A partir 
desses estudos, você, aluno, será capaz de entender como as diferentes atividades 
humanas podem alterar o equilíbrio desses ecossistemas.
18
19
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
Teoria de Gaia
https://youtu.be/yjAUSeAAy_w
Ecossistemas: Componentes Bióticos/Abióticos e Funcionamento Geral
https://youtu.be/VO0z1u7YPxA
Ecossistemas Aquáticos de Água Doce
https://youtu.be/QUzgKTa5S4w
Ecossistemas Marinhos
https://youtu.be/nzONJcm0oOc
Manguezal
https://youtu.be/wJ4a3aiGMNE
19
UNIDADE Introdução aos Ecossistemas e Ambientes Aquáticos
Referências
BOTKIN, Daniel B; KELLER, Edward A. Ciência ambiental: Terra, um planeta 
vivo. 7. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2011.
COELHO, R. M. P. Fundamentos em Ecologia. Porto Alegre: Artmed, 2002. 
ESTEVES, F. A. Fundamentos de limnologia. Rio de Janeiro: Interciência, 2011.
FERNANDO, C. H. Zooplankton, fish and fisheries in tropical fresh-waters. 
Hydrobiologia, n. 272, p. 105-123.
RUPPERT, E. E; BARNES, R. D. Zoologia dos Invertebrados. 6. ed. São Paulo: 
Roca, 1996.
TEIXEIRA, W.; FAIRCHILD, T. R.; TOLEDO, M. C. M; TAIOLI, F. Decifrando a 
Terra. 2. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009.
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