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PRINCÍPIOS DE TERMODINÂMICA: TERMODINÂMICA QUÍMICA Mariana Martins Guida 24 de Agosto de 2022 As mudanças que ocorrem na natureza são espontâneas e direcionais, por acontecerem sem assistência externa, em um sentido, mas não no inverso. No século XIX, baseados na 1ª Lei da Termodinâmica, estudos associavam reações espontâneas à liberação de calor. Essa evidência fez com que se pensasse que apenas processos exotérmicos seriam espontâneos, mas existem os que ocorrem com absorção de calor, como a fusão do gelo. A espontaneidade das reações vai além das grandezas que definem o estado termodinâmico do sistema e engloba o caminho percorrido para se alcançar aquele estado. Segundo Carnot, a quantidade de trabalho a ser extraída de um processo depende da maneira como o mesmo foi conduzido e é máxima quando este é reversível. Contudo, as condições para reversibilidade não são factíveis de serem alcançadas em condições reais, fazendo com que todo processo espontâneo seja irreversível. A entropia (S) está relacionada à espontaneidade do processo. Sempre que um processo espontâneo acontecer, a entropia do universo-Suniv (sistema e vizinhança) aumentará, isto é, ficará menos organizado ou mais aleatório, afirmação conhecida como 2ª Lei da Termodinâmica. Como exemplo, temos a reflexão proposta na pag 859. Se a oxidação do ferro é espontânea e resulta na redução de S do sistema, logo a S da vizinhança aumentará em um valor maior que a reduzida no sistema. Para análise dos processos a nível molecular, foi desenvolvida a termodinâmica estatística, que relaciona o comportamento da matéria ao de moléculas e átomos que a formam. Um microestado é um único arranjo possível de posições e energia cinética das moléculas e S uma medida da quantidade de microestados associados a um estado macroscópico. As moléculas se movimentam em qualquer direção, em maior ou menor grau de liberdade de acordo com o estado físico da matéria, e translacional, vibracional ou rotacionalmente, multiplicando a quantidade de microestados associados. Deste modo, além de variáveis exógenas como: temperatura e volume, o numero de moléculas e sua composição tende a influir nos microestados possíveis. Em contrapartida, uma situação hipotética de um único microestado, de acordo com a 3ª lei da Termodinâmica, um sólido puro, perfeito, a zero kelvin, teria S igual a zero. De acordo com a tabela 19.1, e coerente com os experimentos, a S molar dos gases é maior que a de líquidos e sólidos e esta grandeza geralmente aumenta com as massas molares e número de átomos da fórmula. Portanto, é de se esperar que na figura 19.13, o butano tenha massa molar superior aos demais gases. Ressalta-se que no cálculo de S de uma reação química deve ser considerado o coeficiente estequiométrico. A vizinhança é uma fonte de temperatura constante para fornecer ou dissipar calor e sua variação de S dependerá de quanto calor for absorvido/fornecido pelo sistema. Gibbs propôs uma nova função de estado, a energia livre (G), para verificar a espontaneidade de uma reação. Em uma reação a temperatura e pressão constantes (algo próximo das condições naturais), G decai sempre que há espontaneidade, chegando até um mínimo onde se estabelece o equilíbrio. Como conclusão da reflexão da pag 870, a adoção de ΔG como critério de espontaneidade é conveniente, pois, a análise de ΔSuniv, aparentemente simples, torna-se complexa por envolve tanto o sistema quanto a vizinhança. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA BROWN, Theodore L., et al. Química: a ciência central. 13.ed. São Paulo: Pearson, 2017.
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